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ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
OBJECTIVO GERAIS...................................................................................................... E.1
objectivos ESPECÍFICOS......................................................................................... e.1
CORPO DO MÓDULO
0 - INTRODUÇÃO.............................................................................................................0.1
1 - INSTALAÇÃO ELÉCTRICA.........................................................................................1.1
1.1 - Electricidade...............................................................................................................1.1
1.2 - Noção de condutor e isolador............................................................................1.2
1.3 - corrente contínua e corrente alternada......................................................1.2
1.4 - cablagens eléctricas do automóvel.................................................................1.3
1.5 - instalação eléctrica no automóvel...................................................................1.8
1.6 - fusíveis............................................................................................................................1.9
2 - SISTEMA DE CARGA E ARRANQUE.........................................................................2.1
2.1 - SISTEMA DE CARGA.........................................................................................................2.1
2.1.1 - alternador............................................................................................................2.1
2.2 - SISTEMA DE ARRANQUE.................................................................................................2.4
2.2.1 - motor de arranque...........................................................................................2.4
2.3 - AVARIAS NO SISTEMA DE CARGA E ARRANQUE..........................................................2.6
3 - SISTEMA DE GESTÃO ELECTRÓNICA DO MOTOR................................................3.1
3.1 - O QUE É A GESTÃO ELECTRÓNICA................................................................................3.1
3.2 - VANTAGENS E DESVANTAGENS.....................................................................................3.3
3.3 - SISTEMA DE IGNIÇÃO......................................................................................................3.4
3.3.1 - sistema de ignição convencional (com platinados).............................3.4
3.3.2 - sistema de ignição com ajuda electrónica (com platinados).........3.10
3.3.3 - sistemas de ignição com ajuda electrónica (sem platinados).......3.11
3.3.3.1 - sistema com gerador de impulsos de indução......................3.11
3.3.3.2 - sistema com gerador de efeito hall..........................................3.12
3.3.4 - sistemas de ignição electrónica integral............................................3.13
3.4 - sistemas de alimentação a gasolina.................................................................3.16
3.4.1 - sistemas de injecção electrónica............................................................3.16
3.5 - AVARIAS NO SISTEMA DE IGNIÇÃO.........................................................................3.22
4 - sistema de ILUMINAÇÃO........................................................................................4.1
4.1 - LÂMPADAS.........................................................................................................................4.1
4.1.1 - lâmpadas de incandescência..........................................................................4.1
OBJECTIVO GERAL
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Identificar tipos e constituição de faróis e farolins utilizados nos veículos nos veículos
ligeiros
Identificar tipos de avarias e anomalias mais comuns nos sistemas de ventilação forçada
e de ar condicionado
Identificar as causas mais comuns de avarias nos componentes dos sistemas de ventilação
forçada e de ar condicionado
Identificar tipos de avarias e anomalias mais comuns nos sistemas de limpa vidros
Identificar as causas mais comuns de avarias nos componentes dos sistemas de limpa
vidros
Identificar tipos de avarias e anomalias mais comuns nos sistemas de gestão electrónica
O automóvel é um meio de transporte cada vez mais utilizado. Como tal, devido ao elevado número
de veículos que circulam diariamente nas estradas há que assegurar que as suas condições de
funcionamento são as necessárias de modo a garantir a segurança dos seus ocupantes e dos outros
utilizadores da via pública.
A inspecção dos veículos surge assim como um meio de controlar pontos chave dos veículos, em
função de parâmetros pré-estabelecidos assegurando que estes apresentam condições para circular
na via pública.
Neste módulo pretende-se que o inspector adquira conhecimentos técnicos sobre os sistemas eléctricos
e electrónicos mais usuais num automóvel, de modo a fazer uma inspecção correcta e ter argumentos
técnicos para explicar as eventuais deficiências encontradas.
Num primeiro capítulo será feita uma introdução ao módulo com conceitos de electricidade, a instalação
eléctrica do automóvel e os seus principais componentes.
O painel de instrumentos integra também os sistemas eléctricos do veículo. Informa o condutor das
condições do veículo.
O sistema de iluminação garante ao condutor condições para circular em segurança à noite e/ou com
condições de visibilidade reduzida. Assim, é um sistema que o inspector deve conhecer bem para
poder efectuar uma adequada verificação.
Ainda no âmbito da visibilidade, os sistemas de limpa vidros assumem elevada importância. É um dos
sistemas estudados neste manual.
1 – INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
1.1 - ELECTRICIDADE
Até hoje ainda não foi possível determinar a verdadeira natureza da electricidade; a esse respeito
apenas se fazem suposições, tal como para a gravidade, o calor e a luz.
Definir energia eléctrica é tão difícil como definir o termo energia, no entanto são bem conhecidos
os efeitos produzidos pela electricidade, e isso permite tirar dela um grande partido, como as suas
numerosas aplicações confirmam.
A electricidade dinâmica é a que tem maior relevância pois é aquela que se traduz pela corrente eléctrica
que se consome em casa, por ser a responsável pela luz e principalmente, é digna deste estudo por
fazer parte integrante do automóvel.
As correntes eléctricas consistem em fluxos orientados de partículas portadoras de carga eléctrica (os
electrões nos metais). Só ocorrem quando existe uma diferença de potencial.
O fluxo de corrente dependerá da quantidade de electrões que se movem numa mesma direcção e
sentido, isto é, depende da quantidade de energia que lhes for aplicada.
A bateria é o modo mais cómodo de armazenar a energia eléctrica, estando sempre presente nos
terminais da bateria sob a forma de uma diferença de potencial eléctrico, à qual se dá, igualmente, o
nome de força electromotriz. Entre os pólos da bateria dum automóvel existe uma diferença de potencial.
Ligando-os por um fio metálico haverá passagem da corrente eléctrica. Deste modo, a bateria pode
fornecer energia eléctrica aos vários componentes existentes no veículo.
A polaridade da fonte de tensão determina o sentido da corrente no circuito. A tensão fornecida pela
fonte determina a intensidade da corrente, em função da carga do circuito.
A fonte de tensão poderá alimentar o circuito com corrente contínua (caso de bateria do automóvel
ou das pilhas de um rádio portátil) ou com corrente alternada (caso da rede eléctrica geral ou de um
gerador / alternador).
O que distingue estes dois grupos de substâncias, condutores e isoladores, é a sua capacidade de
conduzir, ou transmitir, carga eléctrica.
O cobre, o latão, a prata, e em geral todos os metais, são bons condutores de electricidade.
O vidro, a borracha, a madeira, a maioria dos plásticos, os óleos são maus condutores portanto são
isoladores.
Quanto maior for o valor da condutibilidade de certa substância, melhor conduz a corrente eléctrica.
Designa-se por corrente contínua, o fluxo de corrente originado pelo movimento dos electrões do pólo
negativo para o pólo positivo, sem alteração do sentido, ou seja, sem alteração de polaridade.
A fonte que origina este fenómeno é designada como fonte de corrente contínua, e sempre que for
utilizada num circuito, este designar-se-á como circuito de corrente contínua.
A corrente contínua pode ser designada por CC (corrente contínua) ou por DC (em inglês direct-
current).
Na figura 1.1 podemos constatar que não existe variação, ao longo do tempo, do valor da intensidade
da corrente.
Este tipo de corrente é o fornecido pela bateria do automóvel e que alimenta os componentes eléctricos
do veículo.
Existe um tipo de corrente que não mantém o mesmo sentido. O fluxo de electrões dá-se nos dois sentidos
alternadamente. Este tipo de corrente designa-se por corrente alternada e pode ser representada por
AC (em inglês alternating-current).
Como em qualquer circuito, a corrente desloca-se do pólo negativo para o pólo positivo, só que
neste caso, a polaridade da fonte de alimentação é alternada constantemente com uma determinada
frequência (Fig. 1.2. e 1.3).
Este tipo de fonte é designada por fonte de corrente alternada e os circuitos alimentados por ela são
designados circuitos de corrente alternada, ou circuitos AC.
A corrente AC é o tipo de corrente produzida pelo alternador do automóvel.
Os cabos condutores estão reunidos entre si protegidos por uma fita plástica, formando conjuntos de
cabos que tomam o nome de cablagens.
Cada um dos condutores distingue-se pela cor o que permite identificá-los na entrada e saída da
cablagem correspondente.
A figura 1.5 demonstra o caminho percorrido por uma cablagem ao longo de uma carroçaria.
A cablagem deve passar sempre em locais mais próximos possíveis dos componentes eléctricos que
necessitam de ser ligados.
Deve-se tomar em conta o facto da cablagem passar em locais o mais afastados possíveis de peças
quentes ou que tendem a aquecer como por exemplo o tubo de escape, pois o aquecimento do escape
poderá aquecer a cablagem, provocando o envelhecimento precoce do isolamento dos condutores
eléctricos que dela fazem parte.
Com o objectivo de facilitar as reparações eléctricas que eventualmente possam surgir no automóvel,
bem como a localização e ligação dos vários componentes eléctricos e electrónicos, a instalação divide-
se por partes, encontrando-se interligada por meio de fichas de ligação ou conectores apropriados.
