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Em defesa do povo brasileiro

Vacina no braço, comida no prato.


Auxílio emergencial de R$ 600,00 até o fim.
Em defesa da soberania, do patrimônio
e dos serviços públicos.
Em defesa do povo brasileiro!
IMPEACHMENT JÁ!

PT na Câmara - 1º semestre de 2021


Um semestre de resistência e em defesa da vida
Bohn Gass (RS)
Líder do PT na Câmara dos Deputados

A
o longo do primeiro semestre de 2021, a Bancada do PT na Câmara atuou como trincheira
de resistência aos retrocessos sanitários, econômicos, ambientais, sociais e trabalhistas
patrocinados pelo governo genocida e corrupto de Jair Bolsonaro. Com uma atuação
afinada com os outros partidos de oposição, o PT reagiu e denunciou em todas as frentes, in-
ternas e externas, os retrocessos em curso no Brasil.

Com a maior bancada na Câmara - 53 deputados, além de seus seis senadores -, o PT


vem exercendo forte oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional, o mais fragmen-
tado e conservador desde o retorno da democracia ao País.

Resistência - Cumprindo seu papel de maior partido de oposição, o PT apresentou no


primeiro semestre 32% de todos os decretos legislativos (um total de 69), em boa parte para
sustar atos exorbitantes e arbitrários do Executivo, e 20% dos requerimentos de informação
protocolados na Casa (169). A bancada apresentou, ainda, 196 projetos de lei.

Também é da Bancada do PT a emenda para garantir, em 2021, o auxílio emergencial


de R$ 600,00, como o Congresso aprovou em 2020, em contraposição à faixa de R$ 150,00 a R$
375,00 encaminhada na MP de Bolsonaro. Entretanto, como virou anexo do Planalto, a MP não
foi colocada em votação pela Presidência da Câmara, deixando milhões de pessoas com fome
e desesperança.

Uma outra matéria importante e estratégica para o PT foi a votação do projeto Assis
Carvalho, de socorro à agricultura familiar. Em 2020, Bolsonaro vetou projeto semelhante. Re-
apresentado em 2021, foi aprovado outra vez. Para o PT, o País não pode deixar à míngua um
setor que responde por 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira.

Impeachment - A Bancada atuou firmemente pela convocação de ministros do governo


Bolsonaro para prestar esclarecimentos, exercendo prerrogativa parlamentar para manter a
população informada sobre atos do Executivo. Atuou, também, para obstruir votações, apre-
sentou projetos alternativos à pauta do governo, liderou pedido de impeachment do presiden-
te, propôs a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), judicializou, recorreu ao
STF, ao Ministério Público, ao TCU e ao TSE.

Em outras palavras, nós, do PT, fizemos tudo o que era possível com os instrumentos
constitucionais disponíveis, para impedir a destruição do Estado brasileiro, resguardar direitos
e garantir a vida, em contraposição ao genocídio comandado pelo presidente da República.

É preciso reconhecer, entretanto, que foram poucas vitórias populares no semestre.


Podem-se citar as derrubadas dos vetos de Bolsonaro à internet nas escolas públicas e à Lei
Aldir Blanc. O presidente genocida queria impedir que alunos e professores da rede pública
tivessem acesso à internet e que os trabalhadores da cultura continuassem sendo ajudados
na pandemia.

Genocídio - Num momento de pandemia de Covid-19, em que mais de meio milhão


de brasileiros foram mortos em razão da negligência e do negacionismo de Bolsonaro e seus
ministros, um dos desafios foi enfrentar a máquina bolsonarista fortalecida e ampliada com

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BANCADA FEDERAL (2019-2023)
emendas-extras que somaram R$ 3 bilhões para a base governista. Uso não republicano da
máquina governamental.

A Câmara transformou-se num puxadinho do Planalto, com uma arbitrária mudança do


regimento interno para aniquilar direitos da oposição e das minorias, num verdadeiro “passa
boiada”, em defesa de interesses de segmentos específicos, em prejuízo dos interesses cole- Elvino Bohn Gass (RS) - Líder do PT
tivos e do futuro do País.

Retrocessos - Para dar sequência e aprofundar o golpe de 2016, a agenda do governo Afonso Florence (BA) Maria do Rosário (RS)
encaminhada à Câmara constitui um avassalador retrocesso, com o desmantelamento do Airton Faleiro (PA) Marília Arraes (PE)
Estado e de normas ambientais, a retirada de direitos da população, ataques aos povos indí- Alencar Santana (SP) Merlong Solano (PI)
genas, privatizações como a da estratégica Eletrobras, desprezo à agricultura familiar e inú- Alexandre Padilha (SP) Natália Bonavides (RN)
meros projetos para a desconstrução de políticas públicas de oportunidades que marcaram
Arlindo Chinaglia (SP) Nilto Tatto (SP)
profundamente todas as ações dos governos do PT.
Benedita da Silva (RJ) Odair Cunha (MG)
Mas a Bancada do PT atuou unida contra o governo genocida e corrupto. E continuará Beto Faro (PA) Padre João (MG)
assim ao longo deste ano, firme contra os retrocessos, junto com os movimentos sindicais, Carlos Veras (PE) Patrus Ananias (MG)
sociais, populares e de defesa da democracia, da soberania e dos interesses nacionais. Não Carlos Zarattini (SP) Paulão (AL)
há atalhos possíveis: a solução é impeachment já! Célio Moura (TO) Paulo Guedes (MG)
Enio Verri (PR) Paulo Pimenta (RS)
Esta publicação visa oportunizar a cada deputado petista prestar conta de suas princi-
pais ações neste primeiro semestre de 2021. Em defesa da vida, dos direitos do povo brasileiro Erika Kokay (DF) Paulo Teixeira (SP)
e do futuro do País. Frei Anastácio (PB) Pedro Uczai (SC)
Gleisi Hoffmann (PR) Professora Rosa Neide (MT)
Boa leitura! Helder Salomão (ES) Reginaldo Lopes (MG)
Henrique Fontana (RS) Rejane Dias (PI)
João Daniel (SE) Rogério Correia (MG)
José Airton Cirilo (CE) Rubens Otoni (GO)
Jorge Solla (BA) Rui Falcão (SP)
José Guimarães (CE) Valmir Assunção (BA)
José Ricardo (AM) Vander Loubet (MS)
Joseildo Ramos (BA) Vicentinho (SP)
Leo de Brito (AC) Waldenor Pereira (BA)
Leonardo Monteiro (MG) Zé Carlos (MA)
Luizianne Lins (CE) Zé Neto (BA)
Marcon (RS) Zeca Dirceu (PR)

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Muitas lutas, e vitórias Mandato do Pará voltado às lutas
do povo brasileiro
Afonso Florence (PT-BA)
Airton Faleiro (PT-PA)

O A
irton Faleiro é vice-líder do PT na Câmara, vice-presidente Comissão de Cultura, Coorde-
“Mandato Coletivo 1301” teve seu funcionamento democrático, constituído pela Ple- nador do Fórum da Amazônia e membro titular das comissões da Amazônia; de Minas
nária Deliberativa, Conselho Político, e Coletivos Setoriais, na forma remota, por e Energia, e de Cultura.
causa das restrições sanitárias. Destaque para os setoriais da Agricultura Familiar,
Sustentabilidade, Educação, Saúde, e Cooperativismo. Foi realizada uma reunião aberta do Cultura - Na área cultural, o parlamentar vem desenvolvendo uma série de ações
conselho, com a participação da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do presiden- no Congresso Nacional e no estado do Pará em favor das fazedoras e fazedores de cultura,
te do PT Bahia, Éden Valadares, e do senador Jaques Wagner, na sua primeira intervenção principalmente no incentivo à renda neste período de pandemia. Foi coautor e articulador
pública depois da definição partidária de lançar sua pré-candidatura para o governo da nacional da criação e aprovação da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural.
Bahia em 2022.
Agricultura Familiar e Extrativismo - Membro do Núcleo Agrário do PT na Câmara,
Faleiro foi um dos articuladores e coautor da Lei Assis de Carvalho, que cria mecanismos de
No âmbito parlamentar, merece destaque a designação para vice-liderança da Opo- socorro à agricultura familiar neste período de pandemia.
sição no Congresso Nacional. Aproveito para agradecer os líderes do PT, Paulo Rocha, e da
minoria, Jean Paul, e o aval do líder do PT na Câmara, Bohn Gass, e do líder da minoria no Educação - O mandato tem atuado na firme defesa da educação pública. O projeto de
Congresso, Arlindo Chinaglia. lei (PL 426/2021) de sua autoria assegura que seja nomeado(a), pelo presidente da república,
o 1º colocado nas eleições para reitores das universidades e institutos federais.
Tramitam no Senado dois projetos de autoria do mandato. O PL 4113/20, que foi
elaborado a partir da presidência da Frente Parlamentar em Defesa das Organizações da Povos Indígenas - O mandato vem atuando fortemente na defesa dos povos indíge-
Sociedade Civil (FPOSC). O 4113/19 foi gestado pelos profícuos debates no colegiado de nas no Congresso Nacional, participando ativamente nas mobilizações e defesa das pautas
Organizações da Sociedade Civil (OSC), que compõem a Frente, e foi subscrito por muitas indígenas na Câmara, com destaque para: Acampamento Terra Livre (ATL), promovido pela
e muitos colegas. Ele viabiliza a continuidade das parcerias entre as OSC e os governos Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib e participação na 1ª Marcha das Mulheres
durante a pandemia, com base na Lei 13.019/16 (MROSC), garantindo o desembolso de até Indígenas em defesa de seus territórios e por direitos humanos.
70% do valor contratado. Já o PL 1802/19 veio de uma demanda apresentada por ativistas
Combate à Covid-19 - Airton trabalhou ativamente para o socorro aos povos indíge-
sindicais do movimento de Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias. Ele nas, quilombolas e povos e comunidades tradicionais com a aprovação da Lei 14.021/2020.
estabelece que os agentes serão considerados profissionais de saúde, tornando possível a Lei esta que contou com a aglutinação de vários projetos de Lei dos quais o parlamentar foi
acumulação do cargo, e da remuneração. autor de dois e coautor de outros.

Finalmente, a luta pela inclusão na Reforma Tributária da tributação progressiva Principais Projetos de Lei de autoria própria:
da renda e do patrimônio. Em 2019, nosso mandato tinha recebido a incumbência do líder
do PT, Paulo Pimenta, para coordenar a bancada na Comissão Especial para apreciação da PL 2952/2019 - Pensão Especial Colonos (Pioneiros da Transamazônica)
PEC 45/19, e para coordenação da bancada da Minoria na Câmara pela lider Jandira Fegha- PL 4248/2020 - Universalização da Energia Elétrica em Regiões Isoladas da Amazônia
li (PCdoB). Com apoio da equipe técnica da bancada do PT na Câmara e no Senado, e do Legal
movimento pela Reforma Tributária Justa e Solidária, elaboramos inúmeras emendas, em PL 4733/2020 - Incentivo a Economia Criativa via Fundos Constitucionais
especial a Emenda Substitutiva Global nº 178/19, que ficou conhecida como da “Reforma PL 4823/2020 - Confere competência aos Juizados Especiais Federais para ações judi-
Tributária Justa, Solidaria e Sustentável”. Em 2020, o mandato foi reconduzido à mesma ta- ciais quanto ao auxílio emergencial
PL 285/2021 - Insere Pará no rol dos Estados a receberem recursos via RGR (Recurso
refa pelos líderes Enio Verri, do PT, e José Guimarães, da Minoria, que também nos indicou
Global de Reversão) para reduzir a tarifa de energia no Estado do Pará
para coordenar os trabalhos na Comissao Mista da Tributária, que foram estendidos até o PL 426/2021 - Vincula escolha do presidente da república ao primeiro colocado a
primeiro semestre de 2021. escolha da instituição de ensino superior
PL 427/2021 - Concede Direito de Arena aos Árbitros e Assistentes de eventos espor-
tivos
PL 1021/2021 - Estabelece instrumentos para a remoção de veículo abandonado em
via pública ou estacionamento público

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Nosso desafio é derrotar Bolsonaro Oposição ao governo Bolsonaro:
e levar a mensagem protagonismo nas medidas de
de esperança ao Brasil proteção ao povo

Alencar Santana Braga (PT-SP) Alexandre Padilha (PT-SP)

O A
Brasil precisava, no início de 2021, do máximo de competência e sabedoria do Exe-
cutivo e do Parlamento para impedir a aceleração da crise econômica e a evitar o credito que o maior desafio de um representante eleito democraticamente
aumento da tragédia causada pela pandemia do coronavírus. O que se viu, porém, pelo povo brasileiro hoje, é conter as atrocidades cometidas pelo governo
foi exatamente o contrário: incompetência, desorganização e escolha das piores pautas Bolsonaro em meio a maior tragédia humana que o Brasil já enfrentou. São
possíveis para o presente e para o futuro do País. mais de 500 mil mortes, vidas perdidas e menos de 15% da população vacinada.
Por mais importantes que sejam as medidas de distanciamento social e não
Bolsonaro, Paulo Guedes e o Congresso priorizaram a “Reforma Administrativa”, uma farmacológicas, a solução para salvar vidas é a vacinação para todos e todas o
nociva proposta que, na prática, é a destruição do Estado brasileiro previsto pela Consti- quanto antes.
tuição de 1988. A estabilidade, a impessoalidade e a transparência do serviço público, prin-
cípios que protegem o interesse público, vão pelo ralo se a PEC 32 for aprovada. Por isso As medidas de proteção ao nosso povo na pandemia vieram do Congresso
precisamos derrotá-la! Nacional, que é protagonista na oposição a este governo genocida, omisso e nega-
cionista. Comissões Externas de acompanhamento das ações de enfrentamento à
O genocídio planejado e executado com todo afinco pelo governo Bolsonaro desde Covid-19 foram instauradas nas duas Casas desde o início da pandemia.
o início da pandemia ganhou ainda mais força em 2021. O Brasil superou meio milhão de
mortos, vacina a população a passo de tartaruga porque Bolsonaro determinou que não Sou membro da comissão implantada na Câmara e, junto com a Bancada do
fossem compradas vacinas em 2020 e o nosso território se transformou num “laboratório” PT, apresentei mais de 170 ações de combate à Covid-19 e as atitudes genocidas de
para o vírus se transmutar em novas variantes, o que ameaça não apenas a população bra- Bolsonaro.
sileira, mas o mundo inteiro.
Transformamos em Lei (Nº 14128/21) minha proposta que garante indeniza-
Como se fosse pouco, descobrimos que Bolsonaro e sua quadrilha estão envolvidos ção aos familiares dos trabalhadores da saúde em caso de morte no enfrentamento
até o pescoço em casos de corrupção. Então ministro Ricardo Salles foi flagrado num es- à pandemia. Aprovamos medidas emergenciais para proteção dos trabalhadores da
quema de contrabando de madeira e o próprio Jair Bolsonaro foi descoberto no acoberta- cultura e dos agricultores, como a Lei Aldir Blanc e Assis Carvalho. E apresentamos
mento de crimes relacionados à compra de vacinas que têm a mão podre do seu líder na a Lei Paulo Gustavo que garante apoio ao setor cultural e audiovisual. Sou coautor
Câmara, Ricardo Barros. de todas elas.

E no meio disso, a maior empresa de energia da América Latina e quinta maior do Queremos fazer o que o governo não faz: valorizar a vida do povo brasileiro.
mundo, a Eletrobras, patrimônio erguido com o suor do povo, foi vendida a preço vil para
os amigos de Bolsonaro e Guedes. Pior: a fatura dessa privatização será paga nas contas de
luz da população.

Nosso desafio do segundo semestre é fortalecer o movimento nas ruas contra o


miliciano que está no Palácio do Planalto. Além disso, temos que espalhar a mensagem de
otimismo e esperança de que é possível reconstruir o País com o projeto certo, que será
liderado novamente por Lula.

Por falar em eleições, o Congresso precisa aprovar com urgência o PL 814/2019, de


minha autoria, que obriga a participação de candidatos ao Executivo em debates. Não po-
demos deixar que se repita em 2022 o que ocorreu em 2018, quando um fujão foi eleito
presidente da República sem ter debatido uma única vez com o seu adversário no 2º turno.

