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Teresina
2008
ALEXANDRE RABÊLO NETO
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Maria Auxiliadora Pereira da Cruz, pela paciência e pelo tempo
dedicado.
Finalizando agradeço a Deus por me dispensar a paz e a saúde necessária para não
desistir dessa pesquisa tão importante para mim.
“Longe se vai sonhando
demais, mas onde se chega
assim? Vou descobrir o que
me faz sentir eu caçador de
mim”
(Milton Nascimento)
RESUMO
Esse estudo foi realizado com o “Conjunto Roque Moreira”, que atua no
mercado musical de Teresina. A ausência de um planejamento Estratégico nos sete
anos de existência desta banda motivou o presente estudo, que tem o objetivo de
analisar fatores externos e internos que venham a facilitar ou dificultar a implantação
desse planejamento Estratégico. Na realização deste estudo utilizou-se a
metodologia de Planejamento Estratégico Participativo - PEP, desenvolvido por
Souto-Maior (1994), como um meio eficaz e eficiente de se obter resultados para
essa organização. A pesquisa em questão caracteriza-se como um estudo de caso,
de natureza exploratória e descritiva, utilizando uma abordagem de pesquisa-ação.
No desenvolvimento do estudo, inicialmente, foi feito uma pesquisa histórica sobre a
música independente no país e no Estado do Piauí, e, também, uma revisão da
literatura sobre os conceitos de Estratégia, Planejamento e Planejamento
Estratégico Participativo. Na segunda parte do Estudo foram enumeradas e
comentadas a aplicação de cada uma das etapas do PEP, nesse estudo de caso.
Conclui-se que a Banda Roque Moreira necessita adotar um planejamento que
estabeleça estratégias, de forma a possibilitar a manutenção da Banda no mercado
musical de Teresina e do país, com produtos e serviços inovadores e de qualidade,
através da otimização de seus recursos financeiros, materiais e humanos.
This study was carried through with the “Roque Moreira Band”, which is in
the music market of Teresina. The absence of a strategical planning in the
seven years of existence of this band motivated the present study, it has the
objective to identify and to analyze external and internal factors that may
facilitate or make it difficult the implantation of this strategical planning. In the
accomplishment of this study the Strategical Planning Participative - PEP,
developed by Souto-Maior was used (1994), as an effective and efficient
way of getting results for this organization. The research in question is
characterized as a case study, of exploratory and descriptive nature, using
an research-action approach. In the development of the study, initially, a
historical research on independent music nationwide and in the state of the
Piauí was made, and, also, a revision of literature on the concepts of
Strategy, Planning and Strategical Planning Participative. In the second part
of the Study it has been enumerated and commented the application of each
one of the stages of the PEP, in this study case. The main conclusion, is that
the Band Roque Moreira needs to adopt a planning that establish strategies,
in a way to make it possible the maintenance of the Band in the music
market of Teresina and nationwide, with innovative products and quality
services through the optimization of its financial, material and human
resources.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10
1.1 Importância do Estudo.........................................................................................11
1.2 Objetivos do Estudo.............................................................................................12
CAPÍTULO II - A Música Independente no Brasil......................................................13
2.1 A Música Independente no Piauí........................................................................16
2.2 Estratégia.............................................................................................................19
2.3 Planejamento.......................................................................................................20
2.4 Planejamento Estratégico....................................................................................21
2.5 Planejamento Estratégico Participativo...............................................................22
3 METODOLOGIA.....................................................................................................25
3.1 Formulação do Problema.....................................................................................25
3.2 Limitações da Pesquisa.......................................................................................26
3.3 Etapas da Pesquisa.............................................................................................26
3.4 Contexto e Participantes......................................................................................27
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados.......................................................................27
3.6 Análise dos Dados...............................................................................................28
3.7 Validação da Pesquisa........................................................................................28
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RESULTADO.........................................................29
4.1 Fase de Preparação............................................................................................29
4.2 Fase de Resgate da História da Organização.....................................................31
4.3 Fase da Formulação da Missão, Visão e dos Valores .......................................32
4.4 Fase de Análise do Ambiente Externo................................................................32
4.5 Fase de Análise do Ambiente Interno.................................................................39
4.6 Fase da Formulação das Questões Estratégicas................................................46
4.7 Propostas Estratégicas........................................................................................47
4.7.1 Obstáculos Encontrados...................................................................................54
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................60
REFERÊNCIAS.........................................................................................................66
ANEXOS....................................................................................................................68
10
INTRODUÇÃO
através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, “Lei A. Tito Filho”, que teve como
parceira a instituição bancária “Caixa Econômica Federal”. Em 2007 participou da
“Mostra Cumbuca Cultural”, um evento onde as quatro mais representativas bandas
de música alternativa de Teresina produziram um DVD para divulgar seus trabalhos
autorais (Músicas e Show ao vivo). No início de 2008, lançou no mercado o cd “ao
vivo” da apresentação feita na “Mostra Cumbuca Cultural”.
O planejamento estratégico que esse estudo propõe como forma de
aumentar a penetração no mercado musical do “Conjunto Roque Moreira” constitui
uma abordagem estruturada e sistêmica, que incorpora visões, conceitos e métodos
de preparações de ações futuras. Desse modo, Planejar tem sido um conjunto de
princípios e normas para alavancar harmoniosamente o processo de planejamento
da situação futura desejada pela organização como um todo, permitindo focalizar
uma direção a ser seguida, visando maior grau de interação da organização com
seus ambientes internos e externos.
O mercado musical exige uma constante profissionalização e o
desenvolvimento musical das bandas, já que se caracteriza pela volatilidade. Assim
sendo, esse estudo terá uma importância teórica e prática. Teórica porque ao
analisar a implantação da metodologia PEP (Souto- Maior 1994) nessa organização,
os resultados possibilitarão uma nova abordagem na direção que as bandas
independentes poderão tomar, já que a literatura existente é insuficiente na
abordagem de planejamento estratégico para a área cultural e, principalmente para
o mercado de música independente no país.
Este Estudo, que definirá um planejamento estratégico para o “Conjunto
Roque Moreira”, será conduzido de uma forma participativa, constituindo-se em
alternativa de superação dos modelos tradicionais de gestão, possibilitando a
melhoria do desempenho da banda, através do esforço coletivo e do aumento da
auto-estima dos componentes.
12
CAPÍTULO II
construção de séries de doze sons com o retardo do som já escutado pelo maior
tempo possível fugindo-se da repetição, dificultando assim, a memorização. Esse
disco serviu como fonte inspiradora da Vanguarda Paulistana. Como exemplo
podemos citar Itamar Assumpção, “Língua de Trapo”, “Premeditando o Breque”, que
através do Teatro e do selo “Lira Paulistana”, conseguiram uma independência em
relação às grandes gravadoras nacionais. O “Lira Paulistana” consolidou-se, na sua
breve existência, como alternativa para a distribuição dos discos dos artistas
experimentais e alternativos de São Paulo. Vários artistas desse movimento
assinaram, depois do “Lira Paulistana”, contratos com as grandes gravadoras.
Ocorre que as gravadoras não sabiam como trabalhar com essa vertente da música
de vanguarda brasileira, encontrando uma enorme dificuldade em divulgar e
distribuir os discos desses artistas que não tinham um padrão definido, já que
misturavam vários estilos musicais em um só trabalho.
O começo de uma nova etapa da música independente no país acontece no
início dos anos oitenta com o selo musical “Baratos e afins”, de São Paulo, com o
lançamento do disco solo de Arnaldo Baptista dos “Mutantes”. Através do selo
“Barato e afins” as bandas de rock nacionais distribuíram no mercado uma enorme
quantidade de produtos. Este selo tornou-se o principal distribuidor de música
independente do país na década de oitenta.
Durante os anos oitenta a indústria cultural passou por enormes mudanças,
causadas pela procura de algo inusitado e desconhecido. Esse viés do
comportamento adolescente da época pode ser bem delineado no movimento punk.
Ricardo Alexandre ilustra esse momento com enorme propriedade, dessa forma: “se
ninguém fala da sua banda predileta, fale você... Se ninguém faz a música que você
quer ouvir, faça você” (ALEXANDRE, 2002, p. 50). O movimento punk foi o primeiro
sinal de que as mudanças começavam a ocorrer. Saíram do cenário musical os
arranjos mais rebuscados e entraram em cena o som distorcido das guitarras
guiannini e das musicas feitas somente, como se diz, por três acordes.
Entretanto, a pequena vendagem desses discos, fez com que a indústria
musical no Brasil se retraísse. Naquele momento, passaram a preferir e esperar que
novos artistas conseguissem um determinado público antes de pensar em contratá-
los.
O movimento punk Paulista repercutiu com uma maior intensidade em
decorrência do documentário “Garotos do subúrbio”, que retratava o perfil dos
15
tenha sido feito, existe, ainda, um longo caminho a ser percorrido para que as
bandas possam sobreviver da sua arte, já que por falta de incentivo do Governo
Estadual, o piauiense tem internalizado no seu inconsciente a máxima de “o que é
bom é o que vem de fora”. Isto se dá justamente pela falta de visão dos
governantes, ao longo do tempo, que vêem na cultura um “cabide de empregos”,
não se importando com a divulgação da música produzida no Piauí como uma forma
de afirmação da auto-estima do piauiense.
2.2 Estratégia
2.3. Planejamento
Drucker Apud (Stoner e Freeman, 1999, p. 136) estabelece dois critérios que
são indispensáveis para o bom funcionamento das organizações: eficácia e
eficiência, sendo eficácia a capacidade de determinar objetivos apropriados, e
eficiência, a capacidade de minimizar o uso de recursos, para alcançar os objetivos
da organização. Segundo Drucker, a eficácia é mais importante, pois a eficiência,
por maior que seja, irá compensar uma escolha ruim dos objetivos, evidenciando
que não adianta a organização tornar-se eficiente operacionalmente, se antes foram
cometidos erros na definição dos objetivos da organização.
De acordo com esses autores o planejamento é a função inicial da
administração.
METODOLOGIA
- O estudo sofreu uma limitação pelo pouco tempo para a aplicação do método PEP.
Esse estudo que foi realizado de acordo com a metodologia PEP teve as
seguintes etapas:
a) Mercado em expansão;
d) Avanço tecnológico;
a) Mercado em expansão
d) Avanço Tecnológico
agir com flexibilidade e rapidez diante das mudanças que venham a ocorrer. A falta
de visão para este aspecto significa um retrocesso frente à concorrência, já que a
empresa atenderá com atraso as demandas dos consumidores e da sociedade.
Nesse contexto, é necessário manter o conhecimento atualizado para manter a
competitividade.
para fazer o trabalho que seria da gravadora, ou seja, distribuir seus cd’s e dvd’s,
vender seus shows e seus produtos secundários (Camisetas, downloads, bottons) e
para intensificar a fixação da marca dessas organizações frente aos consumidores.
Essa facilidade em produzir material independente aliada à enorme facilidade de
divulgação fez com que o número de bandas novas no mercado crescesse. Perdeu-
se o medo de concorrer com as multinacionais.
e) Mudanças políticas;
A principal ameaça advinda das bandas covers, é que elas, por não terem
trabalho próprio, intensificam para o consumidor, uma audição exagerada do tipo de
música que são executadas nas rádios privadas. A política dessas rádios é tocar as
músicas impostas pelas gravadoras mediante pagamentos que variam de acordo
com o estilo musical (Jabá). O que vende fácil e é descartável aparece na grade de
programação das FMs com maior freqüência e o preço pago pela gravadora é maior,
pelo fato de ser um produto que alcança uma grande margem de lucro rapidamente,
no entanto, é um produto com um ciclo de vida curto. Isso dificulta ao consumidor
escolher de uma forma democrática o que ele quer ouvir.
37
e) Mudanças políticas
Essa ameaça ocorre pelo fato de não haver uma continuidade dos projetos
culturais implementados. Os governos mudam sua forma de agir no campo cultural
constantemente. A cada mudança política, ocorre uma mudança no planejamento
cultural do país. Sendo assim, projetos importantes que já estão em andamento
sofrem com a falta de investimento e acabam por não alcançar os objetivos para que
foram criados. Quem perde mais com esse tipo de situação são justamente os
artistas independentes que não mantêm acordos nem são contratados de uma
grande gravadora.
f) Deflação nos preços praticados no mercado
abaixo da média por apresentação, fez com que os preços pagos por empresários
na área de eventos tivessem uma queda em relação aos preços praticados
anteriormente. “Em 2005 a gente conseguia fechar contratos de até mil e quinhentos
reais, hoje o máximo é seiscentos reais”. (Depoimento dos integrantes do “Conjunto
Roque Moreira”).
A conseqüência desse tipo de atuação dos empresários de eventos é que
muitas bandas não conseguem sobreviver nesse mercado desleal e competitivo,
encerrando suas atividades precocemente.
O “Conjunto Roque Moreira” tem conseguido suportar essa situação por
causa dos shows que faz fora do Estado.
5 - Como firmar novas parcerias com o terceiro setor e o sistema “S” (Ong’s,
Sebrae, Senac, Sesi,Sesc)?
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
Propostas estratégicas:
competitiva importante. Isso fará com que a empresa sobreviva por um período de
tempo maior e duradouro no mercado, de uma forma sustentável, através da
inovação e criatividade dos seus produtos e serviços.
“Sem dinheiro não dá para fazer nada, fica tudo parado e a gente vai
perdendo o foco e a motivação”. (Depoimento de um integrante da banda)
Ações de superação:
Ações de superação:
Ações de superação:
Ações de superação:
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Ações de superação:
4 – Criar acordos entre as bandas com uma mesma visão de mercado para
determinar meios de atuações conjuntas quanto ao preço praticado;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, Ricardo. Dias de luta: o rock do Brasil dos anos 80. São Paulo:
Dorea Books and arts, 2002.
CHANDLER JR, Alfred D. Strategy and Structure: charters in the history of the
industrial enterprise. Cambridge, Massachusets: the mit press, 1962.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo, Atlas, 2002.
67
ANEXOS
69
ANEXO A
ANEXO B
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
71
ANEXO C
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
72
ANEXO D
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
73
ANEXO E
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
74
DIRETORIA
RESPONSÁVEL
META
DATA DE INÍCIO
DATA TÉRMINO
ATIVIDADES RESPONSÁVEL RECURSOS HUMANOS MATERIAIS CUSTO PRAZO
LEGENDA
CONCLUÍDA DENTRO DO PRAZO ATRASADA
OBS: Para incluir a cor azul na coluna c (Controle) digite 1 , verde digite 2 e vermelho digite 3