Na figura 1.6 apresenta-se a disposição de uma instalação, em que se pode observar os conectores
mencionados de interligação entre as distintas cablagens e a ligação destas aos diversos componentes
eléctricos e electrónicos.
Grande parte dos automóveis modernos dispõe de uma caixa denominada central de ligações donde
divergem as cablagens que compõem os diversos circuitos eléctricos do automóvel.
Normalmente, a central de ligações é composta por um circuito impresso como se apresenta na figura
1.7, que serve de suporte aos diferentes relés e aos fusíveis que protegem toda a instalação eléctrica
do veículo.
Na figura 1.8, pode ver-se uma caixa de fusíveis e relé de piscas, situada no habitáculo do veículo, na
parte inferior do painel de instrumentos.
Dada a complexidade das instalações eléctricas dos veículos automóveis actuais, é imprescindível a
utilização de esquemas eléctricos no momento de localizar uma avaria.
Representar a instalação eléctrica total do veículo não é impossível mas na necessidade de localizar
ou diagnosticar uma avaria no sistema eléctrico seria bastante complicado, começando logo pela
dificuldade de leitura e interpretação do esquema eléctrico do veículo.
Para haver maior facilidade na leitura e interpretação dos esquemas, os fabricantes de automóveis
concebem os mesmos divididos em secções, por exemplo, sistema de iluminação, sistema de ignição,
etc.
Na instalação eléctrica do automóvel podemos distinguir dois grupos de sistemas (fig 1.10):
Alternador Bateria
INTERRUPTOR
DE IGNIÇÃO
Os sistemas com ligação permanente são aqueles que, mesmo quando a chave de ignição não está
ligada, estão alimentados por corrente eléctrica directamente pela bateria. Neste grupo encontram-se
os sistemas de iluminação exterior e interior do veículo, o rádio e a buzina. No entanto, existem certos
modelos em que a buzina , o rádio e as luzes de cruzamento só se podem ligar com o interruptor de
ignição fechado.
Todos os restantes sistemas (motor de arranque, sistema de ignição e alimentação, etc.) só são
alimentados quando se liga a chave de ignição.
No momento de pôr o motor a trabalhar, a energia eléctrica é fornecida ao motor de arranque pela
bateria. Quando o motor do veículo já está em funcionamento, o alternador, arrastado pelo motor, é
o responsável pela alimentação de todos os sistemas indispensáveis ao funcionamento deste e, ao
mesmo tempo, pelo carregamento da bateria. No entanto, se estiverem ligados vários sistemas de
conforto e iluminação ao mesmo tempo (ar condicionado, faróis de nevoeiro, desembaciador do vidro,
ou outros), poderá ser excedida a capacidade de fornecimento de energia por parte do alternador.
Neste caso, a bateria ir-se-á descarregar, se essa situação se mantiver durante um tempo excessivo.
1.6 - FUSÍVEIS
Mesmo que toda a instalação do automóvel esteja bem dimensionada, isto é todos os condutores com
secções bem previstas para aquilo que vão ligar, poderá haver uma falha no equipamento eléctrico ou
no seu circuito (o cabo pode tocar no chassis do veículo). Então, o cabo receberá mais electricidade do
que pode transportar e o isolamento eléctrico queima-se provocando um incêndio no veículo.
Para que tal não aconteça, existem fusíveis no circuito, a fim de o proteger e evitar que os cabos
aqueçam demasiado.
Os fusíveis são constituídos por uma lâmina ou fio condutor devidamente calibrado, por forma a suportar
apenas um valor limite de corrente eléctrica que define o seu calibre. Este fio não pode transportar mais
corrente do que o valor do seu calibre.
Se uma corrente que percorre o circuito atingir um valor superior ao suportado pelo fio do fusível, o
mesmo queimar-se-á e dar-se-á uma interrupção da corrente eléctrica.
Para proteger os circuitos e evitar o risco de incêndio, torna-se indispensável a aplicação de fusíveis.
No interior da caixa de fusíveis, onde estes são encaixados sobre placas, existem uma série de conexões
eléctricas que permitem as ligações entre fusíveis.
Como já foi referido os fusíveis são calibrados em função da intensidade máxima de corrente que
deverá passar em determinada secção de um circuito. Por isso quando se fizer a substituição de
fusíveis, é essencial que se respeite o seu valor de calibração para que se continue na presença de
uma verdadeira protecção de todo o circuito.
Toda a tentativa de substituição de um fusível queimado por um com calibre superior ao estabelecido
pode levar a que, se ocorrer um curto-circuito no circuito protegido por esse fusível, o fusível não actue
podendo provocar um incêndio no veículo. Se por outro lado, for colocado um fusível de calibre inferior
ao estipulado, este não irá aguentar situações de intensidade de corrente máxima e fundir-se-á.
A principal função do sistema de carga é fazer chegar energia eléctrica a todos os circuitos eléctricos
do veículo, incluindo a bateria de modo a carregá-la. O principal componente do sistema de carga é o
alternador (Fig.2.1).
2.1.1 - ALTERNADOR
A carcaça do alternador cobre e encerra este conjunto, alojando também o conjunto rectificador, formado
por vários díodos rectificadores.
Rectificador de tensão
A tensão alterna trifásica gerada no alternador tem que ser rectificada em corrente contínua para poder
ser utilizada nos diversos equipamentos do veículo. Esta função é desempenhada por díodos dispostos
de forma apropriada, constituindo uma ponte ou conjunto rectificador.
Regulador de tensão
A tensão gerada pelo alternador é proporcional à velocidade de rotação do motor. Como esta varia
constantemente durante a marcha do veículo, é necessária uma regulação para manter a tensão dentro
dos limites de utilização dos vários receptores, assegurando-lhes um bom funcionamento.
Enquanto a tensão gerada pelo alternador permanecer abaixo do valor da tensão de regulação, o
regulador não entra em funcionamento. Se a tensão nos terminais do alternador ultrapassar o valor
prefixado, o regulador provoca, de acordo com o estado de carga da bateria, uma redução ou mesmo
interrupção total da corrente de excitação, diminuindo o campo magnético do rotor, que por sua vez, faz
diminuir a tensão nos terminais do alternador.
A descida de tensão dá-se até um valor prefixado, aumentando em seguida a corrente de excitação,
que faz aumentar de novo a tensão nos terminais até ao seu valor máximo. O processo repete-se tantas
vezes, quantas a tensão subir para além do limite.
O regulador actua com tanta rapidez que a tensão do alternador é mantida no valor constante
desejado.
Existem vários tipos de reguladores de tensão. O mais convencional é o de contactos, que baseia o seu
funcionamento na abertura e fecho de contactos.
Bateria
Motor de arranque
Interruptor de ignição
Entre o pinhão e a cremalheira do volante existe uma relação de desmultiplicação de 1:8 a 1:20, de
modo a poder aumentar o binário de arranque dos motores eléctricos de baixa potência. Isto permite,
também, uma diminuição da corrente de arranque, podendo-se utilizar baterias de menor capacidade.
De acordo com as exigências impostas, o motor de arranque é constituído por um motor eléctrico de
corrente contínua e por um dispositivo de engrenamento.
Quando se liga o interruptor de ignição, a bobina H atrai o núcleo C para a direita. Deste modo, a
alavanca A desloca o pinhão B, engrenando-o parcialmente à cremalheira do volante de inércia (Fig.
2.10). Ao mesmo tempo, a placa D fecha o circuito entre os terminais E e F, alimentando o estator do
motor de arranque, que por sua vez faz girar o rotor. O núcleo C continua a ser atraio para a direita e
a alavanca A engrena totalmente o pinhão B, chegando em seguida ao fim de curso. As molas J e M
permitem que o contacto entre a placa e os terminais, bem como o engrenamento do pinhão, sejam
bem feitos. Quando o motor se põe em funcionamento, o pinhão permanece engrenado enquanto o relé
estiver accionado. No entanto, a roda livre K impede o pinhão de transmitir o movimento do motor ao
rotor do motor de arranque. No momento em que o relé é desactivado, o pinhão regressa à sua posição
de repouso, por acção da mola N, e circuito do rotor é aberto nos terminais E e F, deixando este de ser
alimentado.
Nos tempos presentes tem-se vindo a verificar um aumento bastante significativo do nível de
complexidade das viaturas.
Desde os acabamentos até ao motor, verifica-se que há um esforço significativo para aumentar o
conforto, segurança e performance, sem descuidar no entanto, o consumo e protecção ambiental.
Com este aumento da exigência imposta à tecnologia de uma viatura, satisfazendo assim o cliente,
ter-se-á que recorrer a sistemas capazes de proceder ao tratamento desta informação de uma forma
rápida e eficaz.
Para estas aplicações serem viáveis, como já referido, recorre-se a processos mais evoluídos que
permitam estabelecer um controlo do processo criado e tratar todo o tipo de informação que é gerada,
assim como mediante essa informação actuar nos parâmetros correspondentes.
