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DO PAGAMENTO outubro de
2010
DO PAGAMENTO
Já o terceiro não interessado, como a denominação já indica, não possui estribo jurídico,
portanto, não se sub-rogará nos direitos creditícios relativos ao credor primário. É o que
preceitua o art.305 do CC/02.
O CC sanciona o terceiro não interessado que pagar a dívida antes do seu vencimento, no
sentido de que o mesmo somente poderá haver este valor pago no dia de vencimento da
dívida, ou seja, o devedor primitivo somente será obrigado a reembolsar o terceiro não
interessado no dia do vencimento desta dívida.
Em Direito somente poderá alienar o bem a pessoa que possuir DISPONIBILIDADE da coisa. O
art.307, caput, do CC estabelece que necessitará de disponibilidade do bem imóvel aquele que
se predispor a pagar a divida, ou seja, somente o dono da coisa imóvel pode efetuar a sua
transmissão para a pessoa do credor.
O art. 308 do CC alude à ratificação do pagamento feita pelo credor, como também à hipótese
de o credor que recebeu a dívida e não declarou este fato (por falta de oportunidade ou por
dolo) no sentido em que se for provado que o pagamento reverteu em seu proveito. Portanto,
o pagamento necessariamente deverá ser feito para o credor, ou, provar-se que o valor pago
foi efetivamente aproveitado pelo mesmo.
O art. 310 do CC se refere ao individuo incapaz de quitar, ou seja, trata-se do credor que
temporária ou definitivamente se encontra impossibilitado de emitir documentos com caráter
patrimonial. Exemplo: O individuo prodigo que se encontra sob interdição.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Já no parágrafo único do art. 320, como visto mesmo se faltar qualquer um destes requisitos
citados no caput do art. 320, o devedor poderá provar que pagou, se conseguir identificar as
circunstancias que provem que este pagamento foi devidamente aproveitado pelo credor.
O art. 321 do CC traz prerrogativas de defesa para o devedor de dívida oriunda de títulos de
credito, na hipótese de recusa por parte do credor de devolver a aludida cártula (documento
referente ao título de credito), desta forma, poderá o devedor exigir uma declaração sub-
assinada pelo credor a qual ateste o extravio. Este artigo alude a hipótese de recusa por parte
do devedor em pagar a divida (retendo o pagamento), até o momento em que o credor efetive
a entrega da declaração de extravio:
Michael S. do Prado, 6º Semestre de Direito, FMN 2
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Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este,
poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize título
desaparecido.
Em regra geral a quitação se direciona para o montante principal da dívida, inclusive, quando
não houver disposição expressa sobre a manutenção dos juros, presumir-se-ão pagos até
prova em contrário (art. 323, CC).
O CC em seu art. 324 dispõe que na hipótese de o credor devolver o titulo creditício ao
devedor, presumir-se-á que a divida fora paga. Contudo, o credor terá um prazo de 60 dias
para provar que entregou o titulo, mas não recebeu o pagamento (provar a inadimplência do
devedor).
REQUISITOS ESSENCIAIS
TEMPO DO PAGAMENTO:
LUGAR DO PAGAMENTO
O art. 327 do CC traz como regra geral a proteção ao devedor (parte hipossuficiente), no
sentido de que o pagamento será efetuado no domicilio do devedor, existem exceções trazidas
por este artigo: se o contrário resultar da lei das circunstâncias ou da natureza da obrigação.
Todavia o parágrafo único do art. 327 do CC registra um beneficio direcionado ao credor que
poderá escolher dentre os lugares ajustados no termo obrigacional, na hipótese de terem sido
designados quando do pacto obrigacional dois ou mais lugares.
O credor deve exigir o pagamento no lugar em que fora pactuada a obrigação, sob pena de ser
considerada a renúncia ao lugar de pagamento primitivo. Se o credor de forma reiterada
(repetida) aceitar o pagamento em lugar distinto, poderá ser sancionado a receber de forma
definitiva em lugar diverso ao originariamente pactuado.
PROVA DO PAGAMENTO
Uma vez solvido o débito, surge o direito do devedor receber do credor um elemento que
prove que o pagou, que é a quitação regular; de reter o pagamento enquanto esta não lhe for
dada, ou de consignar em pagamento, ante a recusa do credor em dar a quitação, citando o
credor para esse fim, de forma que o devedor ficará quitado pela sentença que condenar o
credor.
O pagamento indevido é uma das formas de enriquecimento ilícito, por decorrer de uma
prestação feita por alguém com intuito de extinguir uma obrigação erroneamente
pressuposta, gerando a aquele que recebe o pagamento, por imposição legal, o dever de
restituir, uma vez estabelecido que a relação obrigacional não existisse, tinha cessado de
existir ou que o devedor não era a pessoa que deveria pagar ou o a pessoa que deveria receber
não era o credor.
Do pagamento em Consignação
O art. 338 do CC possibilita ao devedor que efetivou a consignação em pagamento o saque (ou
levantamento), em quanto o credor não declarar que aceita este depósito; ou enquanto o
credor não impugnar este depósito. Por inteligência jurídica com fulcro no art. 338 do CC
presume-se que enquanto o credor não se posicionar formalmente em juízo, aceitando ou
afastando o valor depositado, haverá a prerrogativa favorável ao devedor concernente ao
saque desta importância.
Curiosa é a situação do art. 345 do CC, em que os credores que mutualmente queiram se
excluir poderá interpor ação de consignação em pagamento requerendo ao juiz de Direito que
cite ao devedor para que o mesmo deposite o valor em juízo. Faz-se necessária a existência de
dois ou mais credores que estejam brigando entre si, assim, para se evitar que o dinheiro seja
locrupetado por um credor que não goze do direito relativo ao recebimento do mesmo.
Locrupetar significa favorecer-se de forma indevida, em detrimento do legitimo credor.
A sub- rogação se perfaz mediante a identificação legal (equiparação legal) do individuo que
paga a divida de sujeitos arrolados nos incisos I a III do art. 346 do CC. Portanto, ocorrerá sub-
rogação quando o credor paga divida de devedor comum; o comprador de imóvel hipotecado
paga a hipoteca; ou quando o terceiro paga a divida da hipoteca; e quando terceiro
interessado paga a divida.
A sub-rogação pessoal vem ser a substituição, nos direitos creditórios, daquele que solveu
obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor;
não se terá, portanto, extinção da obrigação, mas substituição do sujeito ativo, pois o credor
passará a ser o terceiro; é uma forma de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver
a satisfação do primitivo credor; poderá ser legal (imposta por lei) ou convencional (resultante
do acordo de vontades entre o credor e terceiro ou entre o devedor e o terceiro); tanto na
sub-rogação legal como na convencional passam ao novo credor todos os direitos, ações,
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o credor principal e os fiadores.