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Aposta criminosa de Bolsonaro resulta na País vive um dos períodos mais difíceis
maior tragédia vivida pelos brasileiros da história com o governo genocida
Arlindo Chinaglia (PT-SP) Benedita da Silva (PT-RJ)
Líder da Minoria no Congresso Nacional

N O
esse primeiro semestre de 2021 o fato mais importante a ser destacado é o cres- s seis primeiros meses de 2021 já entraram para o calendário como um dos períodos
cimento vertiginoso da pandemia, que se mantém até hoje. A aposta criminosa de mais difíceis da nossa história, onde a proliferação da Covid-19 e a política genocida
Bolsonaro se desenhou ainda no início da pandemia, quando apostou na imunidade do governo Bolsonaro destruíram empregos, aumentaram a fome e, principalmente,
de rebanho. Assim, trabalhou permanentemente contra o isolamento social, não garantiu, já tiraram a vida de mais de 500 mil pessoas.
desde o início, equipamentos de proteção, sequer para os profissionais de saúde, boico-
tou enquanto pôde, a compra de vacinas. O resultado é a maior tragédia vivida pelo povo Nesse sentido, além das votações em plenário contra a política antipovo do atual
brasileiro, que vem pagando com centenas de milhares de vidas a barbárie deste governo. governo e a nossa luta por mais vacina e um auxílio emergencial digno para a nossa po-
pulação, apresentei nas comissões de Cultura e de Seguridade Social e Família, seja como
Relembrando uma das grandes mentiras de Bolsonaro, que para atender os interes- autora ou coautora, 32 proposições com foco na cultura, no social, na educação e em defesa
ses do capital, dizia estar preocupado com a economia, juntando a mentira que permeia da soberania do nosso País e direitos da classe trabalhadora. Na Comissão de Cultura, o
todas as ações deste governo, mais a incapacidade brutal de Bolsonaro/Guedes em pro- PL 1087/21, do qual fui a autora, foi aprovado e assegurou a prorrogação dos prazos para
duzir um plano de desenvolvimento e geração de empregos para o País, preferiu fazer um aplicação e execução dos recursos da Lei Aldir Blanc.
ajuste fiscal, aprofundando a tragédia.
Apresentei ainda o PLV 5/21, que prorroga a vigência do Plano Nacional de Cultura
Neste ano de 2021, Bolsonaro deveria ter submetido ao Congresso Nacional a de- (PNC); o PDL 179/21, que visa sustar uma portaria que altera a condução dos trabalhos da
cretação do estado de calamidade pública. Isso mais uma vez permitiria disponibilizar Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão responsável pelo processo de sele-
ao próprio governo todos os instrumentos para financiar o combate à Covid-19, o auxílio ção de projetos; e requerimento de informação sobre as instalações da Escola Nacional de
emergencial, de no mínimo R$ 600,00, injetar recursos nas micro e pequenas empresas, Circo, localizada no Rio de Janeiro.
que são aquelas que mais geram empregos, enfim, deveria pelo menos combinar o com-
bate à pandemia com a efetiva tentativa de recuperar a economia brasileira. Uma importante conquista em defesa do setor cultural foi a aprovação do nosso
relatório, na forma de substitutivo, que regulamenta o Sistema Nacional de Cultura (SNC) e
Um exemplo grave das prioridades deste governo são as privatizações. A mais re- simplifica o repasse de verbas para o setor cultural.
cente e uma das mais danosas para o País foi a privatização do sistema Eletrobras. A pressa
foi tamanha que usaram de forma ilegal o instrumento de medida provisória. Pela Comissão de Seguridade Social e Família, tivemos a aprovação do nosso relató-
rio ao PL 893/20, que obriga a instalação de dispositivos para medição de temperatura de
Pior ainda é que pretendem arrecadar com essa venda apenas R$ 25 bilhões! Todos funcionários e passageiros em aeroportos, e a aprovação do requerimento 106/2021 para a
sabemos que a Eletrobras é a sexta empresa mais lucrativa do Brasil e vale R$ 370 bilhões realização de audiência pública sobre os impactos da Covid-19 junto à população negra.
e nos últimos três anos deu um lucro de R$ 30 bilhões!! Apresentei também o PL 1651/21, que garante aos beneficiários do programa Bolsa Família e
de auxílio emergencial um período de carência de seis meses para o pagamento das contas
No orçamento aprovado para 2021, contra o nosso voto, houve uma redução brutal de luz.
de verbas na saúde, na agricultura familiar, na educação, na ciência e tecnologia, na assis-
tência social, e em programas como o Minha Casa, Minha Vida, entre outras rubricas. Assim, Uma emenda de minha autoria ao PL 1011/20 foi aprovada pelo plenário da Câmara
nos resta continuar fazendo o enfrentamento contra esse governo, no Parlamento e nas Federal. A ação garante prioridade às trabalhadoras domésticas no Plano Nacional de Vaci-
ruas. nação contra a Covid-19. Esse breve balanço da nossa luta no Parlamento, neste 1º semes-
tre, esteve aliado às manifestações de rua que tomaram conta de todo o País nos meses de
maio e junho reivindicando vacina no braço, comida no prato e o ‘Fora, Bolsonaro’.

A luta continua no segundo semestre de 2021!


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Um mandato em defesa da Em defesa dos direitos humanos
Agricultura Familiar na pandemia Carlos Veras (PT-PE)
Beto Fato (PT-PA) Presidente da Comissão de Direitos Humanos

A N
pandemia impôs novas medidas de isolamento à população, e no campo não foi di- este primeiro semestre de 2021, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM)
ferente. Com a proibição das feiras nas cidades e com a queda na economia, muitos retomou as atividades, de forma híbrida, depois das restrições impostas no ano
agricultores familiares se viram na pobreza. Hoje o povo do campo é também o que passado por conta da pandemia de Covid-19.
mais tem sofrido com a fome. A crise sanitária e econômica no País está cada vez mais
grave devido ao governo Bolsonaro que nega vacina e comida no prato. Assumimos o colegiado com o objetivo de priorizar a luta por vacina no braço e
comida no prato, defendendo o direito à vida. Reforçamos a importância do espaço em
O setor vem sendo castigado com o avanço de políticas agrárias e ambientais que dar voz às organizações e movimentos sociais que representam as ditas minorias do País,
favorecem a expansão das fronteiras do agronegócio. Mais uma vez o governo Bolsonaro trabalhadoras e trabalhadores rurais, mulheres, indígenas, quilombolas e população LGB-
excluiu os agricultores familiares do acesso à renda e deixou o campo na miséria, colocan- TQIA+.
do em risco a segurança alimentar. A agricultura camponesa é responsável por 70% dos
alimentos que vão à mesa do povo brasileiro. A luta em defesa dos direitos humanos nunca foi tão necessária. Neste sentindo,
realizamos cerca de 30 audiências públicas e enviamos mais de 400 ofícios para acionar os
O movimento social do campo iniciou uma mobilização, e juntos construímos o órgãos e instituições responsáveis diante de denúncias de violações de direitos humanos,
projeto de lei de socorro aos agricultores familiares (PL 735/20), aprovado em 2020. Porém, além de diversas reuniões com autoridades dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.
mais uma vez, Bolsonaro foi contra a agricultura familiar e vetou a ajuda. Mas o movimento Não nos furtamos do diálogo independentemente de posições políticas, em busca de saí-
social do campo resistiu e juntos construímos um novo projeto com os pontos vetados das construídas para resolver ou distensionar conflitos.
pelo Executivo, o PL 823/21, o qual sou coautor. E aprovamos em 2021, medidas para dimi-
nuir o impacto socioeconômico da Covid-19 nesses produtores e que devem ser adotadas
Também demos início a uma série de audiências públicas para debater as recomen-
até 31 de dezembro de 2022.
dações recebidos pelo Brasil, no âmbito Revisão Periódica Universal da ONU. A RPU é o
Uma grande vitória do movimento social do campo junto com a Bancada do PT em exame detalhado que os Estados-membros da ONU realizam sobre a situação dos direitos
defesa da agricultura familiar que dá condições ao agricultor familiar de permanecer no humanos em cada país e as medidas adotadas para protegê-los e promovê-los.
campo produzindo alimentos saudáveis e garantindo que eles cheguem à mesa do povo.
A Lei Assis Carvalho tem como objetivo diminuir a miséria no campo e os preços dos ali- Já foram discutidos temas como: Empresas e direitos humanos, Direitos das comu-
mentos. O Brasil tem cerca de 13,2 milhões de pessoas em situação de pobreza no campo, nidades quilombolas, Direito à educação, Evolução dos direitos das pessoas LGBTQIA+, Evo-
segundo o Cadastro Único para Programas Sociais. lução dos direitos à água e ao saneamento básico, Direitos da população negra e combate
ao racismo, entre outros.
Com a nova lei, passam a ter acesso ao benefício agricultores e empreendedores
familiares, pescadores, extrativistas, silvicultores e os aquicultores. Para agricultores fa- A comissão seguirá firme no cumprimento do seu papel de colaborar, fiscalizar,
miliares em situação de pobreza e extrema pobreza, o projeto cria o Fomento Emergencial acompanhar e acolher denúncias de violação de direitos humanos, com o objetivo de fazer
de Inclusão Produtiva Rural. O valor do auxílio será de R$ 2,5 mil por unidade familiar. Se a valer a Constituição Federal de 1988 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que
família monoparental for comandada por mulher a parcela será de R$ 3 mil. Além disso, foi
reconhece que direitos iguais e inalienáveis a todos os seres humanos é o fundamento da
garantida linha de crédito com taxa de 0%. E o prorrogamento do pagamento das dívidas
rurais para um ano após a última prestação. liberdade, da justiça e da paz no mundo.

Mas devemos continuar vigilantes ao efeito devastador do modelo de agronegócio


no País baseado nos agrotóxicos, agroquímicos e que não permite a produção diversificada
de alimentos. Se Bolsonaro continuar com essa política de agricultura e abastecimento
que favorece ricos, debilita as políticas de abastecimento popular e deixa os preços dos
alimentos altos, o campo continuará na miséria. Nosso mandato está de portas abertas
para o movimento e na luta pela agricultura familiar.

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Brasil vai ladeira abaixo com Bolsonaro. Só quem luta conquista
Oposição impede retrocessos
Célio Moura (PT-TO)
Carlos Zarattini (PT-SP)

H O
á mais de 15 milhões de desempregados, 15 milhões de subempregados, inflação governo Bolsonaro é o pior governo da nossa história.
nas alturas e uma disparada histórica no preço da gasolina, do gás de cozinha, dos
Temos o maior desemprego aliado com a queda da renda da classe trabalhadora,
alimentos e da energia elétrica. Esse é o cenário atual do Brasil. Um verdadeiro caos causada por uma inflação que atinge principalmente os mais pobres, pois a comida
agravado pela falta de vacinas e a morte de mais de 500 mil pessoas por Covid-19, fora sobe a cada mês. Além disso, gás de cozinha e combustíveis foram atrelados ao dólar e
os milhares que seguem hospitalizados. Vivemos hoje uma crise econômica, sanitária e agora temos o dólar mais alto. Ao mesmo tempo dessas crises econômica e social (pois
política jamais vista na nossa história diante da incapacidade de Bolsonaro para governar. aumentou enormemente a quantidade de pessoas passando fome), também temos uma
crise sanitária.
O presidente da República foca todas as suas energias em defender o uso de me-
Após mais de um ano de pandemia do coronavírus, descobrimos que o presidente Bolso-
dicamentos sem eficácia como a cloroquina, promove aglomerações e contradiz normas naro boicotou a vacinação. Ele se negou a comprar vacinas, ao mesmo tempo que fazia
estabelecidas por governadores e prefeitos no combate à Covid-19, além de negligenciar campanha para que as pessoas se aglomerassem, andassem sem máscara e receitava, de
de forma criminosa a compra de imunizantes. Postura que visa apenas alimentar a guerra forma ilegal, remédios sem qualquer efeito.
ideológica e o negacionismo.
É preciso dialogar com os trabalhadores do campo e da cidade para reconstruirmos
Além dessa obsessão, Bolsonaro adota uma política econômica recessiva e não faz o nosso País. Como primeiro deputado federal eleito pelo PT do Tocantins, participo da luta
investimentos. É um governo que se diz nacionalista, mas que não tem pudor em vender as para que o Brasil tenha um novo governo que se preocupe com nosso povo, que busque a
principais empresas nacionais a preço de banana, retirar direitos dos trabalhadores para geração de empregos, o aumento dos salários, que garanta a vacinação de toda a popula-
agradar os milionários e o mercado financeiro. Resultado disso é estagnação da economia ção contra o coronavírus, que pare com a perseguição política contra as oposições e que
e o aumento da pobreza. busque dias melhores para o nosso povo.

Não bastasse isso, Bolsonaro busca promover pautas religiosas conservadoras, ar- Sou um dos coautores das duas leis Assis Carvalho, que buscam atender os agricul-
tores e agricultoras familiares com medidas que diminuam os efeitos econômicos e sociais
mamentistas e do agronegócio enquanto a maior parte da população luta contra o vírus e
da pandemia, garantindo a compra de alimentos saudáveis, assim como crédito rural para
a fome. manter a produção e a alimentação do nosso povo, pois a maioria dos alimentos que co-
Oposição – A desordem não é pior porque partidos de esquerda seguem firmes na memos diariamente vêm da agricultura familiar e não dos grandes fazendeiros que só se
oposição democrática. E foi essa luta que impediu mais retrocessos. Estamos enfrentando preocupam em exportar e ganhar em dólar.
grandes batalhas.
Também sou coautor da Lei Aldir Blanc que garantiu recursos para a manutenção
Estamos trabalhando para impedir a venda da Eletrobras, pela aprovação do projeto emergencial dos artistas do nosso País, e da Lei Paulo Gustavo, que tem por objetivo colo-
de lei (PL 1374/2021) que cria a Tarifa Social do Gás, que vai garantir desconto na compra car os recursos dos Fundos da Cultura para atender aos trabalhadores e trabalhadoras do
de gás de cozinha para famílias de baixa renda, e pela ampliação no valor e no prazo do setor cultural.
auxílio emergencial. Benefício que foi uma conquista dos partidos de Oposição.
Como o único deputado federal do Tocantins que faz oposição a Bolsonaro, votei
Vitórias - Apesar de Bolsonaro, conseguimos importantes conquistas como a inclu- contra a Reforma da Previdência e também contra a privatização da Eletrobras.
são na Lei 14071/2020 da ampliação para 40 pontos na Carteira Nacional de Habilitação Destaco essas duas votações, pois elas mostram a destruição dos direitos da classe traba-
lhadora e também da soberania nacional, duas características do governo Bolsonaro e de
para efeitos da suspensão do direito de dirigir para motoristas profissionais. Já na Lei nº
seus aliados.
14.120/2021, emplacamos proposta para que as empresas distribuidoras de energia utili-
zem recursos da conta de luz paga pela população para implantar painéis de energia solar Apoio as manifestações que estão ocorrendo no Brasil contra esse governo genoci-
sobre as escolas dos bairros mais carentes. Com isso, a conta de luz dos mais pobres po- da. É vacina no braço, comida no prato e auxílio emergencial de R$ 600.
derá ser reduzida com investimentos em energia solar.
Use máscara e descarte o Bolsonaro!

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Afinal a quem serve Privatizar a Eletrobras
a Reforma Administrativa? é um crime contra o Brasil
Enio Verri (PT-PR) Erika Kokay (PT-DF)

N A
ão há que se negar, que desde sua concepção, a proposta de emenda à Consti- privatização da Eletrobras, autorizada pela medida provisória (MP 1.031/2021), faz parte
tuição (PEC 32/2020), apresentada pelo governo federal e denominada “Reforma do plano criminoso do governo federal de vender nossas principais empresas públi-
Administrativa”, tem sido tratada como a grande responsável por uma revolução cas. Energia é um bem fundamental para tecer a soberania de um país e para permi-
na forma como o Estado pode enxugar suas despesas e melhorar o serviço público tir o desenvolvimento industrial, agrícola e social da nação. Ela é indispensável para que
oferecido à população. possamos ter o bem viver. Por isso, não podemos permitir que a nossa energia seja tratada
como simples mercadoria. Essa é uma luta extremamente importante, que pulsa em defesa
No entanto, ninguém se atreve a esclarecer que a reforma, na verdade, é uma
do Brasil.
proposta que escolhe como alvo o servidor público, enfraquecendo a sua relação de
trabalho com o Estado, e que vai comprometer a qualidade do serviço prestado, prin-
cipalmente aos mais pobres. A desestatização é fruto de uma gestão que não tem um plano de desenvolvimen-
to econômico. Isso porque a Eletrobras é a maior empresa de energia elétrica da América
A PEC 32 segue as orientações ultraliberais de Estado mínimo, do ministro da Latina. Tem capacidade instalada de 51.143 MW, detendo cerca de 30% da geração e 43% da
Economia, Paulo Guedes, e enxerga o serviço público como algo que pode ser “lucra- transmissão de energia do Brasil. Atua com 48 usinas hidrelétricas, 12 termelétricas a gás
tivo”, tirando seu papel social. Para isso, se usa da desconfiança construída em torno natural, óleo e carvão, duas termonucleares, 62 usinas eólicas e uma usina solar, próprias
da figura do servidor público e do imaginário de infindáveis privilégios atribuídos a ou em parcerias, em todo território nacional.
ele. Ideias defendidas quando o ministro diz que servidores se igualam a “parasitas”,
dando subsídio ao ataque a direitos e garantias desses trabalhadores. De acordo com dados da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletro-
bras (Aesel), a estatal tem caixa elevado (R$ 14 bilhões), lucratividade (R$ 30 bilhões nos úl-
A reforma engloba todos os entes federativos e pauta entre as suas mudanças timos três anos) e baixo endividamento para investir na expansão do setor no Brasil. Dessa
o fim do concurso público; o fim do regime jurídico único; acaba com a estabilidade de forma, ela poderia ser fundamental para ajudar na recuperação econômica e na geração de
emprego; flexibiliza os contratos de serviços com o setor privado e aumenta o poder empregos.
do Executivo para alterar o quadro de cargos públicos do Estado, sem precisar de aval O governo federal pretende lucrar pouco mais de R$ 20 bilhões com a venda. No
do Congresso. entanto, a privatização vai fazer com que a Eletrobrás – que tem mais de R$ 400 bilhões
em ativos – perca R$ 40 bilhões de dívidas da própria União, que serão repassadas à com-
Caso a PEC seja aprovada, teremos a volta de funcionários apadrinhados, pre- pradora. E o governo ainda está propondo a manutenção das garantias, ou seja, se houver
carização na contratação de trabalhadores, tornando-os vulneráveis a assédio moral e prejuízo no negócio, a União é quem bancará.
fragilização diante dos cargos de chefia. Mudanças que afetarão áreas como a educa-
ção, o SUS, o INSS, os bancos públicos, entre outras, que são as que a população mais Ademais, a MP criada pelo governo federal é ilegal. O início do processo de privati-
depende durante sua vida. zação da Eletrobras precisa de autorização legislativa. Então, esse processo não poderia ter
sido iniciado sem a anuência do Congresso Nacional. Além disso, o fundamento de urgência
Portanto, barrar os avanços da PEC 32 contra direitos previstos na Constituição apresentado pelo Executivo não se sustenta, uma vez que a empresa não perdeu sua capa-
e preservar o amparo social do Estado, sem prejudicar os mais pobres, depende da cidade de investimento.
união de forças dos partidos de Oposição no Congresso, de entidades representativas
dos servidores e da sensibilização da base do governo em prol da proteção do serviço O povo já pagou pela construção das hidrelétricas que vão ficar agora sob a égide
público. do lucro. A Eletrobras é da população brasileira e responsável por assegurar luz para todos,
mas o atual governo quer destruir o Brasil. Por isso, continuaremos lutando para evitar essa
A população tem direito ao amplo acesso de serviços de qualidade oferecidos privatização criminosa, que resultará no aumento da tarifa aos consumidores e romperá a
pelo Estado, que não podem ser negado. Vamos construir propostas para que os ser- soberania energética do nosso País.
viços públicos sejam modernizados de modo a atenderem a quem deles precisa, com
condições de trabalho dignas para servidores e maior transparência de gastos públi-
cos.

