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ERGONOMIA PARA MÚSICOS: PRÁTICAS PREVENTIVAS EM UM

CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE MÚSICA

Cristina Porto Costa, M.Sc.


CEP Escola de Música de Brasília
SGA/Sul, Quadra 602, Projeção D
70.200-620 - Brasília, Distrito Federal
Email: cportoc@gmail.com

Palavras-chave: ergonomia, músicos, práticas preventivas.

Este artigo relata iniciativa de ensino de conteúdos ergonômicos em um centro de educação profissional
de música. Propõe-se contribuir para a promoção de saúde e prevenção de lesões relacionadas à prática
instrumental, minimizando fatores de risco presentes no trabalho de instrumentistas iniciantes e
professores de música. Enfatiza-se a necessidade de práticas preventivas no período de formação dos
músicos e sinalizam-se benefícios resultantes de uma abordagem ergonômica.

Keywords: ergonomics, musicians, preventive practices.

This paper reports initiative of teaching ergonomic contents at a public school of music. It aims to
contribute for health promotion and prevention of injuries related to instrumental playing in order to
minimize occupational risk factors in learning instrumentalists and music teachers' work. It emphasizes
the need of preventive practices in the period of development of musicians and it points benefits of an
ergonomic approach to these issues.

1.INTRODUÇÃO

Pesquisas em Ergonomia, ciência caracteristicamente interdisciplinar que estuda as relações entre o homem
e o seu fazer de forma contextualizada, têm possibilitado um maior entendimento sobre a situação laboral, a
identificação de riscos ocupacionais, suas conseqüências para a saúde e a produtividade do trabalhador. Ao
perscrutar a atividade real visando adaptar o trabalho ao homem, a Ergonomia gera novos conhecimentos e propicia
reflexões sobre a produção humana, em sua vasta gama de manifestações. O fazer musical, sendo uma delas,
também pode se beneficiar dos achados desta área. Música e trabalho são conceitos revisitados, desmistificando a
visão romantizada do talento, adentrando interações que efetivamente ocorrem tanto no período de aprendizagem
quanto no exercício profissional (COSTA e ABRAHÃO, 2004).

A proposta de aplicação dos conhecimentos ergonômicos às práticas musicais traz à baila o Custo Humano
do Trabalho, manifesto no entrelaçamento do que é despendido pelo trabalhador nas dimensões física, cognitiva e
afetiva em sua atividade. Para lidar com as exigências da tarefa, com a variabilidade da situação laboral e
discrepâncias que se apresentam, são estabelecidas estratégias de regulação no curso da própria ação, de forma a
minimizar tal dispêndio (FERREIRA e MENDES, 2003). Nesta ótica, observa-se que a atividade do músico
integra, caracteristicamente, momentos distintos que confluem geralmente para uma apresentação pública. A
maneira pela qual as etapas de preparação são desenvolvidas e articuladas revelam-se fundamentais para um
desempenho satisfatório. O período de formação, mais que voltado à aquisição de conhecimentos básicos e técnicas
instrumentais, alicerça uma gama de estratégias e modos operatórios que estarão presentes na vida profissional do
músico, determinando práticas no gerenciamento da carreira, nas tentativas de minimizar o Custo Humano do
Trabalho, no processo saúde-adoecimento e na manutenção da expertise frente a novas demandas (COSTA,
2005a.).

Para a educação profissional em nível técnico é indispensável desenvolver competências que estejam em
sintonia com o mundo do trabalho, tendo por metas a inserção, a permanência e o aprimoramento de novos
profissionais. Em face de relatos de ocorrência de quadros de dor em alunos de música durante o aprendizado das
técnicas instrumentais evidencia-se um desafio: como se profissionalizar e manter uma carreira quando o período
de formação parece desconsiderar riscos de adoecimento decorrentes de práticas repetitivas e intensivas, da
manutenção de posturas estáticas por longo tempo, dos altos níveis de estresse vinculados à situação performática,
da alta competitividade e do início dos estudos em idade cada vez mais precoce? Quanto à educação profissional de
artes, os próprios referenciais curriculares sinalizam críticas aos cursos oferecidos no Brasil, a sua distância frente
às características do mercado, às demandas reais e às modificações tecnológicas ocorridas, bem como a pouca
atualização de docentes (MEC, 2000).

