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S UMMARY

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA The objective of this work was to


analyze the microbiological quality of
the water used in the laundering of the
stainless steel shells of ice cream shop
ÁGUA UTILIZADA NA LAVAGEM DAS located in the central region of the Tei-
xeira de Freitas’ city, through the rese-
arch of total and thermotolerant coli-

CONCHAS DE AÇO INOXIDÁVEL, DE


forms, using it technique of Most Pro-
bable Number. Twelve samples in six
different ice cream shops had been co-
llected, being two samples for each one
of the ice cream shop. It was evidenced

SORVETERIAS DO MUNICÍPIO DE presence of total coliforms in 11 sam-


ples (91,7%). It was detected presence
of thermotolerant coliforms in nine

TEIXEIRA DE FREITAS, BA.


samples (75,0%). The presence of coli-
forms in the water indicates that these
adhered microorganisms the shells,
can together be carried to the ice cre-
am with the constant handling.

Jadson Silva Hombre Keywords: Ice Cream. Water.


Antônio Carlos Vitório de Santana Coliforms.
Jaqueline Santos Ribeiro
Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB) – Campus X I NTRODUÇÃO

Jorge Luiz Fortuna 


Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X civilização moderna,

 jfortuna@uneb.br A com sua grande popula-


ção, não poderá ser man-
tida sem métodos de conservação de
alimentos. Na verdade, a civilização
surgiu somente depois que a agricul-
tura produziu um suprimento estável
R ESUMO amostras para cada uma das sor- de alimentos por um ano em uma
veterias. Constatou-se a presen- determinada localidade fazendo com
O objetivo deste trabalho foi ça de coliformes totais em 11 que os indivíduos desistissem da vida
analisar a qualidade microbio- amostras (91,7%). Detectou-se nômade do tipo caça e colheita
lógica da água utilizada na la- a presença de coliformes termo- (TORTORA et al, 2006).
vagem das conchas de aço ino- tolerantes em nove amostras Atualmente definem-se como ge-
xidável de sorveterias localiza- (75,0%). A presença de colifor- lados comestíveis, os alimentos ad-
das na região central da cidade mes na água indica que estes mi- quiridos pela emulsão de gorduras
de Teixeira de Freitas, Ba, atra- cro-organismos aderidos às con- mais proteínas, com ou sem adição
vés da pesquisa de coliformes chas, podem ser transportados de demais ingredientes e outras subs-
totais e termotolerantes, utili- para o sorvete juntamente com tâncias, ou de uma junção feita com
zando-se a técnica do Número o manuseio constante. água, açúcar entre outros ingredien-
Mais Provável. Foram coletadas tes e substâncias, que tenham sido
doze amostras em seis diferen- Palavras-chave: Sorvete. Água. Co- submetidas ao congelamento, sob
tes sorveterias, sendo duas liformes. condições que garantam a conserva-

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 95 novembro/dezembro – 2010


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ção do produto em seu estado de com o padrão microbiológico que é diretamente do recipiente em que fi-
congelamento total ou parcial (BRA- ausência de coliformes termotoleran- cam depositadas as conchas para se-
SIL, 1999). tes em 100 mL (BRASIL, 2004). rem lavadas após a retirada do sor-
Sabe-se, também, que nos dias Roitman (1988), de forma mais vete pelo manipulador ou o próprio
atuais o consumo mundial de gela- abrangente, relata que a água pode ser- consumidor.
dos comestíveis, como o sorvete, vir de veículo para a transmissão de uma As amostras foram coletadas
vem aumentando consideravelmen- variedade de doenças causadas por entre o mês de abril a maio de
te. E assim, percebe-se que os sorve- micro-organismos, citando que os ní- 2008, no período vespertino, entre
tes, por conterem flora microbiana veis de contaminação toleráveis para a quatorze e dezesseis horas. As
dos ingredientes utilizados na sua água são estabelecidos em função do amostras foram acondicionadas em
preparação e aqueles à base de leite uso pretendido. E que a legislação im- frascos de vidro esterilizados em
e ovos são potencialmente perigosos põe padrões microbiológicos de quali- autoclave, com capacidade de 250
à saúde, pois se constituem em óti- dade para os seguintes tipos: água po- mL e em seguida foram transpor-
mos meios de cultura para a maioria tável; água destinada a animais que ser- tadas em recipiente isotérmico para
dos micro-organismos incluindo os vem de alimento ao homem; água des- o Laboratório de Microbiologia da
patogênicos (FALCÃO et al. 1983). tinada à navegação; à recreação e irri- Universidade do Estado da Bahia,
Silva Jr (2007), cita que as doen- gação de plantas; à harmonia paisagis- UNEB - Campus X, para realiza-
ças relacionadas ao consumo de ali- ta e a água destinada ao abastecimento ção imediata da análise.
mentos, incluindo o sorvete, são co- de indústrias. Os procedimentos metodológicos
muns em todos os países e tem se A resolução RDC nº 12, de 02 de empregados estão de acordo os re-
mostrado muito frequente não só em janeiro de 2001 da ANVISA estabe- comendados pela Associação Ame-
quantidade de surtos, mas também, lece os padrões microbiológicos para ricana de Saúde Pública (American
na variedade de agentes patológicos. alimentos, entre eles os gelados co- Public Health Association - APHA).
Em sorveterias self service os mestíveis e produtos especiais gela- As amostras da água utilizada na la-
sorvetes são comercializados e ar- dos a base de leite e produtos lácteos vagem das conchas foram submeti-
mazenados em recipientes de até (sorvetes e picolés com ou sem co- das à pesquisa de coliformes totais e
20 litros, onde esse produto perma- bertura, sanduíche e bolo de sorve- termotolerantes utilizando a técnica
nece até ao final do seu consumo, te) e similares, e os preparados e con- do Número Mais Provável (NMP)
sendo servido pelos próprios con- centrados para o preparo de gelados (VANDERZANT; SPLITTSTOES-
sumidores que utilizam para a re- comestíveis, estabelecendo um valor SER, 1992).
moção do mesmo uma concha de tolerável de 5x10, para coliformes a
aço inoxidável, que permanece 45ºC/g (coliformes termotolerantes) a) Diluições
constantemente inserida em um re- (BRASIL, 2001). Para a diluição de cada amostra,
cipiente também de aço inoxidável, Com o exposto, o objetivo deste tra- foi retirada uma alíquota de 1,0 mL,
contendo água com finalidade de balho foi avaliar a qualidade microbio- com o auxílio de pipeta graduada
higienização. Porém, o constante lógica da água utilizada na lavagem das esterilizada, e adicionada em 9,0 mL
manuseio das conchas pelos con- conchas de aço inoxidável de sorvete- de Solução Salina Peptonada estéril
sumidores torna a água desses re- rias self service, da região central da (SSP) a 0,1%, obtendo a diluição 10-
cipientes rica em nutrientes prove- cidade de Teixeira de Freitas, Ba, para 1. A partir desta, após homogenei-
nientes dos ingredientes utilizados detecção de coliformes totais e termo- zação, com auxílio de uma nova pi-
na fabricação do sorvete (MAR- tolerantes, utilizando a técnica do Nú- peta graduada esterilizada transferiu-
QUES et al, 2005). mero Mais Provável. se 1,0 mL da solução 10-1 para ou-
A legislação brasileira, por meio tro tubo contendo 9,0 mL de Solu-
da Portaria 518, de 25 de março de MATERIAL E M ÉTODOS ção Salina Peptonada estéril (SSP) a
2004, estabelece os procedimentos 0,1%, para obter a diluição 10-2 e,
e responsabilidades relativas ao con- Foram coletadas 12 amostras de por fim, utilizou-se do mesmo pro-
trole e vigilância da água para o con- água utilizada na lavagem das con- cedimento, para obtenção da dilui-
sumo e seu padrão de potabilidade. chas de aço inoxidável em seis sor- ção de 10-3.
Água potável é aquela que obedece veterias situadas na região central da
a esse padrão de potabilidade de for- cidade de Teixeira de Freitas, BA, b) Enumeração de coliformes totais
ma a não oferecer riscos à saúde hu- sendo duas amostras aleatórias em e coliformes termotolerantes
mana e deve estar em conformidade cada sorveteria. A água foi retirada Após terem sido feitas essas dilui-

