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Aprenda a Investir na Bolsa de

Valores
Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos


Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de
um grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

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Atenciosamente
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário

Aprenda a Investir na Bolsa de Valores ................................................................. 1


Introdução......................................................................................................... 3
O que são Ações? ............................................................................................... 4
Como ocorrem as operações de Compra e Venda? .................................................. 4
Existe valor mínimo para começar?....................................................................... 4
Há um prazo mínimo para ficar com as ações? ....................................................... 5
Que cuidados os iniciantes devem tomar?.............................................................. 5
Como escolher uma Corretora para Investir na Bolsa .............................................. 6
Taxas Cobradas.................................................................................................. 8
Como funciona o Mercado Acionário ...................................................................... 9
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM............................................................... 9
Motivos para abrir o Capital ............................................................................... 10
O Iniciante na Bolsa.......................................................................................... 11
O que é uma Companhia Aberta ......................................................................... 12
Dividendos....................................................................................................... 13
Investir por Fundos x Investir por Corretora ........................................................ 13
Determinando o Valor de uma Ação .................................................................... 14
Sociedades Anônimas........................................................................................ 16
Quando a empresa que invisto tem Lucro ............................................................ 17
O Preço das Ações: Receita x Crescimento........................................................... 17
Negociando...................................................................................................... 18
Princípios de um Bom Investidor ........................................................................ 20
IPO – Ofertas Públicas Iniciais ............................................................................ 21
Como Escolher uma Ação .................................................................................. 22
Códigos de Negociação de Ações ........................................................................ 23
Análise Técnica ................................................................................................ 26
A Teoria de Dow ............................................................................................... 27
Fases do Mercado em Baixa ............................................................................... 29
A Psicologia Humana......................................................................................... 33
O Princípio da Inversão ..................................................................................... 34
O Mercado se Repete ........................................................................................ 35
Conclusão do Módulo 1...................................................................................... 42

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Introdução
Com a popularização da
Internet, não é incomum
encontrar pessoas que ganham
a vida comprando e vendendo
ações na bolsa de valores sem
sair de casa. Há também quem
faça apenas algumas operações
e acompanhe o mercado nas
horas de folga no trabalho.
A verdade é que a bolsa
de valores pode ser a chave
para a estabilidade financeira e
engana-se quem acha que
investir na bolsa é uma
atividade complexa. Neste curso você irá conhecer formas muito simples de investir,
aprenderá sobre os termos mais utilizados no mercado acionário e conhecerá formas para
analisar quais são as ações mais promissoras no curto, médio e longo prazo.
Quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais,
o que se traduz em mais oportunidades para as pessoas, empresas e instituições aplicarem
suas poupanças. Quando uma empresa lança ações na bolsa, o objetivo principal quase
sempre é captar recursos, ou seja, uma parte da empresa é vendida ao público por meio da
bolsa de valores.
E você, ao adquirir ações, passa a ser também sócio da empresa - um acionista.

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O que são Ações?
Ações são pequenos "pedaços" de uma empresa. Por isso,
quem detém ações de uma companhia é dono de uma parte dela - ou
melhor, é um dos seus sócios. As ações também são chamadas de
"papéis", pois, segundo a definição formal, ações são "títulos
nominativos" que representam frações do capital social de uma
empresa.
Como ocorrem as operações de Compra e Venda?
É simples. Imagine a seguinte situação: o investidor A quer comprar ações de uma
determinada empresa; já o investidor B quer vender papéis da mesma companhia. Ambos
enviam ordens de compra e de venda, respectivamente, para suas corretoras. Estas, então,
transmitem os pedidos para o Mega Bolsa - o sistema eletrônico de negociação da Bovespa,
que compara todas as ofertas em tempo real. Caso o valor oferecido pelo investidor A seja
igual ao valor pedido pelo investidor B, o negócio é fechado instantaneamente. Se os
valores não forem compatíveis, o sistema compara outras ofertas até encontrar um negócio
que satisfaça as duas partes. Com milhares de investidores comprando e vendendo ações
todos os dias, as operações são fechadas rapidamente.
Existe valor mínimo para começar?
Não. O valor a ser aplicado varia em função do preço das ações que o investidor
deseja adquirir e também das taxas cobradas pela sua corretora. Em geral, porém, a compra
é feita por lotes de ações, de 100, 200 ações, e assim por diante. Um exemplo: se o
investidor quiser comprar um lote de 100 ações ao custo de 50 reais por ação, pagará 5 000
reais. O investidor pode recorrer ainda ao mercado fracionário, comprando ações fora do
lote: nesse caso, ele poderia adquirir até mesmo 1 ação.

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Há um prazo mínimo para ficar com as ações?
Não. Não há prazo mínimo nem máximo para que os papéis fiquem nas mãos de um
investidor. Exemplo disso é a operação conhecida como "day trade", em que o investidor
vende a ação no mesmo dia em que a comprou. De outro lado, há pessoas que mantêm os
mesmos papéis durante anos e até décadas.
O que é home broker?

É a ferramenta que
permite a negociação de ações
via internet. Ela está interligada
ao sistema de negociação da
Bovespa e permite que o
investidor envie ordens de
compra e venda de ações
através do site de sua corretora.
Segundo dados da própria
Bovespa, dezenas de milhares
de pessoas compram ou
vendem ações por esse sistema
todos os meses. Essas páginas
oferecem ambientes amigáveis,
com informações sobre
andamento do pregão, gráficos
e análises do mercado. Tudo para minimizar riscos e ampliar ganhos do investidor
Que cuidados os iniciantes devem tomar?
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que o mercado de ações envolve riscos.
Não importa se o mundo passa por uma crise ou se a bolsa sobe como um foguete, os
ganhos podem variar devido a conjunturas econômicas, setoriais ou relativas às empresas
propriamente. Outro ponto importante: é preciso se manter atualizado. Para isso, é
necessário ler publicações com indicadores econômicos e tendências de mercado. É
possível também participar de sites que simulam investimentos, como o
http://folhainvest.folha.com.br/. Outra dica para quem está começando é participar de
clubes de investimento, associações de investidores com interesses afinados. Nesses
grupos, é possível reunir recursos para os investimentos, fazendo com que cada participante
desembolse quantias baixas - o que minimiza perdas expressivas.