Por sua vez, Pereira et al. (2002) sinalizam que o ensino de ergonomia no Brasil tem se restringido a
programas de pós-graduação que apresentam, na ótica de muitos profissionais de segurança e de saúde, um excesso
de academicismo. Para os autores, a relação entre ensino e prática da ergonomia precisa considerar também os
profissionais de nível técnico que atuam de forma expressiva nas condições de trabalho em distintos espaços.
Observa-se, no entanto, que áreas técnicas, como a do ensino de música, não são favorecidas com informações ou
práticas sistemáticas que previnam problemas relacionados à saúde e segurança ocupacionais.

Depreende-se, diante do exposto, que uma abordagem interdisciplinar destas questões pode favorecer
soluções que contemplem as aspirações dos músicos em formação, a consecução de seus objetivos e o resguardo de
sua saúde. Este artigo é fruto deste pressuposto e relata uma experiência de ensino de conhecimentos ergonômicos,
de forma preventiva, para clientelas diferenciadas em um CEP - Centro de Educação Profissional de música,
localizado no Distrito Federal.

1.1 O período de formação do músico e a necessidade de práticas preventivas

O estudo da performance musical assinala a necessidade de rever a realidade de trabalho dos músicos ainda
em seu período de formação, questionando a dor relacionada ao tocar e o mito da sua normalidade em função da
busca por um desempenho perfeito (COSTA, 2003). A significativa ocorrência de desconforto nas práticas
instrumentais traz à tona um comparativo entre a atividade de atletas e a de músicos, revelando analogias em
termos das solicitações físicas presentes (ANDRADE e FONSECA, 2000), sublinhadas por alta carga cognitiva e
cobranças de excelência em moldes competitivos. Moura, Fontes e Fukujima (1998) assinalam como adoecimentos
mais freqüentes as desordens músculo-esqueléticas, as neuropatias compressivas e as disfunções motoras. Por sua
vez, o II Congresso Internacional de Medicina para Músicos atesta avanços de pesquisas e tratamentos em
diferentes diagnósticos, mas sinaliza extrema morosidade no tocante à prevenção. Nesta perspectiva, a saúde do
músico passa tanto pela área médica quanto pela educacional, requerendo abordagens que subsidiem a prática
instrumental e a qualidade de vida, tanto na aprendizagem do instrumento quanto no exercício profissional
(COSTA, 2005b).

O período de formação é essencial para a prevenção de lesões, para o conhecimento dos riscos
ocupacionais e para a aquisição de estratégias eficazes na administração da situação laborativa. Sob este enfoque, a
ergonomia se coloca como interface possível, propiciando, por meio do estudo da atividade, conhecimentos para
diminuir a exposição a riscos ocupacionais, impulsionando adequações quanto à organização do trabalho, às
demandas de cunho cognitivo, à interface instrumental, ao posto e ao espaço de trabalho, entre outros quesitos.
Busca-se, desta maneira, promover um olhar crítico e favorecer a autonomia para otimizar a formação profissional
e a carreira subseqüente.

Observa-se que ações de cunho preventivo no Brasil ainda não permeiam o período de formação de
maneira eficaz, sendo que em outros países, tais como Inglaterra e Estados Unidos, orientações e trabalhos para
conscientização corporal, em diferentes abordagens, são curriculares. Mesmo músicos profissionais encontram
dificuldades para obter esclarecimento e auxílio adequado frente a quadros de adoecimento como os Distúrbios
Ósteomusculares Relacionados ao Trabalho (COSTA e ABRAHÃO, 2002).