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 96 novembro/dezembro – 2010


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ções, as amostras foram utilizadas para interior do tubo de Durhan (tubo de tivamente, de acordo com Peeler et al.
a enumeração de coliformes totais e fermentação) e turvação do meio, pro- (1992).
termotolerantes, segundo a técnica do cedeu-se aos testes confirmativos, trans- O resultado obtido como NMP/
Número Mais Provável (NMP). Ba- ferindo-se por meio de alçada, uma alí- 100 mL da amostra, permitiu avaliar
seado na metodologia da American Pu- quota para tubos correspondentes con- a qualidade microbiológica da água
blic Health Association (APHA), segun- tendo Caldo para E. coli (EC), para con- de lavagem das conchas de aço ino-
do Hitchins et al. (1992), para cada tagem de coliformes termotolerantes, xidável de sorveterias de Teixeira de
amostra foram obtidas três séries de três incubando-os em banho-maria com cir- Freitas-BA, conforme os padrões es-
tubos contendo Caldo Lauril Sulfato culação de água a 44,5ºC/24-48 h. Para tabelecidos pela Resolução RDC nº
Triptose (LST), para os quais foi trans- contagem de Coliformes Totais trans- 12, de 02 de janeiro de 2001 (BRA-
ferida uma alíquota de 1,0 mL, com o feriu-se por meio de alçada, uma alí- SIL, 2001) e também conforme Por-
auxílio de uma pipeta, de cada diluição quota para tubos correspondentes de taria nº 518, de 25 de março de 2004
de Solução Salina Peptonada (SSP) cor- (LST) positivo, contendo Caldo Ver- (BRASIL, 2004).
respondente e incubados em estufa à de Bile Brilhante (VBBL) incuban-
35ºC/24 h, reincubando os negativos do-os a 35ºC por 24-48h. Os tubos R ESULTADOS E D ISCUSSÃO
por mais 24 h. Ao apresentarem resul- positivos para o Caldo EC e para o
tados positivos, a partir de cada tubo Caldo VBBL, foram conferidos nas Os resultados das análises micro-
com esse confirmação para LST, ca- tabelas de NMP para coliformes ter- biológicas da água utilizada para la-
racterizado pela formação de gás no motolerantes e coliformes totais respec- vagem das conchas de aço inoxidá-

TABELA 1 - Resultado do Número Mais Provável (NMP/100 mL) de Coliformes Totais e


Termotolerantes das amostras da água utilizada na lavagem das conchas de sorvete.

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 97 novembro/dezembro – 2010


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FIGURA 1 - Resultado comparativo do Número Mais Provável (NMP/100 mL) de


Coliformes Totais e Termotolerantes das amostras da água utilizada na lavagem das conchas de sorvete.

FIGURA 2 - Resultado das análises das amostras da água FIGURA 3 - Resultado das análises das amostras da água utilizada
utilizada na lavagem das conchas de sorvete para Coliformes Totais na lavagem das conchas de sorvete para Coliformes
(NMP/100 mL). Termotolerantes (NMP/100 mL).

vel de sorveterias self service locali- amostras apresentaram contaminação para o consumo, e fora dos padrões
zadas na região central da cidade de por coliformes termotolerantes (Figura para serem utilizadas na lavagem das
Teixeira de Freitas, BA, são apresen- 3). Portanto, de acordo com a Portaria conchas que serão usadas na remoção
tados na Tabela 1 e na Figura 1, onde nº 518, de 25 de março de 2004, do do sorvete pelos manipuladores e/ou
estão apresentados os dados obtidos Ministério da Saúde, que regulamenta consumidores (BRASIL, 2004). Este
por meio do método de NMP/100 mL. as normas de potabilidade da água para resultado para coliformes termotoleran-
Observou-se que das 12 (100%) o consumo humano, proibindo a pre- tes indica o baixo grau higiênico-sani-
amostras analisadas, 11 (91,7%) apre- sença de coliformes termotolerantes em tário aos quais estes estabelecimentos
sentaram contaminação por colifor- amostras de 100 mL de água, estas comercializadores de sorteves self ser-
mes totais (Figura 2) e que 9 (75,0%) amostras encontravam-se impróprias vice se encontram.