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Como escolher uma Corretora para Investir na
Bolsa
Atenção: Antes de decidir-se por uma corretora, verifique se ela
faz parte da lista de corretoras cadastradas na Bovespa. Você pode fazer
a pesquisa em:
http://www.bmfbovespa.com.br/corretoras/BolsaDeValores.aspx
?idioma=pt-br
Uma das decisões mais importantes que o investidor irá tomar não tem nada a ver
com ações. Esta decisão crucial é a escolha de uma corretora para operar. E há dezenas de
empresas que oferecem serviços de homebroker na internet. Como decidir qual a melhor
para você?
Abaixo você verá os principais fatores a se considerar nesta escolha:
Descontos nem sempre são a resposta - considere inicialmente obter serviços
completos do homebroker como cotações online de índices, ações e opções, notícias de
diversas fontes, e gráficos com estudos técnicos completos. Geralmente é o melhor para os
que estão iniciando no mercado e que ainda estão adquirindo conhecimento sobre o mesmo.
Disponibilidade - Experimente acessar o site da corretora diversas vezes ao dia,
especialmente durante horários de pico, ou quando ocorrem grandes quedas ou grandes
altas no mercado, ou quando o número de negócios no mercado estiver bem alto.
Isso mostrará se o homebroker não cairá quando houver grande demanda de acesso
aos servidores da corretora, o que seria péssimo caso você precisasse comprar ou vender
rapidamente uma ação Observe se o site se mantém rápido ao carregar as páginas e teste
alguns links para notar se não há eventuais problemas técnicos no servidor.
Alternativas - Embora todos nós adoremos a internet, nem sempre podemos estar
em nossos computadores. Então, saiba quais as outras opções que a corretora oferece para
você enviar suas ordens de compra ou venda. Estas outras alternativas podem incluir envio
de ordens diretamente no teclado do telefone, ordens por fax, ou por telefone com um
operador.
Mas atenção, geralmente enviar as ordens por estes outros meios sai mais caro do
que uma ordem enviada pelo homebroker.
Pesquise sobre a corretora - O que outros investidores estão falando sobre a
corretora que você está testando? Assim como você deve se interar sobre uma ação antes de
comprá-la, você também deve saber o máximo possível sobre a corretora.

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Mas saiba distinguir quem realmente opera pela corretora, e quem trabalha para a
corretora e fica se passando de investidor para passar-lhe informações super-avaliadas.
Estes geralmente costumam deixar emails em comunidades e fóruns de mercado financeiro.
Considere muito os depoimentos de investidores que já passaram por maus e bons
momentos na corretora. Escute-os, saiba quando e como foram os problemas que ocorreram
naquela corretora.
Nem toda corretora é perfeita. Faz bem ao seu bolso ouvir o lado ruim da história
também. Isso evita que você acabe caindo nos mesmos problemas que outros.
Preço da corretagem - Lembre-se do ditado: você recebe por aquilo que paga.
Assim como tudo que você paga em sua vida no dia-a-dia, o preço da corretagem pode
indicar a qualidade dos serviços oferecidos.
Não abra uma conta numa corretora simplesmente porque ela oferece a corretagem
mais barata. As taxas de corretagens anunciadas geralmente variam entre R$10,00 e
R$40,00 e ficam na média de R$ 20,00 por operação de compra ou venda. Algumas ainda
cobram um valor percentual da operação como taxa de corretagem. Deveria haver uma tarja
bem visível nestes anúncios falando detalhadamente dos serviços que são incluídos nessas
taxas.
Na maioria dos casos haverá taxas mais altas para aquelas ordens que você precisará
eventualmente enviar por telefone. Você deve notar que a taxa de corretagem (e os serviços
incluídos) nem sempre se aplicam àquele tipo de investidor ou operações que você quer
executar.
Depósito Mínimo - Veja quanto de depósito inicial a corretora pede para abrir uma
conta. Fique atento a valores altos para este mínimo. Algumas corretoras pedem 5 ou 10
mil reais iniciais.
Isso pode ser pouco para alguns investidores, mas para outros não. Tente sempre
negociar este valor mínimo, algumas corretoras não exigem valor mínimo, portanto o
melhor é pesquisar.
Seleção de Produtos - Quando escolhem uma corretora, a maioria das pessoas está
certamente pensando primeiramente em comprar ações. Lembre-se também que existem
muitas alternativas de investimento que podem ser interessantes, algumas delas são: Fundos
de Renda Fixa (com boa rentabilidade), Aplicação no Tesouro Direto (discutiremos sobre o
Tesouro Direto no final do curso), Comprar/Vender Dólar, Ouro, Prata, entre outras.
Atendimento ao Cliente - Não há nada pior do que ficar esperando no telefone para
ser atendido quando se precisa de ajuda. Antes de você abrir uma conta ligue para o Serviço

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de Atendimento ao Cliente da corretora com uma dúvida qualquer, teste quanto tempo eles
levam para lhe conseguir alguma resposta.
Extras - Fique atento a alguns 'extras' que as corretoras vão oferecer inicialmente
para que você abra sua conta lá. Estes extras podem ser um com desconto nas primeiras
operações, ou isenção de corretagem após determinado número de operações. Isso é bom,
mas não baseie apenas nisso para chegar a sua decisão final sobre qual corretora .
A chave na escolha da corretora é pesquisar acima de tudo. Coloque em uma
balança todos os critérios acima.
Taxas Cobradas
É claro que isso varia muito entre as diferentes corretoras, porém em geral há
sempre uma taxa (chamada de taxa de corretagem) que é cobrada em qualquer operação
que você faça (seja de compra ou venda).
Esta taxa pode ser fixa, como por exemplo R$ 10,00 por operação, ou variável,
como por exemplo 0,3% do valor da operação, há corretoras que fazem uma combinação
entre uma parte fixa e uma variável.
É fácil notar que uma pessoa que faz operações com grande volume de dinheiro irá
preferir pagar uma corretagem fixa, enquanto outra que opere volumes menores irá preferir
a corretagem variável.
Além da taxa de corretagem, é cobrada uma taxa de custódia. Esta taxa é cobrada
pelo armazenamento das suas ações (há uma instituição que é responsável por armazená-las
em local seguro). A taxa de custódia e quase sempre é fixa. Esta taxa gira em torno de R$
10,00 ao mês, porém pode variar e há corretoras que não a cobram.
Mentiras sobre a Bolsa de Valores
1. Não tenho dinheiro suficiente: esperar juntar uma certa quantidade de dinheiro
antes de começar vai atrasá-lo. Você pode começar a investir com qualquer valor.
2. A bolsa de valores é muito complicada: ainda que você não queira ser um
especialista no assunto, as corretoras têm interesse em orientá-lo no investimento que
melhor se adequa ao seu perfil.
3. A bolsa de valores é um jogo de azar: se você não sabe o que está fazendo, até
atravessar a rua é arriscado. A bolsa tem seus riscos, mas se você souber onde está se
metendo e tiver uma certa prudência, as chances de ter lucros maiores do que na renda fixa
são bem grandes.
4. O preço das ações é imprevisível: isso não é verdade. Embora não haja um
sistema com cem por cento de certeza sobre o movimento dos preços das ações, existem

