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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ SEM SUPERVISÃO

Sessão: 146.3.53.O Hora: 14:54 Fase: PE


Orador: JOÃO CAMPOS Data: 10/06/2009

O SR. PRESIDENTE (Átila Lins) Com a palavra o Deputado João Campos. V.Exa. dispõe de até 5
minutos.
O SR. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, gostaria de fazer um apelo
ao Presidente da Casa e aos Srs. Líderes no sentido de que pudessem, na próxima reunião do Colégio de
Líderes, incluir na pauta duas propostas de emenda constitucional de muita importância. A primeira é a
Emenda Constitucional nº 549, que trata de 3 assuntos muito importantes: o conceito de delegado de
polícia como carreira jurídica, estabelece o provimento derivado para os policiais federais e policiais
civis do Brasil e estabelece também equivalência em termos de tratamento remuneratório entre
delegados de polícia e membros do Ministério Público.
É preciso que apreciemos essa proposta de emenda constitucional, não com uma visão corporativa, mas
com espírito público no sentido de fortalecer o sistema de segurança pública brasileiro.
A outra é a PEC nº 471, de minha autoria. Lamento que, embora respeitando algumas posições, alguns
órgãos — certamente sem ter analisado com a devida isenção e cuidar da PEC 471 — tenham se
manifestado desfavoravelmente, a exemplo do Conselho Nacional de Justiça.
O Conselho Nacional de Justiça, que ao invés de repreender e recomendar uma punição para os
Presidentes de Tribunal de Justiça do País, por mais de 15 anos não abre concurso público para
provimento das serventias, ao contrário, manda afastar aqueles que, por designação dos tribunais, estão
realizando essa atividade numa situação precária, porém com a supervisão das corregedorias.
Ora, isso é fazer vistas grossas ou ter uma visão míope do problema e não estabelecer justiça. Lamento
— por mais que respeite meu amigo e irmão Deputado Cleber Verde — que S.Exa. tenha vindo à tribuna
com a posição contrária à PEC.

Queria pedir ao Deputado Cleber Verde que pudesse analisá-la com mais cautela, com mais
isenção, porque, na verdade, a PEC não é contra o concurso público; ao contrário, ela
fortalece o instituto do concurso público para provimento de cargos, inclusive dos cartórios
extrajudiciais.
Ora, estabelecemos nessa proposta de emenda constitucional que, em havendo a vacância
dos cargos nas serventias, se o Tribunal não abrir o concurso público em 6 meses, o
responsável por essa iniciativa incorreráem improbidade administrativa. Por quê? Para
fortalecer a regra ou o instituto do concurso público. O contrário do que foi dito. Agora, não é
razoável que as pessoas que estão nessas serventiaspor 15, 20 anos, sem ter feito concurso,
exatamente por omissão do Poder Judiciário que não abriu essa oportunidade, agora sejam
simplesmente afastadas. Estamos propondo para essas pessoas nessas condições. Quando
foi instituído o concurso público para provimento das serventias? Em1988, com a nova
Constituição. Quando isso foi regulamentado? Em 1994. Então, que as pessoas que se
encontram nessa condição, nesse período de 1988 a 1994, que sejam efetivadas, uma
questão de justiça apenas, por omissão do Poder Judiciário brasileiro. É fazer justiça e fechar
a porta, fortalecendo, portanto, o instituto do concurso público.
Tenho visto aqui, Deputado Valdir Colatto, na porta da Câmara Federal algumas poucas
faixas dizendo: Vote não à PEC 471. É claro. Sei de onde está vindo essa manifestação.
Ainda que seja legítima, mas é daqueles que são empresários dos cursinhos preparatórios
para concurso. Por mais que seja legítimo, mas são manifestações do interesse econômico,
que vai ganhar dinheiro. Ora, vai ganhar dinheiro a seu tempo, mas sem fazer injustiça com
aqueles que estão sendo injustiçados por manifestação de algumas instituições que não
analisaram detidamente essa proposta de emenda constitucional.
Eu não apresentaria nesta Casa uma proposta de emenda constitucional que não tivesse esse
sentimento de irresponsabilidade, de justiça. Enfim, dizem que os donos de cartório ganham
muito dinheiro. Sim, de algumas poucas cidades, das capitais, das grandes cidades, mas o
Brasil não é composto de capitais. Temos apenas 27 capitais e poucas cidades grandes, a
maioria das cidades são cidades pequenas onde a renda desses cartórios, Deputado Laerte
Bessa, é apenas para a subsistência. De tal forma que quero fazer um apelo, no sentido de
que o Colégio de Líderes e o Presidente da Casa possam pautar também a PEC 471 e
possamos corrigir essa injustiça, dando segurança jurídica para essas pessoas que se
encontram nessa situação e fortalecendo o instituto do concurso público.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

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