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INTRODUÇÃO

É de conhecimento geral que a educação é fator indispensável na vida de


todo cidadão. Como futuro educador é preciso que se estabeleça um paralelo
entre teoria e prática. Assim, surge a necessidade da realização do Estágio
Supervisionado com o objetivo de conhecer melhor a realidade em que
possivelmente irei atuar e, dessa forma, refletir sobre as condições em que o
processo ensino-aprendizagem acontece.

O presente relatório foi realizado com base em observações, conversas


informais e entrevistas concedidas durante os turnos matutino, vespertino e
noturno, no Colégio Estadual São José, situado na sede do município de
Chorrochó/BA. Com este trabalho, foi possível perceber aspectos positivos e
negativos no que diz respeito à infraestrutura e condições de ensino e
aprendizagem.

Para compreendermos a relação que se estabelece entre docentes e


discentes, ou melhor, todos os envolvidos no processo educativo de tal escola
algumas informações são extremamente relevantes, pois precisamos
compreender a realidade do aluno, suas condições socioeconômicas e outros
fatores que interferem no processo educativo dentro da escola.

Dessa forma, pude observar que a clientela atendida naquela unidade


escolar é composta por alunos do Ensino Fundamental II, mais
especificamente 7ª e 8ª série, pois tal modalidade de ensino é de
responsabilidade do município e Ensino Médio com turmas de 1º a 3º ano, a
maioria oriunda de comunidades rurais do município de Chorrochó. Foi
possível observar, no entanto, que no turno noturno os alunos que frequentam
são da própria sede e aqueles que não dispõem de tempo para estudar nos
turnos do diurno.

Concluindo, é perceptível a distorção idade/série e as enormes dificuldades


apresentadas pelos alunos em questões primordiais como dificuldade na leitura
e produção de textos, assim como falta conhecimento de conteúdos
matemáticos que são relevantes e isso dificulta a apreensão de novos
conhecimentos.
CONCLUSÃO

O estágio é um momento de fundamental importância no processo de formação


profissional. Pois, funciona como uma “janela do futuro” através do qual o aluno
antevê seu próximo modo de viver. É uma passagem natural do “saber sobre”
para o “saber como”; um momento de validação do aprendizado teórico e
prático em confronto com a realidade.