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métodos que podem prever as altas e as baixas dos papéis com precisão suficiente para
tornar seu investimento mais seguro.
5. É difícil começar a investir na bolsa: começar qualquer coisa é difícil. É a lei da
inércia. Mas começar a investir na bolsa, em si, é fácil. Mais fácil até do que abrir uma
conta corrente comum em um banco.
Como funciona o Mercado Acionário
Uma quota de ações é basicamente uma
minúscula parte de uma corporação. Os
acionistas, pessoas que compram ações, estão
investindo no futuro de uma empresa durante o
tempo em que estiverem de posse de suas
quotas. O preço de uma quota varia de acordo
com as condições econômicas, o desempenho da
empresa e as atitudes dos investidores. A
primeira vez que uma empresa oferece suas
ações para venda ao público é chamada de
oferta pública inicial (OPI), também conhecida
como IPO - Initial public offering.
Quando um negócio dá lucro, o dinheiro pode ser dividido com seus acionistas por
meio de dividendos. O lucro também pode ser guardado ou reinvestido, aprimorando o
negócio ou contratando novas pessoas. Ações que publicam dividendos frequentes são
ações de renda. Ações de empresas que reinvestem seus lucros são ações de crescimento.
As empresas distribuidoras de energia ou de telefonia normalmente são um exemplo
de ações de renda. Geralmente essas empresas já têm toda a estrutura pronta e não
necessitam de grandes investimentos, portanto praticamente todo o lucro é distribuído entre
os acionistas. Como não há grandes investimentos, o faturamento dessas empresas também
não muda muito ao longo dos anos.
Já outras empresas mais novas precisam reinvestir o lucro para aumentar sua
participação no mercado. Desta forma, o lucro distribuídos aos acionistas é menor. Em
contrapartida, o faturamento dessas empresas tende a crescer ao longo dos anos.
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM
A CVM é um órgão oficial, governamental. Sua função primordial concentra-se na
fiscalização das atividades do mercado de valores mobiliários.
Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no
mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda,

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promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou
subscrição de valores mobiliários.
Resumindo, ela é a responsável por fiscalizar se as empresas estão cumprindo com
suas obrigações junto aos acionistas, bem como evitar fraudes durante as operações de
compra e venda de ações.
Motivos para abrir o Capital
A abertura de capital não se restringe apenas às grandes companhias. O ingresso de
empresas de menor porte no mercado não só é possível, como desejável. Quando uma
empresa abre o capital, ela adquire uma série de obrigações, entre elas está a divulgação
dos resultados financeiros a cada trimestre, ou seja, toda empresa listada na bolsa deve
informar trimestralmente como está seu faturamento, despesas, lucros, etc.
Motivos para uma empresa abrir capital:
a) Captação de Recursos Financeiros para Investimento ou
Reestruturação de Passivos
b) Imagem Institucional
c) Profissionalização
d) Novos Relacionamentos com os Funcionários
e) Manutenção da Condição de Companhia Aberta
Para que a empresa mantenha sua condição de companhia aberta, é
necessário, de início, que sejam cumpridas as exigências legais e institucionais
decorrentes da abertura. As principais estão resumidas a seguir:
Principais Documentos ou Procedimentos devidos à CVM, Acionistas e Bolsas
a) Relatório da Administração, Demonstrações Financeiras Anuais e
respectivos pareceres de Auditoria Independente.
b) DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas.
c) ITR - Informações Trimestrais.
d) IAN - Informações Anuais
e) AGO/E(s) divulgadas com Edital.
f) Divulgação de Fato Relevante.
g) Proibição de Uso de Informação Privilegiada por parte dos
administradores.
h) Pagamento de Taxa de Fiscalização à CVM.
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i) Pagamento de Anuidade à bolsa.

O Iniciante na Bolsa
Aplicar no Mercado Financeiro, como qualquer
outra coisa que você fizer na vida, exige um período de
aprendizado.
Este período inicial de aprendizado dura em média
de 1 a 3 anos. Quanto mais dinheiro você colocar no início,
maior será o custo, portanto coloque o mínimo possível. É o
único curso no mundo que você decide quanto custa.
Normalmente eu recomendo que a pessoa coloque na bolsa no início no máximo 5% do seu
capital.
É fácil ganhar pouco na bolsa e é fácil perder muito. É díficil ganhar muito e é
difícil perder pouco. Quanto mais você tentar ganhar, mais poderá perder. Especialmente
no início, contente-se com os pequenos ganhos e faça tudo que puder para evitar as
grandes perdas.
Na bolsa, o que importa não é ganhar, o que importa é sobreviver. O ganho é
natural para quem sobrevive, mais cedo ou mais tarde, portanto lute todo dia para não ter
perdas que te tirem da bolsa. O jeito mais fácil de ser expulso da bolsa é o orgulho, a
empáfia, a soberba e achar que já ganhou.
Nenhum dinheiro é seu enquanto ele estiver na bolsa. Você pode estar possuindo ele
por um tempo, mas ele não é seu. E se você não tiver certeza do que está fazendo, a bolsa
vai tomar tudo de volta, centavo por centavo. Portanto saiba bem o que está fazendo e tire
ao menos parte do lucro e coloque em aplicações mais seguras.
Leva 20 anos no mínimo para se formar um bom investidor. Se você opera a menos
de 20 anos e acha que é bom, cuidado, o mercado não perdoa.
Tente manter suas estratégias o mais simples possível, sempre, mesmo que vinte
anos já tenham passado.
Só entre em uma operação se você tiver a seguinte equação completa: Vou comprar
(vender) X. Se subir vou fazer Y. Se cair vou fazer Z. Se este equação não estiver completa,
não faça nada. Você tem de ter certeza do que vai fazer nas diferentes situações antes de
entrar em um negócio.

