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DIREITO TRIBUTÁRIO
TÓPICO ____
LIVRO: CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
HUGO DE BRITO MACHADO

O poder de tributar: cabe ao Estado, é um aspecto da soberania nacional. No exercício de sua soberania, este
exige que os indivíduos lhes forneçam os recursos de que necessita.
Relação de tributação: não é relação de poder – imposição do vencedor sobre o vencido - mas sim, relação
jurídica, pois embora o seu fundamento seja a soberania do Estado, a relação de tributação está sujeita às normas
as quais se submetem os contribuintes e também os Estado.
Competência de tributar: é o poder tributário juridicamente delimitado, que dá ensejo a competência tributária.
O instrumento de atribuição de competência é a CF, que se dá a ente estatal dotado de poder legislativo–
organização judiciária do Estado.
Capacidade de tributar: entende-se a capacidade para ser sujeito ativo da relação de tributação. É exercida
mediante atos administrativos.
Atribuição de competência: dividi-se o próprio poder de instituir e cobrar tributos.
Distribuição de receitas: o que se divide entre as entidades – União, Estados, e DF - é arrecadação do tribu
uma delas instituído e cobrado.
PRINCÍPIOS JURÍDICOS DA TRIBUTAÇÃO: existem para proteger o cidadão contra o abuso de poder.
Princípio Da Legalidade: nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a não ser através de lei. (CF. art. 150,
inc. I). Entende-se que o tributo instituído em lei significa ser o tributo consentido – Lei manifestação legítima da
vontade do povo.
Obs: STF. Constitucionalidade da lei que atribui ao Ministério da Fazenda competência para fixar prazo
recolhimento de tributo.
Princípio Da Anterioridade: nenhum tributo será cobrado em cada exercício financeiro, sem que a lei que o
instituiu ou o aumentou tenha sido publicada antes de seu início. É “irretroatividade qualificada”.
Princípio Da Irretroatividade: quer dizer que a lei há de ser anterior ao fato gerador do tributo por ela criado,
majorado.
Princípio Da Anualidade: a cobrança de tributo depende de autorização anual do poder legislativo mediante
previsão no orçamento. Não basta o tributo ser instituído por lei, é preciso, ainda, a autorização do povo (Não
existe atualmente no Brasil).
Princípio Da Igualdade: é a projeção, na área do direito tributário, do princípio da isonomia jurídica, ou seja, o
princípio mediante todos são iguais perante a lei.
Como decorrência deste, temos a unidade de tributos federais em todo território nacional.
Princípio Da Competência: é aquele pelo qual a entidade tributante há de restringir a sua atividade tributac
àquela área que foi constitucionalmente destinada. Competência tributária é poder impositivo juridicamente
delimitado.
Princípio Da Vedação Ao Confisco: a CF estabelece que é vedado a União, os Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. Cabe ao judiciário dizer quando o tributo é confiscatório
O regime jurídico do tributo não se aplica à multa, porque estes são totalmente distintos. O tributo tem por
finalidade o suprimento de recursos financeiros de que o Estado necessita, e por isso mesmo constitui uma receita
ordinária. Já a multa não tem por finalidade à produção de receita pública, e sim, desestimular o comportamento
que configura a sua hipótese de incidência, e por isso mesmo, constitui uma receita extraordinária e eventual.
Princípio Da Liberdade De Trafego: a CF veda às diversas entidades tributantes o estabelecimento de limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, proibindo diretamente a
incidência em elemento essencial a transposição de fronteira interestadual ou intermunicipal.
Princípio Da Capacidade Contributiva: o art. 145, §1º, da CF, diz que os tributos serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte sempre que possível.
“Art. 145. § 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.”
Obs: a expressão “sempre que possível” diz respeito apenas ao caráter pessoal dos tributos.
CONCEITOS E DENOMINAÇÕES:
A instituição do tributo é sempre feita mediante lei, e sua arrecadação e fiscalização constituem atividade
administrativa sempre vinculada, ou seja, é aquela em cujo desempenho a atividade administrativa não goza de
liberdade para apreciar a conveniência a oportunidade de agir. A lei não estabelece apenas um fim a ser alcançado,