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A quem interessa o governo Bolsonaro, se não cair antes, quer tumultuar
Bolsonaro? as eleições com o voto impresso
Frei Anastácio Ribeiro (PT-PB) Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Presidenta do PT

B A
olsonaro venceu as eleições explorando três pilares que iludiram a população: quem interessa colocar em dúvida o sistema eletrônico de votação, considerado um
combate à corrupção, dar armas a todos os brasileiros e o ódio ao Partido dos dos melhores do mundo? Quando se vê a discussão sobre o voto impresso por parte
Trabalhadores. Como se não bastassem as mentiras durante as eleições, as fake de bolsonaristas no Congresso Nacional, essa é a única questão que vem à cabeça.
news continuam durante a gestão como se fossem as supostas verdades disseminadas Afinal, o Brasil utiliza a urna eletrônica desde 1996 e elegeu parlamentares, prefeitos, gover-
durante a campanha eleitoral. nadores e os presidentes FHC, Lula, Dilma e o próprio Bolsonaro. Vejamos aqui os elemen-
tos que atestam que nosso processo eleitoral eletrônico é seguro e auditável, derrubando
Com toda essa estrutura de falsidade e a firmeza na disseminação do ódio, a qualquer argumento favorável à volta ao passado do voto impresso.
quem interessa esse governo? Não é difícil responder que esse governo nazifascista
não interessa aos pobres, aos servidores públicos, à educação, à saúde, ao meio am-
biente, às minorias, à diversidade de gênero, à segurança pública, aos trabalhadores do Nunca se documentou um caso de fraude, ao contrário, o sistema foi o responsável
campo e da cidade e muito menos à democracia. por acabar com fraudes eleitorais, compra de votos, votos de cabresto que marcaram a
história brasileira no tempo do voto de papel. Com a urna eletrônica, foi eliminada a inter-
O governo Bolsonaro é fundamentado no firme propósito da destruição de direi- venção humana na votação e na apuração dos votos.
tos, no enfraquecimento das organizações sociais e sindicais numa escalada avassala-
dora, além da fragilização da nossa jovem democracia. Um item de segurança de grande importância é que as urnas não ficam conectadas
à internet, portanto, não há chance de acesso remoto e não tem como serem hackeadas.
Ele está tentando neutralizar todas essas forças, ao passo que recheou o governo Precisaria a concordância de muita gente para se alterar a programação das urnas eletrô-
com militares ocupando cargos estratégicos e com benesses. Dos 17 militares da mais nicas.
alta patente do País, 15 estão no governo. São mais de seis mil militares ocupando car- Outro ponto é a transparência do sistema, uma vez que todo o processo, do desen-
gos na gestão, um número muito maior do que durante o golpe militar. volvimento do programa à divulgação dos resultados, está sujeito à fiscalização dos parti-
dos, testes de segurança são acompanhados por diversas instituições públicas e as eleições
Está muito claro o caminho que esse governo está seguindo, a quem ele interes- são pela sociedade civil organizada, universidades e entidades internacionais. Por fim, uma
sa e o que deseja. O primeiro objetivo ele já alcançou, que foi militarizar o governo sem questão de extrema relevância que é a auditabilidade do sistema eletrônico de votação.
uma ruptura trágica, como em 1964. O caso Pazzuelo (ex-ministro da Saúde) foi um sinal São dez etapas de auditoria, todas abertas à fiscalização.
forte sobre o alto grau de subserviência do Exército, ao atender o comando de Bolsona-
ro para não punir o general que participou de ato político. Durante a comissão geral realizada na Câmara, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou taxativamente que o voto impresso será
Na área econômica, os ricos estão ficando mais ricos, os pobres mais pobres, a um retrocesso e custará R$ 2 bilhões. Ele também alertou sobre o perigo da quebra do sigilo
fome aumentando e a miséria caminhando a passos largos. Enquanto isso, os bancos e risco de fraude.
faturam alto e acumulam lucros bilionários à custa do sofrimento da grande maioria da
população. Além do mais é um grande paradoxo, será a urna eletrônica, onde se registra o voto,
que gerará seu impresso e neste caso, para se comprovar possibilidade de fraude o eleitor
Uma coisa é certa: não é o Judiciário nem o Poder Legislativo que irão mudar teria de ser identificado.
essa situação. Só o povo nas ruas e os votos nas urnas são as esperanças de mudanças.
E para reconstruir o Brasil, não há outra opção a não ser Lula, mas não será fácil. Por essas e outras razões que mudar o sistema de votação atenta contra a democra-
cia brasileira e só serve para quem tem a pretensão de não aceitar o resultado das eleições,
Para todos nós fica o desafio gigantesco de como conscientizar o eleitorado, negar a legitimidade dos adversários e tumultuar o processo. Atitude típica de Bolsonaro!
diante de tanta desinformação, atrair os indecisos, os votos nulos, brancos e os que não
compareceram às urnas nas últimas eleições. Além disso, é preciso cativar os eleitores
(44,84%) que optaram por Fernando Haddad nas eleições de 2018.

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O País precisa imunizar a população, A forma como Bolsonaro está
gerar emprego e renda lidando com a pandemia é um crime
e tirar Bolsonaro contra o futuro do Brasil
Helder Salomão (PT-ES) Henrique Fontana (PT-RS)

O O
ano de 2021 começou com o agravamento da pandemia da Covid-19, com registros histórico do governo brasileiro em relação à pandemia mistura irresponsabilidade,
absurdos de casos confirmados e de mortes por causa do descumprimento das incompetência, desleixo e desprezo pela vida humana. Desde o início, enquanto o
recomendações sanitárias e da falta de vacinas para imunizar a população porque mundo inteiro assustava-se com a descoberta e a rápida disseminação do novo coro-
o governo Bolsonaro se recusou a comprar no tempo certo. navírus, Bolsonaro dizia: “A questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia
propala ou propaga pelo mundo todo.”
Houve também, neste período, o aprofundamento das crises econômica e social
com o crescimento do desemprego e da fome. O auxílio emergencial de R$ 600,00 foi in-
terrompido em dezembro de 2021 e reeditado este ano com o valor mínimo de R$ 150,00. O presidente minimizou a Covid-19, boicotou as medidas de proteção social, despre-
zou a ciência e expôs a população à doença e à morte. Durante a pandemia, trocou três
Junto com a Bancada do Partido do Trabalhadores e com os partidos de oposição, vezes o ministro da Saúde, realizou um desmonte inédito do Ministério e promoveu uma
cobrei soluções para o enfrentamento da pandemia com medidas para atender a popu- militarização jamais vista na pasta.
lação mais vulnerável, para auxiliar as micro e pequenas empresas e acelerar a aquisição
Com essa postura negacionista e irresponsável, o Brasil entrou tarde no processo de
de vacinas para imunizar toda nossa população.
aquisição de vacinas. Enquanto outros países agilizavam e diversificavam seus contatos com
Durante este momento difícil e de muitas restrições apresentei mais de trinta pro- os laboratórios, o governo brasileiro perdia um tempo precioso.
jetos com a finalidade de ampliar o acesso à saúde, ao crédito, aos auxílios emergenciais,
É seguro dizer hoje que o Brasil não tem vacina porque Bolsonaro não comprou as
às vacinas e para garantir direitos básicos das populações mais vulneráveis.
doses quando deveria ter comprado. O Brasil poderia ter 130 milhões de doses ainda em
Nesses seis primeiros meses de 2021, denunciamos a postura genocida do governo 2020, mas recusou ofertas de 70 milhões da Pfizer e 60 milhões da Coronavac. Além disso,
e os vários indícios de crimes e de corrupção praticados pelo presidente e seus principais o governo demorou para aderir ao Covax Facility, consórcio da OMS. O programa oferecia
aliados. Por isso, elevamos a nossa voz em defesa do impeachment e do fora Bolsonaro. a possibilidade de solicitar imunizantes para atender de 10% a 50% da população de cada
país. O Brasil optou por solicitar a menor taxa de cobertura permitida, apenas 10%. Sendo
Nosso País ultrapassou a dolorosa marca dos 500 mil mortos pela Covid e a culpa assim, garantindo 42 milhões de doses até o fim desse ano, ao invés de 210 milhões de do-
é do Bolsonaro que estimula, de maneira criminosa, o tratamento precoce sem eficácia e ses.
não providenciou vacinas que salvam vidas.
A meta de vacinação do País é de cerca de 322 milhões de doses, considerando duas
Neste cenário, o Brasil tem três tarefas urgentes: imunizar população contra a doses para cada adulto acima de 18 anos. No final de maio, passados 4 meses e meio do
Covid-19, gerar emprego e renda para a população e tirar Bolsonaro da Presidência da início da campanha nacional, apenas 67,2 milhões de doses haviam sido aplicadas.
República.
A média móvel na última semana do mês estava em 668.020 doses/dia. É um ritmo
muito lento, que coloca o Brasil como o 64º país no ranking global da vacinação a cada 100
habitantes.

As ações e omissões de Jair Bolsonaro configuram uma sequência de crimes de res-


ponsabilidade que caracterizam uma postura genocida desse governo. Esse é o retrato do
governo Bolsonaro e estas são as razões mais fortes, entre outras tantas, para se exigir seu
afastamento do cargo que reiteradamente desonra.

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A nossa luta pela retomada do A volta de Lula para resgatar a
Estado brasileiro esperança do nosso povo
João Daniel (PT-SE) José Airton Cirilo (PT-CE)

O O
Brasil enfrenta uma fase muito difícil com uma pandemia que vem devastan- Brasil vem sendo castigado desde o golpe parlamentar de 2016. Após tantas conquis-
do famílias, com meio milhão de mortes, que seriam evitáveis, caso fosse dada tas de direitos sociais e trabalhistas nos governos de Lula e Dilma, estamos vendo
prioridade à vacinação, e uma população que já vinha passando por enormes como o neoliberalismo contribui para o desmonte das políticas públicas, com a re-
dificuldades, sem emprego e com a fome atingindo um grande contingente. dução dos gastos com o social e com a perda de direitos dos trabalhadores.

Com o avanço do desgaste, o presidente Bolsonaro a cada dia vem promo- A esperança foi perdendo lugar para o medo, o amor para o ódio, mas existe um
vendo atitudes populistas, com o objetivo de estancar o seu desgaste, mas aí come- sentimento muito forte de que podemos recuperar a esperança do Brasil novamente. A
ça a cair no ridículo, com atuações quem negam a ciência, participando de atos sem maioria da população aprendeu que não dá para flertar com o fascismo, o negacionismo e
respeito às regras sanitárias. a ignorância, que já levaram milhares de vidas para a pandemia da Covid-19.

Isso vem trazendo uma pressão muito grande sobre a gestão pública, por Ao invés de tomar as rédeas e cuidar da população para evitar contaminação, Bol-
parte de segmentos empresariais que parecem aproveitar a situação, enquanto se sonaro preferiu aglomerar, desobedecer as orientações da Organização Mundial da Saúde,
mantêm no comando do poder central os defensores dos setores financeiros, numa debochar das vítimas, ignorar as ofertas de vacina e defender o uso de medicamento ine-
sede de apropriação dos nossos recursos minerais, agrícolas e ambientais, visando ficaz, tornando o Brasil motivo de chacota internacional.
as nossas empresas e serviços públicos, com riscos à nossa soberania.
As pesquisas de opinião apontam a fragilidade desse desgoverno, e com a volta à
Existe uma decisão desses setores de reduzir o papel do Estado, nas ações cena política do Lula, presenciamos uma mudança no cenário eleitoral. Com isso, o obscu-
de atingir as marcas de nossa identidade econômica, social e histórica, com o fatia- rantismo está perdendo espaço e a esperança volta a aquecer o coração e mente do povo.
mento da Petrobras, a entrega da Eletrobras, a desestruturação de empresas cente- Não precisamos de armas.
nárias, como Banco do Brasil e Caixa Econômica, e entregando até os Correios, cuja
existência vem desde 1663. Precisamos de comida na mesa, educação pública de qualidade, investimento na
ciência e tecnologia, emprego, renda e oportunidades. O Brasil já experimentou tudo isso
Além de anos de história, se busca levar também a capacidade do Estado nos 13 anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve na Presidência e hoje sente falta.
brasileiro de manter empresas lucrativas que remuneram o capital privado, mas que
também investem em programas sociais e econômicos, e que mantêm, além dos Em dezembro de 2011, no primeiro ano do governo de Dilma Rousseff, o Brasil havia
empregos públicos, investimentos que promovem a superação das nossas desigual- ultrapassado o Reino Unido e se tornado a sexta maior economia do planeta. No ano an-
dades tão marcantes. terior, chegou à sétima posição no último ano do governo Lula, com alta anual do PIB de
7,5%, sendo considerado até hoje o melhor resultado.
A nossa luta tem sido a de enfrentar, com a nossa bancada, com as entidades
populares e sociais e com setores da Oposição, os avanços sobre as terras públicas, Na crise de 2008, Lula e Dilma responderam com medida de estímulo à demanda de
caso seja aprovado o projeto de lei 2633/20, o PL da grilagem e seu apensados como gastos públicos e medidas protecionistas. Agora, com Bolsonaro e Paulo Guedes a pauta é
o PL 510/21 - cópia do relatório da MP 910/20 derrubada no Congresso -, além do privatização para liquidar o Brasil, atacando, principalmente, a educação e o Sistema Único
avanço adicional sobre as terras indígenas, com a pressão sobre a aprovação do PL de Saúde (SUS), em plena pandemia.
490/07, que trata da demarcação de suas terras, além das ameaças às comunidades
quilombolas e a ofensiva contra os movimentos que lutam por reforma agrária. O ano de 2022, particularmente, para mim, será especial. Completarei 40 anos de
vida pública, com muitas histórias de lutas e conquistas, do litoral ao sertão. São 20 anos
A unidade das forças de esquerda que cresce com o retorno de Lula à cena da campanha mais bonita da história do Ceará, que teve como slogan “Lula lá e José Airton
política brasileira e com seu envolvimento na campanha nacional contra as forças cá”, que segue na mente e no coração do povo cearense. O ano de 2022 será o ano em que
de direita, aglutinando as forças progressistas brasileiras, é o que permitirá uma a esperança voltará para os brasileiros.
mudança de rumo em busca da reestruturação e transformação do Brasil.