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Esteja preparado para tudo e acima de tudo, se distancie das massas treinando a
realidade. A maioria das pessoas na bolsa não vai sobreviver e uma das razões principais
é que a maioria prefere se enganar com fantasias do que enxergar a realidade.
Treine enxergar a realidade pura e simples todo dia se quiser ter chance e lembre-se:
Por pior que seja, qualquer realidade é melhor do que a fantasia.

O que é uma Companhia Aberta


Uma companhia é considerada aberta quando promove a colocação de valores
mobiliários em bolsas de valores ou no mercado de balcão.
São considerados valores mobiliários: ações, bônus de subscrição, debêntures,
partes beneficiárias e notas promissórias para distribuição pública.
Ações: títulos nominativos negociáveis que representam, para quem as possui,
uma fração do capital social de uma empresa.
Bônus de subscrição: títulos nominativos negociáveis que conferem ao seu
proprietário o direito de comprar ações do capital social da companhia emissora, nas
condições previamente definidas.
Debêntures: títulos nominativos negociáveis representativos de dívida de
médio/longo prazos contraída pela companhia perante o credor, neste caso chamado
debenturista.
Outros títulos menos usuais: partes beneficiárias e notas promissórias para
distribuição pública com ampla divulgação.
As companhias abertas devem atender a diversos requisitos, definidos na Lei das
S.A. e nas regulamentações da CVM, com o objetivo de garantir a confiabilidade das
informações e demonstrações financeiras divulgadas.
Quais são os tipos de ação?
As ações podem ser:
• ordinárias, que concedem àqueles que as possuem o poder de voto
nas assembléias deliberativas da companhia; ou
• preferenciais, que oferecem preferência na distribuição de resultados
ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, não concedendo o
direito de voto, ou restringindo-o.
As ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas, originando-se do
fato a notação ON (Ordinárias) ou PN (Preferenciais) depois do nome da empresa.

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Dividendos
Os dividendos correspondem à parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas, na
proporção da quantidade de ações detida, ao fim de cada exercício social. A companhia
deve distribuir, no mínimo, 25% de seu lucro líquido aos acionistas.
Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas ações.
Isso são dividendos.
Investir por Fundos x Investir por Corretora
A grande maioria dos bancos brasileiros oferece a opção de se investir em fundos de
ações. Uma das vantagens de aplicar dinheiro por meio dos fundos de investimento é o fato
de que você pode contar com a experiência de um gestor. Ao invés de ter que decidir
sozinho como melhor investir o seu dinheiro (levando em consideração os seus objetivos e
a tendência da economia e do mercado), nos fundos de investimento essas decisões são
tomadas por um profissional experiente: o gestor.
Portanto em um fundo de ações variadas este gestor é que terá o trabalho de
escolher quais são as melhores ações para investir, quais comprar e quais vender, etc.
Sendo o gestor uma pessoa com experiência, qual é a desvantagem de utilizar um
fundo de investimento?
A resposta é bastante simples: a Taxa de Administração.
Todo fundo de investimento cobra uma taxa de administração, mesmo os de Renda
Fixa.
Expressa em uma base anual, a taxa de administração é descontada, diariamente, de
forma proporcional do valor da cota do fundo. Portanto, o valor da cota publicado pelo
gestor já inclui a taxa de administração, sendo que, após um mês, é descontado o
equivalente a 1/12 da taxa anual de administração.
Lembre-se que a taxa é cobrada sobre o valor aplicado pelo investidor, e não sobre o
saldo que está investido. Na prática, isso significa que uma pessoa que investiu R$ 1 mil
em um fundo cuja taxa de administração é de 2%, terá que pagar, ao longo do ano, o
equivalente a R$ 20 ao gestor do fundo, pelo seu trabalho de administração.
Como essa quantia é função do valor aplicado e não do seu saldo no fundo, o
montante a ser pago não considera a rentabilidade do fundo: ou seja, mesmo que mostre
rentabilidade negativa, ocorre a cobrança de taxa. Ou seja, esta taxa de administração
será obrigatoriamente paga, independente do gestor conseguir uma boa rentabilidade.

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As taxas de administração cobradas nos fundos de investimento variam bastante,
dependendo de diversos fatores, principalmente o tipo de fundo e o valor mínimo de
aplicação.
Em um fundo de ações convencional, a taxa de administração geralmente é entre
4% e 6%. Isto significa que você destinará anualmente cerca de 4% a 6% do capital
investido diretamente ao bolso do gestor. É um valor considerável, principalmente se você
deixar o dinheiro aplicado por um longo prazo.
Como exemplo, podemos supor uma aplicação de 3 anos com saldo médio de R$ 10
mil e taxa de administração de 5% a.a. Esta aplicação terá pago cerca de R$ 1500 ao longo
desses 3 anos somente de taxa de administração.
Este é o principal motivo para que as pessoas cada vez mais prefiram aplicar na
bolsa diretamente por meio de uma corretora, e não mais em fundos.

