1) O documento descreve a pesquisa de campo de Edward Evan com o povo Azande no Sudão nos anos 1920.
2) Os Azande viviam da agricultura, caça e pesca, mas sua cultura foi impactada pelo governo colonial e planos de desenvolvimento.
3) Evan analisou as crenças e organização política dos Azande, que passavam por transformações devido às novas influências.
1) O documento descreve a pesquisa de campo de Edward Evan com o povo Azande no Sudão nos anos 1920.
2) Os Azande viviam da agricultura, caça e pesca, mas sua cultura foi impactada pelo governo colonial e planos de desenvolvimento.
3) Evan analisou as crenças e organização política dos Azande, que passavam por transformações devido às novas influências.
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1) O documento descreve a pesquisa de campo de Edward Evan com o povo Azande no Sudão nos anos 1920.
2) Os Azande viviam da agricultura, caça e pesca, mas sua cultura foi impactada pelo governo colonial e planos de desenvolvimento.
3) Evan analisou as crenças e organização política dos Azande, que passavam por transformações devido às novas influências.
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O trabalho do etnógrafo Edward Evan se baseia em uma pesquisa de campo
realizada ao final da década de 1920, com o povo Azande sudaneses. Trata-se de um
povo habitante de uma turbulenta África Central, sob domínio colonial. As referências ao governo colonial, às influências européias, aludem ao governo do Sudão anglo- egípcio e a seu impacto sobre a cultura Azande. Aqueles que viviam a oeste estavam sob administração francesa. Na tentativa de controlar a doença do sono, o governo concentrou a população em grandes aldeamentos ao longo das recém construídas estradas federais. Na década de 1940, o número de casos da doença decresceu, provocando o relaxamento das disposições. Os Azande interpretaram isso como uma ordem oficial para deixar os aldeamentos. Nessa década também a meta do governo passou a ser o desenvolvimento socioeconômico do Sudão meridional e o distrito Zande foi escolhido como área de aplicação de um plano-piloto que visava inserir este e outros povos na economia mundial, sendo implantado o cultivo de algodão. Edward observou que esse povo vivia em uma região de savanas arborizada, vivendo do cultivo do solo, caça, pesca, coleta de frutos e a criação de aves domésticas. Demonstravam grande habilidade como ferreiros, produtores de óleo, entalhadores e vários outros ofícios, havendo, no entanto, pouca comercialização de seus artigos. Isso contribuiu para que não houvesse tanta influência externa sobre sua cultura. Havia um padrão tradicional de residências dispersas, refletindo o sistema político organizado dos indígenas. Cada reino era governado por um membro diferente de uma única dinastia real, chamada de os Avongara, uma dinastia amante da guerra e de aventuras. O povo se dividia em Avongara e plebe. Muitos príncipes ambiciosos dessa dinastia preferiram criar um domínio para si a permanecerem sujeitos a um pai ou irmão. Cada reino se dividia em províncias administradas pelos filhos e irmãos mais novos do rei ou por alguns plebeus designados pelo rei. Algumas cortes podiam ser maiores que outras, mas não havia diferenças significativas quanto ao governo. Na década de 1920 novas medidas administrativas acarretaram no controle mais direto por parte das agências governamentais, causando prejuízo na organização política tradicional. Houve entre os Azande um rei chamado Gbudwe, assassinado em um choque com forças britânicas anos antes de o pesquisador desenvolver seu trabalho. Sua memória era reverenciada, pois, para aquele povo, marcava o fim de uma época, a “Idade de Ouro da lei e do costume”. A administração colonial substituiu o trabalho nas terras pelo trabalho nas estradas do governo. Na época pré-colonial as disputas de menor importância eram arbitradas por um delegado do governador. Os casos mais sérios, porém, eram levados à corte provincial, para serem resolvidos pelo Oráculo de Veneno. As duas categorias mais freqüentes de casos eram bruxaria e adultério, sendo que, à exceção da morte de uma criança pequena, qualquer morte era atribuída à ação de maléficos bruxos humanos. O novo espacejamento de moradias imposto na década de 1940 não contribuiu em nada para eliminar os temores referentes á bruxaria. Com a liberdade de movimentos restringida pelo plano de reinstalação, esses temores pareceram aumentar. Os príncipes tiveram menos restrições ao que ficou conhecido como Operação Zande (que determinou o plano de reinstalação e o plantio de algodão), pois ficaram com a impressão de acentuarem sua autoridade, uma vez que os seus súditos eram encaminhados para trechos determinados de terra e lá eram obrigados a permanecer. Havia ainda um pequeno bônus do algodão. Mas à longo prazo os plebeus passaram a ver seus governantes como “identificados com uma política impopular”, causando insatisfação. Em 1945 eles apresentaram seu próprio candidato contra o filho do príncipe governante. As monografias do antropólogo não buscam “valor jornalístico”, mas contribuir para o desenvolvimento de um corpo de deduções fundamentadas a respeito dos princípios que regem a interação humana em diferentes épocas e locais. O seu trabalho original, gerado pela teoria a partir de dados brutos, deve ser encarado como um elo na genealogia do tema. Ele interpreta as crenças Azande na bruxaria como uma influência estabilizadora do sistema sociomoral. Para ele a sociedade Zande não funcionava em equilíbrio, passando por um período de transformação.