Professional Documents
Culture Documents
Queixa é a petição inicial que dá início a ação penal privada. Assim como a denúncia,
utilizada para dar início à ação penal pública, para que a queixa seja recebida pelo
magistrado, deverá obedecer aos requisitos elencados no artigo 41 do Código de
Processo Penal:
Dessa forma, com a petição inicial devidamente instruída, dá-se início ao inquérito
policial para a devida apuração dos fatos relatados na queixa.
A queixa pode ser proposta pela vítima ou por seu representante legal, por meio de
procurador com poderes especiais. O instrumento de mandato deve mencionar,
obviamente, o nome do querelante ou de seu representante, fazer referência a
circunstância criminosa, bem como é importante que conste o nome do querelado.
Via de regra, o ofendido deve constituir advogado para oferecer a queixa, a não ser
que seja tecnicamente habilitado para tanto. Se for pobre, na acepção jurídica do
termo, o juiz nomeará advogado para dar início e acompanhar a ação penal, se for o
caso.
É conveniente que o querelante assine a petição inicial da queixa juntamente com seu
advogado, já que assim, eventuais falhas ou lacunas no mandato ou na própria queixa
serão consideradas sanadas uma vez que assinando a queixa, o querelante avalizou
sua narrativa. Tem- se, por outro lado, que eventuais falhas e omissões podem ser
reparadas durante a instrução processual, desde que antes do término do prazo
decadencial.
O Ministério Público poderá aditar a queixa crime, mesmo que essa seja ação penal
privativa do ofendido, corrigindo-a, complementando-a ou inserindo nela qualquer
informação relevante. Se por falta de provas ou por ignorância de identidade um ou
mais autores do mesmo crime não forem incluídos na peça inicial, o Ministério Público
deverá fazê-lo, se amealhar suficientes elementos probantes, porém, não poderá o
Ministério Público aditar a inicial para incluir agentes antes desconhecidos se o
querelante, injustificadamente, os excluiu da ação e já passou o prazo decadencial
para o aditamento.
Se o Ministério Público, após análise da queixa crime, entender tratar-se de crime cuja
apuração deve ser feita através de ação penal pública, deve oferecer denúncia
substitutiva da ação privada, cabendo-lhe, nesse caso, atribuições mais abrangentes,
já que agirá como “dono da ação penal”. Contudo, o Ministério público somente será
parte principal da ação se comprovar negligência ou desídia do querelante ou se
repeliu preliminarmente a queixa.
Se o juiz entender que o aditamento feito pelo Ministério Público não é cabível na
situação apresentada, remeterá os autos ao Procurador Geral para de dê seu parecer.
O Ministério Público tem o prazo de três dias para aditamento da peça inicial, contados
da data que recebeu os autos, sendo que na sua inércia, entende-se que não há
aditamento algum a ser feito. Se, contudo, no curso do processo surgir fatos ou
documentos novos o procurador pode proceder ao aditamento.
a)Quando o fato narrado na queixa evidentemente não constituir crime: é óbvio que
somente é possível a propositura de uma ação penal se o fato for típico e antijurídico,
ante o princípio da legalidade;
Observa-se ainda, que a queixa pode ser rejeitada se não for devidamente instruída
com o inquérito policial ou por outros documentos hábeis a provar a materialidade do
crime e os indícios de autoria.
Menciona-se, por fim, que caberá recurso em sentido estrito da decisão que rejeitar a
queixa.