Determinando o Valor de uma Ação


Digamos que você decida abrir um restaurante. Você
compra o prédio, o equipamento de cozinha, mesas e cadeiras,
suprimentos, contrata os cozinheiros, garçons etc. Depois
divulga o restaurante e abre as portas.
Digamos que:
• você gasta R$ 500 mil comprando o prédio e os equipamentos;
• no primeiro ano, você gasta R$ 250 mil em guarnições, comida e
folha de pagamento;
• no final desse primeiro ano, você soma todo o dinheiro que recebeu
dos clientes e descobre que totalizou uma receita de R$ 300 mil.
Uma vez que recebeu R$ 300 mil e pagou R$ 250 mil em despesas, seu lucro
líquido é:
R$ 300 mil (receita) – R$ 250 mil (despesa) = R$ 50 mil (lucro)
Ao final do segundo ano, você recebe R$ 325 mil e suas despesas são as mesmas,
com um lucro líquido de R$ 75 mil. Nesse ponto, você decide que quer vender o negócio.
Quanto ele vale?
Uma das maneiras de se avaliar é dizer que o negócio "vale" R$ 500 mil. Se você
fechar o restaurante, pode vender o prédio, o equipamento e tudo o mais e receber R$ 500
mil. Essa é uma simplificação, é claro: o prédio provavelmente subiu de valor e o
equipamento depreciou, pois agora está usado. Vamos dizer apenas que o valor gira em
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torno dos R$ 500 mil. Este é o valor patrimonial, ou valor de mercado, do negócio. Isso
é o valor de todo o ativo do empreendimento se você liquidá-lo hoje.
Se você mantiver o seu restaurante funcionando, provavelmente acumulará pelo
menos R$ 75 mil neste ano (baseado no histórico do seu negócio). Portanto, você pode
considerar o restaurante como um investimento que pagará algo em torno de R$ 75 mil de
lucro ao ano. Olhando dessa maneira, alguém poderia querer pagar R$750 mil pelo
restaurante, já que um retorno anual de R$ 75 mil em um investimento de R$ 750
mil representa uma taxa de retorno de 10%. Alguém poderia querer pagar R$ 1.500.000, o
que representa uma taxa de retorno de 5%. Ou até mais, se ele imaginou que a receita do
restaurante poderia crescer ao longo do tempo a uma taxa maior do que a inflação.
Portanto, o proprietário do restaurante irá ajustar o preço de forma compatível. Você
pode avaliar o negócio em R$ 1.500.000. No entanto, se dez pessoas vierem até você e
disserem: "Puxa, eu gostaria de comprar seu restaurante, mas não tenho os R$ 1.500.000",
você poderia de alguma forma querer dividir seu negócio em 10 partes iguais e vender cada
uma por R$ 150 mil. Em outras palavras, você poderia vender quotas do seu restaurante.
Então, cada pessoa que comprou uma cota receberia um décimo dos lucros ao final do ano
e teria um dos dez votos em qualquer das decisões financeiras da empresa. Ou então você
poderia dividir a propriedade em 1.500 quotas e vender cada uma por R$ 1.000, para ter um
preço que mais pessoas pudessem pagar. Outra alternativa seria dividir a propriedade em
3.000 quotas, manter 1.501 com você e vender o restante por R$ 500 cada. Dessa forma,
você retêm a maioridade das quotas (e, consequentemente, os votos) e permanece no
controle do restaurante, enquanto compartilha o lucro com outras pessoas. Enquanto isso,
você consegue depositar R$ 750 mil no banco graças às vendas das 1.500 quotas a outras
pessoas.
As ações, em sua essência, são realmente muito simples. Elas representam o
patrimônio e os lucros da empresa. Os dividendos de uma ação representam a porção da
quota dos lucros de uma empresa, geralmente distribuídos anualmente. Se o restaurante
tiver dez proprietários, cada um possuindo uma cota acionária, e o negócio acumular R$ 75
mil de lucro durante o ano, então cada proprietário recebe um dividendo de R$ 7.500.
Uma medida do valor de uma empresa, pelo menos no que diz respeito aos
investidores, é o produto do número de quotas excedentes multiplicados pelo preço da ação.
Este valor é chamado capitalização de uma empresa.

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Sociedades Anônimas
Qualquer negócio que pretende vender ações para diferentes pessoas tem que se
tornar uma sociedade anônima, ou seja, uma empresa de capital aberto. A operação de
mudança de uma sociedade limitada para uma sociedade anônima é chamado de
transformação.
Se você abrir um restaurante usando seu dinheiro para comprar o prédio e
equipamentos, o que você fez foi formar uma propriedade exclusiva. O restaurante todo é
seu, você pode tomar todas as decisões e ficar com todo o lucro. Se três pessoas juntarem
dinheiro e abrirem um restaurante juntas, elas formarão uma sociedade. As três pessoas são
proprietárias do restaurante, compartilhando os lucros e a tomada de decisões.
A organização é diferente, e é um conceito bem interessante. Ela pode ser
comparada a uma "pessoa virtual". Quer dizer, a empresa é registrada no governo, tem um
cadastro (conhecido no Brasil como CNPJ), pode ter propriedades, mover processos contra
pessoas, ser processada e fazer contratos. Por definição, a organização tem ações que
podem ser compradas e vendidas. Todos os sócios detêm cotas de participação nessa
organização para representar sua propriedade. Uma interessante característica dessa "pessoa
virtual" é que ela tem uma expectativa de vida indeterminada e potencialmente infinita.
Existe toda uma legislação que controla esse tipo de sociedade. As leis estão
vigentes para proteger os acionistas e o público. Essas leis controlam uma série de fatores
sobre como a empresa opera e organiza-se. Por exemplo, cada uma tem uma diretoria (se
todas as ações são possuídas por uma única pessoa, então ela pode decidir, por exemplo,
que haverá apenas um membro na diretoria). Os acionistas se reúnem a cada ano para votar
nos diretores, que tomarão as principais decisões pela empresa. Eles contratam os
administradores (o presidente e outros principais administradores da empresa), tomam as
decisões e definem os planos de ação. A diretoria pode ser considerada o cérebro da pessoa
virtual.

16
Quando a empresa que invisto tem Lucro
Digamos que uma nova organização seja criada e em
sua oferta pública inicial ela levante R$ 20 milhões, vendendo um
milhão de cotas por R$ 20 a cota. A companhia compra o
equipamento e contrata seus empregados com aquele dinheiro. No
primeiro ano, quando toda a receita e despesas são somadas, a
companhia lucra R$ 1 milhão. A diretoria pode decidir fazer várias
coisas com esse R$ 1 milhão:
• pode colocá-lo no banco e poupar para os
tempos difíceis;
• pode decidir dar todo o lucro aos acionistas. Assim, declararia um
dividendo de R$ 1 por cota;
• usar o dinheiro para comprar mais equipamentos e contratar mais
empregados, expandindo a companhia;
• pode escolher uma combinação dessas três opções.
Conforme já abordado anteriormente, se uma empresa tradicionalmente paga a
maioria dos seus lucros aos seus acionistas, isso é geralmente conhecido como ação de
renda. Se uma empresa investe a maior parte do seu dinheiro de volta no negócio, isso é
chamado de ação de valorização (ou crescimento). A companhia está tentando crescer
pelo aumento da quantidade de equipamentos e funcionários.
O Preço das Ações: Receita x Crescimento
O preço de uma ação tende a permanecer razoavelmente estável. Isto é, a cada ano o
preço da ação tende a permanecer aproximadamente o mesmo, a não ser que os lucros (e,
portanto, os dividendos) subam. As pessoas estão recebendo seu dinheiro a cada ano e o
negócio não está crescendo. Este seria o caso para a ação de um restaurante individual que
distribui todos os seus lucros aos acionistas anualmente.
Digamos que o restaurante individual decida poupar seus lucros por vários anos e,
no futuro, abrir um segundo restaurante. Este é o comportamento de uma empresa em
expansão. O valor da ação sobe porque, quando o segundo restaurante abre, há duas vezes
mais equipamento e duas vezes mais lucro sendo adquirido pela companhia. Em ações de
valorização, os acionistas não recebem um dividendo anual, mas possuem uma empresa
cujo valor está aumentando. Portanto, os acionistas ganham mais dinheiro quando vendem
suas cotas, pois quem comprar a ação pode ver o crescente valor de mercado da companhia
(o valor dos edifícios, do equipamento, etc.) e o crescente lucro que a companhia está
obtendo. Baseado nestes fatores, pagam um preço mais alto pela ação.

