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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS

1 – AS PARTES

São pessoas jurídicas de Direito público internacional. (Os Estados


soberanos e as organizações internacionais).

2 – REPRESENTAÇÃO DAS PARTES NOS TRATADOS INTERNACIONAIS

Os Estados são representados pelo chefe de Estado (no Brasil pelo


Presidente da República, podendo este celebrar tratados, convenções e atos
internacionais, sendo, portanto, submetidos ao referendum do Congresso
Nacional).

As organizações internacionais são representadas pelos seus


dirigentes, obedecendo a seus estatutos.

3 – APROVAÇÃO DOS TRATADOS PELO LEGISLATIVO

Uma vez firmado o tratado pelo Brasil, deverá ser submetido à


apreciação do Congresso Nacional, já que, cabe somente a este resolver
definitivamente sobre tratados ou atos internacionais formalizando-os
através de decreto legislativo.

4 – OS TRATADOS INTERNACIONAIS E A LEI INTERNA


A lei interna (constituição) jamais poderá ser desrespeitada por um
tratado internacional, daí, algumas vezes, a necessidade de emendas à
Constituição para celebração de um tratado.
Portanto, no Brasil, os tratados internacionais se fixam em plano
hierárquico inferior à Constituição e superior à lei interna infraconstitucional.

FASES DE UM TRATADO:

1. Assinatura do tratado.
2. Aprovação pelo Congresso.
3. Promulgação e publicação pelo Presidente da República.

DA APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO

1.1 – VIGENCIA TEMPORÁRIA DA LEI: A lei tem vigência por


prazo indeterminado, ou seja, ela vigora até que outra lei
modifique-a ou revogue-a.

LEI TEMPORÁRIA: É uma exceção. Vigora por tempo prefixado.


Aquela que já se sabe o início e o fim de sua vigência.

1.2 – REVOGAÇÃO DA LEI: É a perda total ou parcial de uma lei em


vigor.

AB-ROGAÇÃO: Revogação total da lei em vigor.

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EXPRESSA: Quando a lei revogadora declara por escrito qual
lei está revogando. Ex. Código Civil de 2002 traz em seu bojo indicação da
revogação do código de 1916.

TÁCITA: Não diz por escrito qual lei está revogando, no entanto,
traz dispositivos que colidem com a matéria tratada pela lei velha.

DERROGAÇÃO: Revogação parcial da lei. Mantém alguns


dispositivos e modificam outros para ajustar-se à nova lei.

EXPRESSA: Quando diz por escrito quais matérias ela está, em


parte, revogando da lei velha.

TÁCITA: Quando não estabelece, por escrito, quais os artigos ela


está revogando da lei velha, no entanto apresenta dispositivos que colidem
com a lei anterior.

REPRISTINAÇÃO: Utilizada só em casos excepcionais. Quando uma


lei que foi revogada volta a ser restaurada pelo fato de a lei que revogou
perdeu vigência.
Porém, para que haja repristinação, a lei nova deverá informar por
escrito que aquela lei velha irá voltar a vigorar.

1.4 – OS CONFLITOS DAS LEIS NO TEMPO E SUAS SOLUÇÕES

Chama-se Direito Intertemporal as regras que dão soluções aos


conflitos das leis no tempo.

Para evitar o conflito da lei nova com a velha, algumas leis, trazem um
capítulo em seu bojo o que chamamos de disposições transitórias.

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A irretroatividade da lei se deve ao fato da lei nova não abranger a
fatos anteriores à sua vigência. Somente poderá aplicar daí para o futuro.

1.5 – PRINCÍPIOS DA IRRETROATIVIDADE (Regra geral)

Não poderá incidir sobre fatos antes de ela entrar em vigor e, somente
a partir desta.

1.6 – PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE - (Excepcional)

Utilizado quando a lei penal vem para beneficiar o réu. Neste caso a lei
penal pode retroagir.

A lei nova não poderá interferir em fatos consumados. Vejamos:

O QUE A LEI NOVA NÃO PODE INTERFERIR?

ATO JURÍDICO PERFEITO: Ato consumado de acordo com a lei em


vigor ao seu tempo.

COISA JULGADA: Decisão judicial que não cabe mais recurso.

DIREITO ADQUIRIDO: Aquele que já é parte de seu patrimônio


próprio.

EXPECTATIVA DE DIREITO: Probabilidade de evento futuro.


Ex. Herança.

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2 - LIMITES DAS LEIS NO ESPAÇO: Não obedecem somente aos limites
territoriais ou geográficos de um país, pois, hoje se admite tanto a lei
nacional aplicada em outro país, como a lei estrangeira ser aplicada aqui em
território nacional, o que convencionamos de extraterritorialidade.

2.1 - CONFLITOS DAS LEIS NO ESPAÇO: Seria a existência de leis


divergentes entre dois estados soberanos conflitando entre si para dar
solução a um caso concreto.

Chama-se Direito Internacional Privado – DIP ou (Direito


Interespacial), aquele aplicado por norma de sobredireito, a fim de
solucionar os conflitos de leis no espaço, num plano internacional.

O Direito Internacional Privado (DIP) orienta-se por três


princípios básicos:

Principio da Nacionalidade: Onde quer que se encontre o cidadão,


roga-se que a lei aplicável deva ser a da sua nacionalidade para sua
melhor proteção. Extraterritorialidade da lei.

Princípio do Domicílio: A lei aplicável é a lei de onde estiver


domiciliado.