Numa definição simples, poder-se-á definir gestão electrónica, como sendo um circuito electrónico,
autónomo, com um determinado número de entradas e de saídas, e que quando excitada/alterada a(s)
entrada(s), e de acordo com o programa contido na memória, irá actuar a(s) saída(s) necessárias que
por sua vez, irão dar uma nova informação à central, realimentar as entradas de modo a obter/manter
o resultado expresso na memória.
Nos veículos com gestão electrónica a programação da memória traduz-se num mapa cartográfico.
Por exemplo, o mapa cartográfico da figura 3.1 não é mais do que um mapa tridimensional que traduz
o comportamento da viatura em função do regime do motor, linha 1, e da carga do mesmo. Estes
comportamentos vão determinar o ângulo da ignição.
Genericamente, a gestão electrónica numa viatura funciona do seguinte modo: quando se carrega
no acelerador, existe um movimento do potenciómetro da borboleta, que vai permitir que a central
reconheça a acção desencadeada pelo condutor, através de uma variação de tensão.
A central, ao obter esta informação, em tensão, e de acordo com o processo de aprendizagem, programa
ou mapa cartográfico, irá então aumentar ao tempo de injecção, até ao valor que está expresso na
memória. No caso de o motor se encontrar numa fase de desenvolvimento, que será detectado pelos
sensores de rotação, estes irão actualizar a central com uma informação evolutiva do processo, que
por sua vez irá comandar o(s) actuador(es) até que o sistema fique no ponto de funcionamento que o
condutor deseja, e que dentro do possível se mantenha esse equilíbrio.
Um sistema de gestão electrónica, nada mais é do que um circuito gerido por uma central, Unidade
Electrónica de Comando, UEC, que tendo em conta os valores que se apresentam na sua entrada,
parâmetros de entrada, valores esses gerados pelos sensores em tensão, frequência, corrente, ou
noutra forma de informação, e seguindo um programa preestabelecido, vai desencadear acções que
vão resultar na acção dos actuadores, parâmetros de saída, que por sua vez vão dar origem a um novo
valor pela parte do sensor que será apresentado novamente à UEC que definirá novamente o que
fazer, baseada no programa e assim sucessivamente (figura 3.2).
8 10
20
15
7
6 11
9
16
3
12
21
5 17
2 4 13 18
14 22
1
19
24 22
26
27 25 23
Para a gestão de um sistema de injecção/ignição, a central terá que analisar sistematicamente elementos
que tenham em conta a quantidade de ar admitida, sua temperatura, temperatura do motor, rotações,
e outros elementos que prevejam casos particulares de funcionamento do mesmo, tal como o sensor
de detonação.
A gestão electrónica veio permitir um controlo mais eficaz sobre os sistemas dos veículos, em função
da informação dos sensores.
Tem-se, deste modo, a vantagem de possuir sistemas com mais variáveis de entrada permitindo um
controlo mais sofisticado de um modo mais simples, o qual leva a uma melhor performance do motor
tirando desde cedo o melhor rendimento de um modo calculado, permitindo assim levar ao máximo o
esforço do motor sem causar qualquer tipo de dano.
3.2 - VANTAGENS/DESVANTAGENS
Redução no consumo – com sistemas deste tipo pode obter-se uma redução significativa no consumo,
uma vez que estamos perante um sistema controlado autonomamente, que se adapta a novos pontos
de funcionamento do motor.
Arranque facilitado – uma vez que a UEC tem, inicialmente a informação da temperatura do motor,
calcula a quantidade de combustível necessária para o arranque, evitando desgaste no motor de
arranque.
Maior potência – um aumento de potência na ordem dos 10%, é alcançado, face ao sistema
convencional, carburador. A UEC leva a cabo uma mistura controlada, adaptando-a a cada momento
às exigências do condutor e às capacidades do motor. Tendo em consideração os vários sensores que
dão informação a UEC, esta efectua um controlo permanente da dosificação, obtendo como resultado
final uma maior potência do motor.
Acelerações imediatas – na sequência do que foi dito anteriormente, existindo a cada momento uma
melhor dosificação, a viatura encontra-se mais apta a realizar uma alteração ao seu estado de rotação,
levando com que o motor altere de regime com maior facilidade e rapidez.
Protecção ambiental – todas as medidas colocadas em prática vão de encontro à melhoria da qualidade
do meio ambiente. Com este tipo de gestão tem-se um maior controlo de todo o processo de combustão,
face a num sistema convencional, que terá como uma das consequências uma menor libertação de
gases nocivos. Em sistemas bastantes mais evoluídos podemos ter um controlo independente a cada
cilindro, permitindo assim a mistura correcta de uma forma individualizada, diminuindo ainda mais o
consumo, respeitando o meio ambiente.
Num motor de combustão interna a gasolina, a inflamação da mistura admitida é produzida por uma
faísca que salta entre os dois ou mais pólos da vela.
Para que haja faísca, isto é, para que a corrente atravesse a mistura fortemente comprimida, é
necessário que uma tensão de 6000 a 12000 volts seja desenvolvida.
Esta corrente de ignição geralmente é produzida por um sistema de ignição. Este consiste num
conjunto de componentes que utilizam a corrente fornecida pela bateria de acumuladores (12 Volts).
Esta corrente da bateria é transformada em corrente de alta tensão e, depois, distribuída às velas do
motor.
1 – Tampa do distribuidor
2 – Rotor
Fig. 3.8 - Distribuidor
Mecanismos de avanço (Fig. 3.9), que controlam os momentos em que devem saltar as faíscas, em
função da velocidade de funcionamento do motor e da carga a que está submetido. Estão instalados
no corpo do distribuidor.
Cabos (de baixa e de alta tensão) (Fig. 3.8), que estabelecem as ligações eléctricas entre os vários
órgãos anteriormente mencionados.
Velas, (Fig. 3.11) que produzem as faíscas no interior das câmaras de combustão, por forma a
incendiarem a mistura ar/combustível.
A mistura oferece uma resistência importante à passagem de corrente. Esta resistência será tanto
maior quanto mais afastados estiverem os eléctrodos da vela, quanto mais rica for a mistura admitida
e quanto mais elevada for a compressão.
Para inflamar a mistura, entre os eléctrodos da vela a tensão deve, no mínimo, atingir um valor de
6000 volts.
O eléctrodo central da vela é isolado, de modo a poder suportar estas tensões elevadas.
A extremidade dos eléctrodos é composta por uma liga de tungsténio que resiste à temperatura do
arco eléctrico.
Em funcionamento, a parte interna da vela deve atingir uma temperatura entre 500ºC e 850ºC. Esta
temperatura permite:
Quando a temperatura da vela é muito baixa, a ignição é fraca; o isolamento dos eléctrodos leva
rapidamente ao curto-circuito e à supressão de ignição.
Quando a temperatura da vela é muito elevada, produz-se uma auto-ignição da mistura gasosa
durante a compressão.
Sobre este enrolamento secundário, encontra-se o enrolamento primário, formado por um conjunto de
espiras de um fio de cobre com secção superior ao enrolamento secundário e com um total de 250
a 300 espiras. Este enrolamento é alimentado pela bateria e portanto, sujeito a uma tensão de 12V,
aproximadamente.
Quando este enrolamento é alimentado, cria-se um fluxo magnético através do núcleo de ferro,
semelhante a um electroíman. Uma variação deste campo magnético gerado vai induzir uma corrente
no enrolamento secundário. Como o fio deste enrolamento apresenta uma menor secção e uma maior
quantidade de espiras, a corrente lá gerada apresenta baixa intensidade e elevada tensão.
Por exemplo, se o enrolamento secundário tiver 10000 espiras e o enrolamento primário apenas tiver 10
espiras, então a tensão induzida no secundário será 1000 vezes superior à tensão do primário (10000/10
= 1000). Isto é, se aplicarmos 12 V no enrolamento primário, obteremos 12 mil Volt no enrolamento
secundário, partindo da hipótese que a eficiência de transformação é de 100% (Fig. 3.12).
Por outro lado, esta corrente gerada será tanto mais importante quanto mais brusca for a variação do
campo magnético. Esta variação é originada pelo corte da alimentação ao enrolamento primário. Assim,
cada vez que se dá esse corte, o fluxo magnético decresce abruptamente, induzindo uma corrente de
elevada tensão no enrolamento secundário, devido à sua grande quantidade de espiras.
Durante o tempo de fecho dos platinados (quando o enrolamento primário está a ser alimentado) dá-se
a magnetização da bobina, que tem que ser suficiente para que a corrente induzida no secundário seja
forte e consequentemente, a faísca produzida nas velas seja intensa.
O condensador já referido anteriormente é instalado entre os platinados (em paralelo com o interruptor)
para absorver picos de corrente e evitar que se produzam faíscas nos mesmos, reduzindo o seu
desgaste e melhorando a qualidade da faísca na vela de ignição.
O ruptor dos sistemas convencionais era um componente que, além do desgaste rápido dos platinados,
dá alguns problemas, originando falhas do sistema de ignição e incorrecto funcionamento do motor,
especialmente a altas rotações.
Estes sistemas também são vulgarmente conhecidos por sistemas de ignição transistorizada.