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 98 novembro/dezembro – 2010


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Esta constatação vem confirmar sentaram NMP de coliformes termo- padrões permitidos, correspondendo
a hipótese de que, a permanência por tolerantes acima do permitido pela le- a sorvetes envolvidos em surto de
período excessivo, dessa água nos gislação. toxinfecção de origem alimentar (PA-
recipientes onde são lavadas as con- Da mesma forma, Falcão et al. RANÁ, 1998).
chas, e o constante manuseio, pode (1983), em um estudo com 24 amos- Os resultados apresentados neste
enriquecer a água com os ingredien- tras de sorvetes não pasteurizados trabalho, juntamente com os resulta-
tes usados na fabricação do sorvete, mostraram que 66,6% dos produtos dos citados de outros autores, obser-
que são ricos em proteínas e outros examinados encontrava-se em con- vando a contaminação das análises
nutrientes, tornando-a um ótimo dições sanitárias insatisfatórias, em para coliformes totais e termotoleran-
meio de cultura para o crescimento razão da presença de altos níveis de tes servem como alerta aos órgãos
de micro-organismos patogênicos. coliformes totais, além da apresenta- competentes, para que mantenham
Da mesma forma Marques et al. rem resultados positivos para outras uma fiscalização mais eficiente, com
(2005), em sua pesquisa constatou bactérias como Staphylococcus au- a finalidade de se evitar que a popu-
que a água dos baldes contendo as reus com 16,6% de contaminação lação consumidora de produtos ge-
conchas de remoção de sorvete apre- tornando o produto potencialmente lados comestíveis, como o sorvete,
sentaram os seguinte valores: 15 a perigoso à saúde do consumidor seja acometida por toxinfecções de
>2.400 NMP/mL para coliformes to- Já em outro estudo analisou-se origem alimentar. Por fim, torna-se
tais e termotolerantes; verificando nove amostras de diferentes sorve- necessária a implementação de boas
que a presença de coliformes indi- tes comercializados na cidade de São práticas higiênico-sanitárias para ob-
cou que a água analisada não sofreu José do Rio Preto-SP. Os resultados tenção de um alimento seguro à po-
um tratamento adequado para ser dis- obtidos indicaram que todas as pulação consumidora.
tribuída. Observou-se também que amostras apresentaram-se em desa-
houve um aumento significativo cordo com um ou mais padrões da C ONCLUSÃO
quanto à carga microbiana e que este legislação brasileira, sendo constata-
aumento era causado pela permanên- da a presença de Salmonella sp. em Os dados obtidos através das aná-
cia, por tempo excessivo, das con- 100% das amostras. Repetindo a pes- lises realizadas nas amostras prove-
chas nos baldes utilizados para lava- quisa sete anos depois, com doze nientes da água utilizada na lavagem
gem. Portanto, esta água, quando em amostras de sorvete de uma mesma de conchas de aço inoxidável utili-
contato com o sorvete, por meio das empresa, detectaram a presença de zadas para remoção do sorvete em
conchas, pode transmitir agentes cau- Salmonella sp em 75% das amostras sorveterias self service, demonstrou
sadores de inúmeras doenças como analisadas, classificando os produtos que a mesma encontra-se com alto
hepatite, cólera, disenterias, dentre como potencialmente capazes de grau de contaminação por coliformes
outras. causar enfermidades transmitidas por totais e termotolerantes tornando o
Alguns trabalhos citados abaixo alimentos, dessa forma tornam os alimento (sorvete) um fator de risco
relatam a vulnerabilidade do sorvete produtos impróprios para o consu- para saúde dos seus consumidores.
em relação à contaminação por coli- mo (HOFFMANN, 1995). As amostras de um a 11 que cor-
formes, podendo ser responsáveis Outros estudos, promovidos por respondem a 91,66% do total das
por inúmeros casos de toxinfecções órgãos governamentais de controle amostras analisadas para coliformes
de origem alimentar. sanitário dos alimentos, tem demons- totais e as amostras de um a oito e a
Rizzo-Benato (2004), analisou 36 trado a necessidade de estabelecer 11ª para coliformes termotolerantes,
amostras de sorvetes dos sabores de ações de melhoria da qualidade sa- apresentaram contaminação acima
maior procura, creme e chocolate. nitária dos gelados comestíveis, pois do permitido em 100 mL de água.
Análises microbiológicas confirma- os dados da Secretaria de Saúde do Apenas uma amostra (8,33%) apre-
ram o elevado grau de contamina- Estado do Paraná revelaram que, das sentou ausência de coliformes totais,
ção para coliformes totais e termoto- 77 amostras analisadas dessa catego- enquanto três amostras (25,0%) de-
lerantes estando em inconformidade ria de produto, no ano de 1998, 41 monstraram ausência de coliformes
com a legislação vigente. Constatan- (53%) encontravam-se em desacor- termotolerantes, como preconiza a
do que 19,4% das amostras de sor- do com um ou mais padrões micro- portaria nº 518 do Ministério da Saú-
vetes apresentaram valores para co- biológicos estabelecidos pela legis- de (BRASIL, 2004), que regulamen-
liformes termotolerantes acima dos lação vigente. Sendo que 78% acu- ta o padrão de potabilidade e proíbe
tolerados pela referida legislação e saram a presença de Coliformes. E a presença de bactérias do grupo
30,6% das amostras de sorvetes apre- duas com Escherichia coli acima dos coliforme em 100 mL de água desti-