17
Numa empresa de capital aberto, toda a informação financeira sobre a empresa é
pública. No Brasil, a CVM - Comissão de Valores Mobiliários está encarregada de coletar
esta informação e disponibilizá-la aos investidores. Os acionistas também usam uma
quantidade de outros indicadores para determinar o quanto vale uma ação. Um indicador
simples é o índice de preço e lucro. Este é o preço da ação dividido pelos ganhos por cota.
Há vários tipos de indicadores como esses, bem como uma grande quantidade de outras
informações financeiras disponíveis para cada ação. Você pode procurar na Internet em
milhares de diferentes lugares.
Negociando
Assim que abrir e colocar fundos em
sua conta, você pode comprar e vender ações.
Mas antes de fazer isto, você vai querer uma
cotação de ações em tempo real para
confirmar o preço atual das ações. A sua
corretora pode fornecer cotações em tempo
real como parte dos seus serviços. Muitos sites
de notícias financeiras oferecem cotações
atrasadas, que estão a pelo menos 15 minutos
atrás do mercado. Se o mercado estiver se
movimentando rapidamente, uma cotação
atrasada pode ser substancialmente diferente do preço real de negociação.
Assim que você tiver sua cotação e decidir que quer negociar, pode escolher entre
fazer uma ordem a mercado ou uma ordem limitada. Uma ordem a mercado é executada
no preço atual do mercado das ações. Uma ordem limitada, no entanto, é executada no
preço real ou em um melhor que você especificar. Se o preço não chegar ao limite que você
estabelecer, sua negociação não se completará.
Algumas corretoras oferecem opções extras, geralmente usadas para prevenir
grandes prejuízos quando um preço de ação cai:
• stop order - uma forma de ordem de mercado, é executada após a
queda de preço a um ponto que você estabelece. A ordem é executada a preço de
mercado, não no ponto de parada;
Exemplo – Suponha que você compre ações da Petrobras por R$ 40,00. Você pode
estipular um limite de perda para esta ação de R$ 38,00, ou seja, se a ação cair até
R$ 38,00 a stop order será executada e você venderá suas ações a preço de mercado.
A Stop Order é útil para que você não precise acompanhar o mercado durante o dia
todo. Se a ação cair, ela será vendida, independente de você estar acompanhando o
mercado ou não.
18
Você deve também decidir se sua ordem fica ativa até o final do dia, até uma data
específica ou até você cancelá-la. Algumas corretoras permitem que você coloque ordens
"tudo ou nada" ou "fill or kill" (compre ou desista), que impede uma negociação parcial das
ações que você quer vender ou comprar.
Ao contrário do que muitos pensam, negociar pela internet não é algo instantâneo,
mesmo se você estiver colocando uma ordem de mercado. Pode levar tempo para encontrar
um comprador ou vendedor e para processar a negociação eletronicamente. Além disso,
mesmo que você possa acessar sua conta e colocar ordens de compra e venda 24 horas por
dia, suas negociações são executadas apenas quando os mercados estão abertos.
Fraudes em Ações
Com preços errantes, notícias falsas e escândalos corporativos, você pode achar que
já tem suficientemente com o que se preocupar no que se trata de negociar ações. Mas
ainda há um motivo importante para se preocupar a ser acrescentado à lista - a fraude em
investimentos.
Bem antes da época das negociações online, alguns corretores inescrupulosos
fraudaram investidores ou fugiram com seu dinheiro. Firmas fraudulentas conhecidas como
salas de caldeira também contrataram corretores para fazer ligações telefônicas não
solicitadas, vendendo ações falsas ou valorizadas.
Porém, com negócios online, as pessoas precisam pesquisar as ações sozinhas,
decidindo o que comprar e vender sem a ajuda de um corretor ou de um planejador de
investimentos. Os fraudadores aproveitaram-se disso, o que os levou a desenvolver
métodos para fraudar os investidores, entre eles estão:
• esquemas pump and dump - as pessoas espalham falsas notícias de
ações que "com certeza sobem" via painéis de mensagens online, newsletters, email
e outros métodos. O interesse resultante nas ações faz com que a procura (e
consequentemente o preço) suba. Os organizadores do esquema vendem suas ações
com um lucro enorme, e então param de promovê-las. O preço cai muito e os
investidores perdem dinheiro;
• informação fraudulenta de empresa - as empresas que fazem
negócios públicos têm que liberar informações sobre desempenho financeiro.
Exagerar ou interpretar mal os objetivos e realizações de uma empresa pode elevar
o preço das ações.
Felizmente, você pode se proteger da maioria destes ao fazer sua própria pesquisa.
Além de pesquisar sua corretora, você deve pesquisar qualquer empresa na qual pretende
investir, incluindo a leitura de relatórios anuais e balanços financeiros.