O uso de componentes electrónicos nos sistemas de ignição permite uma maior duração destes, uma
vez que os platinados ficam sujeitos a correntes inferiores e a eficiência geral do sistema melhora.
Este sistema é composto pelos mesmos componentes que um sistema convencional (bateria, bobina,
distribuidor, velas, mecanismos de avanço centrífugo e por depressão).
No entanto, na cabeça do distribuidor, o clássico ruptor é substituído por um gerador cujos impulsos
são enviados para um módulo electrónico, que depois de tratá-los convenientemente, determina o
instante de corte da corrente primária e o consequente salto da faísca na vela.
O sinal do gerador é enviado para o módulo electrónico da ignição. Este módulo recebe a tensão
alterna do gerador em impulsos, amplifica-a e através de um transístor controla a alimentação ao
enrolamento primário (Fig. 3.18).
Ao mesmo tempo, o módulo tem a função de estabilizar o mais possível a tensão de entrada e de
controlar a duração dos impulsos em função da velocidade de rotação do motor.
Com este sistema, o antigo conjunto ruptor/platinados desaparece, desaparecendo com eles os
inconvenientes dos sistemas mecânicos, tais como, desgaste, necessidade de manutenção e falhas
em regimes elevados.
Neste sistema de ignição, o gerador de impulsos baseia o seu funcionamento no Efeito de Hall.
O gerador Hall empregue nos sistemas de ignição electrónica é composto, basicamente, por uma
barreira magnética e um tambor obturador. A barreira magnética é formada por um íman permanente 2
(Fig. 3.19) e um circuito integrado 3, que é um interruptor electrónico, que incorpora a capa Hall.
Quando uma das placas 1 do tambor obturador passa pelo entreferro 4, desvia o campo magnético
impedindo que este passe pelo circuito integrado 3 e pela capa de Hall. Assim, a tensão aos terminais
do gerador é anulada, dizendo-se que o circuito integrado foi desligado.
Quando a placa do tambor obturador abandona o entreferro, o campo magnético atravessa de novo a
capa de Hall e é restabelecida a tensão de Hall. Neste momento dá-se a faísca na vela.
O módulo electrónico recebe os sinais de tensão provocados pelo efeito de Hall e dá a ordem de ignição
no momento correcto.
Um sistema de ignição designa-se electrónico integral quando não possui ruptor e os sistemas de
avanço mecânico são substituídos por outros electrónicos.
Nestes sistemas existe um módulo electrónico de ignição que recebe informações de vários sensores
e, de acordo com mapas de informação pré-programados, controla a ignição, ou seja, envia os sinais
de comando para o circuito primário. Deste modo, determina o instante em que deve saltar a faísca de
acordo com as condições de funcionamento do motor.
O módulo recebe também informação sobre a depressão no colector de admissão por intermédio de
um sensor de depressão, sensor MAP (Manifold Absolut Pressure). Este sensor recebe informação da
depressão do colector e transforma-a em sinal eléctrico.
Outros sensores podem estar instalados no veículo e fornecer informações a este módulo, como por
exemplo os sensores de temperatura do ar da admissão e do motor.
Todos estes sinais eléctricos chegam ao módulo, são processados, e de acordo com eles é definido o
ponto de ignição e comandado o sistema de ignição para que a faísca salte no momento certo.
Como se pode perceber, os sistemas de ignição electrónica integral são muito mais precisos, uma vez
que permitem variações do ângulo de avanço para cada condição específica de funcionamento do
motor.
Este sistema de ignição electrónica integral tem a particularidade de cada bobina ligar em simultâneo
duas velas o que significa que quando a bobina é accionada saltam duas faíscas ao mesmo tempo (4-1
e 3-2).
Existe uma vela que inflama a mistura presente na câmara de combustão no momento em que o pistão
se encontra no ponto morto superior (final do tempo de compressão). Ao mesmo tempo salta a faísca
na outra vela no momento em que se assiste ao final do tempo de escape neste cilindro, de modo
que esta faísca não produzirá qualquer efeito, daí que este sistema tome a designação de sistema de
ignição de faísca perdida.
As bobinas contém no seu interior um enrolamento primário e um enrolamento secundário mas cada
um dos terminais do enrolamento secundário liga a uma vela como se apresenta na figura 3.22.
1. Circuito primário
2. Circuito secundário
3. Módulo de potência, situado no interior
da unidade de controlo electrónico
4. Velas de ignição
Uma vez que o sentido da corrente é sempre o mesmo, nota-se que a vela que liga ao terminal positivo
de alta tensão da bobina sofre um desgaste no eléctrodo central (normal como nos outros sistemas de
ignição).
Por sua vez, a vela que liga ao terminal negativo de alta tensão da bobina tem como terminal positivo
o eléctrodo de massa e o eléctrodo central corresponde ao terminal negativo. Assim, nota-se que o
desgaste desta vela irá incidir no eléctrodo de massa pelo motivo da faísca saltar do eléctrodo de
massa para o eléctrodo central.
Desta forma passam apenas a existir os condutores que permitem comandar o funcionamento das
bobinas a partir da unidade de controlo electrónico.
A grande vantagem deste sistema reside no facto da corrente de alta tensão gerada pela bobina ser
aproveitada pela vela na sua quase totalidade, deixando de existir a resistência eléctrica dos cabos de
ligação às velas.
Assim, o circuito de alta tensão passa a ser menos complexo e mais seguro, pois muitas vezes os
cabos de alta tensão deficientes estão na origem de incêndios no compartimento do motor.
Assim, foi possível aumentar o rendimento do motor, tendo como consequências directas disso, a
diminuição do consumo e aumento da potência específica, bem como a diminuição considerável das
emissões de gases tóxicos para a atmosfera.
A fiabilidade destes sistemas é também superior, não necessitando de tanta manutenção como
um carburador, sendo no entanto exigido aos técnicos de reparação um conhecimento superior da
electricidade e da electrónica.
Nestes sistemas, o combustível é injectado no colector de admissão, imediatamente antes das válvulas
de admissão, através de um sistema de injecção controlado mecanicamente ou electronicamente.
Os sistemas de injecção podem ser classificados em três grupos, de acordo com as suas características
específicas de funcionamento:
Sistemas mecânicos
Sistemas electromecânicos;
Sistemas electrónicos.
Os do segundo grupo são uma variante do primeiro, incluindo-se neles um sistema electrónico de
controlo capaz de modificar o caudal de combustível enviado aos injectores, consoante as diferentes
condições de funcionamento. O modo de injecção destes sistemas pode ser injecção simultânea ou
injecção semi-sequencial.
Na injecção simultânea, os injectores debitam combustível de modo descontínuo mas fazem-no todos
ao mesmo tempo (Fig. 3.25).
Nos sistemas electrónicos, o combustível é injectado por injectores electromagnéticos que abrem e
fecham por comando de um módulo electrónico. Este último adapta os tempos de injecção às diferentes
fases de funcionamento, em função das informações recebidas dos vários sensores acoplados ao
motor (Fig. 3.26).
No sistema monoponto existe apenas um injector que alimenta o motor no colector de admissão, antes
da borboleta do acelerador. O seu funcionamento e aparência fazem lembrar o tradicional carburador.
No entanto, a injecção faz-se em função de ordens da unidade de controlo e não devido à depressão
existente no momento de admissão. Estes sistemas ainda são bastante usados em automóveis de
gama baixa, devido à sua simplicidade e baixo custo, embora a tendência seja a de utilizar cada vez
mais sistemas multiponto.
Este sistema é composto por um componente básico denominado caixa da borboleta, que agrupa o
injector, o regulador de pressão e a borboleta do acelerador.
O sistema multiponto possui um injector para cada cilindro. Este sistema proporciona uma dosificação
de combustível mais correcta para cada cilindro, sendo o combustível injectado à entrada da câmara
de combustão, imediatamente antes da válvula de admissão.
Os injectores são do tipo de agulha de comando electromagnético, sendo alimentados por combustível
a uma pressão regularizada, que pode variar em função das várias condições de funcionamento do
motor.
Habitualmente, os injectores encontram-se ligados entre si por uma régua distribuidora de combustível,
que os alimenta com uma quantidade superior ao consumo. O retorno faz-se através do regulador de
pressão, geralmente montado numa extremidade da régua.
O comando da injecção é feito por uma unidade de controlo electrónica em função de vários parâmetros,
tais como, quantidade de ar aspirado, temperatura do ar de admissão, temperatura do motor, posição
da borboleta do acelerador, velocidade de rotação, posição do pistão relativamente ao PMS, etc.
4 – SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
4.1 - LÂMPADAS
O filamento está colocado no interior de uma ampola de vidro que se encontra preenchido por um
gás inerte (azoto, árgon ou crípton) que retarda a deposição do tungsténio vaporizado na ampola da
lâmpada. A deposição do tungsténio no vidro provoca o seu enegrecimento progressivo.
