You are on page 1of 5

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA E FISIOLOGIA ANIMAL


ÁREA DE HISTOLOGIA

CONSTITUIÇÃO HISTOLÓGICA DAS GLÂNDULAS ANEXAS AO


TUBO DIGESTIVO

Recife
2011
GLÂNDULAS ANEXAS AO TUBO DIGESTIVO

1. FÍGADO

A maior glândula composta do corpo, o fígado é envolvido por uma delgada


cápsula de tecido conjuntivo denso e é o principal órgão metabólico e centro de
detoxificações, por apresentar abundantes quantidades de peroxissomos, reticulo
endoplasmático rugoso e hepatócitos. Outra função importante é a secreção de sais
biliares, os quais emulsificam as gorduras, auxiliando sua digestão e absorção, para
o duodeno como componentes da bile, a qual é a secreção exócrina do fígado.
Histologicamente, o fígado é envolvido por uma delgada cápsula de tecido
conjuntivo denso e coberto em sua maioria por uma camada visceral de mesotélio
peritoneal, e é constituída por dois lobos, macroscopicamente, onde pode-se
observar várias delimitações, microscopicamente, os lóbulos. Essa cápsula emite
trabéculas para o interior do lóbulo, o delimitando. No centro do lóbulo, localiza-se a
veia centro-lobular, que é considerada uma veia atípica por não seguir o padrão de
veias, por não possuir as três túnicas, só possui o endotélio, pois se comunica
diretamente com os capilares sinusóides, que estão separados pelos cordões de
hepatócitos. Em sua superfície visceral encontra-se uma profunda fissura
transversa, denominada espaço porta, onde os principais vasos sanguíneos, ductos
e linfáticos se estendem para dentro ou fora do órgão. Este espaço encontra-se por
entre 3 ou mais lóbulos, e é constituído por tecido conjuntivo frouxo interlobular.
As células paraquimentosas do fígado, os hepatócitos, são células epiteliais
secretoras derivadas do endoderma do intestino anterior, onde parte de sua
superfície limita-se com canículos biliares, e outras partes que se limitam com largos
vasos sanguíneos venoso, conhecido como sinusóides hepáticos. Em suínos, esses
canículos não são observados, apenas com coloração especial. Em cães e outros
animais, os lóbulos hepáticos não se mostram tão individualizados, além disso o
espaço porta não é bem evidenciado.
As superfícies dos hepatócitos que se limitam com os sinusóides hepáticos
são cobertos com microvilos, expandindo a área de superfície para a absorção de
glicose a partir do sangue. Eles ocupam um espaço perissinusoidal que se encontra
entre os hepatócitos e o revestimento endotelial de seus sinusóides associados.
O fígado contém uma população residente permanente de macrófagos
associados aos sinusóides, conhecidos como célula de Kupffer, uma célula
estrelada, ativamente fagocitária, que capturam resíduos e microorganismos
patogénos que possam chegar com o sangue.

2. PÂNCREAS

A principal glândula acessório produtora de enzimas do sistema digestivo e o


pâncreas. O pâncreas produz 2 hormônios (insulina e glucagon) que regulam os
metabolismos dos carboidratos.
O pâncreas é uma glândula serosa composta por apenas uma frágil bainha de
tecido conjuntivo frouxo, em vez de uma firme cápsula fibrosa. A partir da bainha
envoltória, finos septos interlobulares de tecido conjuntivo frouxo estendem-se para
dentro da glândula, delineando lóbulos, onde ácinos secretores serosos estão
intimamente compactados. Em cortes no pâncreas, as células acinosas aparecem
triangulares, com citoplasma marcadamente basófilo, um núcleo esférico em sua
base e grânulos zimógenos acidófilo em seu citoplasma apical.
Próximo ao lúmen do ácino, os limites laterais de células acinosas contíguas
são interligados por complexos juncionais. A sua membrana basal epitelial que o
envolve, e um delicado tecido conjuntivo entre os ácidos transporta capilares e fibras
nervosas eferentes autônomos. Células adiposas também podem estar presentes.
Um aspecto característico do ácino pancreático é que ele pode exibir 1 ou mais
pequenas células palidamente corados em seu meio. Conhecidos como células
centro-acinosas, elas representam células terminais do ducto, cujo extremidade
proximal está parcialmente invaginada no lúmen do ácino, o que os difere dos ácinos
das glândulas salivares.
Os minúsculos ductos que partem dos ácinos (ductos intercalares) se abrem
em outros ductos, os ductos intralobulares, pouco evidenciado, revestidos com
epitélio simples cúbico ou epitélio cilíndrico simples. Estes estreitos ductos
conduzem a ductos interlobulares, que possui um revestimento cilindrico simples (+
proeminente).
3. GLÂNDULAS SALIVARES

São glândulas acinosas, são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo
denso que envia septos que dividem a glândula em lobos e lóbulos. Nesses septos
conjuntivos localizam-se os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos e ducto
excretor. Esses ductos geralmente são formados por epitélio cilíndrico simples ou
estratificado, revestido por abundante tecido conjuntivo denso cada lóbulo glandular
está constituído por ductos de 2 tipos, intercalares e estriados e uma massa de
ácinos. Os ductos intercalares, formados por epitéilio cúbico simples, ligam os
ácinos aos ductos estriados.
As 3 glândulas salivares que são anexas ao sistema digestivo são:

• Parótida - glândulas tubuloacinosa composta, que contêm apenas


adenômeros serosos. Possui ductos intercalares longos e ductos estriados
curtos.
• Submandibular – glândulas tubuloacinosa composta, que contêm adenômeros
serosos e mistos, com predomínio dos primeiros. Ao contrário da parótida,
possui ductos intercalares curtos e ductos estriados longos.
• Sublingual – Glândula tubular composta, considerada a menor das glândulas
salivares, contêm adenômeros mucosos, serosos e mistos, com
predominância dos primeiros. Seus ductos intercalares são muito curtos ou
inexistentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMARK, David H. Fundamentos de Histologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2003.

GEORGE, L. L.; ALVES, C. E. R.; CASTRO, R. R. L. Histologia Comparada. 2. Ed.


São Paulo: Roca, 1998.

HIB, José. Di Fiore histologia: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003.

You might also like