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Salvar o serviço público Ao lado do povo,
é garantir o futuro seguimos resistindo!
Jorge Solla (PT-BA) José Guimarães (PT-CE)

A N
denúncia de corrupção na compra de vacinas, feita pelo servidor público Luís o primeiro semestre de 2021, continuamos a lutar bravamente contra os desmandos e
Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, em reunião no dia 20 de fevereiro com crueldades do governo Bolsonaro. Em um dos momentos mais críticos da pandemia,
Bolsonaro, pode mudar a história do País. O presidente nada fez para investigar é devastador confirmar que temos o pior presidente da história. Não à toa, nossa re-
os graves indícios de corrupção na compra da vacina Covaxin. Ao contrário, prosseguiu sistência foi marcada pelo enfrentamento aos retrocessos e pela apresentação de propostas
com a compra. fundamentais para a garantia de direitos do povo. Ao todo, foram 36 projetos de lei e 28 proje-
tos de decreto legislativo de sustação de Atos Normativos do Poder Executivo só neste ano.
No fim de junho, quando a denúncia tornou-se pública, a reação de Bolsonaro
foi a de perseguir quem denunciou os crimes e se negou a ceder à pressão de milita-
res para autorizar o pagamento antecipado por vacinas que nunca chegaram ao País. Nosso primeiro projeto protocolado, o PL 23/21, já sinalizava nosso interesse em
Colocou a Polícia Federal para investigar o servidor, abriu Procedimento Administrativo preservar a dignidade de brasileiras e brasileiros. A proposta previa a prorrogação do
Disciplinar contra ele, mas não pôde demitir. O fato mais relevante das investigações auxílio emergencial de R$ 600, aos moldes do que aprovamos ano passado na Câmara.
sobre a quadrilha que se instalou no Palácio do Planalto é uma crônica perfeita, a Re-
forma Administrativa é o paraíso dos corruptos. Assim como no ano passado, estivemos ao lado dos trabalhadores da cultura. Em
2020, nosso projeto de criação de um auxílio à categoria, a Lei Aldir Blanc, socorreu artistas
Com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a Presidência da Câmara, a pauta de de todo o País. Como relator da MP 986, garantimos que a regulamentação dos repasses fos-
destruição dos serviços públicos e das empresas públicas ganhou velocidade; e nossa se conduzida da melhor forma. Tal empenho ganhou fôlego, este ano, com a nossa propos-
luta, para botar o pé na porta e tentar evitar que avancem, ganhou ainda mais urgên- ta de garantir a prorrogação dos prazos de prestação de contas dos recursos (PL 889/2021).
cia. Acumulamos algumas vitórias, como a aprovação no plenário projeto de lei (PL
2077/21), proposta nossa em parceria com Alexandre Padilha (PT-SP) e Odorico Montei- Continuamos a caminhar de mãos dadas com as mulheres. Assim foi com os projetos
ro (PSB-CE). que cria o Banco de Emprego para Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar
(PL 633/21) e o que cria a Política de Conscientização acerca da Menstruação e de universali-
A matéria cria o título de Patrimônio Nacional da Saúde Pública, a ser conferido
pelo Congresso a instituições com notório serviço prestado ao SUS. A Fundação Oswal- zação do acesso a absorventes higiênicos no âmbito do Sistema Único de Saúde (PL 1702/21).
do Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan serão as primeiras a receber o prêmio, que
garante preferências em processos seletivos de compra de bens e serviços e de con- Nosso mandato também se manteve firme ao lado de agricultoras e agricul-
cessão de fomento social em sua área de atuação; assim como na obtenção de linhas tores. Nosso PL 810/20, que concede prioridade às mulheres do campo na aquisi-
de crédito público. Uma medida que fortalece as entidades que dão eficiência ao SUS, ção de terras, foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e está
desenvolvem ciência e tecnologia nacional em favor da vida do povo brasileiro. cada vez mais próximo da aprovação. Outra vitória foi a aprovação da Lei Assis Car-
valho II, nosso projeto que institui medidas emergenciais de amparo aos agri-
Nosso mandato garantiu, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle cultores familiares a fim de mitigar os impactos socioeconômicos da pandemia.
(CFFC), a realização de audiência pública em que se flagrou o crime de lesa-pátria da
direção da Petrobras na decisão de venda da Refinaria Landulpho Alves por menos da O enfrentamento a Bolsonaro tomou forma, também, com PDLs para sustar os abu-
metade de seu valor. Na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), realizamos sos de Bolsonaro. Um deles foi o PDL 160/21, que tem a intenção de barrar a privatização
audiência pública e elaboramos um requerimento de indicação, aprovado por todo o dos Correios, incluído no Programa Nacional de Desestatização no último mês de abril.
colegiado, direcionado ao Ministério da Saúde para que prorrogue o contrato dos mé-
dicos intercambistas do Mais Médicos.
Somos a favor do Brasil. Assim foi quando denunciamos retrocessos como a pri-
Também realizamos audiência pública para debater a valorização dos Agentes de vatização da Eletrobras. Assim será, também, na luta contra a Reforma Administrativa e a
Saúde, e qualificar suas atribuições no combate à pandemia. Participamos do debate, favor de uma Reforma Tributária Justa e Solidária. O segundo semestre se apresenta com
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), contra a Reforma Administrativa. Lutamos grandes desafios, e nós estamos mais que dispostos a promover o bom combate!
para a restituição dos orçamentos das universidades federais e contra a privatização
da Eletrobras. Fomos derrotados, não por argumentos melhores que os nossos sobre
o que é melhor para o Brasil. Não houve debate. Venceu a força dos R$ 20 bilhões do
orçamento paralelo que Bolsonaro usa pra comprar deputados.

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O Amazonas sofre Ano de perdas para o povo
e o governo nada faz brasileiro com privatizações
Joseildo Ramos (PT-BA)
José Ricardo (PT-AM)

E E
stá sendo um ano de sofrimento para o povo do Amazonas. A pandemia, a falta de oxigênio, ste tem sido mais um ano de perdas para o povo brasileiro que está diante de um dos
milhares de mortes, a volta da fome, o desemprego, os ataques contra a Zona Franca de maiores roubos do seu patrimônio com as privatizações que correm sequencialmente
Manaus (ZFM), os cortes na educação, a vacinação lenta e as enchentes com milhares de no Congresso. É o que acaba de acontecer com a Eletrobras, uma das maiores empre-
vítimas mostram um quadro de omissão e irresponsabilidade dos governos federal e estadual. sas de energia, acarretando o encarecimento da conta, precarização do serviço, vulnerabi-
lidade estratégica do Brasil e mais um passo na entrega da nossa água.
Manaus foi o centro da pandemia no estado e no Brasil no começo de 2021. Em
dois meses, quase 5 mil pessoas morreram pela expansão da Covid, pela falta de leitos de Esse não é o único crime de lesa-pátria contra o qual temos lutado. O desmonte da
UTI e, principalmente, pela falta de oxigênio. O governo Bolsonaro, por meio do então mi- Petrobras, que impulsiona a desindustrialização do Nordeste, resultou na venda da Refina-
nistro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governo estadual se mostraram totalmente inope- ria Landulpho Alves pela metade do seu valor real.
rantes nas providências, o que causou a perda de tantas vidas, na capital e no interior.
Por meio da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, convocamos o
A fome voltou ao País e ao Amazonas. O aumento do custo de vida; os reajus- presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, para prestar informações sobre essa
tes quase mensais da energia (que foi privatizada), da água (também privatizada), do negociação, os impactos do plano de desinvestimento e o aumento nos preços dos com-
gás de cozinha (que já chega a R$ 120) e da gasolina; congelamento e até redução bustíveis, gás de cozinha e outros derivados.
de salários; congelamento do salário-mínimo, dentre outras medidas de arrocho, es-
tão empobrecendo a população. O auxílio emergencial de R$ 250 mensal é insuficiente E se o papel do governo nas privatizações é vil, o que está sendo sorrateiramente
para garantir o mínimo de dignidade e de alimentação. Defendo a volta dos R$ 600. praticado dentro da estrutura da União pode ser ainda mais grave. Surpreendidos pela re-
núncia coletiva dos chefes das três Forças Armadas, convidamos o general Fernando Azeve-
Além de um desemprego alto, que empurra milhares de trabalhadores para a in- do e Silva, ex-ministro da Defesa, para entender o perigo que corremos sem sequer saber,
formalidade e a precariedade, o governo Bolsonaro empreende ataques também contra protegendo nossos interesses e a segurança da Nação. Em outra movimentação secreta do
a ZFM e a política de incentivos fiscais, o que ameaça a manutenção do polo industrial e Governo Bolsonaro, cobramos esclarecimentos sobre o orçamento paralelo de R$ 3 bilhões
a geração de empregos. que teria servido para garantir apoio parlamentar.

Os cortes brutais na educação comprometem o futuro do País. No Ama- O Ministério do Desenvolvimento Regional, que abriga as emendas, é o mesmo, que
zonas, Bolsonaro cortou orçamento da Ufam, do Ifam, do Inpa e outras institui- sofreu severos cortes na área de habitação, atingindo a população de baixa renda. Estamos
ções de ensino e pesquisa. Além disso, cortou recursos para saneamento e ha- atrás da verdade e o Congresso não pode se calar diante disso.
bitação. Não construiu nenhuma casa e acabou com o Minha Casa, Minha Vida.
Outra pasta de destaque em ações escusas é a do Meio Ambiente, cujo ministro Ri-
Devido à grande enchente dos rios neste ano, milhares de famílias estão sem cardo Salles, agora fora do cargo, é investigado por dificultar a fiscalização ambiental na
casas. Mas não tem uma política habitacional. Aliás, nem há uma política permanen- apreensão de madeira ilegal no norte do País.
te de ações emergenciais e de prevenção relacionada às enchentes e à defesa civil.
Manaus enfrenta a maior enchente em 119 anos, com o nível do Rio Negro alcançan- Diante do escândalo, convocamos o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva,
do a marca de 30 metros. As ações do município, estado e União são muito lentas. demitido após denunciar o ministro. Também assinamos o pedido de abertura de uma CPI
e protocolamos uma ação que pedia o afastamento imediato do ministro Salles do cargo.
A mesma lentidão ocorre na campanha de vacinação no País e no estado. O redu-
zido quantitativo de vacinas compradas e disponibilizadas para o estado alia-se à incom- O meio ambiente, a propósito, precisa ser a nossa prioridade e é por acreditarmos
petência do governo estadual em agilizar a vacinação. nisso que criamos, junto com Marília Arraes (PT-PE), a Frente Parlamentar Mista em Defesa
do Litoral Brasileiro. Há mais de um ano estamos mobilizando parlamentares em torno
dessa discussão. O Congresso brasileiro não pode ficar de costas para mais essa riqueza
nacional.

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A luta pela educação diante da pandemia Sudene: Bolsonaro quer vetar
e dos operadores do caos desenvolvimento regional em Minas Gerais
Leo de Brito (PT-AC) Leonardo Monteiro (PT-MG)

E A
m tempos de pandemia e do fascismo bolsonarista, a educação brasileira pós anos de luta para garantir mais incentivos econômicos e desenvolvimento re-
sofre duplamente. De um lado, o arrocho de verbas característico de um gional, agora a vitória do povo com a aprovação de 120 municípios mineiros da Su-
governo que não acredita no que é público. De outro, o escancaramento de dene está ameaçada. Em junho, fruto de muita articulação política, conseguimos no
nossas profundas desigualdades educacionais. Senado Federal a aprovação do PLC 148/2017, do qual sou coautor, e que traz a inclusão
de cidades do leste de Minas Gerais nas áreas da Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste (Sudene). No entanto, Bolsonaro vetou integralmente o projeto, boicotando
Dados de pesquisas recentes não deixam dúvidas quanto às diferenças de
a inclusão desses municípios e impedindo o tão esperado estímulo econômico, produtivo
impacto do recurso às aulas virtuais na aprendizagem de alunos pobres e não
e social que a Sudene pode proporcionar para toda a região.
pobres, resultado da desigualdade de condições de estudo. Segundo o Ipea, 6
milhões de estudantes não têm acesso à internet e apenas 47% dos alunos da Em 2015, conseguimos avançar nessa proposta para ampliar a inclusão de municí-
escola pública acessam a internet pelo computador, ante a 81,8% da rede pri- pios mineiros na Sudene, totalizando mais 120 cidades, sobretudo da região do Vale do
vada (IBGE 2021). Apesar de graves, são números que expõem apenas parte do Rio Doce, para que pudessem contar também com os incentivos como isenção do IRPJ
problema. A falta de preparo de escolas, professores e alunos para lidar com as (Programa de Inclusão Digital); redução de 75% do IRPJ para novos empreendimentos; e
ferramentas do ensino remoto vem comprometendo igualmente a qualidade do reinvestimento de 30% do IRPJ devido, em projetos de modernização ou complementa-
ensino. ção de equipamento, até o ano de 2023. Além disso, essa vitória garantiria uma linha de
crédito especial para a população que vive nas áreas que a Sudene atua, sendo mais um
Ainda que muitas vezes assuma ares de fatalidade, essa é uma situação
grande apoio ao setor produtivo.
que poderia ter sido evitada. Fosse o atual governo comprometido com a edu-
cação e disposto a apostar no ensino como garantia do futuro, estaríamos neste No entanto, Bolsonaro quer minar esse sonho e essa oportunidade de crescimen-
momento elencando experiências exitosas e formas de compartilhá-las. Ao in- to para toda a região ao vetar integralmente a proposta. Ele alega ‘afronta a interesses
vés disso, esse governo apostou desde o início no caos, no corte de verbas e no públicos’. O que pretende Bolsonaro?! Ampliar ainda mais a fome e a miséria no nosso
sucateamento das estruturas educacionais do País, acreditando realizar assim País? Boicotar essa inclusão significa impedir o desenvolvimento social, a geração de
sua guerra imaginária contra o tal “marxismo cultural” e, de quebra, pondo em emprego e renda tão necessária nesses tempos de pandemia. Incluir esses municípios
marcha o mantra neoliberal do “controle de gastos sociais”. significa ampliar as oportunidades para empresários e trabalhadores, num ciclo virtuoso
da economia. Mas Bolsonaro trata a região com descaso e irresponsabilidade.
Foi incapaz, também na educação, de assumir seu papel como protagonis-
ta da política nacional para o setor e, diante dos desafios impostos pela pande- Para quem não conhece a Sudene, ela é uma autarquia especial, administrativa
mia, liderar o sistema na definição de estratégias de enfrentamento e no finan- e financeiramente autônoma vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, que
ciamento das mudanças necessárias. Na falta de coordenação nacional e apoio no ano de 2020, gerou cerca de 113 mil empregos, destes, 6.676 na região norte de Minas,
financeiro, cada estado ou município usou seus próprios meios, recorrendo às e que investiu R$ 9,8 bilhões em diversas áreas, dentre elas, agricultura, infraestrutura,
poucas experiências disponíveis, lidando com escassez de profissionais e recur- minerais metálicos e não metálicos, alimentos e bebidas, indústria têxtil, madeiras e
sos tecnológicos. Os resultados estão aí a denunciar o risco que corremos de móveis, celulose e papel, turismo e outros. Gerar empregos não representa interesse pú-
perder o blico?
futuro.
Fazemos aqui um apelo a todos os parlamentares, aos gestores públicos que sa-
Segundo análise do Instituto Fiscal Independente, do Senado Federal, a bem da importância dessa aprovação para o desenvolvimento regional e movimentação
educação perdeu R$ 4,9 bilhões do recurso previsto nas chamadas “despesas não da economia. Fazemos aqui um apelo não por nós, pela luta e ampla articulação política
obrigatórias”, ou 45% do projetado para 2021. Isso representa menos dinheiro nas que sempre fizemos, mas pelo povo mineiro que aguarda essa aprovação para sonhar
escolas, corte em bolsas de estudo, pesquisas científicas e no custeio de labo- novamente com novos tempos de crescimento, de desenvolvimento, de emprego e ren-
ratórios; arrocho de salários e não pagamento de contas de água, luz e internet, da. Vamos seguir lutando no Congresso Nacional para sensibilizar a todos dessa vitória
sem falar na absoluta falta de meios para investimento. Diante de tudo isso, nos- suprapartidária em defesa de uma Minas Gerais mais justa e soberana. Todos juntos pela
so papel é lutar, resistir, acreditando que dias melhores virão. derrubada do veto da Sudene!
29
Não vai sobrar nada O Brasil e o Rio Grande do Sul:
duas faces de um mesmo projeto
Luizianne Lins (PT-CE)

Dionilso Marcon (PT-RS)