Nos veículos mais recentes, estas lâmpadas destinam-se a sinalizar os limites da viatura, mudança de
direcção, marcha-atrás, travagem, iluminar a chapa de matrícula e o interior do veículo. Algumas destas
funções, como as luzes de presença traseiras e a luz de travagem, podem aparecer combinadas numa
única lâmpada. Em função da sua aplicação, classificam-se de acordo com os diâmetros dos seus
casquilhos, tamanhos das ampolas e da potência/tensão eléctrica. Nos veículos mais antigos estas
lâmpadas ainda são usadas nas luzes de cruzamento (médios) e de estrada (máximos) (Fig. 4.1).
Simultaneamente, embora o alcance seja limitado em médios por imperativos do código de estrada,
oferece uma maior largura de visão e melhor luminosidade permitindo uma melhor percepção dos
limites da faixa de rodagem.
A superior potência luminosa consegue-se devido a uma maior temperatura do filamento de tungsténio;
para o conseguir sem uma rápida deterioração do filamento, substitui-se o gás inerte por um gás
ionizado, gás halogéneo, que, além de cumprir a mesma função do gás inerte, tem a particularidade
de se combinar com o tungsténio. À alta temperatura a que funciona a lâmpada, parte do tungsténio
que se liberta do filamento, combina-se com o gás halogéneo, depositando-se em seguida de novo no
filamento regenerando-o e aumentando consideravelmente a duração da lâmpada.
Deve-se tomar o cuidado de não tocar com os dedos na ampola das lâmpadas; a transpiração/gordura
depositada pelo tacto produz uma alteração permanente no vidro com as altas temperaturas. Assim,
sendo normal no manuseamento da lâmpada o contacto com a ampola, deve-se limpar a sua superfície
antes da entrada em funcionamento.
Em função do número e posição dos filamentos e da forma da ampola existe os seguintes tipos de
lâmpadas:
H4: São os mais utilizados; ao contrário dos anteriores possuem dois filamentos (fig.
4.4).
Neste tipo de lâmpadas (fig. 4.5), vulgarmente conhecido por lâmpadas de xénon, é estabelecido um
arco eléctrico entre dois eléctrodos num meio onde existe uma mistura de Xénon (gás) e sais metálicos
que entretanto se evaporaram. Estas lâmpadas apresentam um sensível regime transiente (enquanto se
evaporam os sais) que dura 1 segundo até se atingir o regime estacionário. Na fase de estabelecimento
do arco eléctrico entre os eléctrodos estes momentaneamente apresentam uma diferença de potencial
de cerca do 20 kV, e na fase transiente a potência requerida atinge os 75 W baixando para os 35 W
em regime estacionário. Devido a apresentarem o referido atraso na resposta a sua utilização cinge-se
aos faróis médios.
Em comparação com as lâmpadas de halogéneo, apresentam uma luz mais branca e maior potência
luminosa sendo obrigatório os veículos que as utilizam estarem providos de um sistema que regula a altura
da direcção do foco em função da carga da veículo. Abaixo estão representados, comparativamente, as
prestações das lâmpadas de halogéneo (H1) e Xénon (D1).
H1 D1
Os faróis são constituídos basicamente por uma caixa (alojamento), por um cristal (vidro ou plástico),
um reflector, uma ou mais lâmpadas e um sistema de regulação.
4.2.1 - REFLECTOR
O reflector tem a função de reflectir os raios luminosos emitidos pela lâmpada, por forma a não haver
desperdício da emergia irradiada para trás (Fig. 4.6 e 4.7).
Fig. 4.6 - Reflexão do feixe emitido pelo filamento Fig. 4.7 - Reflexão do feixe emitido pelo filamento
de “médios” de “máximos”
Nos últimos anos houve um forte evolução do formato dos reflectores, permitindo um aumento de
visibilidade. Em seguida estão representados os principais tipos de reflectores - paraboloide, superfície
livre e elipsoidal (Fig. 4.8).
4.2.2 - CRISTAIS
Os cristais, fabricados em vidro ou plástico, têm a função de orientar correctamente o feixe luminoso,
aumentando a visibilidade do condutor e diminuindo o risco de encandeamento dos restantes utentes da
via. Assim, consoante se trate de uma luz de cruzamento, de estrada, de longo alcance ou de nevoeiro,
os entalhes do cristal têm formas diferentes, proporcionando alcances e orientações particulares. Nas
figuras seguintes (4.9 a 4.14) mostram-se alguns exemplos de cristais e respectivo feixe luminoso.
Fig. 4.9 - Cristal de um projector de luzes de Fig. 4.10 - Feixe assimétrico das luzes de
cruzamento e de estrada cruzamento
Fig. 4.11 - Cristal de um projector de longo Fig. 4.12 - Feixe das luzes de longo alcance
alcance
Fig. 4.13 - Cristal de um farol de nevoeiro Fig. 4.14 - Feixe das luzes de nevoeiro
Os faróis aplicados aos automóveis têm que ser obrigatoriamente homologados pelas entidades
competentes. Como qualquer outro equipamento, uma vez que seja homologado por um Estado da
União Europeia, e devidamente identificado, essa homologação é válida para os restantes Estados
Membros.
O farol deverá conter a marca de homologação, que consta da letra E, seguida por um número que
identifica o Estado que procedeu à homologação.
Deverá, também, estar presente um código de letras que define a função do farol (luz de cruzamento),
estrada, outras) e um código numérico que define a intensidade luminosa do feixe. Além destas marcas
consta ainda o número de homologação (Fig. 4.15).
Em seguida apresenta-se uma tabela com os códigos de homologação dos vários Estados europeus e
outra com os códigos que representam as funções dos faróis.
Código Função
C Cruzamento
CA Cruzamento com luz de presença
R Estrada
CR Cruzamento e estrada
CRA Cruzamento e estrada com luz de presença
HC Halogéneo de cruzamento
HCA Halogéneo de cruzamento com luz de presença
HR Halogéneo de estrada
HCR Halogéneo de cruzamento e estrada
HCRA Halogéneo de cruzamento e estrada com luz de presença
HCRHR Halogéneo de cruzamento e estrada + halogéneo de estrada
HCHR Halogéneo de cruzamento + Halogéneo de estrada com luz de presença
HCAHR Halogéneo de cruzamento com luz de presença + halogéneo de estrada
B Anti-nevoeiro
LA Longo alcance
Tal como os faróis, os farolins podem integrar várias funções (indicadores de mudança de direcção, de
stop, de marcha atrás, de presença, etc.). A figura 4.16 mostra a constituição de um farolim.
As marcas de homologação dos farolins contêm um código que indica quais as funções que ele
desempenha (Fig. 4.17).
A tabela seguinte indica os códigos que poderão aparecer nos farolins e o seu significado.
Código Função
A Luz de presença dianteira
AR Luz de marcha-atrás
F Luz de nevoeiro
IA Catadióptrico (reflector)
R Luz de presença traseira
SI Luz de stop
I Indicador de direcção dianteiro a mais de 40 mm da placa de iluminação
do projector
Ia Indicador de direcção dianteiro entre 20 mm e 40 mm da placa de iluminação
do projector
Ib Indicador de direcção dianteiro a menos de 40 mm da placa de
iluminação do projector
2a Indicador de direcção traseiro
5 Indicador lateral
O alinhamento preciso dos faróis é imprescindível para a segurança de quem circula de noite ou
com más condições de visibilidade. Inicialmente, os focos luminosos eram simétricos, mas este tipo
de iluminação não se apresentava como o mais adequado. Na Europa passou a utilizar-se o foco
assimétrico. Nos países em que se circula pela direita o foco é caracterizado por um ângulo de 15º em
altura, nos médios (Fig.4.18).
1. Lâmpada
2. Filamento de médios
3. Filamento de máximos
Este tipo de iluminação permite iluminar de forma mais eficaz a frente lateral da estrada, facilitando
a visualização de possíveis obstáculos e evitando o encadeamento dos condutores que circulam em
sentido contrário (Fig. 4.19).
Os médios são os principais visados no alinhamento, e como em muitos casos o mesmo farol assegura
quer a luz de médios, quer a de máximos (utilizando-se uma lâmpada de duplo filamento), o mesmo
alinhamento permite a regulação dos dois tipos de iluminação, sendo também necessário o alinhamento
de faróis complementares quando a iluminação do veículo é efectuada por quatro ópticas.
O alinhamento consistirá então em baixar ou subir o foco luminoso tomando em consideração o limite
superior em relação à horizontal, com vista a evitar o encadeamento do automobilista que circule em
sentido contrário, ou que a estrada seja incorrectamente iluminada.
Considera-se geralmente que um farol desalinhado de 1% em relação à altura encandeará vinte vezes
mais do que um alinhado. Inversamente um abaixamento de 1% reduzirá a visibilidade do condutor na
mesma medida (vinte vezes menos). Daqui se conclui a importância da regulação dos faróis.
Para uma altura de farol de 0,65 m uma variação do alinhamento de 1% faz variar a zona iluminada
para o dobro.
Sabendo-se dos estudos de segurança rodoviária que a distância de travagem é da ordem dos 63 m a
90 km/h, deve-se ter em conta que um abaixamento de linha implicará uma redução da zona iluminada,
como se vê na seguinte tabela.