Relatando as respostas apresentadas pelos diferentes segmentos que compõe


a escola em que realizei o trabalho de coleta de informações é possível
perceber que as opiniões a respeito do ambiente escolar apresentam algumas
diferenças de um segmento para outro. Por exemplo: os alunos fazem
referencia ao relacionamento entre eles e os professores e colegas, com isso
podemos perceber que a interação é necessária no contexto escolar; os pais
apresentam uma opinião um tanto diferente uma vez que dizem estar
satisfeitos por perceberem que a educação é importante para formação de uma
sociedade mais justa; Os gestores se dizem satisfeitos ao exercer sua
profissão; no entanto, os professores dividem opiniões, pois ressaltam que se
sentem responsáveis pela formação de jovens e adolescentes. Por que esse é
o papel do educador. Considerando a opinião acima, é preciso observar que o
educador é apenas um dos responsáveis pela formação do educando e que
existem inúmeros fatores que interferem em tal formação. Ainda com relação
ao ambiente escolar outro professor lamenta a ausência de formação
continuada, espaços inadequados e a inexistência de coordenador pedagógico
formado na área.
Com relação à maneira como a comunidade escolar vê a escola houve
diferentes pontos de vista o que é natural, uma vez que pensamos e agimos de
modo peculiar. Enquanto, alguns a percebem como um espaço agradável,
organizado e responsável, outros afirmam que a estrutura física não é
adequada, pois há pouco espaço. Esse é um aspecto com o qual eu concordo,
pois é notável que a escola não dispõe de espaço adequado para a pratica de
atividades extraclasses e a biblioteca é bastante pequena. Pude perceber
ainda, que um dos pais entrevistados ou não conhece bem a escola ou não
tem consciência de alguns aspectos que contribuem com a qualidade do
ensino, pois o mesmo afirma que a escola tem uma boa estrutura física.
No que concerne aos projetos desenvolvidos pela escola todos os segmentos
dizem ter participado de alguns projetos, com exceção apenas de um pai que
diz ter conhecimento, mas não participa. Assim, pode-se perceber que a escola
tem conseguido mobilizar a comunidade escolar para participar das ações
desenvolvidas visando a apropriação do conhecimento. Isso é bastante
relevante, pois uma escola que não consegue envolver os diversos segmentos
não consegue cumprir com sua função social.
No tocante a participação da comunidade escolar na realização do PPP –
Projeto Político Pedagógico da escola fica claro que não são todos os
segmentos que participam da sua elaboração e um aluno parece não
compreender o que esse documento representa para a escola, pois informa
que participa como eleitor do grêmio escolar. É interessante ressaltar que o
PPP é o cérebro da escola e precisa ser revisto todos os anos para analisar o
que precisa ser modificado. Assim como, não deve ser um documento para
ficar engavetado, pois todos precisam ter conhecimento do mesmo e aos
professores cabe realizarem seu trabalho baseado nele. Dessa forma, pode-se
concluir que a gestão da escola ainda não tem sido totalmente democrática.
Quando solicitado que falassem sobre o que gostariam de mudar na
escola é gritante a necessidade de uma ampliação do espaço físico, uma vez
que a biblioteca não funciona em um espaço adequado com condições dignas
de realização de estudos e melhor arejado. Segundo uma professora, estamos
numa era muito dinâmica e a escola precisa sair da inercia e combater o
improviso trabalhando como uma empresa na qual o resultado depende de
uma rede, uma cadeia intercalada visando o produto final: a aprendizagem da
clientela. Outro ponto visto é o laboratório de informática que é pouco utilizado
pelos alunos. Um pai afirma até mesmo que tal laboratório não funciona. Há
ainda uma preocupação com a merenda escolar, pois de acordo com alguns
entrevistados tem dias que não é apetitosa além de ser pouco saudável.
Com relação ao ultimo questionamento há uma controvérsia entre as
opiniões dos professores e os demais segmentos, pois apenas os primeiros
estabelecem a nota de acordo com o exposto nas questões anteriores
reconhecendo as limitações existentes. Esse segmento apresenta como nota
máxima 6,5. O que demonstra insatisfação da parte dos mesmos. Os demais
segmentos se contradizem o que indica que não participam de forma ativa da
escola apesar das respostas apresentadas anteriormente.
Em virtude do exposto acima, pode-se concluir que o Colégio Estadual São
José embora venha tentando realizar uma gestão democrática ainda não
conseguiu atingir tal objetivo. Percebe-se que há uma insatisfação recorrente e
que as reuniões de AC – Aula Complementar não são aproveitada para trocar
experiências que proporcionem a melhoria da qualidade do ensino, pois como
afirma um dos professores entrevistados esse espaço é usado para tratar de
questões democráticas e troca de desabafos que se repetem constantemente
sem proporcionar nenhum crescimento.
Assim, apesar de haver um bom relacionamento entre todos se percebe
que há muito a ser feito ainda. Trazer a comunidade para a escola é um grande
desafio. Fazer com que todos tenham conhecimento da proposta pedagógica é
uma necessidade indispensável. E cabe aos gestores promover espaços de
debate oportunizando que todos opinem e possam assim solucionar questões
que afetam o bom funcionamento da unidade de ensino e acarreta prejuízos
aos que ali trabalham, gerando assim insatisfação e afetando o processo de
construção do conhecimento.
Por fim, concluiu-se que a educação é um direito de todos e dever do
Estado como afirma a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação e que
deve acontecer em espaço propicio e de modo adequado, garantindo assim
uma educação de qualidade, valorizando a todos e oferecendo condições
dignas de trabalho. Pois, aluno é gente, professor é gente, diretor é gente,
merendeira é gente. E como gente precisa garantir uma vida digna e com
parâmetros adequados.

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