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a forma a ser observada e a competência da autoridade para agir. Estabelece, antes disto, o momento e o conteúdo
da atividade.
Nestes termos, quando a lei contenha indeterminações, devem ser estas preenchidas normativamente, vale
dizer, pela edição de ato normativo, aplicável a todos que se encontrem na situação nele hipoteticamente prevista.
A relação tributária se verifica entre o fisco – denominação dada ao Estado enquanto desenvolve atividade
de tributação – e aquele que está diretamente obrigado ao pagamento do tributo.
Obs: o termo contribuinte em sentido amplo, abrange qualquer pessoa obrigada a uma prestação tributária de
qualquer espécie. De sorte que não é certo dizer que o direito tributário regula apenas a relação fisco-
contribuinte.
Assim, é possível conceituar o Direito Tributário como o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o
fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e
protegendo o cidadão contra os abusos de poder.
Natureza: trata-se de um ramo de direito público, pois na verdade, o titular do direito é o Estado, o interesse
protegido é o da coletividade e suas normas são cogentes. Também há características de direito obrigacional.
No Direito Tributário inegavelmente encontram-se as características do direito obrigacional, eis que
disciplinam, uma relação jurídica entre o sujeito ativo (fisco) e um sujeito passivo (contribuinte), envolvendo uma
prestação (tributo).
Diferença de Direito Tributário e Direito Financeiro: o primeiro regula a atividade financeira do Estado, no
que pertine à tributação; o segundo regula toda a atividade financeira do Estado, menos a que se refere à
tributação.
Tributo: é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada (CTN, art. 3º). O tributo, como conceituado, é um gênero do qual no art. 5º do mesmo estatuto indica
como espécies:
“Art. 5º. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.”
“prestação pecuniária”: pois não há mais nos sistemas tributários modernos o tributo em natureza, pago em
serviços ou em bens diversos do dinheiro
“em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir”: nosso direito desconhece os tributos in natura e in labore.
Obs: não se venha argumentar que a penhora de bens, nas execuções fiscais.
“que não constitua sanção ou ato ilícito”: o tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como
hipótese de incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre um ato lícito.
Obs: não se conclua, por isso, que um rendimento auferido em atividade ilícita não está sujeito a tributo. Nem se
diga que admitir a tributação de tal rendimento seria admitir a tributação do ilícito.
Hipótese de incidência: é a descrição normativa da situação de fato. Por outro lado, um fato gerador do tributo
pode ocorrer em circunstâncias ilícitas, mas estas circunstâncias são estranhas à hipótese de incidência do tributo,
e por isso mesmo, irrelevantes do ponto de vista tributário.
Ex: o imposto de renda sobre casas de prostituição, lenocínio ou qualquer outra atividade criminosa ou ilícita. O
tributo é devido. Não que incida sobre a atividade ilícita, mas porque a hipótese de incidência, no caso, é que
ocorreu a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica dos rendimentos.
Obs: Hugo de Machado Brito entende que a Constituição autoriza a instituição de um tributo que tem nítida
natureza de penal. É o imposto sobre a atividade predial e territorial urbana, com a finalidade de obrigar o
proprietário de solo urbano e não edificado, subtilizado, ou não utilizado a promover o seu adequado
aproveitamento (CF. art. 182, § 4º, II).
“instituída em lei”: só a lei pode instituir o tributo. Isto decorre do princípio da legalidade, prevalente no Estado
de direito. A lei instituidora do tributo é, em princípio, a lei ordinária. Só nos casos previstos expressamente
previstos na CF é que se há de exigir lei complementar para este fim.
Obs: instituir um tributo não é apenas dizer que ele fica criado ou instituído. Sua criação depende da hipóte
ou hipóteses em que o mesmo será devido, vale dizer, da definição de hipótese de incidência, dos sujeitos da
obrigação correspondente, e ainda da indicação precisa dos elementos necessários ao conhecimento do valor a ser
pago, vale dizer da base do cálculo e da alíquota, bem como do prazo respectivo. Em se tratando de tributo fixo
obviamente não se cogitará de base de cálculo, nem de alíquota, pois a lei já refere o próprio valor devido,
independentemente de qualquer cálculo, como acontece com o ISS dos profissionais liberais.
Obs: seja qual for a vaguidade conceitual, qualquer determinação do texto da lei, deve ser superada pela
autoridade administrativa mediante a edição de norma., de sorte a evitar a pluralidade de entendimentos por parte
de seus diversos agentes.
Tributos: temos, portanto, em nosso sistema tributário, cinco espécies de tributos, a saber:
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
• Imposto: é tributo de caráter genérico que independe de qualquer atividade ou serviço do poder
público em relação ao contribuinte. Os impostos se distinguem entre si pelos respectivos fatos