Distância
Abaixamento
iluminada
0,5 % 130 m
1% 65 m
1,5 % 43 m
2% 32 m
2,5 % 26 m
Desde 1995 que está em vigor a norma europeia que impõe a percentagem mínima e máxima de
regulação.
Os regloscópios devem estar conforme a norma e indicar claramente no écran os limites de -0,5% a
-2,5% indicadores da margem possível.
Alguns regloscópios mais antigos não indicam claramente os limites da norma, embora permitam
regular os projectores. Os mais recentes facilitam o posicionamento tornando-o mais rápido e, como são
regulados electronicamente possuem a incorporação de um luxímetro que permite medir a intensidade
da luz.
O regloscópio deverá:
3. Coluna vertical; 4. Câmara óptica; 5. Nível; 6. Lentes; 7. Ajustador de horizontalidade; 8. Ajustador da altura
com travão; 9. Suporte; 10. Extensão telescópica; 11. Metro; 12. Luxímetro; 13. Botão do teste de bateria; 14.
Botão de medição da intensidade luminosa; 15. Placa de protecção; 16. Ajustador com escala para medição da
percentagem de inclinação do foco; 19. Barra de alinhamento; 20. Fixador da barra de alinhamento;
Fig. 4.21 – Regloscópio
O aparelho deve ser colocado em frente do farol a controlar, a uma distância entre 30 a 40 cm, alinhando
a caixa do aparelho com o centro do farol com uma tolerância de 3 cm verticalmente e transversalmente.
Alinha-se o aparelho longitudinalmente seguindo o procedimento específico do equipamento. Faz-se a
regulação do écran em função da altura do farol, para cada verificação. Acerta-se a óptica em altura e
desvio horizontal (Fig. 4.22).
Uma vez centralizado, o regloscópio, pode ser movimentado tanto verticalmente quanto transversalmente,
em relação ao eixo longitudinal do veículo, conservando o alinhamento.
Posteriormente o regloscópio deverá ser posicionado em frente ao farol a ser avaliado. Se necessário,
regular a altura da câmara óptica.
O veículo e o aparelho devem estar ao mesmo nível, numa superfície horizontal (Fig. 4.23).
A linha divisória claro/escuro deverá situar-se sobre a linha de referências no écran de controlo
do equipamento em toda a sua largura nos faróis simétricos, ou sobre metade deste no caso dos
assimétricos. Nos faróis assimétricos a focagem deve ser feita com a luz na posição de médios. (Fig.
4.24)
Os regloscópios mais recentes, dispõem de écrans que indicam a inclinação do foco e onde estão
indicados os limites da norma europeia (Fig. 4.25).
Na figura 4.26 está representado o écran mais convencional. Com este tipo de apresentação do écran
é mais fácil ao operador a regulação do foco.
O luxímetro permitirá a medição da diferença da intensidade luminosa dos dois faróis considerando-se,
que uma diferença superior a 50% será impeditiva de uma boa iluminação. Neste caso será necessário
verificar qual a causa do problema para a sua eliminação (substituição de lâmpadas, problemas no
farol, etc.).
Uma das luzes não se Cabo de alimentação Verificar circuito com Substituir cabo
acende cortado multímetro
Cabo de alimentação
do comando de luzes Verificar com Reparar instalação
Não acende nenhum cortado multímetro
farol ou luz de
presença do sistema Comando de luzes Verificar funcionamento Reparar ou substituir
de iluminação defeituoso com multímetro comando
Interruptor geral
Verificar com multímetro Substituir interruptor
defeituoso
Não funciona qualquer
dos faróis de nevoeiro Cabo de alimentação Verificar com multímetro Reparar instalação
cortado
Verificar quedas de
Contactos defeituosos Reparar contactos
tensão
Mau acerto do
regulador de tensão
(excessivo nível de Verificar circuito de Reparar ou substituir
tensão fornecido à carga regulador
rede)
Verificar quedas de
tensão no circuito
(podem haver
resistências adicionais
Lâmpadas fundem-se por deficientes
contactos, provocando
frequentemente
Contactos defeituosos um decréscimo de
tensão à lâmpada que Reparar contactos
(resistência dos
lhe está associada em
contactos) série) Esta resistência
adicional acarreta um
aumento de corrente
devido á maior potência
consumida no circuito e
maior aquecimento na
lâmpada por efeito de
Joule
5 – PAINEL DE INSTRUMENTOS
O painel de instrumentos tem como função informar permanentemente o condutor do estado em que se
encontram os vários sistemas do veículo, tanto eléctricos, como hidráulicos e mesmo mecânicos.
Está concebido para ter uma fácil leitura agrupando os distintos indicadores e avisadores de modo
lógico.
Uma vez rodada a chave para a posição de contacto, os LED’s ou lâmpadas avisadoras devem iluminar-
se indicando que todos os circuitos de controlo dos distintos sistemas se encontram em boas condições
de funcionamento. Caso contrário (ruptura de algum cabo, curto circuito) o avisador correspondente
entrará em intermitência durante alguns instantes apagando-se em seguida.
Caso haja uma anomalia em determinado sistema, o avisador de alarme desse sistema acende, não se
apagando até a anomalia ser reparada.
Indicadores de controlo
Avisadores sonoros
Avisadores Vermelhos (Fig. 5.1) – Indicam sempre perigo. Informam avarias ou anomalias que
ocorrem durante o funcionamento da viatura.
Avisadores Verdes (Fig. 5.2) – Avisam que estão em funcionamento as luzes indicadoras de direcção,
as luzes de presença, os médios e as luzes de nevoeiro à frente.
Avisadores Âmbar (amarelos) (Fig. 5.3) – Indicam algumas funções especiais próprias do veículo
que se conduz. Luz de nevoeiro traseira, desembaciadores, resistência dos motores Diesel, nível de
combustível, controlo de tracção, bloqueio do diferencial, filtro do gasóleo, etc.
Indicadores obrigatórios
Conta-rotações
Colocar à massa o
Indicador defeituoso Substituir indicador
seu borne de saída
Bobina(s) do indicador
de quadro Verificar indicador de
Um dos indicadores defeituosa(s) Não está quadro; ao soltar o
Substituir indicador
marca sempre o ligada á massa a cabo de saída deve
máximo bobina do indicador marcar zero
que deveria estar
Comprovar o seu
Unidade de envio Substituir unidade de
funcionamento fora do
defeituosa envio
carro
O som é produzido pela vibração de uma placa de aço, a uma frequência audível que faz ressoar o ar
confinado num pavilhão acústico.
Esta é constituída por um núcleo magnético (N) sobre o qual está uma bobine eléctrica (L). Ao ser
accionada a buzina, a bobina é percorrida por uma corrente eléctrica criando uma força que atrai a
placa móvel (A), a qual está acoplada à membrana vibratória (M). Quando o íman atrai a placa móvel
(A), separam-se os contactos (C) e a corrente na bobina (L) é interrompida. Não havendo corrente,
o electroíman deixa de actuar e a placa móvel (A) volta à posição inicial de repouso, por acção da
membrana. Nessa posição, os contactos (C) voltam a fechar-se, ligando o circuito. Assim o electroíman
volta a atrair a membrana, a qual separa novamente os contactos, e assim sucessivamente. Este ciclo
repete-se enquanto a buzina for alimentada.
Em paralelo com os contactos (C) existe um condensador (B), através do qual os contactos são
protegidos. Se o condensador não existisse, no momento em que os contactos se separassem,
interrompendo a corrente eléctrica, saltaria uma faísca entre eles, que levaria à sua rápida destruição.
A distância do entreferro, ou seja, entre a placa móvel e o núcleo magnético, pode variar através de
um parafuso de afinação. Ao aproximar ou afastar a placa, a vibração da membrana (M) pode ser mais
rápida ou mais lenta, o que faz com que o maior ou menor número de vibrações por minuto torne o
som mais agudo ou mais grave. Este parafuso permite compensar o desgaste natural dos contactos,
garantindo que o som de origem da buzina se mantém.
Abaixo está representado um quadro de avarias da buzina, com as causas possíveis e soluções.
Comprovar com
Interruptor defeituoso Substituir interruptor
lâmpada de provas
Comprovar com
Relé defeituoso Substituir relé
lâmpada de provas
A buzina não funciona
Contactos ou bobinas Verificar com bateria e
Substituir buzina
defeituosas lâmpada de provas
Comprovar, rodando o
Regulação defeituosa Regular o parafuso
parafuso
Comprovar, rodando o
Regulação defeituosa Regular o parafuso
parafuso
A buzina não funciona
sempre Ligação à massa Comprovar com
Reparar ligação
defeituosa multímetro
Comprovar queda de
Interruptor defeituoso Reparar ou substituir
tensão
O sistema de limpa pára-brisas é um acessório de instalação obrigatória e tem por função limpar o vidro
pára-brisas quando este se encontra sujo ou em situações atmosféricas adversas, por forma a manter
boas condições de visibilidade.
O varrimento das escovas dos limpa vidros pode ser efectuada de diversas formas. Na figura 6.1.
são apresentados os 5 tipos mais utilizados para pára-brisas de automóveis de passageiros. Estes
sistemas baseiam-se nas prescrições legais relativas à área de visão.