19
Não se deixe levar por opiniões alheias sobre ações que com certeza irão subir. Veja
as opiniões, mas faça sua própria análise antes de tomar qualquer decisão.
Princípios de um Bom Investidor
Existem quatro princípios básicos que deverão nortear e direcionar os investidores
no mercado de ações.
O primeiro princípio estabelece a necessidade de se investir regularmente uma
determinada quantia em ações, mesmo quando o mercado está em baixa. Apesar da
recomendação parecer bastante simples, o que ocorre normalmente é o inverso, os
investidores costumam investir depois que o mercado passa por uma fase de alta e acabam
saindo quando o mercado apresenta-se em baixa.
Para evitar esse comportamento, recomenda-se o investimento regular, efetuando
aplicações constantes, desta maneira o investidor dilui o risco e consegue um retorno
adequado.
O segundo princípio consiste em reaplicar todos os ganhos obtidos no mercado de
ações. Isso inclui tanto os dividendos pagos por algumas empresas como as variações dos
preços das ações, permitindo assim, aumentar a carteira de ações de forma gradual.
O terceiro princípio recomenda a avaliação do potencial de crescimento das
empresas, para procurar as que estão crescendo e possuem possibilidade para ampliar a sua
participação de mercado.
O quarto princípio é diversificar os investimentos, evitando ficar com a maioria
dos recursos investidos em uma única empresa, objetivando minimizar os riscos e
maximizar os rendimentos.
Além dos quatro princípios básicos do investidor, é necessário avaliar também os
indicadores referentes às empresas, em especial, os econômicos e os financeiros. É
fundamental para o investidor ter conhecimentos acerca da gestão realizada pela empresa,
da sua política de dividendos, da transparência de suas informações, entre outros.

20
IPO – Ofertas Públicas Iniciais
IPO (Initial Public Offer) ou Oferta Pública Inicial é um termo muito comum no
mercado de Ações. Quando uma empresa resolve abrir seu capital e ter suas ações
negociadas na Bovespa ela precisa efetuar uma IPO.
Todas as informações relacionadas a uma IPO são encontradas no prospecto (um
documento divulgado pela empresa com todos os detalhes sobre a operação). A companhia
precisa efetuar diversos procedimentos legais para ter sua IPO registrada na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) e na Bovespa. A IPO envolve várias etapas como, por
exemplo, definição do preço de emissão e do montante a ser capitado, adaptação de
estatutos etc.
Um mínimo de 10% da quantidade total de ações ofertadas devem ser destinadas a
pessoas físicas. Isso ocorre com o objetivo de garantir uma maior dispersão acionária,
evitando que apenas grandes investidores assumam o controle total da empresa.
Sou um investidor iniciante, devo participar de uma IPO?
O histórico dos últimos 10 anos mostra que investir em IPOs tem sido um negócio
lucrativo. A maior parte das empresas que estrearam na bolsa nos últimos 10 anos
apresentou alta logo na 1ª semana de vida dentro da bolsa de valores.
Algumas IPOs ficaram especialmente marcadas por apresentar grande alta logo ao
fim do 1º dia de negociação:
IPO Bovespa Holding – Encerrou o dia com valorização próxima de 50%.
IPO Redecard – Encerrou o dia com valorização próxima de 20%.
IPO BM&F – Encerrou o dia com valorização próxima de 22%.
Em contrapartida, há algumas experiências negativas com IPOs na bolsa de valores,
como é o caso da IPO da JBSS – Friboi, que encerrou o 1º dia de negociação com baixa de
12%.
Antes de participar de uma IPO é muito importante ler o prospecto. Sim, são muitas
páginas e tem muita informação de difícil entendimento para os leigos. Leia com calma, só
assim você irá aprender os jargões do mercado.
Outro ponto importante é saber o que o mercado espera da oferta. Fale com sua
corretora e procure saber se a IPO está tendo uma alta procura. Quanto mais o mercado
estiver interessado na Oferta, mais ela tem chance de ser um sucesso.

21
Como Escolher uma Ação
As ações com o objetivo de obter ganho(s) a
médio e longo prazos, em oposição a resultados
imediatos, podem ser divididas em:
• "blue chips" ou de 1ª linha -
são ações de grande liquidez (grande
quantidade de negócios) e procura no
mercado de ações por parte dos investidores,
em geral de empresas tradicionais, de grande porte/âmbito nacional e excelente
reputação;
• de 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de empresas de boa
qualidade, em geral de grande e médio portes;
• de 3ª linha - são ações com pouca liquidez, em geral de companhias
de médio e pequeno portes (porém, não necessariamente de menor qualidade), cuja
negociação caracteriza-se pela descontinuidade;

Horário de Negociação e After Market


Horários de Negociação (exceto durante o Horário de Verão)
Pregão Regular:
das 10:00h às 17:00h
After-Market:
das 17:30h às 19:00h

After-Market
After Market é a sessão noturna de negociações do pregão eletrônico da Bovespa.
Neste período complementar de negociação, existem algumas restrições operacionais em
relação ao pregão regular.

22
Códigos de Negociação de Ações
Cada ação negociada em bolsa tem seu respectivo código de negociação. O código
de negociação é composto pelo código da empresa e código do tipo da ação (ON ou PN,
etc.) conforme exemplificado abaixo:
Ação: PETROBRAS PN - Código: PETR4
No caso acima, PETR corresponde ao código da empresa, enquanto o código 4
indica que a ação é do tipo PN.
Seguem alguns exemplos da lógica adotada na determinação dos códigos das ações:
- as ações ordinárias são identificadas pelo nr 3 Ex: Sabesp-ON = SBSP3;
- as ações preferenciais são identificadas pelo nr 4 Ex: Telemar-PN = TNLP4;
- as ações preferenciais, ainda podem ser negociadas em classes, conforme
diferenciação no pagamento de dividendos previsto pelo Estatuto Social da empresa. Ações
PNA (preferenciais classe A) são identificadas pelo código 5, enquanto as ações PNB e
PNC são codificadas a partir dos algarismos 6 e 7, respectivamente. Ex: Vale R. Doce PNA
- VALE5, Eletrobrás PNB - ELET6, etc.
Entendendo as Cotações