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 99 novembro/dezembro – 2010


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FIGURA 4 - Comparação das médias dos resultados do Número Mais Provável (NMP/100 mL) de
Coliformes Totais e Termotolerantes das amostras da água utilizada na lavagem das conchas de sorvete.

nada direta ou indiretamente ao con- consumidor com uma toxinfecção de VISA). Portaria nº 379, de 26 abril
sumo humano. origem alimentar. de 1999. Regulamento Técnico re-
Na Figura 4, observa-se que a mé- Diante desses dados constata-se que ferente a Gelados Comestíveis, Pre-
dia de contaminação em NMP/100 mL a água utilizada na lavagem das con- parados, Pós para o Preparo e
para coliformes totais é bem maior do chas para remoção do sorvete encon- Bases para Gelados Comestíveis.
que a média para a contaminação por tra-se fora do padrão estabelecido pela __. Ministério da Saúde (MS). Agên-
coliformes termotolerantes. Com base ANVISA, sugerindo assim, falta de lim- cia Nacional da Saúde (ANVISA).
nessas informações, a presença de co- peza, higiene e desinfecção além da Portaria nº 518, de 25 de março de
liformes termotolerantes pode indicar inconstância na troca da água. Estes 2004. Estabelece os Procedimen-
uma deficiência no processo de con- fatores podem funcionar como um ve- tos e Responsabilidades Relativos
trole higiênico-sanitário dos recipien- ículo desencadeador de contaminação, ao Controle e Vigilância da Qualida-
tes onde as conchas são lavadas ou ainda maior do que os apresentados nes- de da Água para Consumo Humano
mesmo das mãos dos próprios consu- se estudo. e seu Padrão de Potabilidade.
midores ao se servirem. O alto índice É imprescindível um trabalho de __. Ministério da Saúde (MS) Agência
de coliformes totais pode indicar falhas educação higiênico-sanitária com os Nacional da Saúde (ANVISA). Re-
no processo de sanitização das conchas proprietários e funcionários de sorve- solução da Diretoria Colegiada
ou dos recipientes onde as mesmas fi- terias da cidade de Teixeira de Freitas. (RDC) nº 12, de 02 de janeiro de
cam depositadas, fazendo com que haja Trabalho este que pode ser viabilizado 2001. Regulamento Técnico Sobre
maior proliferação dessas bactérias e em parceria com instituições de ensino Padrões microbiológicos para Ali-
consequentemente aumentando o ris- e principalmente pelos órgãos fiscali- mentos.
co de toxinfecções. zadores como a Vigilância Sanitária. FALCÃO, D. P.; SALGADO FILHO,
Os valores da contaminação encon- Tais medidas podem garantir aos con- G.; NISHIDA, N. K.; BORGES, S.
trados variaram de 2,1x103 até 1,1x105 sumidores o direito de consumir um R. Exame microbiológico de sorve-
NMP/100 mL para coliformes totais e alimento seguro e livre de micro-orga- tes não pasteurizados. Revista Saú-
4x102 a 1,1x105 NMP/100 mL para nismos que possam trazer agravos à de Pública. v. 17, n.1. 1983, p. 2-8.
coliformes termotolerantes. Essa con- saúde. HITCHINS, A. D.; HARTMAN, P. A.;
taminação pode comprometer a quali- TODD, E. C. D. Coliforms – Esche-
dade do sorvete, um alimento bastante R EFERÊNCIAS richia coli and its toxins. Cap. 24,
apreciado pela população de todas as p. 325–369. In: VANDERZANT, C.;
classes sociais, podendo gerar um pro- BRASIL. Ministério da Saúde (MS). SPLITTSTOESSER, D. F. Compen-
blema de saúde pública acometendo o Agência Nacional da Saúde (AN- dium of Methods for the Microbio-