A A
Reforma Administrativa do atual governo toma como base o difícil cenário fis- luta contra os retrocessos no Brasil e no Rio Grande do Sul representa um dos
cal e a elevação dos recursos dispendidos com servidores públicos federais. maiores desafios da década. Em nível federal, temos no comando um governo ge-
Estes, por sua vez, reduziriam os investimentos em áreas prioritárias, prejudi- nocida, que despreza a vida, que massacra o povo trabalhador, não adota medidas
cando os serviços prestados à população, em especial para as pessoas de menor embasadas na ciência contra a Covid-19 e deixa o povo sem garantia e perspectiva de
renda, que precisam mais desses serviços. ter comida na mesa. No estado, a política de controle da pandemia adotada por Eduardo
Leite tira a responsabilidade do estado, passando-a totalmente para os municípios que,
sem amparo, pregam medidas frágeis. Somado a isso, os dois governos adotam a mesma
O governo esquece de observar os números e divulga que o déficit fiscal se
cartilha privatista e não propõem nenhuma política de geração de emprego e renda.
acentuou desde a saída da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, que teve como
sequência mais duas retiradas de direitos: a Reforma Trabalhista e a Reforma Pre- Lutamos bravamente por políticas públicas que protejam o povo brasileiro e gaú-
videnciária. Do mesmo modo, os despendidos com os servidores públicos somente cho diante da crise sanitária, política, social e econômica. A Bancada do PT, junto com a
refletem a quase reposição da inflação. Oposição, mobilizou intensamente para garantir o auxílio emergencial de R$ 1000. Bolso-
naro, mostrando seu desprezo com o povo pobre, queria que fosse de apenas R$ 200, mas
A despesa com pessoal como percentual do PIB se mantém em torno de
nossa mobilização garantiu o valor de R$ 600, sabendo que ainda não era o suficiente
4,5%, há mais de 20 anos. Não custa lembrar que, no Brasil, o número de servidores
para abranger toda a população que passa por tantas dificuldades nesse momento.
públicos é muito menor do que na Europa e nos Estados Unidos.
Começamos, então, a mobilização pelo Projeto de Lei Assis Carvalho, que garante
Na realidade, há uma redução no número de servidores públicos federais,
uma série de medidas emergenciais para os agricultores familiares do País. Aprovamos
que caiu quase 14% entre 2015 - 2019, depois do golpe.
na Câmara e no Senado, mas Bolsonaro vetou o projeto. Intensificamos a luta e apre-
sentamos um segundo PL, o Assis Carvalho II, que aprovamos recentemente na Câmara.
Em meio a argumentos falaciosos, o governo propõe uma Reforma Admi-
Nossa luta é por medidas que possibilitem que os agricultores familiares possam superar
nistrativa que permite redução na jornada de trabalho e nos salários (25%), con-
esse momento tão difícil.
tratação temporária, fisiologismo e perseguição ideológica no estágio probatório,
eliminação de benefícios retroativos e fim da estabilidade.
Outro setor desassistido pelo governo Bolsonaro é o de micro e pequenas empre-
sas. Responsáveis por 54% dos empregos formais e 27% do PIB, o setor hoje passa por um
Os impactos para o serviço público e para a sociedade seriam: o abandono
período de recessão, sem políticas públicas suficientes para salvar sua existência, tendo
e o desestímulo à carreira de servidor público; a precarização das relações de tra-
que fechar as portas e colocar milhares de brasileiros para as ruas. Foi pensando nisso
balho e redução da qualidade do serviço público.
que protocolamos o projeto de lei (PL 2064/2021), criando uma política pública de so-
corro às micro e pequenas empresas, com a criação de linhas de crédito com juro zero e
Isso num contexto de reformas, trabalhista e previdenciária, que já retirou
rebate de 30% e 20% para os pagamentos nos prazos convencionados, que podem chegar
direitos; de Reforma Tributária, que não contribuirá para uma melhor redistribui-
a 120 meses, com 36 meses de carência.
ção da renda, avanço das privatizações, de inexistência de reforma do sistema fi-
nanceiro, do não equacionamento da dívida pública e de maiores cortes nos gastos
A nossa luta, tanto em Brasília, quanto no Rio Grande do Sul, é em defesa do povo
de saúde e educação.
trabalhador, do campo e da cidade e das minorias. Por isso, a defesa dos direitos do povo
trabalhador, da soberania nacional e da vida são nossas principais bandeiras.
Derrotar o neoliberalismo e o fascismo, causadores do desemprego e de
mortes, é tão vital quanto recuperar a capacidade do Estado de pensar estratégias
que recoloquem o País nos trilhos do desenvolvimento, cuidem da saúde da popu-
lação e estabeleçam um projeto de Nação autônoma e soberana.

31
Na resistência aos graves Um país que abandona a educação
ataques à democracia abandona seu futuro
Maria do Rosário (PT-RS) Marília Arraes (PT-PE)

N O
este primeiro semestre de 2021, a resistência ao governo teve na Comissão de governo Bolsonaro, em consonância com interesses de grandes conglomerados
Constituição Justiça e Cidadania da Câmara, onde coordeno a atuação da Banca- privados, elegeu a educação pública brasileira como um dos alvos principais dos
da do PT, uma de suas principais frentes de batalha. seus ataques. A estratégia envolve uma série de ações com o objetivo final de
garantir o total desmonte de toda a rede pública federal de ensino e pesquisa. O valor
Os graves ataques à democracia promovidos pelo governo Bolsonaro desde
aprovado na LOA para o sistema federal de educação técnica e superior, em 2021, é 18,16%
2019, encontraram neste ano um diapasão na presidência da CCJ. Mas também encon-
inferior ao de 2020, e há bloqueio de quase 14% nesse orçamento. De cara, são R$ 3,9 bi-
traram nossa resistência.
lhões a menos, sem contar o volume contingenciado e sem previsão de liberação!
A PEC 32, ou a chamada Reforma Administrativa, que ataca servidoras e servido-
res públicos, foi uma das lutas travadas na comissão. Nos mais de três meses de trami- Em 2014, o orçamento das universidades federais foi de R$ 7,4 bilhões. Se consi-
tação conseguimos tempo para expor suas mazelas através do exercício democrático derarmos apenas a correção deste valor pela inflação, a expectativa para o orçamento
de obstrução. O fato surtiu efeito e votos foram revertidos. Revelamos a inconstitucio- de 2021 seria de R$ 10,4 bilhões. Ou seja, duas vezes superior aos atuais R$ 4,5 bilhões.
nalidade inconteste da PEC e, sobretudo, as injustiças dessa reforma. Do total usurpado da educação, pelo menos R$ 177 milhões serão tirados da assistência
estudantil, que beneficia mais da metade dos alunos matriculados e é a única garantia
Além disto, outras pautas de igual gravidade fizeram parte da lista de matérias para que milhares de jovens de baixa renda consigam se manter. Igualmente assustador
às quais fizemos enfrentamentos democraticamente. A regulamentação do ensino do- é corte de 61% do orçamento da Capes e 42% do CNPq.
miciliar, ou homeschooling, foi ainda pauta da comissão, além do PL 490, que ainda
está na ordem do dia e que busca inviabilizar demarcações e abrir terras indígenas O Brasil possui 69 universidades (federais e federais rurais) e 40 institutos federais
para grandes empreendimentos econômicos. de ensino técnico e superior. A importância desse conjunto de instituições, não só do
ponto e vista educacional e de formação, é gigantesca. Estamos falando de milhares de
Obtivemos vitória importante com a rejeição do PL que tipifica o crime de res- atividades de pesquisa e centenas de ações comunitárias, inclusive contra a Covid-19, que
ponsabilidade dos ministros do STF a usurpação de competência do Legislativo ou acontecem nessas instituições.
Executivo.
Em Pernambuco, estado que represento na Câmara dos Deputados, as universida-
O bolsonarismo ataca as instituições, pois sabe da importância dos avanços des Federal e Federal Rural já enfrentam graves problemas. Com um orçamento 20% me-
assegurados pelo STF, como por exemplo a criminalização da homofobia ou o reco- nor do que o de 2020, a UFPE sofre com o bloqueio R$ 19 milhões em recursos (13,8% do
nhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. orçamento total). Este é o menor orçamento da instituição na última década! No caso da
UFRPE, já há dificuldades para a compra de equipamentos básicos, reformas e pequenas
Estamos preparadas para fazer o debate e o enfrentamento ao projeto bolsona- obras.
rista que tenta se viabilizar na CCJ e lutando para impor outras pautas como o valor do
auxílio emergencial que garanta dignidade, a redução do custo de vida que cresce na O exercício do livre pensamento garante a crítica e promove a transformação so-
medida em que o valor real dos salários dos trabalhadores e trabalhadoras diminui, e cial, por isso é comum que governos autoritários defendam o discurso —falacioso e pe-
a ampla vacinação da população com agilidade para barrar o número de mortos que rigoso— de que estas instituições são caras e precisaram ser mantidas por recursos
avança ainda com muita rapidez, e que já ultrapassa as 500 mil mortes. privados. Os recursos públicos aplicados nas universidades e IF’s são investimentos que
retornam à sociedade multiplicados dezenas de vezes. A educação pública, gratuita e de
No que depender de nós, do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras, em to- qualidade, precisa voltar a ser prioridade para o País. Ou não haverá mais Brasil.
das as instâncias, seguiremos na luta pelo imediato impeachment de Bolsonaro para
resgatar o Brasil desta tragédia. Comida no prato, vacina no braço e Fora Bolsonaro!

33
Bolsonaro e sua permanente Mesmo com tantos retrocessos,
adoração à morte aprovamos nosso PL que proíbe
despejos na pandemia
Merlong Solano (PT-PI)
Natália Bonavides (PT-RN)

N O
o final de julho de 2020, quando o Brasil se aproximava de 100 mil mortos pela primeiro semestre de 2021 foi marcado pelo avanço da pandemia no Brasil, com no-
Covid-19, escrevi artigo intitulado “Bolsonaro e a morte”. Naquela ocasião, os fatos vas ondas de contaminação, um aumento do número de mortes e pelo agravamento
mais graves no comportamento do presidente em relação à pandemia eram a des- da piora das condições de vida da classe trabalhadora, com milhões de pessoas de-
consideração de sua gravidade, uma vez que a classificou como gripezinha; a provocação sempregadas e passando fome. Situação que é resultado direto das ações e omissões do
de aglomerações; o não uso da máscara; a prescrição verbal de cloroquina e o incentivo à governo de Bolsonaro, como vem comprovando a CPI da Covid no Senado. No Congresso, o
fabricação do medicamento pelo exército sem comprovação de sua eficácia; a desautoriza- cenário é de avanço da pauta neoliberal, com seus desmontes e retirada de direitos, como
ção de ministros da Saúde, dentre outros. a Reforma Administrativa e a privatização da Eletrobras e dos Correios.
Mesmo nessa conjuntura desfavorável, tivemos uma importante vitória na Câmara
Tudo em relação à pandemia permanece. Infelizmente, o quadro hoje, no final do
Federal: a aprovação do projeto de lei que proíbe os despejos na pandemia.
primeiro semestre de 2021, está muito mais agravado. O principal indicador desse agrava-
mento é o fato de o Brasil ser campeão mundial de mortes pela Covid, em termos relativos.
A proibição de ações que coloquem o povo na rua em plena crise sanitária é uma
Enquanto nossa população corresponde a 2,7% da população mundial, nossas mais de 513
pauta que o nosso mandato vem defendendo desde o início da pandemia. Apresentamos
mil mortes pela Covid correspondem a 13,1% das vítimas fatais da doença no mundo.
o PL nº 1975 de 2020 como uma das primeiras medidas de proteção dos mais vulneráveis,
e em seguida articulamos a aprovação do seu regime de urgência na Câmara.
Quanto à responsabilidade do presidente Bolsonaro por grande parte das mortes,
o quadro também está enormemente agravado. No final de julho de 2020, eu não sabia
Garantir um teto para as pessoas mais atingidas pelo aumento do desemprego, pela
que a Pfizer estava oferecendo preferência ao Brasil; também não tinha como saber que o
redução e limitação do auxílio emergencial, e pela alta dos alimentos e itens essenciais
contrato firmado para aquisição de 70 milhões de doses da Pfizer, com opção de entrega
como gás de cozinha, sempre foi uma medida óbvia para permitir que essas pessoas te-
do primeiro lote em dezembro de 2020, poderia ter sido assinado em agosto de 2020.
nham condições de seguir uma importante medida de contenção do vírus – ficar em casa.
Em julho de 2020, o presidente ainda não havia imitado de maneira debochada uma
Uma questão humanitária que já deveria ter sido estabelecida há muito tempo,
pessoa sentindo falta de ar, também não havia comemorado a suspensão dos testes clí-
evitando que chegássemos na marca de mais de 14 mil famílias desabrigadas pelo próprio
nicos da Coronavac no Brasil e nem tomado uma criança no colo para em seguida retirar
Estado, seja pela via administrativa ou com aval do judiciário.
a máscara que a mesma usava. Uma criança que, mesmo estando em ato pró-Bolsonaro,
estava respeitando a recomendação dos órgãos de saúde, fazendo uso do equipamento de
Para nós, a experiência de discussão, articulação e aprovação desse projeto de lei,
proteção.
na qual contamos com o apoio dos movimentos sociais e da Campanha Despejo Zero, re-
forçou a importância da participação popular nos debates travados nesse espaço que está
Também não podemos esquecer as inúmeras fake news espalhadas pelo presidente,
longe de ser a “casa do povo” e que, com o funcionamento remoto, se tornou ainda mais
as incontáveis vezes em que atacou a imprensa por noticiar números e fatos e o desres-
distante.
peito aos governadores que adotaram as medidas de isolamento necessárias para conter
o avanço da pandemia em seus estados.
Essa vitória, ainda que pontual diante do contexto de desmontes no Congresso Na-
cional, deve servir de combustível para redobrar a mobilização, para que ocupemos as ruas
Por tudo isso, a pergunta com que concluí o artigo escrito anteriormente está atu-
e que façamos luta para derrotar Bolsonaro e seu projeto de destruição, de fome e das
alíssima: “O que mais Bolsonaro terá que fazer para ser enquadrado em crime de respon-
mais de 500 mil vidas perdidas nesta pandemia.
sabilidade?”
É assim que vamos contribuir para recolocar o Brasil num caminho de desenvol-
Leia o artigo escrito em julho de 2020 - https://ptpiaui.org.br/2020/08/02/merlong-
vimento com soberania, respeito às liberdades democráticas e justiça social, em que a
-solano-bolsonaro-e-a-morte/
maioria do povo tenha garantido direitos básicos como saúde e moradia.

35
Tempo de resistência, luta e esperança Por Minas e pelo Brasil
Nilto Tatto (PT-SP) Odair Cunha (PT-MG)

O D
primeiro semestre de 2021 foi marcado pela falência do governo Bolsonaro em todos urante nossos mandatos sempre tivemos o compromisso de cuidar do nosso povo,
os aspectos. No campo moral, devido à absoluta falta de humanidade do presidente da nossa gente, sobretudo de Minas Gerais. E só é possível fazer isso com um pé em
e dos seus ministros com a população brasileira, ignorando a Covid-19 e trabalhando Minas e outro em Brasília. Precisamos estar sempre atentos aos anseios da nossa
a favor do vírus, levando a mais de 500 mil mortes pela doença. Na área econômica, por região e também atentos às pautas debatidas no Congresso Nacional.
não apresentar soluções a problemas graves do País, como o aumento da miséria, o desem-
prego em massa, renda em queda e o aumento de preços e, ao contrário de ajudar, acabou Entre essas pautas, uma das que mais se destacou foi a privatização da Eletrobras.
agravando o cenário ao reduzir a menos da metade o valor do auxílio emergencial e tirando Uma MP contra a qual lutamos, pois ela entrega de maneira subserviente ao capital es-
o benefício de milhões que em 2020 receberam os recursos. trangeiro um dos maiores patrimônios nacionais. Vender uma empresa estratégica para
qualquer país com o real desvalorizado é um golpe contra o povo, que vai pagar por isso
No campo ético, vimos um enfraquecimento das instituições, o uso do cargo para com uma conta de energia mais alta.
impedir investigações contra sua família, tentativas de intervenção na Polícia Federal, a
compra de parlamentares com emendas, Bolsolão, cujos tentáculos ainda estão longe de Denunciamos outro projeto entreguista, o da privatização dos Correios. Outra em-
serem totalmente revelados. presa importante para nossa nação, que atende 100% do território nacional, e cuja priva-
tização precarizaria os serviços à população mais carente e aos menores municípios.
É um governo em que o crime está na essência de sua forma de agir. Na pauta de
meio ambiente, o ministério sob comando de Ricardo Salles [demitido em 23/6] se trans-
Justamente por defender o povo e seu direito à vida é que lutamos pela retomada
formou em um escritório de políticas de destruição ambiental e projetos que legalizam
do auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600,00 até o fim da pandemia. O que o governo
práticas criminosas.
federal oferece hoje é um valor pífio, um desrespeito, e faz parte da política genocida e de
A operação da Polícia Federal que aponta indícios de enriquecimento ilícito de Sal-
desconstrução nacional que Bolsonaro vem promovendo.
les apontou um projeto coordenado de fragilização de estruturas de proteção ambiental
para fortalecer o desmatamento, sobretudo na Amazônia. O Brasil, portanto, caminha para Outra pauta a qual estamos atentos é a do uso múltiplo das águas e a manutenção
quebrar todos seus compromissos ambientais e fecha portas com parceiros comerciais, das cotas mínimas para os lagos de Furnas, 762, e Peixoto, 663. Participamos constante-
sobretudo no mercado europeu, asiático e norte-americano, que exigem o cumprimento de mente das reuniões da ANA (Agência Nacional de Águas) e estamos cobrando medidas
padrões sustentáveis mínimos. da instituição para mitigar os prejuízos causados aos moradores dos 34 municípios ba-
nhados pelo Lago de Furnas. Apresentamos o PL 547/2020 que visa a criação de um plano
Tenho combatido e denunciado com firmeza essa política suicida que compromete
de manejo de recursos hídricos, garantindo a previsibilidade do seu nível e seu uso para
o presente e o futuro do Brasil, impetrando ações civis públicas para responsabilizar cri-
todos, incluindo piscicultores, agricultores, empresários da hotelaria e turismo, entre ou-
minalmente Bolsonaro, Salles e seus asseclas que dominam os órgãos ambientais. A luta é
tros.
dura, e seguiremos resistindo!
Durante a pandemia temos cobrado mais agilidade na aquisição, distribuição e
Apesar de tantas notícias ruins, conseguimos algumas vitórias. Conseguimos aprovar
aplicação de vacinas. Além disso, em 2020 tivemos um olhar especial aos hospitais e san-
o PL 823/2020, a Lei Assis Carvalho II, que garantirá um auxílio emergencial aos agricultores
tas casas de Minas: foram quase R$ 8 milhões em emendas a fim de auxiliar no tratamen-
familiares e assistência técnica aos projetos desse setor. Em paralelo, cada vez mais gente
to de pacientes com Covid. E, este ano, estão previstos mais recursos.
se conscientiza sobre o governo genocida de Bolsonaro e a necessidade urgente de encer-
rar essa página nefasta de nosso País. Assim, seguimos acreditando e lutando por um Brasil melhor. Nós já tivemos um
governo federal que olhou para os mais necessitados, com educação, saúde, trabalho e
Portanto, precisamos sim seguir resistindo, lutando, mas também esperançando. Te-
renda para todos. Temos a convicção que em 2022 traremos esse País de volta aos brasi-
nho a certeza que estamos caminhando firmemente rumo a um novo período de vitórias
leiros e brasileiras. Um grande abraço!
populares e perto de mandar Bolsonaro e os executores de suas políticas para prestar con-
tas com a história. É tempo de esperançar!

