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O Acidente Vascular encefálico (AVE) é uma doença caracterizada pelo início agudo de um déficit
neurológico (diminuição da função) que persiste por pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento
focal do sistema nervoso central como resultado de um distúrbio na circulação cerebral; começa
abruptamente, sendo o déficit neurológico máximo no seu início podendo progredir ao longo do
tempo.
As causas mais comuns são os trombos, o embolismo e a hemorragia.

Apresenta-se como a 2ª causa de morte no mundo. O AVE é a principal causa de incapacidade


neurológica dependente de cuidados de reabilitação e a sua incidência está relacionada com a
idade.c

odemos dividir o acidente vascular cerebral em duas categorias:


^ O acidente vascular isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo é bloqueado,
freqüentemente pela formação de uma placa aterosclerótica (doença inflamatória crônica na
qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos.) ou pela presença de um
coágulo que chega através da circulação de uma outra parte do corpo .

Dependendo da causa da obstrução, os isquêmicos podem ser de três tipos:

1. Trombótico - aqui o causador do entupimento é um coágulo formado numa artéria que irriga o
cérebro devido à aterosclerose. Responde por 60% dos casos.

2. or embolia - Em 20% dos casos o coágulo foi formado em outra parte do corpo e viajou até
obstruir alguma artéria que leva sangue à massa cinzenta ou que fica por lá.

3. Insuficiência circulatória - aqui o problema é uma falha no coração, que deixa de bombear
sangue corretamente levando à deficiência de circulação na cabeça. Isso explica por que

um ataque do coração pode levar a um AVE.

^ No acidente vascular hemorrágico (acontece em 10% dos AVE¶s) existe hemorragia


(sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão
intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais.

Há duas formas dessas hemorragias:

1. Sub-aracnóide - um vaso da superfície se rompe, derramando sangue no espaço entre o


cérebro e o crânio. A causa mais comum é o rompimento de um aneurisma, as dilatações nas
artérias que ficam cheias de sangue como um balão. Em geral o gatilho para esse estouro é a
pressão alta.

2. Hemorragia intra-cerebral - o derramamento de sangue é no meio da massa cinzenta,


normalmente por causa do envelhecimento dos vasos ou da hipertensão crônica. Só 10% dos
AVC se enquadram aqui.

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Figura 1 ± Dois tipos de AVC.

O ataque isquêmico transitório (TIA) clinicamente, corresponde a uma isquemia passageira que
não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa seqüela. É um episódio súbito
de déficit sanguíneo em uma região do cérebro com manifestações neurológicas, que se
recuperam em minutos ou em até 24 horas. Constitui um fator de risco muito importante, visto
que, umas elevadas porcentagem dos pacientes com TIA apresentam um AVE nos dias
subseqüentes.

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São os principais sintomas que precedem o AVE:

^ Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente;


^ Dormência nos braços e nas pernas;
^ Dificuldade de falar e perda de equilíbrio;
^ Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado esquerdo ou direito
do corpo;
^ Alteração súbita da sensibilidade, com sensação de formigamento na face, braço ou perna
de um lado do corpo;
^ erda súbita de visão em um olho ou nos dois;
^ Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar palavras ou para
compreender a linguagem;
^ Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômito
Como identificar o acidente vascular cerebral;
^ edir em primeiro lugar para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só para um dos
lados, pode estar tendo um AVE;
^ edir para que levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um deles ou, após
levantar os dois, um deles caia procurar socorro médico;
^ Dê uma ordem ou peça que a pessoa repita alguma frase. Se ela não responder ao
pedido, pode estar sofrendo um derrame cerebral;

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rincipais fatores de risco:

^ Hipertensão arterial0 é o principal fator de risco para AVE. Na população, o valor médio é de
"12 por 8"; porém, cada pessoa tem um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu
médico. ara estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor
médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, tem-se a hipertensão
arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa é prejudicial; a melhor solução é a
prevenção. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a
uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia.
^ Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, pode
determinar um AVE. Ocorre dificuldade para o sangue alcance o cérebro, além dos outros
órgãos, podendo levar a uma isquemia. As principais situações em que isto pode ocorrer são
arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas, etc.
^ Colesterol: é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras
animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em
gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol,
presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de
ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das
placas de aterosclerose.
^ Tabagismo: O hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas
pessoas que já têm outros fatores de risco. O fumo acelera o processo de aterosclerose,
diminui a oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão arterial.
^ Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de
colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.
^ Diabetes: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A
medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença tiver sua
glicemia controlada, tem AVE menos grave do que aquele que não o controla.
^ Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVE. Isso não
impede que uma pessoa jovem possa ter.
^ Sexo: até aproximadamente 50 anos de idade os homens têm maior propensão do que as
mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.
^ Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim,
indiretamente, aumenta o risco de AVE.
^ Anticoncepcionais hormonais: Atualmente acredita-se que as pílulas com baixo teor
hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentem,
significativamente, a ocorrência de AVE.

