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Leia-me
É capaz que o título tenha despertado sua curiosidade ou quem sabe você está prestes a
escrever um relatório e interessou-se por este artigo. Qualquer que seja sua motivação para
estar lendo estas linhas esperamos nos próximos parágrafos passar algumas informações úteis
para escrever um relatório. É possível que algumas sugestões você já conheça, mas sempre é
bom relembrá-las.
A resposta é bastante direta: para comunicar nosso trabalho e nossas idéias por escrito. Todo
relatório tem que ser claro, conciso e exato. Com um relatório que tenha estas qualidades você
terá mais chances de obter a colaboração ou a resposta esperada de seus superiores e de
seus colegas. Por este motivo, a arte da boa comunicação por escrito não é um luxo, é uma
questão de sobrevivência profissional.
E na escola, por que escrevemos relatórios? Basicamente, os relatórios na escola servem para
treinar a habilidade da comunicação escrita e para exercitar a autocrítica dos estudantes.
Título
Resumo
Introdução
Experimental
Resultados (ou Resultados e Discussão)
Conclusões
Apêndices
Referências Bibliográficas
Existe outro tipo de relatório, que é o chamado relatório executivo. Este tipo de relatório é
empregado freqüentemente na indústria quando prestamos conta de nossas atividades ou
apresentamos soluções a um superior. Muitas vezes o superior não está muito disposto a ler
todo o relatório, embora precise tomar uma decisão rápida, especialmente neste caso, é
oportuno inverter a ordem, colocando as conclusões no início do relatório.
Por este motivo, sempre é bom perguntar se há algum modelo de relatório a ser seguido, se
não houver normas siga o seu bom senso.
A idéia fundamental é a de que estamos tentando nos comunicar com alguém que sabe menos
sobre nosso trabalho, mesmo que seja nosso professor ou nosso superior numa empresa e,
geralmente, o leitor vai tomar uma decisão baseado no conteúdo do relatório (uma avaliação na
escola ou - até pode ser o caso - uma promoção, na empresa). Enfim, é preciso que nos
preocupemos com o destinatário, por exemplo, construímos uma tabela e fazemos
imediatamente a seguinte pergunta: "A tabela é clara? A informação flui facilmente para o
leitor?".
Título
Resumo
Introdução
Não faça diferença na numeração entre equação matemática e química, por exemplo:
Seja original e breve. Não seja exibicionista, nem faça ostentação esnobe de seus
conhecimentos. Lembre-se que a introdução serve de base para o leitor.
Aqui é apropriado colocar as curvas de calibração (se forem muitas as curvas de calibração é
melhor passá-las para o apêndice).
Resultados
Geralmente, inicia-se cada parágrafo apresentando uma tabela ou uma figura (como: "A figura
1 mostra a variação de P com T"), dá-se continuidade com a descrição dos resultados obtidos
(por exemplo, se a curva da figura apresenta um máximo ou, no caso de uma tabela, uma frase
do tipo "As medidas de densidade realizadas, tabela 2, apresentavam erros da ordem de 10%")
e, se for possível, finaliza-se com a interpretação causa-efeito dos resultados experimentais.
As tabelas e figuras devem entrar no texto de uma maneira lógica, de modo que a informação
flua claramente para o leitor. O leitor não deve ser forçado a ficar virando a página de trás para
frente para encontrar os dados citados. Numere de forma independente as tabelas e as figuras
(por exemplo, tabela 1, tabela 2, figura 1, tabela 3, ...).
Apêndices
Referências Bibliográficas
Apresentando os dados
No corpo do relatório temos tabelas e figuras com a finalidade de apresentar os dados obtidos.
A seguir daremos algumas recomendações sobre estes componentes do relatório.
Tabelas
Não esqueça de colocar um número e um título na tabela. O título deve ser informativo e deve
descrever especificamente o conteúdo da tabela. Os títulos tal como "Dados Experimentais" ou
"Pressões e Temperaturas" não são satisfatórios. Se possível, coloque no título informações
sobre o sistema sob investigação e as condições experimentais; por exemplo, "A Pressão de
Vapor de Soluções de Etanol de 30 a 50 oC."