37
Trabalho voltado em defesa da Maioria governista ataca a Constituição e
segurança alimentar e nutricional desmonta o Estado brasileiro
Padre João (PT-MG) Patrus Ananias (PT-MG)

O E
deputado federal Padre João exerce seu terceiro mandato. Ao longo de sua vida, nfrentamos, nos últimos anos, o desmonte do Estado Democrático de Direito e do Esta-
sempre se destacou na luta pela segurança alimentar e nutricional, lutando pela do brasileiro. O que começou com o golpe contra a presidenta Dilma ganhou força com
criação dos conselhos municipais, estadual e nacional. Nesta mesma direção, tem o atual governo. Esse processo teve início com a Emenda Constitucional 95, a Emenda
trabalhado em favor da produção agroecológica e orgânica, superando o uso dos agrotó- da Morte, que congelou por 20 anos os investimentos em educação, saúde, cultura, segu-
xicos, produzindo alimentos limpos e saudáveis, protegendo o meio ambiente e a biodi- rança pública cidadã, segurança alimentar e assistência social, dentre outras. A Emenda 95
versidade. congelou o Brasil!
Somam-se a isso as propostas de privatização das estatais e as reformas Trabalhis-
Defensor incansável da agricultura familiar, sempre buscando políticas para o setor: ta, Previdenciária e Administrativa, que representam retrocessos e retirada de direitos.
crédito, assistência técnica, eletrificação, mercado e acesso à terra para os trabalhadores
e trabalhadoras. O parlamentar contribuiu para o fortalecimento dos programas de ali- Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, da qual participo
mentação escolar, PNAE e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) nas suas diversas desde o primeiro mandato, realizamos intenso debate de enfrentamento ao desmonte do
modalidades. Estado, com a convocação de audiências públicas e outros recursos regimentais.

Como fruto deste trabalho, Padre João coordena a Frente Parlamentar de Seguran- Nos últimos dois meses, votamos contra a PEC 32, a Reforma Administrativa que
ça Alimentar e Nutricional da Câmara dos Deputados. O colegiado tem ação no Brasil, na desmonta o serviço público e fere direitos de servidores e cidadãos; contra o PL 3.262/2019,
América Latina e Caribe, sempre em parceria com FAO. que exclui o crime por abandono intelectual de pais que assumirem a educação caseira
dos filhos, e esconde a tentativa de desconstrução da educação escolar; e contra o PL 490,
É autor de vários projetos de lei, tais como: agricultura urbana, casas de sementes sobre a demarcação de terras indígenas, que abre esses territórios à exploração econômi-
crioulas, política de geração de água através das barraginhas, produção de etanol em mi- ca, com impacto social e ambiental. No plenário, votamos contra a MP 1031, que viabiliza a
crodestilaria, controle no uso de agrotóxicos, dos direitos dos atingidos por barragens, de privatização da Eletrobras.
controle e segurança nestes empreendimentos, de seguridade social para catadores de
material recicláveis, eletrificação rural, entre outros. É um batalhador pela Educação do Medidas que ferem os princípios fundamentais da Constituição e custarão caro ao
Campo e foi coordenador da Frente Parlamentar Mista sobre o tema. País e aos brasileiros foram aprovadas pelo governo e seus aliados, com o empenho deci-
sivo do presidente da Câmara.
Em 2011, Padre João foi relator da Subcomissão Especial sobre o “Uso de Agrotóxicos
e Suas Consequências à Saúde”, cuja proposição foi de sua própria autoria. O relatório é A aprovação dessas medidas que reescrevem a Carta Magna e reformam o Estado
um marco no parlamento brasileiro sobre o tema e é uma referência para pesquisadores, está atrelada a um projeto neoliberal totalmente subordinado ao mercado. Na prática, a
ambientalistas, agentes de saúde e de incentivo para alteração no modelo de produção Constituição está sendo alterada por um Congresso que não tem os poderes inerentes ao
agrícola no País. poder constituinte e qualquer compromisso com a cidadania, a soberania nacional, os in-
teresses maiores do povo brasileiro e do País.
Com atuação legislativa robusta, no plenário e nas diversas comissões, Padre João é
uma voz na defesa dos servidores públicos, trabalhadores do campo e da cidade, na defesa Esses ataques se dão exatamente quando os brasileiros enfrentam a pandemia do
dos movimentos sociais, dos sem-terra, dos direitos humanos, dos índios, negros, quilom- coronavírus. São 500 mil mortos pela ação de um governo que deveria preservar a vida,
bolas, ribeirinhos, das mulheres, da criança e do adolescente, da diversidade, do Sistema mas optou pelo genocídio.
Único de Saúde (SUS), da soberania nacional e da democracia.
Cabe a nós cerrar fileiras contra esse processo e ir ao encontro das pessoas, com os
cuidados que a pandemia exige, para ouvir e dialogar, mas sobretudo alertar e chamar à
ação. Somente a pressão da sociedade junto aos parlamentares poderá conter novos ata-
ques ao Estado Democrático de Direito.

39
Bolsonaro não pode zombar da dor Em defesa da Enfermagem,
e do sofrimento dos brasileiros dos trabalhadores e contra os retrocessos
Paulão (PT-AL) Paulo Guedes (PT-MG)

E N
stamos vivendo um ano de desafios gigantescos para a sociedade em geral, em conse- a virada do calendário de 2020 para 2021, ainda acendia no coração de cada brasilei-
quência da falência de um governo genocida, jamais visto na história do País. Soma-se ro e cada brasileira a esperança de que o País pudesse sair logo dessa crise sanitá-
a isso a disparada da inflação que no acumulado de 12 meses, em maio, chegou a 8,1%. ria, com a possibilidade das vacinas. Mas aquele sentimento logo se dissipou com a
A perda da renda trouxe a miséria e a fome escancaradas em cada calçada, rua e esquina política de morte adotada por Bolsonaro. Na Câmara dos Deputados, a nossa luta não teve
das cidades brasileiras. É o cenário do caos destruindo o País. trégua na defesa da vida, de vacina para todos, da ciência e do SUS.
É revoltante acompanhar as aberrações deste governo, que além de não cuidar da
E neste momento em que o combate à pandemia de Covid-19 evidenciou, além da
saúde, não cuida da economia.
importância do SUS, a necessidade de valorização dos profissionais da saúde, uma outra
pauta também muito importante veio à tona: o Piso Salarial Nacional e a jornada de traba-
O responsável é Jair Bolsonaro que, do alto de sua incompetência e incapacidade,
lho justa para a enfermagem brasileira. No Senado, este debate está sendo feito por meio
tem transformado o Brasil em um Estado meramente policialesco, que perpetua a impro-
do projeto de lei (PL 2564/2020). E para fortalecer a mobilização pela valorização desses
bidade, o descaso, a humilhação, a falta de gestão e tantas outras mazelas que vão em-
profissionais, apresentei na Câmara requerimento para a criação da Frente Parlamentar em
purrando para debaixo dos tapetes palacianos e determinando sigilos de 100 anos para
Defesa da Enfermagem, que já conta com cerca de 100 assinaturas.
esses malfeitos.
E se Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes - o amigo do Mercado - impõem ao País
Nossa missão, no entanto, é permanecer firmes na luta, mobilizando nas redes e
um projeto que eleva níveis de pobreza e de conflitos sociais, do outro lado, endurecemos
nas ruas, para impedir que o presidente destrua o nosso País. O povo grita, esbraveja e
a luta e a resistência em defesa do povo e contra os retrocessos. E é assim que tem sido
exige que Bolsonaro se responsabilize em levar vacina para todos. E não somente isso.
todos os dias, pelo auxílio emergencial de R$ 600,00, pelo apoio à agricultura familiar, por
Que cumpra seu papel em salvaguardar a vida dos que não foram afetados diretamente
políticas de emprego e renda e pela garantia de direitos.
por essa terrível doença, garantindo-lhes um auxílio decente que possa suprir, minima-
mente, as necessidades de uma família.
Na mesma via, nos somamos à luta em defesa do serviço público e do patrimônio
nacional, diariamente ameaçados pela política nefasta do governo Bolsonaro, que quer
Queremos um País em que possamos respirar aliviados e vacinados, onde possa-
impor uma Reforma Administrativa cruel e a redução do tamanho do Estado, com a pri-
mos ter fé no futuro, onde o povo possa sorrir novamente e ter esperança.
vatização desenfreada de dezenas de estatais e subsidiárias que garantem a soberania
nacional.
O mal não perdurará para sempre. O povo brasileiro há de acordar e colocar um
freio nessa aventura irresponsável que a direita chama de “governo”. Não merecemos essa
A luta contra o retrocesso também é constante nas comissões permanentes da Câ-
sanha criminosa, que zomba da dor, do sofrimento do povo e condena o País à morte.
mara, onde o plano de desmonte tenta ganhar força todos os dias. Como membro efetivo
das comissões de Viação e Transportes; de Turismo; e de Integração Nacional, Desenvolvi-
Portanto, hoje, mais do que nunca, a palavra de ordem para todos nós que estamos
mento Regional e da Amazônia, a nossa atuação também tem sido de enfrentamento.
na luta é uma só:
E como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, temos
-FORA BOLSONARO! FORA GENOCIDA!
somado todos os esforços pela preservação desse nosso patrimônio.

A taxação de grandes fortunas, que consta no projeto de lei complementar (PLP


215/2020), de minha autoria, também é uma batalha sem trégua, já que é uma necessidade
cada vez mais urgente para fazermos frente aos desafios das desigualdades sociais do País.
Seguimos na luta!

41
Lula – vitória da democracia, Vitória da democracia:
da verdade e da justiça revogada Lei de Segurança Nacional
Paulo Teixeira (PT-SP)
Paulo Pimenta (PT-RS)

N O
unca na história do Brasil um líder político foi alvo de tamanha perseguição. Nunca semestre foi marcado pela aprovação da nova legislação de defesa do Estado De-
um ex-presidente da República foi tão vilipendiado quanto Lula. Só Lula foi encar- mocrático de Direito! Colocamos um fim da Lei de Segurança Nacional criada na
cerado. Para as elites, estabelecidas no topo da sociedade mais desigual do mundo, ditadura e ressuscitada pelo genocida Jair Bolsonaro. Essa foi uma maneira que a
era necessário destruí-lo. Para que nada restasse de sua trajetória e de um projeto popular Câmara dos Deputados encontrou de conter as arbitrariedades desse governo.
bem-sucedido para o País.
Com a intenção de revogar essa legislação anacrônica e autoritária propus cria-
ção da Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito construída por um grupo de juris-
O torneiro mecânico, depois de ter cumprido 580 dias de cárcere, provou a falácia e
tas coordenado por Pedro Serrano e que contou com Lenio Streck, Juarez Tavares, Carol
a ilegalidade de sua prisão. Sem se afastar, em momento algum, das regras democráticas.
Proner, Marcelo Cattoni, Eugenio Aragão, Juliana Serrano, Fernando Hideo, Jorge Messias
Desmoralizou seus acusadores. Foi posto em liberdade, por um judiciário inicialmente cúm-
e Anderson Bonfim.
plice, quando já não era mais possível mantê-lo arbitrariamente encarcerado.
O PL foi produto de uma pesquisa entre as legislações de países como Alemanha,
Prosseguiu a luta para provar sua inocência até obtê-la integral, absoluta, sem qual-
Chile, Itália, Bélgica e Uruguai, que buscou sinteticamente proteger o movimento social,
quer tipo de condicionamento, por decisão – ainda que tardia – do Supremo Tribunal Fe-
de um lado, a liberdade de expressão, de outro, e punir tentativas violentas de agressão
deral. As vitórias do ex-presidente Lula, na Justiça, resultam da firmeza dos movimentos
populares – que desde o primeiro dia de cárcere se organizaram na “Vigília Lula Livre” – e só à democracia, à Constituição e às instituições do Estado.
se dispersaram no dia de sua libertação.
Para dar forma, o projeto em questão foi inserido como capítulo no Código Penal,
Do trabalho profissional dos advogados que conduziram sua defesa, nas mais difíceis denominado “Dos crimes contra o Estado Democrático de Direito”. Esse título definiu os
condições, porque foram alvos da ação arbitrária do então juiz Sérgio Moro e dos procura- crimes contra a soberania nacional, como traição, atentado contra o território nacional,
dores de Curitiba para intimidá-los. espionagem e outros. Definiu também os crimes contra as instituições democráticas,
como golpe de Estado, conspiração, atentado a autoridade e incitamento à guerra civil.
Do apoio corajoso de juristas e de parte do Parlamento que denunciaram as violações
Durante a discussão da matéria foram inseridas na proposta original outros te-
do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito protagonizadas pela Operação
mas como a criminalização de atitudes classificadas como atentados à democracia: o
Lava Jato.
disparo em massa e o financiamento de notícias falsas com o objetivo de interferir no
Da solidariedade nacional e internacional que recebeu enquanto se encontrava pre- resultado de eleições e a violência de gênero voltada para afastar as mulheres da polí-
tica.
so, de parlamentares, religiosos, personalidades e lideranças sociais que nunca vacilaram
em reconhecer sua inocência e sua integridade de caráter.
No Brasil, a inexistência de regramento específico para defesa do Estado De-
mocrático de Direito acabou por ensejar manifestações públicas, veladas ou explícitas,
O ex-presidente Lula se afirmou como uma liderança reconhecida e com autoridade
para se fazer ouvir em âmbito nacional e internacional, como Nelson Mandela ao ser liber- inclusive por iniciativa de agentes públicos, severamente perturbadoras do funciona-
mento normal das instituições democráticas, minando as bases do nosso Estado De-
tado de Robben Island.
mocrático de Direito constitucionalmente estabelecido. Do mesmo modo, estavam se
A declaração da incompetência de Moro para julgar os processos e, posteriormente, tornando extremamente rotineiras manifestações públicas, inclusive por iniciativa de
a declaração de sua suspeição pelo STF, exigem a reparação formal do maior erro judicial agentes públicos, que minimizam, negam ou glorificam a ditadura militar de 1964 a 1985.
da história do País. Todos sabemos que a condenação arbitrária do ex-presidente Lula pos-
A luta pela restauração da democracia e pelo fim desse governo devem ser cons-
sibilitou a eleição de Jair Bolsonaro, com todo o rosário de crimes e calamidades que hoje
tantes dos mandatos populares da gloriosa Bancada do Partido dos Trabalhadores.
testemunhamos.

As vitórias alcançadas a partir de 8 de março abrem caminho para derrotarmos o ne-


ofascismo e devolver ao Brasil a perspectiva de reencontrar os caminhos da democracia, da
justiça social e da soberania.

43
A pandemia, o genocídio e a mobilização Vitórias e resistência: PLs aprovados
da sociedade por vida e justiça e luta permanente contra Reforma
Administrativa e educação domiciliar
Pedro Uczai (PT-SC)
Professora Rosa Neide (PT-MT)

A O
pandemia, as mudanças no nosso cotidiano e a dor do luto pelas 500 mil mortes primeiro semestre de 2021 está sendo de muita luta e mobilização na Câmara dos
decorrentes da Covid-19 no Brasil nos impõe reflexões diárias. O tema da Covid está Deputados e na sociedade. Obtivemos vitórias com a aprovação de projetos de lei
na imprensa, nas universidades e congressos, nos tribunais e, mais recentemente, (PLs) em defesa da educação pública, dos direitos das mulheres, entre outros, mas
na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. Apesar de tanta dor e sofrimento também sofremos derrotas duras, como a privatização da Eletrobras e a aprovação da
nós temos o dever ético de refletir sobre tudo isso para além do lamento e da indignação. autonomia do Banco Central.