A grande dimensão dos vidros actuais obriga a que o motor eléctrico seja relativamente potente para
poder vencer o atrito entre as escovas e o vidro, uma vez que para o limpar deve existir uma certa
pressão entre ambos.
Para uma maior visibilidade sob chuva intensa, os veículos dispõem de duas velocidades de limpa
vidros, originada no motor eléctrico.
Possuem ainda um dispositivo que permite ligar e desligar o circuito limpa vidros automaticamente, com
intervalos de tempo definidos. Deste modo garante-se uma maior eficácia da limpeza em situações de
chuva leve ou de humidade elevada.
Nos veículos mais actuais, equipados com o sensor de chuva, é nesta posição que o mesmo funciona.
Quando o manípulo se encontra na 1ª posição, o sensor é activado. Assim, as escovas só se movimentam
se for detectada chuva ou humidade pelo sensor e funcionam com velocidade proporcional à quantidade
de chuva.
Existe um interruptor em paralelo com o principal que garante que, quando se desliga o interruptor
principal, as escovas não param na posição em que estão, mas sempre na sua posição de repouso.
Deste modo garante-se boa visibilidade, sem interferência das escovas
Para ajudar a limpeza do pára-brisas, existe um sistema de lavagem que consiste em enviar um
esguicho de água contra o vidro ao mesmo tempo que se fazem mover as escovas limpa vidros.
Para tal existe um depósito de água no compartimento de motor. Um motor eléctrico acciona uma
pequena bomba que envia a água do depósito, através de uma tubagem, para os esguichos do pára-
brisas.
O circuito pode estar concebido para que, quando for accionado o esguicho, seja também ligado o
sistema limpa vidros, ou poderá funcionar independentemente deste.
O sistema de limpa e lava vidro do óculo traseiro é semelhante ao sistema dianteiro, com a particularidade
de se utilizar apenas uma escova de limpeza.
Em baixo está representado o esquema eléctrico deste dispositivo. O interruptor é tipo impulsor. Quando
se pressiona o interruptor para a posição B, liga-se motor eléctrico e faz-se mover a escova de limpeza.
Se o interruptor for pressionado até à posição C, é também accionado o esguicho de água.
Em determinados modelos está disponível a limpeza e lavagem dos faróis dianteiros. Este sistema
permite manter as características de iluminação e visibilidade dos faróis, mesmo em condições
atmosféricas adversas ou em terrenos lamacentos.
Nalguns automóveis estão instaladas escovas de limpeza e esguichos de água nos faróis dianteiros,
tal como mostra a figura 6.7.
No entanto, a aplicação das escovas nos faróis dianteiros tem caído em desuso, uma vez que traz
inconvenientes aerodinâmicos. Actualmente é apenas instalado no pára-choques o esguicho de água
para limpeza dos faróis.
Em automóveis topo de gama, o sistema de lavagem dos faróis envia um esguicho de água aquecida
e a alta pressão, por forma a melhorar a eficácia da lavagem.
O accionamento destes dispositivos é feito através do mesmo interruptor que comanda o sistema de
limpa pára brisas. No entanto, o dispositivo de limpeza e lavagem de faróis só funciona se as luzes
estiverem acesas. Nessa situação, quando se accionam os esguichos do pára brisas, também o sistema
de limpeza e lavagem dos faróis é accionado.
Por forma a proporcionar um ambiente agradável aos passageiros do veículo, o ar do habitáculo deve
ser renovado e aquecido ou arrefecido, de acordo com as necessidades. Para tal existem entradas e
saídas de ar que permitem a sua circulação, que pode ser originada pela própria deslocação do veículo
ou por um ventilador.
Geralmente, a tomada de ar dá-se na zona inferior do pára-brisas, forçada pelo ventilador. Através de
condutas, passa pelo evaporador do ar condicionado (se existir). Depois, segue para as várias saídas
dentro do habitáculo podendo passar pelo permutador de calor ou não.
O sistema de ventilação foi dotado de um filtro (a partir dos anos 90 tornou-se mais popular), de modo
a que todo o ar que entra no habitáculo passa por ele necessariamente, para obter a melhor qualidade
possível do ar e evitar a entrada de substâncias nocivas no habitáculo.
Todo o sistema de ventilação forçada é controlado pelos utilizadores do veículo através de comandos
existentes na consola central e junto dos difusores (fig. 6.9).
A forma como o sistema executa esses comandos depende da tecnologia do veículo. Nos sistemas
mais antigos, existem actuadores mecânicos (por cabo, pneumático ou por tirante) que controlam as
várias comportas e um sistema eléctrico simples (com diferentes resistências) que controla a velocidade
do ventilador.
Posteriormente surgiram sistemas em que as comportas são accionadas electricamente, bem como a
válvula do circuito do líquido de arrefecimento.
Nos veículos mais actuais, todo o sistema é controlado electronicamente. O utilizador do veículo
escolhe a temperatura desejada para o habitáculo e a zona do habitáculo. A unidade electrónica recebe
essa informação, juntamente com outras dos vários sensores (temperatura do habitáculo, temperatura
exterior, temperatura do motor...), processa toda essa informação e actua sobre o ventilador e as várias
comportas ou válvula de modo a manter as condições definidas pelo utilizador.
Em climas de temperaturas mais baixas, como por exemplo nos Países do Norte da Europa, o sistema
anteriormente referido tem um sub-sistema para aquecimento suplementar do habitáculo. Como
o referido aquecimento está dependente do aquecimento do líquido de arrefecimento do motor, os
primeiros quilómetros (dependendo da carga aplicada ao motor, nesse período de aquecimento) far-se-
iam sem aquecimento do habitáculo. Por essa razão, os sistemas de climatização podem ser dotados
de aquecimento por resistências eléctricas (PTC). Estas são colocadas no circuito de arrefecimento do
motor para acelerar o processo de aquecimento do líquido de arrefecimento. Com o líquido quente em
menos tempo, têm-se o aquecimento do habitáculo em menos tempo também.
O controlo das resistências de aquecimento do líquido de arrefecimento do motor, neste caso, não é
feito no sistema de aquecimento do habitáculo. A unidade de gestão electrónica liga este sistema de
aquecimento quando o veículo é ligado e desliga-o quando a temperatura do líquido de arrefecimento
do motor atinge cerca de 800ºC (temperatura normal de funcionamento).
A recirculação de ar é uma função da maioria dos sistemas e permite que o ar circule apenas no
habitáculo fechando a entrada de ar do exterior (quase totalmente). É uma função bastante útil quando
se percorrem zonas com poeira ou cheiros desagradáveis. Em geral, é accionada manualmente por um
interruptor como o da figura 6.9. No entanto, em veículos de um segmento elevado, existem sistemas
automáticos de recirculação, dependentes de um sensor de qualidade do ar, reagindo a gases de
escape ou industriais, informando a unidade electrónica de climatização e esta por sua vez, fazendo
actuar o pequeno motor eléctrico que faz girar a comporta, fechando a entrada de ar no habitáculo.
6.5 - AR CONDICIONADO
Como foi visto anteriormente, o aquecimento do habitáculo não traz grandes problemas, uma vez que
o motor liberta uma quantidade apreciável de calor que pode ser aproveitado para esse fim.
No entanto, no que diz respeito ao arrefecimento do habitáculo, a questão é mais complexa. Para tal
existem sistemas de ar condicionado.
No sistema circula um líquido refrigerante que, em função das condições de pressão e temperatura,
sofre transformações de estado físico (passagem do estado líquido para o gasoso e vice-versa),
absorvendo o calor do habitáculo e libertando-o para o exterior (Fig. 6.10).
O gás refrigerante a baixa pressão é aspirado pelo compressor. Durante a compressão este gás aquece.
O gás quente a alta pressão passa pelo condensador, onde transfere o seu calor para as superfícies
do condensador. Ao ceder o seu calor, o gás condensa-se formando um líquido a alta pressão. Este
líquido a alta pressão passa no evaporador através de uma restrição (tubo de orifício ou válvula TXV).
Esta restrição controla o volume de produto refrigerante que entra no lado de baixa pressão do sistema.
Dentro do evaporador, o produto refrigerante a baixa pressão evapora-se absorvendo calor da superfície
do evaporador. Ao evaporar-se (o produto) dilata e aumenta a pressão do lado da baixa. Este gás é
aspirado pelo compressor e repete-se o ciclo. (Fig.6.11)
Em termos práticos, com este melhor ajuste do cinto ao corpo, consegue-se absorver, de uma maneira
mais progressiva, a energia de que o corpo fica animado durante o impacto e que o projecta, para a
frente, com violência.
No que respeita ao funcionamento dos pré tensores, podem ser distinguidos dois grupos: os mecânicos
e os pirotécnicos. Quanto à sua localização, podem estar por baixo do fecho/trinco do cinto de segurança
ou, alternativamente, associados ao enrolador (Fig. 7.2 e 7.3).