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 100 novembro/dezembro – 2010


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ed. Washington: American Public de 1998. Arquivo da Divisão de Tecnologia de Alimentos. Escola
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1912 p. Curitiba. 1998. Queiroz (ESALQ).
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cializados na cidade de São José ble number technique. Cap. 6, p. SILVA JUNIOR, E. A. Manual de Con-
do Rio Preto – SP Brasil. Boletim 105-120. In: VANDERZANT, C.; trole Higiênico-sanitário em Servi-
do CEPPA, v. 13, n. 2. 1995. SPLITTSTOESSER, D. F. Compen- ços de Alimentação. 6ª ed. São Pau-
MARQUES, O. M.; PEREIRA, A. G.; dium of Methods for the Microbio- lo: Varela. 2007. 623 p.
SOBREIRA, L. A. D.; ALBUQUER- logical Examinations of Foods. 3rd TORTORA, G. J.; FUNKE, R. B.; CASE,
QUE, S. S. M. C. Qualidade Micro- Washington: American Public He- C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto
biológica da água de lavagem das alth Association (APHA). 1992, Alegre: Artmed. 2006. 894 p.
conchas de aço inoxidável de sor- 1912 p. VANDERZANT, C.; SPLITTSTOES-
veterias da cidade do Recife (PE). RIZZO-BENATO, R. T. Qualidade mi- SER, D. F. Compendium of Metho-
Revista Higiene Alimentar. v. 19, crobiológica do leite e do sorvete ds for the Microbiological Exami-
n. 136. 2005, p. 96-100. de massa de uma indústria de pe- nation of Foods. 3ª ed. Washing-
PARANÁ. Secretaria de Estado da Saú- queno porte do município de Pira- ton: American Public Health Asso-
de Relatório dos surtos de doenças cicaba - SP. Piracicaba. 2004. 62 ciation. 1992. 1219 p. ❖

NOTAS DA REDAÇÃO
01. No artigo Validação de método Figura 02 - Etapas de montagem das bolsas isotérmicas com os pedidos:

para manutenção da cadeia de frio na


distribuição de refeição light



congelada, publicado no exemplar


186/187 (volume 24, julho/agosto de



2010, páginas 90 a 98), foram


omitidos os nomes dos co-autores,



que seguem abaixo, além de ter sido


apresentado repetido o conteúdo da



Figura 01, não tendo aparecido o


conteúdo da Figura 02, que é



mostrado agora.


Coautores:


Regina Lúcia Firmento de Noronha


Centro Universitário Bennett,


UNIBENNETT, Rio de Janeiro, RJ




Bruno Bernardo de Figueiredo


02. Na seção Legislação, o trabalho Análise da rotulagem de chocolates quanto a presença de glúten,

Diretor de operações, Congelados publicado no exemplar 186/187 (volume 24, julho/agosto de 2010, páginas 182 a 186), foi publicado

da Sônia, Rio de Janeiro, RJ


com duas omissões: a) de um coautor e sua respectiva vinculação, b) da vinculação da coautora


Nayara Garcez, cujo nome não apareceu negritado. Seguem, abaixo, as descrições corretas.


Nayara Garcez

Ana Luisa Paiva


Centro de Diagnóstico e Tratamento da Doença Celíaca. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade


de Brasília, DF.

Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 101 novembro/dezembro – 2010


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