O papel do professor no período de formação é fundamental, visto que lhe cabe repassar e supervisionar
técnicas de produção sonora ao instrumento, acompanhando a aprendizagem motora do aluno e orientando as
posturas assumidas durante o estudo. O equilíbrio muscular precisa ser procurado e o condicionamento físico
necessário à atividade, incentivado. Observa-se, contudo, que a formação dos docentes nos cursos de licenciatura
em música é lacunar no tocante a estas questões. A construção de competências que contemplem esta problemática
requer novos estudos que supram a carência de informações da área. As poucas pesquisas em Pedagogia do
Instrumento reforçam o fato de o professor ser obrigado a construir estas competências muitas vezes com base em
ensaio e erros, valendo-se de intuição e vivências próprias, retomando os exemplos de seus instrutores e repetindo
suas práticas pedagógicas, o que nem sempre é benéfico ao novo aluno. A interseção entre pesquisa em
performance e pesquisa em pedagogia do instrumento no Brasil ainda precisa ser construída (HARDER, 2003). A
formação do professor de instrumento musical também demanda um aporte voltado para a prevenção de
adoecimentos relacionados às práticas musicais. Ressalte-se que, em relação à performance musical, docentes
instrumentistas estão também sujeitos a desconfortos físicos e psíquicos, o que pode ser agravado na medida em
não se apresentam em público com regularidade ou exercem dupla jornada de trabalho em grupos musicais.

Em relação aos discentes, o desconhecimento de riscos de adoecimento face às exigências da tarefa persiste
de forma significativa, sendo comum a procura por informações somente após a ocorrência de dor relacionada ao
tocar ou desconforto que dificulte o desempenho ao instrumento (COSTA, 2005a). Tendo por base pesquisa com
violistas de orquestra, Costa (2003) relata que o período de formação mostra-se crucial para a construção de
perspectivas mais saudáveis na prática musical, sendo relevante a articulação de fatores organizacionais, físicos,
cognitivos e psíquicos para o entendimento do adoecimento no decorrer da carreira.

Este artigo aborda iniciativa de aplicação de conhecimentos da área ergonômica às diferentes práticas
instrumentais em um centro profissionalizante de música em nível técnico. Procurou-se, ao longo de quatro
semestres, disponibilizar à comunidade resultados de pesquisa com músicos, enfatizando os riscos ocupacionais
encontrados em diferentes situações laborais referentes ao seu fazer. As modalidades de interação com a
comunidade foram diferenciadas a cada semestre em função das especificidades da instituição.

2. ERGONOMIA APLICADA ÀS PRÁTICAS MUSICAIS: UMA INICIATIVA PRÓ-SAÚDE

O Centro de Educação Profissional em questão oferece 36 habilitações instrumentais e conta com 182
professores, atendendo cerca de 1300 alunos. Além das matérias previstas na grade curricular, são oferecidos aos
discentes dos níveis básico e técnico cerca de 140 módulos livres, sendo Ergonomia Aplicada às Práticas Musicais
um deles. Esta modalidade visa complementar a formação do aluno, em caráter optativo.

2.1 A experiência com docentes instrumentistas

Num primeiro momento, ofereceu-se mini-curso de Ergonomia Aplicada às Práticas Musicais aos docentes
instrumentistas da escola durante a semana de preparação para as atividades letivas, perfazendo nove horas. A
chamada Semana Pedagógica configura-se um espaço de troca entre os docentes com vistas ao desenvolvimento do
semestre subseqüente, por meio da realização de palestras, mini-cursos e fóruns de discussão sobre assuntos
pedagógicos. As atividades são escolhidas pelos professores em função da disponibilidade de horários e interesse
pela temática. Tendo por estudo feito na própria instituição pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Práticas Musicais,
optou-se por estimular reflexões acerca das exigências das tarefas e características das atividades dos docentes
enquanto professores e instrumentistas, bem como efetuar levantamento das dificuldades encontradas em sala de
aula que poderiam estar relacionadas à presença de riscos ocupacionais e seu manejo.