Neste período de pandemia, o Brasil, sob o comando do presidente Bolsonaro, Nosso mandato atuou fortemente nas comissões de Educação, de Cultura e de Mu-
não aprendeu com os erros iniciais da Itália, tampouco adotou os bons exemplos lheres. Tive a honra de ser eleita pelas colegas deputadas, como a segunda coordenadora
demonstrados ao redor do mundo. Das medidas de proteção à assistência da adjunta da Bancada Feminina e estamos travando uma luta na Comissão Especial, que
população, do uso de máscara à aglomeração, do fortalecimento da saúde pública avalia mudanças no sistema eleitoral, para impedir retrocessos em relação à representa-
à valorização da ciência, dos investimentos em pesquisa à compra de vacinas. tividade feminina na Câmara.
O governo brasileiro escolheu o negacionismo e jogou povo a própria sorte.
Tenho a honra de ser uma das autoras do projeto da conectividade educacional
Bolsonaro é contra o isolamento social porque, no entendimento do presidente, (PL 3477/2020), que se tornou a lei nº 14.172 de 10 de junho de 2021. Esse projeto garante o
causa a “morte de CNPJs”, mas ele não se importa com a “morte de CPFs”. A fome e repasse de R$ 3,5 bilhões da União para que estados, municípios e o Distrito Federal for-
a miséria se intensificaram no último período, evidenciando que Bolsonaro não neçam internet e equipamentos gratuitos para estudantes e professores da rede pública
cuidou nem da saúde, nem da economia nem da vida das pessoas. Só se combate terem acesso a aulas remotas. O governo federal tem 30 dias para repassar os recursos.
a Covid embasado na ciência, que nos salvaria mais rápido desta pandemia.
Outro projeto aprovado nesse primeiro semestre, que tive a honra de ter o PL
O governo foi mais longe ao apostar intencionalmente no negacionismo, 769/2021, de minha autoria apensado, trata-se da lei 14.164 de 10 de junho de 2021, que
propagandeando teses criminosas como a imunidade de rebanho e o tratamento precoce instituiu a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, o Maria da Penha vai
com hidroxicloroquina, além de negar e sabotar o direto do povo à vacina. Bolsonaro à Escola.
adotou uma estratégia de proliferação do vírus, como mostrou a jurista Deisy Ventura
em pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e a A luta por igualdade de gênero também alcançou importante vitória com a aprova-
Conectas Direitos Humanos.Não se trata de incompetência ou negligência de Bolsonaro, ção do PL 1943/2019, de minha autoria, que garante igualdade entre homens e mulheres
mas de intenção. O governo Bolsonaro adotou uma política genocida, uma política da morte. em propagandas de afazeres domésticos.

É nesse contexto que a sociedade brasileira se articula com a criação da Associação Estamos em mobilização permanente para batalhas fundamentais que serão tra-
Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19 — Vida e Justiça. A vadas no plenário da Câmara, na virada desse primeiro para o segundo semestre, com o
entidade é um espaço de solidariedade humana, de defesa e promoção da vida e de objetivo de impedirmos a aprovação da Reforma Administrativa (PEC 32/2020) e da edu-
articulação de políticas públicas. cação domiciliar (homeschooling/ PLs 3262/2019 e 3179/2012).

Não podemos permitir que gestores negligentes e negacionistas fiquem impunes e A Reforma Administrativa não atacará apenas os servidores públicos, mas destruirá
que as vítimas da Covid e seus familiares não recebam apoio ou reparação do Estado. a Constituição Federal de 1988, garantidora de direitos, para transformá-la em uma Carta
neoliberal e fiadora da vergonhosa exclusão social existente em nosso País. Não podemos
Está mais do que na hora de assumir coletivamente e de forma solidária o permitir esse retrocesso sem precedentes.
compromisso com a defesa da vida e da justiça! Precisamos reconstruir a esperança num
novo País que está latente dentro de todos nós que colocamos a vida e a dignidade Por sua vez, a educação domiciliar, visa abrir a porta do ensino básico no País para
humana no centro de qualquer ação política. grupos fundamentalistas e antidemocráticos. Significará a permissão para que crianças
não mais frequentem escolas. Não podemos permitir que a porta da escola seja fechada
para nossos/as estudantes.

45
Profissionais da saúde contaminados Na presidência da Comissão da Pessoa
por Covid serão indenizados com Deficiência prioridade
em defesa da vacina
Reginaldo Lopes (PT-MG)
Rejane Dias (PT-PI)
Presidenta da Comissão da Pessoa com Deficiência

O O
governo Bolsonaro, com seu comportamento criminoso, fez tudo o que (não) podia primeiro semestre de 2020 foi marcado por muito trabalho. Assumi um dos maiores
para atrasar a vacinação dos brasileiros e das brasileiras. Somente a Pfizer foi ig- desafios da minha história: a presidência da Comissão da Pessoa com Deficiência da
norada ou não recebeu manifestação de interesse do governo pela sua vacina por Câmara.
81 vezes. Enquanto isso, o governo desestimulou o cumprimento das medidas sanitárias e
estimulou remédios e tratamentos sem nenhum sinal de eficácia. Quantas vidas poderiam A primeira ação, a defesa da vacina para essa parcela da população. Por meio de
ter sido salvas? indicações, articulações e audiências públicas, ampliamos o debate sobre a inclusão desse
grupo na lista de prioridades da vacina. E no projeto de lei (PL 1011/20) conseguimos inserir,
Há um ano, travo uma batalha jurídica contra o presidente da República. Em mais categoricamente, as pessoas com doenças crônicas, doenças raras e que tiveram embolia
de uma ação no STF, aponto e fundamento crimes de responsabilidade, de prevaricação, pulmonar.
contra a saúde pública e por descumprir medidas do poder público destinadas ao enfren-
tamento de endemias. Foi um semestre cujo eixo central foi a produtividade e a aproximação com os te-
mas de interesse da população. Apresentamos mais de 170 propostas neste período, entre
Conseguimos impedir com que Bolsonaro cometesse mais um crime, este contra os projetos de lei, requerimentos e indicações visando o fortalecimento de política políticas
profissionais de saúde. Ele vetou o PL 1826/2020, que foi aprovado tanto na Câmara, quanto públicas e a redução do impacto da crise sobre os mais pobres.
no Senado. O projeto, que ficou conhecido como “Mais que Palmas”, é de minha autoria e
garante uma indenização aos trabalhadores e trabalhadoras que não puderem mais traba- Como se sabe, o Brasil está passando por uma crise sanitária inigualável, conjunta-
lhar em decorrência da Covid-19, ou aos seus familiares, em caso de morte. mente com uma enorme crise econômica, com aumento da pobreza e da fome. Nesse sen-
tido, destaco o nosso projeto, em tramitação na Câmara, que reduz o preço do gás de cozi-
Após muita mobilização de movimentos sociais, de sindicatos da classe trabalhado- nha, retirando o botijão da política nacional de preços da Petrobras e zerando as alíquotas
ra, de organização como a Nossas e de personalidades e ativistas, o Congresso derrubou o de PIS e Cofins para os próximos 2 anos. Também, neste ano, apresentamos o projeto que
veto e o projeto, enfim, virou a Lei 14.128/2021. Se não fosse Bolsonaro, esta indenização já desonera a cesta básica de impostos federais.
estaria sendo paga há oito meses.
O primeiro semestre também foi de conquistas históricas para o nosso Piauí. Inau-
Ela consiste no pagamento unitário de R$ 50 mil aos profissionais que venham a ser guramos o nosso tão sonhado Centro Especializado em Reabilitação, tipo II, em São João do
lesados gravemente pela Covid. Em caso de morte, os herdeiros da vítima que receberiam Piauí, fruto de nosso trabalho e de nossas emendas. Por envio do nosso mandato inicial-
o mesmo valor. Os dependentes menores de idade receberão um adicional de R$ 10 mil mente foram R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e meio de reais) em recursos para a construção
para cada ano que faltar para completar 21 anos, e 24 para dependentes estudantes. do Centro que passa a ser referência na região.

O texto final definiu como profissões da saúde aquelas de nível superior reconhe- Como membro da Bancada Feminina, trabalhamos muito para ampliar as pautas que
cidas pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Conselho Nacional de Assistência Social, valorizem a participação da mulher na política e nos postos de comando, além do combate
aquelas de nível técnico e auxiliar vinculadas à saúde, além dos agentes comunitários e à violência.
dos agentes de combate a endemias. Além de outras profissões envolvidas com o atendi-
mento de saúde. Temos muitos desafios e muito trabalho pela frente, mas estamos no caminho certo!

Os verdadeiros heróis e heroínas deste momento difícil estão salvando vidas en-
quanto o presidente e seu governo insistem na sua política de morte. Minha eterna grati-
dão aos profissionais de saúde.

47
Um semestre de luta Garantir educação pública,
gratuita e de qualidade mesmo
Rogério Correia (PT-MG)
em tempos de pandemia
Rubens Otoni (PT-GO)

F A
oram de grande intensidade as ações no primeiro semestre do mandato do de- educação brasileira vive uma situação dramática, a pandemia agravou ainda mais as
putado federal Rogério Correia. Desde o ano passado ele é um dos parlamen- desigualdades: alunos sem acesso à internet, computadores e ambientes adequados
tares que apuram o acordo entre a mineradora Vale e o governo de Minas para à aprendizagem ou sem qualquer iniciativa de amparo a atividades educativas. Já os
indenizar os atingidos de Brumadinho. Rogério, que já havia sido relator da CPI de professores relatam falta de estrutura e de treinamento. A falta deste direito básico previs-
Brumadinho na Câmara, foi escolhido como coordenador da comissão especial para to pela Constituição Federal compromete a vida e a aprendizagem de milhares de crianças
investigar a negociação. A luta é para que as famílias e vítimas do crime da Vale par- e jovens brasileiros.
ticipem desta negociação.
Não adianta aula online sem acesso à internet. Além disso é preciso disponibilizar
para os alunos material didático com orientações de estudo para atender as diversas rea-
Rogério Correia foi escolhido também para ser coordenador da Frente Parla- lidades, minimizando dificuldades e auxiliando no aprendizado.
mentar do Serviço Público, contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro (PEC 32),
que destrói os serviços públicos favorecendo projetos privatistas. Foi instalada a Co- Tão urgente quanto garantir que o aluno tenha acesso de forma integral ao conte-
missão Especial da PEC 32, a qual é o coordenador da Bancada do PT. Esta comissão údo disponibilizado a distância, é garantir a estrutura necessária e a preparação dos pro-
foi criada após entrega de abaixo-assinado contra a proposta do governo, com mais fessores. Mesmo sem nenhum apoio e com aumento do fluxo de trabalho, os professores
de 150 mil signatários à Presidência da Câmara. seguem auxiliando os alunos. O ensino a distância tem suas particularidades, por isso o
treinamento dos professores é fundamental.
Na Comissão de Educação, a qual Rogério Correia é integrante, foi aprovada o
substitutivo apresentado pelo parlamentar mineiro que proíbe o cancelamento e a O governo tem a obrigação de garantir uma estrutura mínima e o material pedagó-
interrupção de bolsas de pesquisas, estudos na pandemia. Desta forma, estudantes gico adequado que contribua com o trabalho dos professores e da direção da escola. O
terão assegurados, enquanto durar a crise sanitária, o CNPq, Fnde, Capes, ProUni e PET. governo faz de conta que as aulas presenciais foram substituídas por aulas virtuais e que
o ensino a distância está funcionando. Mas a verdade é que a maioria dos alunos não tem
acesso à internet e essa não é uma realidade apenas da zona rural.
Nesse constante enfrentamento aos retrocessos advindos do atual presiden-
te da República, estourou o escândalo do “orçamento paralelo”, também conhecido Ao invés de resolver essa questão, o governo quer regulamentar a educação domici-
como “Tratoraço”. Por meio de requerimento de autoria de Rogério Correia, o ministro liar, não só em tempos de pandemia, mas de maneira regular. Um absurdo, principalmente
do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, foi convocado para dar explicações à vindo de um governo que não consegue cumprir seu papel nem durante a pandemia.
Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos. O chefe da Pasta não con-
seguiu responder às indagações do deputado, que marcou uma nova audiência com Na luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, a Bancada do PT na
o TCU. Câmara dos Deputados apresentou uma série de projetos de lei para garantir o aprendiza-
do durante o isolamento social como internet, equipamentos e condições adequadas para
Concernente à defesa do meio ambiente, estímulo à agricultura familiar, gera- professores e estudantes na pandemia. Foi preciso muita articulação política e com o apoio
ção de emprego e renda, Rogério Correia cumpriu importantíssima etapa para apro- da sociedade, além de conseguir aprovar os projetos, ainda tivemos que derrubar os vetos
vação do seu projeto que cria o Pró-Pequi Nacional. Ele regula uma política nacional do presidente Bolsonaro.
para o manejo sustentável do pequi e demais frutos nativos do cerrado, além de
Apesar das dificuldades enfrentadas, tivemos conquistas importantes como a apro-
proibir o uso predatório dos pequizeiros, estabelecendo o cultivo, extração, venda e
vação do Fundeb permanente, que só foi possível com o apoio e participação da sociedade.
transformação do pequi e demais frutos nativos do cerrado. Os desafios na educação pós-pandemia são grandes e só serão superados com mais inves-
timentos.
Lembrando ainda que o mandato esteve presente em todas as manifestações
contra o governo genocida de Bolsonaro. O parlamentar não só participou dos atos Por isso precisamos enfrentar a política de teto de gastos para a educação, que tam-
do 29M e o 19J, como foi um grande incentivador em Minas para vencermos o milico- bém afeta a ciência e a saúde. A Emenda Constitucional 95/2016, que instituiu um regime
-fascismo que hoje comanda o País. fiscal válido por 20 anos capaz de limitar os investimentos públicos sociais, precisa ser
derrubada. Só assim vamos conseguir garantir educação pública, gratuita e de qualidade.

49
Reforma Administrativa A fome volta a assolar
rigorosamente a população
Rui Falcão (PT-SP)
Valmir Assunção (PT-BA)

R D
eforma copia vários artigos da Constituição Chilena de 1980: e um futuro promissor para o ostracismo. Assim resumimos toda a desconstrução
Art. 19 – Estado subsidiário; de um Estado voltado para o povo. Desde o começo da pandemia da Covid-19
Arts. 32,65 e 74 – Hiperpresidencialismo. que esse quadro vem se agravando no Brasil. Temos, ao menos, 125,6 milhões de
Inconstitucionalidades pessoas que não comeram em quantidade e qualidade ideais nos últimos anos. Isso
corresponde a 59,3% do País. E a fome cresce, assim como a situação de desemprego e
Viola o art. 3o. da CF: entre os objetivos fundamentais está a garantia do desenvol- dos índices de violência, que tinham sido reduzidos drasticamente nos governos Lula
vimento nacional. Além disso, revoga a estabilidade, promove reduções de vencimentos e Dilma.
(princípio da irredutibilidade), impede a livre organização sindical e, ao conferir superpo-
deres ao Executivo, colide com a separação, independência e harmonia entre os poderes. Fato é que a pobreza e a fome aumentaram. Com Bolsonaro, a vida dos brasi-
leiros não tem sido fácil. A situação piora a cada frase do presidente. Em plena crise e
Art. 37, XXII, Veda concessão de benefícios para todos os níveis da Federação, inclu- com mais de 470 mil mortos por causa da doença, a nossa única salvação é um governo
sive a progressão por tempo de serviço, o que colide com o art. 39 da CF. popular para retomar as políticas públicas e conter o avanço da desigualdade socioe-
É antirrepublicana, remonta ao período monárquico-imperial, rompe com o equilí- conômica. E o nome para representar esse projeto é o de Lula.
brio entre os poderes (art. 60, inciso 4o.)
Sobre o caminho das políticas para inclusão, com beneficiamento, assistência,
É autoritária e antidemocrática: nenhum tipo de ausculta à sociedade e aos servido- comercialização e com foco na produção de alimentos saudáveis podemos dizer que
res, tramita num momento inapropriado, falta fundamentação técnica e contém informa- percorremos na Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) na
ções falsas. Além disso, os parlamentares atuais não detêm poderes constituintes. Bahia, entre 2006 e 2009, na gestão de Jaques Wagner, hoje senador. Um governo popu-
É antidesenvolvimento pois não entrega o que promete e ainda piora o que existe. lar tem esse compromisso de ajudar a gerar renda para as famílias em vulnerabilidade
Consolida o burocratismo e o favoritismo: aos amigos tudo... e ajudar as pessoas a viverem sem fome.

Viola a autonomia dos entes federados, dos regimes jurídicos únicos e dos planos Na Bahia, em três anos de gestão como secretário da Sedes, mais de 6 mil agri-
de carreira. cultores familiares eram beneficiados por meio da compra de alimentos e esses eram
responsáveis pela distribuição de comida para aproximadamente 200 mil pessoas todo
Supressão da expressão “função pública”
Fala em “boa governança”, mas como chegar a ela com a verdadeira salada entre formas mês. Defendo, ainda, que projetos federais atendam e deem continuidade ao monito-
de ingresso e vínculos (são cinco ao todo). ramento e fiscalização do Bolsa Família com as condicionalidades exigidas como filhos
na escola e vacinados.
Relativiza o papel do concurso público, estabelece o primado da iniciativa privada
(subsidiariedade, trainees), ataca verbas indenizatórias, férias de 30 dias (radiologistas têm Enquanto os governos do PT conseguiram tirar o País do mapa da fome, após o
duas semestrais de 20 dias), afeta paridade dos aposentados, extingue cargos e funções. impedimento da presidenta Dilma a extrema pobreza voltou a crescer e a insegurança
Sugestões do que deveria ser feito: alimentar disparou. São 117 milhões de pessoas que estão em situação de risco. Tam-
Revogação da EC 95, que asfixia o serviço público e a economia do País; bém temos 19,1 milhões que efetivamente passam fome, em um quadro de insegurança
Fixação de data-base para todos os servidores; grave.
Negociação coletiva;
Fim do nepotismo (inclusive o nepotismo cruzado); É urgente que o Brasil volte suas ações ao povo. A atuação pífia de Bolsonaro
Regulamentação do extra-teto; com priorização dos ricos, enquanto a população padece em seus direitos básicos é
Reforma tributária.
mais um elemento que foi escancarado pela pandemia. Esse é o modelo de Estado
Atenção para a precarização dos fundos previdenciários voltado unicamente ao mercado que só aprofunda as desigualdades sociais já estrutu-
radas no País. Está mais que na hora de dizer basta!
O art. 9o. da PEC 32 obriga os novos servidores a se vincularem ao Regime Geral da
Previdência Social (RGPS) em “caráter irretratável”, o que vai ensejar a queda de arrecada-
ção do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS).