Actualmente, destacam-se quatro tipos de pré tensores mais utilizados (Fig. 7.4 a 7.7):
Fig. 7.4 - Pré-tensor mecânico com comando mecânico, actuando no trinco do cinto de segurança
Fig. 7.5 - Pré-tensor pirotécnico com comando electrónico, actuando no trinco do cinto de segurança
D – Carga explosiva
E – Alavanca
F – Ligação alavanca/cilindro
G – Mola
H – Cabo de aço
I – Câmara de combustão
J – Pistão
K – Cilindro
X – Bloqueio da alavanca
Y – Contacto para inicializar a combustão
Fig. 7.6 - Pré-tensor pirotécnico com comando mecânico, actuando no enrolador do cinto de segurança
E – Ficha eléctrica
F – Câmara de geração de gases
G – Cilindro
H – Pistão
I – Gerador de gás
J – Cabo metálico
K – Cinto de segurança
Como referido nos exemplos dados, os pré tensores podem ter comando mecânico ou eléctrico.
Os pré tensores accionados electricamente são comandados por uma unidade de controlo comum
aos air bags e pré tensores. Esta envia um sinal eléctrico que provoca a incandescência de um
filamento, que por sua vez origina a combustão da carga pirotécnica puxando o mecanismo
ligado aos cintos de segurança.
Nos pré tensores mecânicos, existem vários tipos de mecanismos que transformam a força do
êmbolo do pré tensor em movimento de tracção do cinto de segurança. Nas figuras seguintes
(7.8 a 7.14) apresentam-se alguns desses mecanismos.
Fig. 7.10 - Accionado por bolas Fig. 7.11 - Sistema por cremalheira
Fig. 7.12 - Sistema por rodas satélites Fig. 7.13 - Sistema de fitas de aço
Para detectar se um pré tensor foi accionado dever-se-á ter em atenção se:
No caso dos pré tensores por cabo, verificar a profundidade a que se encontra o
êmbolo recorrendo a uma vareta ou uma chave de fendas
Nos pré tensores por cabo com orifício de controlo, o pré tensor está activado
quando o cabo não está visível
Nos pré tensores accionados por bolas basta agitar para verificar se foi activado.
Caso este tenha sido activado, ouvem-se as esferas que ficaram soltas
Os pré tensores de êmbolo rotativos têm um orifício de controlo. Caso esteja activado
é visível uma marca indicadora
Nos casos dos pré tensores por cabo colocados nos bancos, quando activados
provocam deformações no revestimento plástico
Alguns pré tensores colocados nos bancos dispõem de um indicador de cor para
informar se está ou não operacional (lingueta)
Existem pré tensores colocados nos bancos, envolvidos numa caixa de plástico,
que quando accionados recolhem para dentro da caixa, tornando evidente que
foram activados
O air bag foi introduzido nos veículos para aumentar a segurança em caso de acidente, evitando que
os ocupantes embatam de forma violenta em zonas rígidas.
O air bag não é mais que uma almofada de ar que suaviza o impacto sofrido no acidente.
Nestes casos, acende-se a luz (testemunho do painel de instrumentos) para alertar que os air bags não
estão operacionais.
Para detectar se um air bag foi accionado dever-se-á ter em atenção se:
Verificar se os forros dos bancos e as tampas das portas, torres, volante e tablier
estão danificadas.
BIBLIOGRAFIA
PÓS-TESTE
Em relação a cada uma das perguntas seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das
quais apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera
correcta, colocando uma cruz (X) no quadradinho respectivo
a) Interruptores e semi-condutores................................................................................................
d) Todas as anteriores....................................................................................................................
a) A cablagem da instalação eléctrica do veículo pode passar por qualquer zona da carroçaria........
d) A cablagem da instalação eléctrica do veículo deve estar dividida com fichas de ligação ou
conectores para mais fácil reparação ou substituição................................................................
b) Sistema de iluminação...............................
c) Air-bag........................................................
d) Sistema de ignição.....................................
a) Bateria........................................................................................................................................
b) Contínua.....................................................................................................................................
c) Alternada....................................................................................................................................
d) Estática......................................................................................................................................
a) Carga.........................................................................................................................................
b) Ignição........................................................................................................................................
c) Injecção......................................................................................................................................
d) Arranque.....................................................................................................................................
a) Corrente alternada.....................................................................................................................
b) Corrente contínua......................................................................................................................
c) Corrente composta.....................................................................................................................
a) Permite deslocar o pinhão de ataque por forma a que este engrene no volante do motor
quando solicitado.......................................................................................................................
15 - Qual dos seguintes órgãos abaixo indicados não faz parte do sistema de ignição?
a) Distribuidor.................................................................................................................................
b) Velas..........................................................................................................................................
c) Bobine........................................................................................................................................
d) Carburador.................................................................................................................................
c) Os sistemas de ignição electrónica mais actuais são mais seguros porque a bobina está
instalada muito próximo da vela, evitando a existência de cabos de alta tensão no compar-
timento do motor..........................................................................................................................
d) Os sistemas de ignição não sofreram evolução tecnológica porque não apresentavam pro-
blemas.......................................................................................................................................
17 - O componente do sistema de ignição que tem como função transformar a tensão fornecida
pelo alternador em alta tensão é:
a) A vela..........................................................................................................................................
b) O distribuidor..............................................................................................................................
c) A bobina......................................................................................................................................
d) O ruptor......................................................................................................................................
a) Dois filamentos...........................................................................................................................
b) Um filamento..............................................................................................................................
c) Três filamentos...........................................................................................................................
a) Simétrica....................................................................................................................................
b) Assimétrica.................................................................................................................................
c) Irregular......................................................................................................................................
a) Maior tamanho...........................................................................................................................
b) Maior potência............................................................................................................................
c) Menor consumo..........................................................................................................................
21 - A lâmpada de halogéneo não deve ser tocada com as mãos nuas. Porquê?
b) A lâmpada parte-se....................................................................................................................
23 - As marcas de homologação dos faróis têm códigos de acordo com a função do farol.
A letra C representa:
a) Luzes de estrada........................................................................................................................
b) Luzes de cruzamento.................................................................................................................
c) Luzes de nevoeiro......................................................................................................................
b) A escala do luxímetro.................................................................................................................
c) A distância em metros a que o regloscópio deve ser colocado para a verificação do alinha-
mento..........................................................................................................................................
d) A inclinação do regloscópio........................................................................................................
a) Médios assimétricos...................................................................................................................
b) Médios simétricos......................................................................................................................
c) Os máximos...............................................................................................................................
d) Os mínimos................................................................................................................................
26 - Uma das afirmações seguintes não é uma avaria comum no sistema de iluminação do
veículo:
a) Cabo cortado..............................................................................................................................
b) Lâmpada fundida.......................................................................................................................
c) Fusível queimado.......................................................................................................................
a) É normal, iluminam-se aquando do controlo e apagam-se quando não são detectadas ava-
rias..............................................................................................................................................
d) É anormal, os LED’s ou lâmpadas deviam manter-se iluminados até que o condutor inici-
asse a marcha............................................................................................................................
d) Não é obrigatório. Pode ser substituído por um avisador acústico de luzes acesas.................
c) As duas primeiras.......................................................................................................................
d) Arrefecer o habitáculo................................................................................................................
a) Compressor................................................................................................................................
b) Condensador..............................................................................................................................
c) Evaporador.................................................................................................................................
d) Válvula de compressão..............................................................................................................
a) Varrer o vidro pára-brisas para tirar o excesso de água quando se conduz sob chuva
intensa........................................................................................................................................
c) Limpar o vidro pára-brisas sempre que esteja sujo ou em condições atmosféricas adver-
sas..............................................................................................................................................
d) Fazer com que o limpa vidros funcione de forma intermitente (com períodos de paragem).....
c) São sistemas que ligam automaticamente o limpa pára-brisas, permitindo dois ou três
varrimentos, quando se acciona a bomba de lavagem do pára-brisas......................................
a) Quando a(s) entrada(s) são excitadas ou alteradas, de acordo com o programa contido na
memória, actua sobre a(s) saída(s) necessárias, que por sua vez dão nova informação à
central, realimentando as entradas de modo a obter/ manter o resultado expresso na
memória....................................................................................................................................
c) Comanda os actuadores dos vários sistemas (saídas) de modo a contribuir para o bom
funcionamento do veículo, proporcionando conforto, segurança e performance, sem descui-
dar o consumo e protecção ambiental......................................................................................
a) Um problema eléctrico...............................................................................................................
b) Um problema mecânico.............................................................................................................
d) Lubrificação insuficiente.............................................................................................................
d) Todas as anteriores....................................................................................................................
CORRIGENDA DO PÓS-TESTE
1 A
2 C
3 A
4 B
5 D
6 B
7 B
8 B
9 B
10 A
11 A
12 A
13 C
14 A
15 D
16 D
17 C
18 D
19 B
20 B
21 A
22 C
23 B
24 A
25 D
26 D
CORRIGENDA DO PÓS-TESTE
27 B
28 A
29 A
30 C
31 C
32 B
33 B
34 A
35 D
36 D
37 B
38 C
39 C
40 C
41 A
42 A
43 A
44 C
45 C
46 C
47 A
48 D
49 C