Foram realizados inicialmente três encontros, com trinta e oito professores incritos, promovendo discussão
e pontuações acerca da realidade de trabalho do músico docente, as características de sua atividade, as dificuldades
mais freqüentes e estratégias de enfrentamento. Foram abordadas as dimensões física, cognitiva e afetiva do
trabalho tendo por referência o Custo Humano do Trabalho, as exigências da tarefa e os possíveis riscos
ocupacionais. Apresentaram-se noções de antropometria e de biomecânica aplicada às especificidades
instrumentais, considerando as representações dos participantes sobre a preparação para a performance musical e as
práticas pedagógicas adotadas.

Quatorze docentes deram prosseguimento às atividades, totalizando 30 horas de curso, sendo que estes
efetuaram observações e entrevistas com outros profissionais instrumentistas revendo as práticas instrumentais sob
a ótica ergonômica. Procedeu-se à avaliação e aferição dos respectivos postos de trabalho; discutiu-se,
coletivamente, as posturas assumidas ao instrumento e as possibilidades de minimizar o trabalho estático, a
concomitância de tarefas que podem levar a sobreuso, os picos de demanda e as estratégias cognitivas utilizadas
para melhor aproveitar o tempo na preparação das obras. O fato dos docentes não se apresentarem sistematicamente
em público também foi colocado como fator de impacto psíquico no seu trabalho.
Observou-se que a maioria dos docentes tem incorporado práticas como o alongamento antes das atividades
e a realização de intervalos em seu próprio estudo, recomendando-os aos seus alunos. Contudo, faltam informações
quanto ao tipo de exercícios mais indicados em função das demandas físicas peculiares a cada instrumento. A falta
de isolamento acústico apropriado nas salas de aula e o dimensionamento do posto de trabalho adequado ao aluno
também foram apontados face às limitações de mobiliário disponível na escola, especialmente no tocante aos
alunos de menor tamanho e idade. Os docentes sugeriram a inclusão de estudos específicos sobre consciência
corporal voltada às práticas musicais tanto para alunos quanto para professores, a necessidade de repensar a
formação docente e a premência por grupos interdisciplinares de estudo que favoreçam reflexões acerca da saúde
do músico, práticas preventivas e a melhoria das condições de trabalho.

2.2 A experiência com discentes em nível técnico

No segundo semestre o curso de Ergonomia Aplicada às Práticas Musicais foi oferecido como Módulo
Livre para a comunidade discente em nível técnico, perfazendo 30 horas-aula, em dois encontros semanais de uma
hora e meia. Alunos que estavam em conclusão de curso ou ex-alunos que já freqüentavam graduação em outra
instituição, atuantes em orquestra amadoras e conjuntos de câmera, foram os principais interessados. A clientela
constituiu-se de onze alunos, sendo que oito deles sentiam dor relacionada ao tocar.

Oportunizaram-se conhecimentos sobre espaço e posto de trabalho, condições ambientais favoráveis à


performance, regulagens básicas de mobiliário e adequações antropométricas, introdução à biomecânica
ocupacional voltada à interface instrumental, discussões sobre organização do trabalho, a necessidade da inclusão
de alongamentos e pausas, a presença e o controle de riscos ocupacionais, incluindo Perda Auditiva Induzida por
Ruído (PAIR), exigências cognitivas e pressões temporais que podem resultar em estresse e sobrecarga física, entre
outros tópicos. Os participantes propuseram estratégias para melhor aproveitamento das etapas de estudo individual
e de práticas de conjunto, e sugeriram confecção de novos acessórios para seus instrumentos. Os alunos realizaram
observações e entrevistas com músicos profissionais trazendo para o coletivo as estratégias por eles utilizadas para
compatibilizar manutenção de sua saúde e picos de demanda.