Princípio da Territorialidade: Defende a aplicação da lei em todo


território do Estado soberano que a criou. Assim, Não há
extraterritorialidade da lei e sim, territorialidade.

TEORIA DOS ESTATUTOS

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ESTATUTO PESSOAL: (PESSOAS) Disciplinado pelo princípio do
domicílio.
ESTATUTO REAL: (BENS) Disciplinado pelo princípio da
territorialidade.
ESTATUTO MISTO: (OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS) Disciplinado pelo
princípio da territorialidade.

Teoria de Savigny = Princípio do domicílio.


Teoria de Mancini = Princípio da nacionalidade.

2.5 – O SISTEMA ADOTADO NO BRASIL

Direito relativo às pessoas: Princípio do domicílio.

Direito relativo aos bens imóveis: Princípio da territorialidade.

Direito relativo aos bens móveis: Princípio do domicílio do


proprietário.

Direito relativo aos contratos: Princípio da territorialidade. (onde foi


feito o contrato).

Direito Penal: em regra o Brasil adota o princípio da territorialidade.

FATOS E FATOS JURÍDICOS

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FATOS: Fatos comuns.

FATOS JURÍDICOS: São relevantes para o Direito, está previsto na


norma jurídica.

FATOS JURÍDICOS (EM SENTIDO AMPLO) DIVIDEM-SE EM:

FATOS NATURAIS: São fatos que decorrem da natureza,


independente da vontade humana e que são relevantes para o Direito. Ex.
Nascimento, maioridade, etc.

FATOS HUMANOS: (ATOS JURÍDICOS): Resultam da atuação


humana e são relevantes para o Direito.

DOS ATOS JURÍDICOS: (FATOS HUMANOS):

LÍCITOS: Atos de acordo com o ordenamento jurídico.

ILÍCITOS: Atos contrários ao ordenamento jurídico.

ARTIGO 181 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916: Todo ato lícito que tenha por
fim imediato, adquirir, resguardar, transferir,modificar ou extinguir direitos,
se denomina Ato Jurídico.

ARTIGO 185 DO CÓDIGO CIVIL 2002: Aos Atos Jurídicos lícitos, que não
sejam negócios jurídicos, aplicam-se no que couber, as disposições do título
anterior. (Negócios Jurídicos).

NEGÓCIOS JURÍDICOS: Resultam de uma manifestação da vontade tendo


em vista um objetivo previsto em lei.

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ARTIGO 159 DO CÓDIGO DE 1916: Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direitos ou causar prejuízo a
outrem, fica obrigado a reparar o dano.

ARTIGO 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária negligência ou


imprudência, violar direitos e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

ARTIGO 927: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

CULPA EM SENTIDO AMPLO

DOLO: Ação voluntária.

CULPA EM SENTIDO ESTRITO: Culposo, imprudente.

NEGLIGENTE: Deixa de fazer algo que deveria ter feito.

IMPRUDENTE: Faz algo que não deveria ter feito.

TEORIA DA CULPA SUBJETIVA (adotada no Brasil): Terá que provar o


seu dano e, ainda que o acusado agiu por culpa, negligência ou imprudência.

TEORIA DA CULPA OBJETIVA (excepcional): Terá que provar somente o


dano que você sofreu, sem precisar provar o ato de dolo ou de culpa.

ATOS NULOS, ATOS ANULÁVEIS E ATOS INEXISTENTES:

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NULOS: Não podem se tornar válidos. Vício insanável. Ex. Ato incapaz.

ANULÁVEIS: Que podem ser remediados, tornados válidos. Ex. Nascimento.

ATOS INEXISTENTES: Atos que não ingressaram no âmbito jurídico por


carecer do elemento constitutivo. Ex. A manifestação da vontade.

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO

NOVIDADE DO PROBLEMA DO ORDENAMENTO:

NOMOSTÁTICA: Parte da TGD voltada para a teoria da norma


jurídica.

NOMODINÂMICA: Parte da TGD voltada para a teoria do


ordenamento jurídico.

DEFINIÇÃO DE DIREITO SEGUNDO BOBBIO: Ordenamento jurídico. É


um sistema normativo. É um conjunto de normas com eficácia reforçada,
pois, são garantidas pela sanção.

PLURALIDADE DE NORMAS: O ordenamento jurídico é um conjunto de


normas, pois, não há ordenamento de uma só norma.

TIPOS DE NORMAS PARA BOBBIO:

NORMAS DE CONDUTA. Ex. direito de liberdade religiosa.

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NORMAS DE ESTRUTURA: Não disciplinam as condutas das pessoas,
pois, são normas para produzir outras normas.

ORDENAMENTO JURÍDICO: É sempre composto por uma infinidade de


normas.

SIMPLES: Quando todas as normas de ordenamento jurídico originam


de uma única fonte.

COMPLEXOS: Quando decorrem de mais de uma fonte.

FONTES RECONHECIDAS E FONTES DELEGADAS:

FONTES RECONHECIDAS: Utiliza-se da recepção. Ex. Costumes.

FONTES DELEGADAS: Resultam de uma delegação normativa.


Produto de uma delegação de competência. Ex. Leis ordinárias.

CONSTRUÇÃO ESCALONADA DO ORDENAMENTO JURÍDICO:


Entrelaçados e sobrepostos. Piramidal. Segundo Kelsen, as normas de
ordenamento não estão todas no mesmo plano. Existe uma norma suprema,
fundamental dispostas, assim, em ordem hierárquica.

LIMITES MATERIAIS: Relativos ao conteúdo.

LIMITES FORMAIS: Relativos às formas.

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