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público em relação ao contribuinte. Os impostos se distinguem entre si pelos respectivos fatos


geradores.
“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte”
• Taxa: é o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte (CTN art. 77).
• Contribuição de melhoria: é o tributo que tem como fato gerador a valorização de imóveis
decorrente de obra pública. Caracteriza-se por ser o seu fato gerador instantâneo e único.
• Contribuições especiais: são aquelas que a União Federal institui com fundamento nos arts. 149 a
195 da Constituição Federal; divide-se em 2 espécies:
1. contribuições sociais: que são as contribuições de intervenção no domínio econômico – finalidade
interventiva específica.
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado
o disposto nos artigos 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no artigo 195, § 6º, relativamente às contribuições
a que alude o dispositivo.”
2. contribuições de seguridade social: que são instituídas em favor das categorias profissionais ou
econômicas.
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais”
Empréstimos Compulsórios: Só podem ser instituídos por lei complementar, e que a aplicação de
recursos deles provenientes é vinculada à despesa que fundamentou a sua instituição.
“418 - O empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência constitucional da prévia
autorização orçamentária. (Não tem mais aplicação.)}
Quanto à vinculação com a atividade estatal, os tributos são:
• Vinculados: as taxas, as contribuições de melhoria e as contribuições especiais.
• Não vinculados: os impostos.
Quanto à função os tributos são: fiscais, extrafiscais e parafiscais.
Função dos tributos:
O objetivo do tributo sempre foi o de carrear recursos financeiros para o Estado. No mundo moderno. O
tributo é largamente utilizado com o objetivo de interferir na economia privada, estimulando atividades, setores
econômicos ou regiões, desestimulando o consumo de certos bens e produzindo, finalmente, os efeitos mais
diversos na economia.
Quanto ao seu objetivo, o tributo é:
• Fiscal, quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado;
• Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a interferência do domínio econômico, buscando um
efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros;
• Parafiscal, quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que,
princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades
específicas.
NORMAS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação tributária
1. Lei e legislação
De acordo com a terminologia adotada pelo CTN, lei e legislação tributária não se confundem. Para melhor
compreender a distinção, recordaremos o significado da palavra lei:
Em sentido formal, lei é o ato jurídico produzido pelo poder competente para o exercício da função
legislativa, nos termos estabelecidos pela Constituição. Ou seja, foi feita por quem tem competência para poder
fazê-lo, e na mesma forma estabelecida para tanto.
Em sentido material, lei é o ato jurídico normativo, vale dizer, que contém uma regra de direito objetivo,
dotada de hipoteticidade. Em outras palavras, é uma prescrição jurídica hipotética, que não se reporta a um fato
individualizado no tempo e no espaço, mas a um modelo, a um tipo. É uma norma.

Assim, a palavras lei tem um sentido amplo e um sentido restrito. Lei, em sentido amplo, é qualquer ato
jurídico que se compreenda no conceito de lei em sentido formal ou em sentido material. Já em sentido restrito
é lei aquela que seja, tanto em sentido formal, como em sentido material.
No CTN, a palavra lei é usada em sentido restrito, significando a norma jurídica elaborada pelo Poder
competente para legislar, nos termos da Constituição, observado o processo nela estabelecido.

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competente para legislar, nos termos da Constituição, observado o processo nela estabelecido.
2. Lei ordinária e Lei Complementar
Do ponto de vista material, as leis complementares se se identificam porque a Constituição Federal
determina, expressamente os casos que serão por ela regulados. Do ponto de vista formal, a lei complementar tem
numeração própria e caracteriza-se pela exigência de quorum, espacial (maioria absoluta) para sua aprovação.
Nestes termos, não pode a lei ordinária invadir o campo reservado pela Constituição Federal à leis
complementares. Se o fizer, será neste ponto, inconstitucional.
O CTN trata de matéria reservada as leis complementares. Por isso, há de ser considerada uma lei
complementar. Não tem este nome porque na época em que foi votada a Constituição Federal não fazia a
distinção hoje adotada. Não é que o CTN tenha passado a ser uma lei complementar. É que somente a lei
complementar pode tratar, atualmente, da matéria constante daquele Código.
3. Princípio da legalidade
Significa, no plano do direito tributário – princípio da legalidade tributária – que nenhum tributo pode ser
criado, aumentado, reduzido ou extinto sem que o seja por lei.
“Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
Nota: Ver Súmulas nºs 95 e 185 do STJ
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21. 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do
artigo 52, e do seu sujeito passivo;
Nota: Ver Súmula nº 129 do STJ.
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
Nota: Ver Súmulas nºs 80 , 95 e 124 do STJ.
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações
nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários , ou de dispensa ou redução de
penalidades.”
Obs: quanto à instituição ou à extinção de tributos não há ressalvas. Até mesmo o imposto especial, lançado por
motivo de guerra, está sujeito ao princípio da legalidade.
Em casos especiais, expressamente indicados pela Constituição Federal, o tributo só pode ser criado por lei
complementar. A regra geral todavia, é de que a lei ordinária é o instrumento hábil para a criação do tributo.
Constituem ressalvas ao princípio da legalidade as mencionadas no § 1º do art 153, que faculta ao Poder
Executivo:
“§ 1º. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
O tributo criado por lei, só por lei pode ser aumentado. Aumentar o tributo é modificar a lei que o criou, e
uma lei só por outra pode ser modificada.
4. Medidas provisórias
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado
extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas
decorrentes.”
Á quem sustente ser inadmissível a criação de tributos por Medida Provisória. Ocorre que o art. 62 da CF
não especificou as matérias a respeito das quais podem ser adotadas tais medidas. Assim, elas podem ser
adotadas, em princípio, no trato de qualquer matéria.
Pode, pois o Presidente da República instituir, através de Medida Provisória, o imposto extraordinário de
guerra, bem como o empréstimo compulsório para atender as despesas extraordinárias, decorrentes da calamidade
pública, de guerra externa ou sua eminência.
Os tributos submetidos ao princípio da anterioridade da lei, estes não podem ser instituídos através e
medidas provisórias, posto que ausente o pressuposto da urgência.
Questão grave diz respeito à reedição da medida provisória. O Supremo Tribunal Federal já afirmou que não
havendo expressa rejeição pelo Congresso Nacional, pode haver reedição.
5. Tratados e convenções internacionais