2.3 Um Módulo Pontual aberto à comunidade

No terceiro semestre, ofereceu-se um Curso Básico Pontual com 40 horas-aula de duração, desenvolvido
em dez encontros de quatro horas aos sábados pela manhã, modalidade esta aberta à comunidade em geral, sem
vínculo curricular, destinada a proporcionar formação inicial e continuada para atualização dos participantes
mediante matrícula, aproveitamento e certificação ao seu término.

A clientela constituiu-se de sete cantores amadores, atuantes em igrejas e bares, os quais se interessaram
pelo conteúdo proposto. A ênfase foi na preparação para a performance pública, discutindo largamente a dimensão
afetiva da atividade e a chamada ansiedade de palco, sinalizada pelos alunos como a questão mais relevante e
interferente em suas apresentações. Observou-se a necessidade de maiores aprofundamentos sobre manejos deste
fator que se refletia sensivelmente no desempenho da clientela. Sugeriu-se acompanhamento com outros
profissionais que disponham de ferramental mais apropriado para avaliação desta problemática frente aos sintomas
relatados: nervosismo, tremores, taquicardia, falta de ar, sudorese, perda de memória, entre outros.

2.4. Audições Didáticas: ampliando espaços de atuação

No quarto semestre apresentou-se projeto à Coordenação de Musicalização Juvenil e de Adultos para


utilização do espaço pedagógico que acontece na sala regular dos níveis iniciais, as Audições Didáticas, as quais
possibilitam contato mais direto e informal entre o professor instrumentista e os alunos de matérias coletivas
básicas. São realizadas apresentações de cunho formativo, objetivando propiciar a participação dos alunos por meio
de perguntas sobre um novo conteúdo ou evento musical, a cada semana, sendo bastante efetivo para interação com
os alunos.
Foram realizadas oito palestras sobre riscos ocupacionais e possibilidade de aplicação de princípios
ergonômicos às práticas musicais para 320 alunos, sendo que 234 destes já haviam iniciado seus estudos de
instrumento na instituição.

O formato palestra com duração de uma hora-aula proporcionou maior alcance junto aos discentes e
procurou alertar os futuros músicos da urgência por informações sobre a temática. Pretendeu-se, com esta
estratégia, sinalizar a necessidade de adoção de práticas sistemáticas no sentido de prevenir a exposição a riscos
ocupacionais, conteúdo este que requer complementações posteriores.

3. CONCLUSÃO

É essencial repensar as exigências do fazer musical tanto em termos do profissional atuante quanto do
músico em formação, assim como pesquisar a relação entre o músico e seu instrumento em óticas complementares,
enriquecendo o processo ensino-aprendizagem e salvaguardando a saúde do músico. O período de formação pode
ser um fator de proteção frente a riscos de adoecimento relacionado à prática instrumental na medida em que a
articulação entre as diferentes dimensões deste fazer seja considerada durante a aquisição e o desenvolvimento das
habilidades e competências pertinentes.

O desconhecimento dos riscos ocupacionais e a falta de estratégias de estudo mais eficazes podem se aliar
às fortes cobranças do meio por parâmetros de perfeição, acarretando esforços que podem conduzir ao desconforto
e à ocorrência de dor e lesões. Nota-se que a preparação para a situação de palco e as altas demandas psicológicas
da profissão precisam ser repensadas enquanto fatores interferentes no desempenho em público.

O papel do professor é essencial neste panorama, podendo favorecer o desenvolvimento integral de seus
orientando por meio da proposição de técnicas mais adequadas, disponibilizando conhecimentos e práticas que
objetivem um tocar saudável.

A Ergonomia pode contribuir para uma melhor administração dos recursos e das condições de trabalho
disponíveis, respeitando limites e características dos músicos em diferentes contextos profissionais. Ao considerar
seu bem-estar e segurança, sua eficiência e a eficácia na atividade, ressalta-se um papel ativo do sujeito no processo
saúde-adoecimento, promovendo autonomia e sinalizando a necessidade de uma educação preventiva que atue
como fator de proteção no trabalho.

Referências Bibliográficas:

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