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Os biomateriais são materiais sintéticos ou naturais utilizados para melhorar, aumentar ou substituir, parcial
ou integralmente, tecidos e órgãos. A poliuretana de mamona apresenta fórmula molecular com aspectos
favoráveis de processabilidade, controle do pico de liberação de calor, ausência de emissão de vapores
tóxicos, poder de adesão, atoxicidade e baixo custo. A flexibilidade de formulação permite a confecção em
diferentes formatos e composições, o que interfere nas propriedades mecânicas do biomaterial e sua
aplicação clínica. Objetivou-se avaliar a resistência à tração de membranas de poliuretana de mamona
(Biomecânica; Jaú, SP), com 18% (G1) e 51,3% (G2) de óleo de rícino em isocianato. Em cada grupo foram
ensaiadas 20 membranas (70 mm de comprimento e 13,5 mm largura), com 0,15mm (n=10) ou 0,3mm de
espessura (n=10). Os ensaios foram realizados no Laboratório de Bioengenharia da FMRP/USP, em máquina
universal de ensaio EMIC DL10000, com célula de carga de 5N, velocidade de aplicação de carga
20mm/min, pré-carga 0,2N e tempo de acomodação de 30 segundos. Foram avaliadas força máxima exercida
(Fmáx), deformação (def) e tensão máxima exercida para ruptura da membrana (Tmáx). Empregou-se o teste de
variância em delineamento inteiramente casualizado para análise dos efeitos de espessura e composição, e
teste de Tukey (p<0,05) para análise da interação entre grupos. Independente da espessura, as membranas do
G1, com menores cadeias carbônicas, apresentaram maior Fmáx, Tmáx e def quando comparada as de G2,
demonstrando maior resistência à tração. As membranas de G2 com 0,3mm de espessura mostraram maior
módulo de elasticidade, caracterizando maior rigidez do material e menor deformação elástica resultante da
tensão aplicada. Durante a polimerização da poliuretana de mamona, bolhas de ar são incorporadas ao
material, possível causa da menor resistência à tração nas membranas de G2. O maior módulo de elasticidade
das membranas G2 (0,3mm espessura) pode indicar capacidade insuficiente de transferência de carga, visto
que o módulo de elasticidade de um biomaterial deve ser o mais próximo possível ao do tecido alvo. Foi
possível concluir que membranas com 18% de óleo de rícino, apresentam maior resistência à tração e
membranas espessas com 51,3% de óleo, maior rigidez e menor deformação elástica, demonstrando que a
composição influencia na deformação e resistência à tração, e a espessura influencia de forma diretamente
proporcional na resistência à tração.
Palavras-chave: Polímero, resistência mecânica, óleo mamona
Keywords: Polymer, mechanical resistance, castor oil