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CAPÍTULO 1
1.1 - Introdução
No entanto, na virada do século XVIII para o século XIX, começou a haver uma
predominância do pensamento ligado à doutrina organicista. O apego aos
tratamentos físicos resultou das dificuldades práticas do tratamento moral e a
urgências determinadas pela superpopulação nos manicômios. O
desenvolvimento da anatomia patológica influenciou fortemente o pensamento
da psiquiatria da época, fazendo com que os alienistas buscassem causas
orgânicas da loucura e desenvolvessem, consequentemente, procedimentos
terapêuticos físicos e medicamentosos.
Foi a partir do período após a 2ª Guerra Mundial que surgiram, na Europa e nos
Estados Unidos, os primeiros movimentos que buscavam uma transformação
mais efetiva do modelo vigente. Com a reconstrução dos países da Europa,
após a vitória dos Aliados, os hospícios passaram a sofrer críticas a seus atos
violentos e excludentes no tratamento da loucura, e em alguns locais buscou-se
formas de transformação que pudessem se adequar à nova ordem, onde o
pensamento de participação democrática e do bem estar social se tornaram
presentes.
As Comunidades Terapêuticas
Psicoterapia Institucional
O termo usado para o que era feito em St. Alban foi dado por Daumeson e
Koechlin, em 1952 (Vertzman, 1992).
Psiquiatria de Setor
Psiquiatria Preventiva
Antipsiquiatria
Nascida junto à grande corrente de contestação cultural e política dos anos 60,
esse movimento tinha como ponto estratégico críticas ao objeto, às teorias e aos
métodos da Psiquiatria e Psicopatologia, proporcionando uma profunda
revolução nesse campo. Seus principais autores, Ronald Laing, David Cooper e
Aaron Esterson insistiram na idéia de que as concepções "científicas" da loucura
e seus recursos de tratamento eram invariavelmente violentas e seriam apenas
eufemismos da alienação política, econômica e cultural da sociedade moderna.
No período de 1962 a 1966 inicia-se um trabalho independente em uma ala
denominada de "Pavilhão 21", com clientela que não havia sido tratada em
nenhuma ocasião anterior, seguindo uma nova forma de comunidade
terapêutica. Organizavam reuniões que buscavam subverter a hierarquia e
disciplina hospitalar, buscando quebrar possíveis resistências às mudanças.
Segundo Amarante:
A Psiquiatria Democrática
Essa nova forma de trabalho não buscava a suspensão dos cuidados, mas uma
nova forma de entender, tratar e lidar com a loucura. Também não propunha o
simples fechamento dos hospitais, mas a medida em que os serviços
tradicionais fossem desativados, esses seriam substituídos por Centros de
Saúde Mental, em áreas demarcadas em um determinado território, abrangendo
uma população de 20 a 40 mil habitantes, funcionando 24 horas por dia.