Diagnóstico:c

ara fazer o diagnóstico de acidente vascular


encefálico basta um quadro clínico compatível
confirmado pela história que a paciente conta e o
exame neurológico. ara ter certeza e confirmar que
parte do cérebro foi atingida o exame mais utilizado é
ac tomografia de crânio. Em alguns casos pode estar
indicada a ressonância nuclear magnética.

O exame do líquor pode ser importante nos casos em


que a tomografia de crânio é normal e a maior
suspeita passa a ser de uma hemorragia meníngea
(subaracnóidea). Nesses casos o líquor vem
altamente hemorrágico (cheio de sangue)
comprovando o sangramento.

Figura 3- Ressonância magnética:


um dos exames que diagnosticam o AVC
Tratamento:c

O AVE é uma emergência médica e possui tratamento se o paciente for rapidamente


encaminhado para um hospital adequado. O tratamento do AVE isquêmico é realizado com
medicamentos trombolíticos, que possuem a propriedade de dissolver o coágulo sanguíneo que
está a entupir a artéria cerebral, causando a isquemia. Após a fase inicial de instalação, a
trombólise pode não ser eficiente, e pode ser perigosa por causar uma reperfusão de um tecido
necrótico, transformando o AVE isquêmico num acidente hemorrágico, que pode levar à morte ou
sequelas mais graves.

revenção:c

Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVE é a prevenção, identificar e
tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabete mellitus, o colesterol
elevado, cessar o tabagismo e o alcoolismo, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos,
nomeadamente arritmias.

Vascularização do SNC.

O sistema nervoso é formado de estruturas nobres e altamente especializado, exigindo um


elevado consumo de O2 e glicose, requerendo, assim um fluxo sangüíneo geralmente intenso. A
parada da circulação cerebral por mais de 7 segundos leva o indivíduo a perda de consciência;
após cerca de 5 minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis, pois como se sabe,
as células nervosas não se regeneram. Os processos patológicos que acometem os vasos
cerebrais interrompem a circulação de determinadas áreas encefálicas, causando, necrose e
amolecimento do tecido nervoso, acompanhados de alterações motoras, sensoriais ou psíquicas
que podem ser características para a área e a artéria lesada.

O fluxo sangüíneo cerebral é muito elevado; calcula-se que em 1 segundo circula pelo encéfalo
uma quantidade de sangue aproximadamente igual a seu próprio peso. Este fluxo não é idêntico
em todas a áreas encefálicas, ele é maior nas áreas mais ricas em sinapses, sendo então maior
na substância cinzenta que na branca, isto está relacionado com a maior atividade metabólica na
substância cinzenta, portanto o fluxo sangüíneo de uma determinada área do cérebro varia com o
seu estado funcional.

O encéfalo é irrigado pelas artérias carótida interna e vertebral, originada no pescoço. Na base do
crânio estas artérias formam um polígono anastomótico, o polígono de Willis (figura 4), de onde
sai as principais artérias para a vascularização cerebral. As artérias cerebrais, anatomicamente,
apresentam, de um modo geral, paredes finas se comparadas as paredes das veias de mesmo
calibre situadas em outras áreas do organismo. A túnica média das artérias cerebrais tem menos
fibras musculares e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa, isto ocorre devido a um
dos dispositivos anatômicos que protegem os tecidos nervosos, amortecendo o choque da onda
sistólica responsável pela pulsação das artérias.

Figura 4 - olígono de Willis


Referências Bibliográficas:

ORTO, Celmo C. : Semiologia Médica, Guanabara, 4ª ed., Rio de Janeiro, 2001.

HARRISON, T. R. ; Medicina Interna, McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda. 15ª ed., Rio de
Janeiro, 2002.

O´SULLIVAN, Susan B.; Fisioterapia ± avaliação e tratamento, Manole, 2ªed., São aulo, 1993.

http://cruzesdamonica.blogspot.com/2009/03/dia-nacional-do-doente-com-avc.html , acessado dia


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http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?6, acessado dia 02 de maio de 2009.

http://saude.abril.com.br/especiais/avc/conteudo_137902.shtml , acessado dia 02 de maio de


2009.
http://www.santafisio.com/trabalhos/ver.asp?codigo=81 , acessado dia 02 de maio de 2009.

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