A fluência da informação numa tabela é de esquerda para direita e de cima para baixo. Os
dados experimentais ficam nas colunas da esquerda, enquanto dados numéricos calculados
ficam nas colunas à direita dos respectivos dados experimentais que geraram estes resultados.
Os valores numéricos apresentados numa coluna deveram ficar alinhados com a mesma casa
decimal (casa das unidades uma em baixo da outra, o mesmo para a casa dos décimos,
centésimos, etc.). Um zero deve preceder a vírgula de fração decimal se o número é menos
que um (por exemplo, 0,123). Se os números são muito grandes ou muito pequenos, todas as
entradas numa coluna podem ser multiplicadas por uma potência apropriada de dez, como no
exemplo:
103 P / atm
4,67
5,34
Aconselha-se nestes casos que se faça leitura como uma sentença matemática 10 3 P / atm =
4,67, portanto, P = 4,67 103 atm.
Figuras
De maneira mais eficiente que uma tabela, um gráfico serve para informar ao leitor de forma
rápida a relação entre um parâmetro experimental (variável independente) e um valor calculado
ou obtido experimentalmente (variável dependente). A variável independente deve ser
representada ao longo do eixo horizontal (abcissa) e a variável dependente deve ser
representada ao longo do eixo vertical (ordenada).
Como as tabelas, os gráficos devem ter um número, independente da numeração das tabelas
(mesmo que só exista um gráfico no relatório), e sua legenda correspondente. As legendas são
colocadas, geralmente, sob o gráfico e devem descrever as condições experimentais. Portanto,
uma legenda do tipo "P vs T" não é satisfatória, pois não diz o gás que foi empregado nem o
volume ou a massa de gás, além disto, não esclarece se o valor de P foi obtido
experimentalmente ou calculado. Enfim, são muitas as duvidas que o leitor pode ter com
relação a uma legenda tão sucinta. A melhor legenda é aquela que junto com o gráfico forma
um conjunto auto-explicativo, isto é, sem ler o texto o leitor consegue saber como uma
determinada variável influencia o comportamento de outra num determinada condição
experimental.
Além dos gráficos os relatórios podem conter fotografias, esquemas ou desenhos. Todas estas
ilustrações, inclusive os gráficos, são chamadas de figuras, e todas elas possuem uma
numeração e uma legenda. Para exemplificar como se faz a numeração das figuras apresenta-
se um texto hipotético, onde se faz referência primeiro ao desenho de um aparelho e depois a
um gráfico:
"A montagem experimental (Fig. 1) consistia ..." e mais adiante "Na figura 2 são apresentados
os valores de ...".
Note que no exemplo chama-se o "gráfico" de "figura", isto é sempre assim, nunca é usada a
palavra "gráfico" (tanto no texto como na legenda), a denominação correta é de "figura". Note,
também, no exemplo que Fig. é a abreviação de figura.
Para facilitar a leitura, sempre que possível, coloca-se a figura logo após a sua citação no texto,
desse modo o leitor pode ler com fluência o relatório sem ter que parar a leitura para ficar
procurando a referida figura.
Fazer um relatório
Trata-se de um texto por quem viu, conhece, estudou um assunto, uma situação e
transmite a experiência adquirida a um terceiro que deve confiar e utilizar as
informações dadas e as conclusões a que se chegou.
1- O cabeçalho
- Para um relatório de menos de dez páginas pode ser como o de uma carta;
2- O sumário
- Para um relatório com menos de dez páginas, limita-se a algumas linhas que
indicam as partes principais;
- Para um relatório com mais de dez páginas, o sumário é formado pela página que
se segue à do título. Constitui um verdadeiro índice e dá ao leitor uma visão de
conjunto dos pontos abordados. Não te esqueças de indicar a referência de
paginação.
3- A Introdução
4- O Desenvolvimento
O relatório será tanto mais claro quanto melhor o plano estiver adaptado ao
assunto e às propostas a formular.
5- A Conclusão
Deves evitar: