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“Quem somos nós?


“Quem somos nós?” é o nome do filme que impressionou muita
gente no ano de 2004, embora, somente no ano que passou ele
tenha feito seu impacto aqui no Brasil.

O nome do filme em inglês é “What the Bleep Do We Know!?”, que


também é escrito “What the #$*! Do We Know!?”.

“Bleep”, ou “#$*!”, no contexto da frase que dá nome a filme,


segundo seus autores, significa uma neo-palavra mais passável para
significar algo como o famoso “fuck” americano; posto no nome do
filme de um modo a insinuar sem dizer. Portanto, o nome do filme
seria “What the Fuck Do We Know!?”

A intenção do filme é fazer uma junção entre física quântica,


espiritualidade, e a construção da realidade pelo pensamento.
Entretanto, as bases do filme são os ensinos de JZ Night acerca de
Ramtha, de quem os três autores do filme dizem ser devotos e
seguidores.

Quem é JZ Knight?

Judy Z. Knight (nascida Judith Darlene Hampton em 16 de março de


1946, em Roswell, Novo Mexico) — é a auto-proclamada médium que
criou a JZK, Inc., a qual é ligada à Ramtha’s School of Enlightenment.

Knight diz que em 7 de fevereiro de 1977, uma entidade chamada


Ramtha, “The Enlightened One”, apareceu a ela e seu marido na
cozinha de sua casa em Tacona, em Washington, no trailer no qual
moravam. Ela viria a afirmar mais tarde ter sido transportada para
fora de seu corpo, tendo tido muitas experiências. Knight também diz
que desde então se tornou capaz de ser um canal perfeito para
Ramtha, e isto pelo fato dela ter sido levada por ele para fora do
corpo, o que permitiu que Ramtha a instruísse de um modo superior.

Os assuntos discutidos em “Quem somos nós?” incluem neurologia,


física quântica, epistemologia (teoria do conhecimento), ontologia,
metafísica, pensamento mágico e espiritualidade — embora tudo isto
num nível muito básico no ambiento de cada ciência evocada no
documentário.

Por esta razão a comunidade cientifica internacional se rebelou com o


filme em razão de que, segundo eles, os “experts” que apareceram
no filme-documentário, não são reconhecidos na comunidade
cientifica como pessoas que de fato trabalhem em pesquisa em suas
áreas, especialmente em física quântica. Além disso, em razão da
motivação espiritual do filme ser o elemento pivotal de toda a
história, os cientistas acham que a ciência foi usada de modo
impróprio e parcial a fim de dar embasamento para a mensagem de
Knight/Ramtha.

Aqui no site tenho falado muito em e sobre física quântica (Escreva a


palavra “tempo” em “Busca”, ou a palavra “quântico” (a), e você
achará textos sobre o tema). Portanto, me ajude lendo o que já
escrevi sobre o assunto a fim de que eu não tenha que me repetir.
Além disso, a introdução do livro “Nephilim”, de minha autoria, fala
do assunto. O mesmo acontece no livro “Tábuas de Eva” — Ambos
escritos em 1999 e 2000, respectivamente.

Ora, eu que sou interessado pelo tema há quase duas décadas, dormi
vendo o filme no cinema. Não satisfeito com tão medíocre
performance de interesse de minha parte, peguei a DVD para assistir
em casa, mas dormi outra vez. Intriguei-me. Afinal, eu amo
discussões sobre física quântica. Então o peguei a terceira vez, e,
dessa feita, vi o filme todo.

Muita gente me pergunta o que achei do filme. Entretanto, até aqui


pouco tenho falado no assunto. Por quê? É que tive sentimentos e
discernimentos distintos sobre o filme e seu conteúdo. E quais são
esses sentimentos?

Ora, vi no filme coisa boa e coisa nem tanto assim...

O bom do filme é a sua tentativa de trabalhar com uma nova


categoria de percepção aberta aos humanos pelas descobertas, mais
teóricas ainda do que práticas, da física quântica. Categoria essa
(quântica), a qual, sendo verdadeira, ajuda imensamente a discernir
muito acerca de noções para as quais a “teologia” não tinha
instrumentos de acesso, o que prejudicava imensamente a percepção
de conceitos como a eternidade, tempo, liberdade do homem, e
soberania de Deus; assim como também ajuda no discernimento
acerca do conceito de passado, presente e futuro, em relação ao
homem; e sua simultaneidade em relação Àquele que diz “Eu sou”.

Ora, me refiro à física quântica, e não propriamente ao filme, posto


que nele ela é usada no argumento, embora não seja algo de
aplicação aprofundada naquela produção cinematográfica.

A ênfase do filme no fato do pensamento humano ser um fenômeno


de natureza quântica, e capaz de alterar a realidade, me parece
verdadeira, conforme escrevi em “Tábuas de Eva”, e, depois, aqui no
site. Entretanto, não se pode ainda fazer uma teoria razoável sobre
isto com base na ciência. Portanto, quando falo do assunto em tal
perspectiva, faço afirmações de fé; conforme minha percepção, antes
de tudo, daquilo que vejo como fenômeno explicitado na Palavra, e
que possa ter sua ponte teórica já estabelecida em escala ainda que
pequena pela ciência da física quântica.

O que achei ruim foi a tentativa de fazer a coisa toda passar por fato
cientifico comprovado; e, também, por sentir que a indução do filme,
mesmo naquilo que já se pode chamar de “comprovado”, apontava
na direção de dar suporte a algo que, para mim, ainda não estava
claro. Entretanto, depois de conseguir ver o filme e ter tirado minhas
conclusões, pesquisei sobre ele na Internet, e vi que o embasamento
da produção tinha tudo a ver com Knight/Ramtha, conforme falei
acima.

Por último, julguei a idéia toda acerca de Deus algo totalmente


definido pelas crenças Hindus ou do Panteísmo; sendo portanto,
crenças num Deus Impessoal; sendo que, o ápice da pessoalidade no
Cosmos, segundo o filme, é o próprio homem; posto que tem o poder
de, pela pessoalidade, mudar o próprio Cosmos.

Depois que Jesus disse “Eu e o Pai somos Um”; e: “Aquele que vê a
mim, vê o Pai”— fica impossível andar na direção de uma
espiritualidade sem pessoalidade na relação com Deus.

Entretanto, não no filme, mas para seus autores, a pessoalidade


espiritual só ganha realidade nos humanos vivos ou, na linguagem de
Knight, desencarnados.

Assim, o que penso sobre o filme está acima exposto. Porém, vem a
pergunta: E sobre os fenômenos nele apresentados? O que você
pensa?
Creio que o Universo foi formado pela Palavra de Deus, sendo tirado
do que não era; portanto, do que não existia.

Creio que a matéria é energia. Assim como creio que tudo o que
existe é feito de elemento energético de alguma natureza.

Creio que o pensamento, como fenômeno, é um processo quântico;


ou seja: ele é filho, fenomenologicamente falando, do que no mundo
subatômico (ou seja: quântico), é “total probabilidade”; pois, o
pensamento só pode acontecer num ambiente de variações totais
dentro das limitações de nossa finitude; e esse “ambiente” de totais
probabilidades é o que a dimensão quântica encontrada nas
partículas subatômicas nos oferece.

Creio que toda a criação geme. Creio que ela aplaude. Creio que ela
sente. Tudo conforme as Escrituras. O VT está cheio de tais
afirmações.

Creio na conectividade de todas as coisas criadas; o que significa


dizer que creio que todas as coisas são afetas umas pelas outras.

Creio que quando Paulo diz que “a criação está sujeita à vaidade”, o
que ele diz é também que toda a criação existe sob o olhar humano,
sendo afetada por ele — o qual, sendo caído, porém poderoso, impõe
o ciclo da vaidade sobre a criação, alterando-a.

Creio que os olhos são as lâmpadas do corpo; o que faz com que o
olhar não apenas mude o mundo pela interpretação do homem, com
uma subseqüente ação do homem sobre ele, o mundo; mas também
creio que o próprio pensamento humano tem o poder de alterar o que
existe. Creio, por isto, que palavras, olhares, maldades, sentimentos
bons e maus, etc. — têm poder sobre os elementos que lhes são
inferiores na escala da criação, na qual, o ente pensamente é
superior ao inanimado, ou ao ente que apenas sente e emite
vibrações.

Creio que o processo pelo qual isto acontece se liga ao que Jung
definiu como sendo o Inconsciente Coletivo. Entretanto, o processo
pelo qual essas mudanças acontecem na Realidade — obedecem a
leis de natureza por nós desconhecidas; e relacionadas ao
Inconsciente Coletivo. Ou seja: creio que aquilo que a Bíblia chama
de “a medida dos cananeus, do amorreus, dos heveus, etc. ...” — é o
que Jung chamou de Inconsciente Coletivo. Aqui no site se encontra
vários textos sobre o assunto.
Creio, portanto, que tal poder existe nos humanos, mas que é um
poder fora do controle no que tange ao Coletivo; ou seja: às grandes
mudanças. Pois, não vem de um apenas, mas de todos. Portanto,
ninguém tem, pessoalmente, poder sobre o que é gerado por todos,
na média de seus pensamentos, sentimentos, sonhos, pesadelos,
ações e atitudes.

Creio que o mundo é feito de pensamentos. Sim! Dos pensamentos


humanos. A Terra é outra coisa diferente do mundo. A Terra é física.
O mundo não. O mundo é, segundo Paulo escrevendo aos Efésios,
puro pensamento (Ef 2: 1-3)... — ainda que não seja pensamento
puro, pois, segundo João, “jaz no maligno”.

Assim, creio que o filme, apesar de sua inspiração basear-se em algo


que não recomendo, conforme minha consciência do Evangelho
acerca de “inspirações espirituais” — é positivo; pois, trata de
questões que já são e serão cada vez mais importantes na
compreensão do fenômeno humano.

E mais: eu creio que nos próximos anos a comunidade cientifica


reconhecerá que o pensamento humano é um fenômeno espiritual,
porém processado em nós de modo quântico. Assim, eu creio que em
sua dimensão física, o pensamento é processado no coração dos
átomos de nosso cérebro. Por tal razão creio que o pensamento afeta
o mundo, e, depois, a Realidade; posto que todas as formas de
energia se interconectam.

O filme, todavia, ainda é muito básico, posto que pára muito antes de
algumas implicações mais profundas. Afinal, nele sub-jaz um desejo
doutrinário relacionado à mensagem de Knight/Ramtha.

A Palavra criou o que existe! Ora, a Palavra não vem de Algo, mas de
Alguém!

Assim, como negar que a palavra, o pensamento, os sentimentos, e


tudo aquilo que, sendo finitos, são, todavia, derivados da Palavra
Infinita, não teriam seu próprio poder a ser exercido sobre as coisas
criadas?

Desse modo, eu também creio que os homens comem a sua própria


produção de pensamento.

O Salmo 84 nos fala de como é feliz o homem que tem no coração


(pensamento) os caminhos aplanados, pois, ele, pelas suas ações,
transformará a realidade — “passando pelo vale árido, faz dele um
manancial”.
Já o profeta Oséias (cap.4:1-3) nos diz que os pensamentos,
sentimentos e atitudes humanas; uns contra os outros; não apenas
destroem a humanidade, mas afetam toda a criação à nossa volta.

Além disso, conforme a Bíblia, a culpa humana individual e coletiva se


acumula como juízo sobre o mundo e a Terra.

Ora, eu creio que cada vez mais a ciência chegará a tal percepção,
ainda que agora, tais coisas sejam de-mais para o que a ciência
empírica possui como “conhecimento provado”.

O mérito do filme, a meu ver, é o de trazer a discussão acerca da


física quântica, e de suas possíveis relações com a Macro-Realidade,
para a simplificação da tela de cinema, o que já abriu o apetite de
muita gente para essa percepção que se torna cada vez mais
fundamental para a compreensão do mundo que nos cerca, e,
sobretudo, lança luz sobre o significado espiritual do homem no
universo.

Ora, digo isto no espírito do que Paulo ensinou: “Examinai todas as


coisas, e retende o que é bom”.

Nele, que criou todas as coisas, é que dou minha opinião,

Caio Fábio

Uma colaboração de ÁLVARO DE AMORIM GARCIA XIMENES.

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