51
A importância do Parlamento no Mandato na luta por direitos da
municipalismo em tempos de desgoverno população ao acesso às políticas públicas
Vander Loubet (PT-MS) Vicentinho (PT-SP)

E
stamos chegando ao fim do semestre com a triste marca de mais de 500 mil mortes

C
pela Covid-19. Cada uma delas representa familiares, pais e amigos que perderam um
om o golpe de 2016 e a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, o governo federal ente querido.
perdeu o protagonismo que havia conquistado com Lula a partir de 2003, marcado
por uma forte relação e intenso diálogo com os governos estaduais e municipais O Brasil ainda está às voltas com o controle da doença, com uma vacinação em ritmo
e pelos grandes programas e políticas públicas de infraestrutura, saúde, educação e lento e alta média móvel de casos. Dado o desprezo do governo federal, em especial, do
assistência social. presidente da República que segue contrariando as medidas sanitárias de enfrentamento à
pandemia na avaliação de especialistas em saúde. Na Câmara Federal trabalhamos muito e
com afinco no sentido de garantir o máximo de direitos e acessos da população brasileira
Estados e municípios já não contam mais com o Programa de Aceleração do às políticas públicas neste triste período de pandemia.
Crescimento (PAC), que investiu bilhões em obras e ações que transformaram a reali-
dade de comunidades e a paisagem de cidades. Em cenários de crise, com um auxílio emergencial que não atende as necessidades
mínimas do nosso povo, o desemprego, a fome voltou à tona ao nosso País. E quem trabalha
Os trabalhadores do campo foram relegados dentro da visão retrógrada e la- informalmente fica ainda mais vulnerável, corre mais riscos de ficar sem fonte de renda. A
tifundiária de Bolsonaro. Os programas de crédito para financiamento da agricultura retomada da economia e impactos positivos no mercado de trabalho dependem das condi-
familiar minguaram; as políticas públicas de incentivo ao setor - como o PAA - quase ções sanitárias e da imunização da população. Para interferir positivamente nesse cenário,
já conseguimos assinaturas mais que suficientes para instalação da Frente Parlamentar em
estão extintos. Defesa dos Trabalhadores da Economia Informal, o que deve ocorrer brevemente, na Câmara
dos Deputados.
Também desapareceu da agenda do governo a pauta indígena. As aldeias foram
abandonados à própria sorte. Enquanto produtores rurais criminosos, garimpeiros e Como um parlamentar em defesa da classe trabalhadora e vice-presidente da Co-
comerciantes de madeira ilegal ganham recepção pomposa e cafezinho no Planalto, missão de Trabalho, Administração e Serviço Público, temos acompanhado com dedicação
os povos indígenas veem seus direitos violados, além de assistirem aos seus órgãos os temas referentes à Reforma Administrativa (PEC 32), bem como o atual momento político
competentes - Funai e Sesai - inertes diante das enormes necessidades que passam. resultante da denúncia feita pelo servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Fernandes
Miranda, que vem servindo como referência para o debate sobre a manutenção dessa ga-
rantia aos servidores da União, estados e municípios. A estabilidade é uma salvaguarda aos
Esse retrocesso vivido em nosso País fez com que as emendas parlamentares
profissionais de vários setores tais como saúde, educação entre outros setores de relevância
destinadas por deputados e senadores ganhassem uma importância e relevância ainda que tratam com ordenamento de despesas especialmente, para que não se submetam a
maiores. Pude testemunhar esse processo e perceber que, na ausência de um governo pressões políticas.
central forte e indutor do desenvolvimento e das transformações, o Parlamento passou
a ter que desempenhar - dentro de suas possibilidades - esse papel. Nosso mandato parlamentar tem trabalhado junto com a nossa bancada federal, con-
tra as privatizações, em especial no que se refere à entrega do patrimônio público, do povo
Por isso, a pauta do municipalismo se manteve forte em nosso mandato nesses brasileiro para empresas privadas. Entre elas a nossa batalha pela não privatização dos Cor-
primeiros seis meses do ano. A movimentação em nosso gabinete em Brasília e em reios e da Eletrobras.
nosso escritório de representação política em Campo Grande (MS) foi intensa. Prefeitos,
Por fim, a nossa luta permanente contra todas as formas de preconceito, mas espe-
secretários municipais, vereadores e lideranças comunitárias reforçaram sua busca de cialmente contra o racismo em todas as suas vertentes e como parlamentar negro que sou,
apoio por parte do nosso mandato para dar resposta às reivindicações da população. comprometido com a luta antirracista desde sempre, temos empreendido esforços para
combatermos esse terrível mal, herança do colonialismo, que estrutura as relações sociais,
Esse trabalho de atendimento às demandas da população, tão negligenciado cultural e estrutural em nosso País.
pelo desgoverno em ação no Planalto, representa, em minha modesta opinião, o cerne
do trabalho dos homens públicos, pois é nas cidades que residem as pessoas e é lá Neste último período também fiz parte da comissão externa para acompanhar a in-
que os benefícios devem chegar. O papel de nós, parlamentares, legislando na Câmara vestigação da morte do consumidor João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por
e no Senado, é essencial e importante. Mas se nosso trabalho não conseguir atingir os seguranças em uma loja do supermercado Carrefour, em Porto Alegre.

cidadãos e cidadãs de forma prática, de nada adiantará o que fazemos. Seguiremos firmes e em defesa contra os retrocessos, por mais direitos e pela digni-
dade humana.

53
CLP: 20 anos em defesa da Pelo povo brasileiro,
Democracia Participativa vale a luta!

Waldenor Pereira (PT-BA) Zé Carlos (PT-MA)


Presidente da Comissão de
Legislação Participativa

A
Constituição de 1988 criou um importante instrumento de participação popu-

É
lar na elaboração legislativa: a Iniciativa Popular, que pode ser apresentada à inegável que 2021 tem sido um ano muito difícil para o País, não só pela pandemia
Câmara dos Deputados via projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleito- do coronavírus mas também em razão do desgoverno entreguista, negacionista e
rado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, e com outras exigências. incompetente de Bolsonaro.

Porém, na prática essa participação se tornou inviável. Por isso, foi criada, em 2001, a Ciente de que esse período exige de nós, deputados da oposição, um esforço re-
Comissão de Legislação Participava, um dos 25 colegiados permanentes da Câmara. O objetivo dobrado, apresentei na Câmara - ora por iniciativa própria, ora na condição de coautor -
foi o de constituir uma ponte entre o Parlamento e os segmentos organizados da sociedade, vários projetos de lei e várias emendas a medidas provisórias em benefício, por exemplo,
para enfrentar um dos mais preocupantes desafios da democracia contemporânea: como su- da agricultura familiar (PL 823), da cultura (PL 1087), dos bancários (Indicação 683) e dos
perar o perigoso abismo que vem sendo criado entre os representantes e os representados. trabalhadores do setor elétrico (emendas à MP 1031), além de proposições legislativas em
benefício específico dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às ende-
Com a eleição golpista e fraudulenta de Bolsonaro à Presidência da República, mias (PEC 14), das pessoas hospitalizadas em razão do coronavírus (PL 1329) e das pessoas
a CLP ampliou a sua importância. Tornou-se um espaço e instrumento político de re- necessitadas do auxílio emergencial (PL 29 e emendas à MP 1039).
sistência a um governo que atraiu à cena política uma pauta reacionária, conservado-
ra e autoritária, de intolerância com os negros, os indígenas e as comunidades LGB- Na condição de presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletronorte, atuei
TQIA+, além da discriminação com as mulheres e os pobres. No campo econômico, o em constante sintonia com os representantes sindicais da CNE e do STIU-MA para impedir
governo adotou uma política ultraliberal de retirada e restrição de direitos dos traba- a privatização da Eletrobras.
lhadores e agressão à soberania nacional, além das constantes ameaças à democracia.
Na medida provisória 1031, inclusive, que Bolsonaro editou para privatizar a em-
O governo nefasto restringiu ainda mais a tramitação de projetos de interesses populares. presa e deixar a conta de luz mais cara, apresentei 34 emendas, ora visando impedir a
E é nesse contexto que a CLP eleva o seu papel de porta de entrada e acolhimento de demandas privatização, ora tentando excluir os perversos efeitos da MP sobre os empregos dos tra-
dos movimentos sociais, um espaço para a voz dos segmentos oprimidos da sociedade. Assim, balhadores da companhia e suas subsidiárias.
a Bancada do PT decide priorizar a CLP e nos delegou a incumbência de presidir o colegiado.
Não conseguimos impedir a aprovação da Medida Provisória (MP 1031), mas vamos
No primeiro semestre deste ano, a CLP foi palco dos debates a respei- agora direcionar a nossa luta para que, num futuro próximo, possamos resgatar essa es-
to dos problemas que afligiram a sociedade, como o meio ambiente. A CLP ou- tratégica e lucrativa estatal brasileira.
viu denúncia do delegado Alexandre Saraiva, que posteriormente redundou na
queda do ministro Ricardo Salles. Realizou audiências públicas sobre impactos da pan- Vamos continuar lutando, ainda, contra a espúria privatização dos Correios (cuja
demia de Covid-19 nas populações de rua e no transporte público, a luta contra a pri- proposta já está em andamento) e contra os desmontes que Bolsonaro está promoven-
vatização de estatais como os Correios e a Eletrobrás, a violência contra mulheres do no Banco do Brasil, na Caixa Econômica, no Banco da Amazônia( Basa) e no Banco do
que atuam na política e a extinção da Lei de Segurança Nacional, entre outros temas. Nordeste (BNB).
Em razão da forte ligação que possuo com os trabalhadores da agricultura familiar,
Em agosto de 2021, a CLP chega aos seus 20 anos de existência, com vasta pro- tenho conseguido entregar equipamentos agrícolas em ao menos dois municípios por
gramação para celebrá-la: exposição de fotografia, vídeo documentário, publicação semana. Dessa forma, pude beneficiar com minhas emendas, somente nesse primeiro
de livro com produções acadêmicas sobre o colegiado e a democracia participativa no semestre, 17 municípios maranhenses.
Brasil. Haverá ainda seminário sobre Comissões de Legislação Participativa dos legis-
lativos estaduais e municipais, com a proposta de constituição de uma rede nacional. Uma das maiores emoções que já experimentei na vida parlamentar, inclusive, foi
ter ouvido o seguinte agradecimento de uma liderança indígena: “Viemos agradecer uma
Nesses tempos de obscurantismo, negacionismo, intolerância e fascismo, a CLP se patrulha agrícola para a nossa aldeia, vindo da parte de Vossa Excelência, que vai ser de
mantém como espaço de resistência e apoio aos segmentos mais vulneráveis e perseguidos. muita utilidade para nós. Estamos muito felizes, estamos agradecidos a Deus e depois o
senhor por ter olhado para nós, do povo Kanela de forma diferenciada’’. Só isso já vale a
Salve a CLP pelos seus 20 anos de defesa da democracia! luta!

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Em defesa da soberania do País, do A luta continua
setor produtivo e do povo brasileiro por um País melhor para todos!

Zé Neto (PT-BA) Zeca Dirceu (PT-PR)

O C
omo integrante da Bancada do PT na Câmara e vice-líder da Minoria, estou engaja-
deputado federal Zé Neto é vice-líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos do na luta democrática por mais direitos ao povo e tenho me posicionado contra o
Deputados. No primeiro semestre de 2021, Zé Neto teve uma atuação legislativa desgoverno Bolsonaro.
bastante combativa nas questões relacionadas ao enfrentamento à pandemia, em
defesa da soberania do Estado brasileiro e do desenvolvimento sustentável e contra as
privatizações. Defende também o auxílio emergencial de R$ 600, até o final da pandemia. Nesses últimos meses, tivemos que intensificar o trabalho da Bancada do PT para
proteger o povo brasileiro, que passa por um momento delicado nesta pandemia do
Com 100 por cento de presença nas sessões do plenário da Câmara, Zé Neto apre- coronavírus. Foram muitos ataques aos trabalhadores e a população por este governo
sentou 88 proposições, dentre essas, 13 projetos de lei, fez 60 pronunciamentos e votou genocida.
em 328 votações nominais. Zé Neto apresentou diversas emendas ao Orçamento da União
para 2021, contemplando as áreas de saúde, segurança pública, educação, social e infraes- Apresentei projeto de lei (PL 907/2021), que assegura, no âmbito do Sistema Único
trutura urbana. de Saúde, a reabilitação de pessoas com sequelas decorrentes da Covid-19, também pro-
pus o projeto (PL 1092/2021), que inclui os trabalhadores do Serviço Único de Assistência
O parlamentar promoveu e participou ativamente de dezenas de audiências públi- Social e trabalhadores de serviços essenciais no grupo prioritário para vacinação contra
cas sobre temas de grande interesse nacional, entre eles: transporte complementar, agen- a Covid.
tes comunitários de saúde e endemias e agricultura familiar, sendo coautor do projeto
de lei (PL 823) aprovado na Câmara dos Deputados que socorre os agricultores familiares Vale lembrar que também sou um dos autores das seguintes propostas: projeto
atingidos pela pandemia. que suspende temporariamente as obrigações financeiras dos estudantes beneficiários
do Fies durante o período de emergência de saúde pública; PL que estende a prorroga-
Nas comissões permanentes, Zé Neto é titular da Comissão de Desenvolvimento ção do auxílio emergencial, garantido pela Lei Aldir Blanc, aos trabalhadores e trabalha-
Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, onde atua como coordenador da Bancada do doras da cultura; da Lei Assis Carvalho II, que ampara os agricultores familiares do Brasil,
PT. É titular da Comissão de Esporte e suplente na Comissão de Constituição, Justiça e de no intuito de mitigar os impactos socioeconômicos da Covid–19; e também do projeto
Cidadania e na Comissão de Viação e Transporte. que prorroga o auxílio emergencial.

O deputado Zé Neto participa, ainda, de dezenas de frentes parlamentares, com A luta por vacinação para todos, por um auxílio emergencial digno, contra as pri-
destaque na Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo, onde atua vatizações, o impulsionamento do desemprego, o aumento da fome e os desmontes na
como coordenador nacional do setor de micro e pequena empresa, defendendo o desen- educação pública, continua fortemente fora do Parlamento. Tenho me mobilizado junto
volvimento do setor produtivo nacional e o fomento público para a economia de base, com as entidades, sindicatos e movimentos sociais contra todo esse retrocesso.
urbana e rural.
Nosso País, que está desmoralizado internacionalmente, se vê esgotado inter-
Além disso, tem relevante atuação na Câmara dos Deputados em várias áreas e namente. A desassistência na área social, a devastação de nossas matas, a irresponsa-
temáticas, com destaque para a defesa das empresas públicas, contra as privatizações da bilidade e omissão que levou a tantas vítimas nesta pandemia, os absurdos ditos por
Eletrobras, Caixa Econômica Federal e Correios, defendendo sempre a soberania nacional, Bolsonaro, e pelo seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e demais ministros que
o setor produtivo e o patrimônio dos trabalhadores e do povo brasileiro. compõem essa trupe de desgoverno, não pode mais continuar.

Tenho esperança que, agora, depois que foi provada a inocência do presidente
Lula; assim como a parcialidade, perseguição política e a manipulação do judiciário feita
pelo então juiz Sérgio Moro e toda a estrutura da Operação Lava-Jato, nós reconstruire-
mos o Brasil mais uma vez. Lula é a pessoa mais capacitada para colocar nosso País no
rumo certo novamente. Ele já fez e fará de novo.

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LÍDER - Bohn Gass

VICE - LÍDERES
Gleisi Hoffmann (PR)
Helder Salomão (ES)
Leo de Brito (AC)
Maria do Rosário (RS)
Natália Bonavides (RN)
Nilto Tatto (SP)
Odair Cunha (MG)
Paulo Guedes (MG)
Paulo Pimenta (RS)
Professora Rosa Neide (MT)
Reginaldo Lopes (MG)
Rogério Correia (MG)
Rui Falcão (SP)
Zé Neto (BA)

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Misiara Oliveira

REVISÃO
Carlos Leite
Vânia Rodrigues

CAPA, ARTE e PROJETO GRÁFICO


Claudia Barreiros

DIAGRAMAÇÃO
Ronaldo Martins

FOTOS DA CAPA
Gabriel Paiva
Gustavo Bezerra
Lula Marques
Ricardo Stuckert

Brasília - Junho/Julho de 2021


PT NA CÂMARA
BRASÍLIA - JUNHO/JULHO - 2021

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