“CTN. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha.”
Há evidente impropriedade terminológica na disposição legal. Na verdade, um tratado internacional não
revoga nem modifica a legislação interna.o que se quer dizer é que os tratados e convenções internacionais
prevalecem sobre a legislação interna, seja anterior, ou mesmo posterior. O STF já decidiu neste sentido, de sorte
que a lei posterior ao tratado, para prevalecer sobre ele, em matéria tributária, terá de ser uma lei complementar.
6. Decretos e regulamentos
“CTN. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos,
determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.”

No âmbito do Direito Tributário, as palavras decreto e regulamento podem ser tomadas como sinônimas. Os
regulamentos são editados pelo Chefe do Poder Executivo mediante o decreto, com o fim de explicar o modo e a

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regulamentos são editados pelo Chefe do Poder Executivo mediante o decreto, com o fim de explicar o modo e a
forma de execução da lei, ou para regular relações não disciplinas em lei, nem reservadas a esta. No primeiro caso
diz-se que há regulamento de execução, e no segundo caso há regulamento autônomo.
Em matéria tributária não existe espaço para decreto autônomo.
Por vez, ocorre que o princípio da legalidade, como garantia constitucional, tem por fim proteger o
contribuinte. Assim, se um regulamento institui ou amplia indevidamente uma hipótese legal de isenção, não se há
de invocar o princípio da legalidade contra o contribuinte. A isenção há de ser respeitada até que seja a norma
regulamentar revogada, ou tenha declarada a sua inconstitucionalidade.
7. Normas complementares
Não se há de confundir normas complementares com leis complementares. As primeiras são as que tratam
do art. 100 do CTN, enquanto que as últimas são complementares da Constituição Federal e estão em plano
hierarquicamente superior às próprias leis ordinárias.
“Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa;
III - as práticas, reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.”
Como regras jurídicas de categoria inferior, as normas complementares evidentemente não podem modificar
as leis, nem os decretos e regulamentos. Por isso, por ex., não asseguram ao contribuinte o direito de não pagar
um tributo que seja efetivamente devido, nos termos da lei.
VIGÊNCIA A APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: arts. 101 a 106 do CTN.
1. vigência e aplicação: Uma lei pode ser vigente, incidir, e mesmo assim, não ser aplicável.
Vigência: é a aptidão para incidir, vale dizer, para dar significação jurídica aos fatos. Para produzir efeitos
jurídicos no plano abstrato. Se a lei é vigente e ocorre a situação nela prevista como hipótese de incidência
inevitavelmente incide. A incidência é automática. Já a aplicação depende sempre de alguém.
2. vigência da legislação tributária no espaço: rege-se pelas normas de direito comum. Em regra, a legislação
tributária vigora nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma. Assim, é que a legislação Federal,
por ex., vigora em todo o território nacional
“CTN. Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos
respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do
que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.”
3. vigência da legislação tributária no tempo:
“Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às
normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.”
Assim, se não há disposição em contrário, a legislação tributária começa a vigorar, no país, em 45 dias
depois de publicada, e no estrangeiro, quando admitida, 3 meses depois de sua aplicação oficial.
4. anualidade e anterioridade. Pg. 73.
5. Aplicação imediata: a legislação tributária, uma vez vigente, tem aplicação imediata. Não se aplica a f
geradores já consumados, mas alcança os fatos geradores pendentes.
“Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.”
“Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato
, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a
que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se da situação jurídica
, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito
aplicável.”
Obs: a rigor, a norma do art. 105, que admite a aplicação da lei a fato gerador pendente, não foi recepcionada
pela CF, porque configura evidente hipótese de retroatividade no que diz respeito aos elementos já consumados

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