(1) Nome da ação: nome da ação por extenso


(Cadastro Bovespa).
(2) Fator de Cotação: Corresponde à forma de
divulgação das ofertas e negócios. Uma ação pode ter seu
valor cotado para cada ação, ou pelo lote de mil ações,
conforme apontado neste campo da tela de cotações.
Seguindo o exemplo acima, a ação Petrobrás PN é
cotada por lote de 100 ações, ou seja, o valor de mercado
de 100 ações, é R$ 5570,00.
(3) Lote padrão de negociação: Conforme
abordado anteriormente, corresponde a quantidade
mínima de ações que pode ser negociada no mercado à
vista. Caso exista necessidade de comprar quantidades
abaixo do lote padrão é preciso operar no mercado
fracionário, onde o lote padrão é 1 ação. (Ver Mercados à
Vista e Fracionário).
(4) Último Negócio: Apresenta o código de
23
negociação da ação, o valor da ação em sua última negociação e a variação deste valor em
relação ao fechamento do dia anterior.
(5) Melhores Ofertas: Quando uma
ordem de compra ou venda é colocada no pregão
eletrônico, ela passa a fazer parte do Livro de
Ofertas, que é a relação de todas as ordens
válidas no exato momento. Têm prioridade de
fechamento as ofertas de compra com o maior
preço, assim como as ofertas de venda de menor
preço. Caso existam várias ordens de mesmo
preço, prevalece a ordem cronológica. Este
quadro mostra justamente a quantidade de ações
ofertadas no maior preço de compra, a quantidade de ações ofertadas no menor preço de
venda, assim como o maior preço de compra e o menor preço de venda. Para executar
negócios imediatamente, é preciso comprar pelo melhor preço de venda, ou vender pelo
melhor preço de compra, conforme indica o quadro. Em ofertas, na parte inferior da tela, há
um link para uma tela com as cinco melhores ofertas de compra e venda.
(6) Preço Máximo do dia: É o preço do negócio de maior cotação efetivado no
decorrer do dia.
(7) Preço Médio do dia: É o preço médio dos negócios realizados no dia.
(8) Preço Mínimo do dia: É o preço do negócio de menor cotação efetivado no
decorrer do dia.
(9) Preço de Abertura: É o preço do primeiro negócio efetivado no dia.
(10) Fechamento: É o preço do último negócio efetivado no dia. Parâmetro de
variação para os negócios no After-Market.
(11) Fechamento Anterior: É o preço do último negócio efetivado no dia útil
anterior.
(12) Quantidade de Ações Negociadas: Quantidade total de ações negociadas no
decorrer do dia.
(13) Volume Financeiro: Total do valor financeiro negociado com a ação em R$.
(14) Número de Negociações: O número de negociações no dia.
(15) Ofertas: Link para a fila das cinco melhores ofertas de compra e venda por
ordem de valores. Instrumento importante para realização de negócios.

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(16) Livro de Ofertas: Link para a fila de todas as ordens de compra e venda
válidas para o pregão corrente.
(17) Compra: Acesso rápido para a boleta de Operações (compra).
(18) Venda: Acesso rápido para a boleta de Operações (venda).
(19) Integral/Fracionário: Acesso às cotações nos mercados à vista e fracionário.
(20) Estatísticas: Link para a página Estatísticas, onde são apresentados gráficos e
oscilações do histórico.
(21) Atualiza/Refresh: Botão utilizado para a atualização da janela. Disponível
apenas para o formato HTML.
Análise de ações
Agora que você já sabe o básico sobre o mercado acionário, deve estar se
perguntando: Qual ação comprar? Por quanto tempo ficar com ela? Qual é a hora certa de
vendê-la?
Há duas formas principais de se analisar uma ação, elas chamam Análise Técnica e
Análise Fundamentalista.
A primeira é baseada no gráfico da ação e define se ela está em tendência de alta ou
baixa. A análise técnica também possui indicadores que mostram quando é hora de comprar
ou vender.
Já a análise fundamentalista é baseada nos números de uma empresa, ou seja, seu
valor patrimonial, seu lucro, perspectivas para o futuro, entre outros.
Há investidores que preferem analisar predominantemente por análise técnica e
outros por análise fundamentalista. Há também quem faça um meio termo e considere um
pouco das duas para tomar suas decisões.
Independente da análise feita, saiba que nenhum método vai indicar com 100% de
certeza sobre o comportamento futuro de uma ação, porém uma análise bem feita aumenta
muito as chances de sucesso.

25
Análise Técnica
A análise técnica não está
preocupada em analisar os fundamentos da
empresa, tal como desempenho financeiro,
endividamento ou expectativa de lucros, mas
seu foco está centrado no comportamento
dos preços das ações. Seu princípio básico
é o de que a cotação de uma ação segue
padrões e tendências que se repetem, ou
seja a cotação atual de uma ação é
influenciada pela média histórica de
cotações, sempre observando de perto o
indicador de volume.
A maioria dos indicadores técnicos
utiliza uma combinação de médias para seu cálculo, normalmente uma média de curto
prazo e uma média de longo prazo.
A análise técnica é o estudo da dinâmica do mercado através dos sinais que o
próprio mercado emite.
O analista técnico diz que mesmo que alguém tenha conhecimento de todos os
fatores fundamentais que afetam o preço de uma mercadoria tais como clima, greves,
decisões políticas, fatores de demanda, etc..., ele ainda assim não terá todos os dados
necessários para compreender a formação dos preços, porque não são estes dados em si que
os afetam, mas sim a maneira pela qual os participantes do mercado a ele reagem.
Segundo a análise técnica, o único local em que todos os fatores, tanto os de oferta
quanto os de demanda, somado à psicologia das massas com seus medos e esperanças -
assim como as suas estimativas e “palpites” - estão reunidos, é no próprio mercado, e que
este, portanto, é que deve ser estudado.
Análise técnica é o estudo de como os preços se movimentam, não se preocupando
do porque estes se movimentam.
Ela parte de três princípios:
1 - A ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste;
2 - os preços se movimentam em tendências;
3 - o futuro repete o passado.

26
A Teoria de Dow
A teoria de Dow é uma das principais bases da análise gráfica. A teoria é composta
por alguns princípios básicos que estudaremos a seguir.
Princípio 1: Os índices descontam tudo
Os índices representam a ação conjunta de inúmeros investidores, desde os mais
bem informados (que contam com as melhores informações e previsões) até os muito
inexperientes. As variações diárias dos preços de um índice, portanto, já têm incluídas
(descontadas) no seu valor os eventos que irão acontecer e que são desconhecidos pela
maioria dos investidores.
Dessa forma, todo o fator que afeta a relação de oferta/demanda está refletida no
preço do mercado. Entretanto, existem os eventos que são imprevisíveis e que as pessoas
não têm como saber, como calamidades naturais, catástrofes como os atentados nas torres
americanas, etc. Esses são os chamados "atos divinos" , quando acontecem podem gerar
fortes oscilações iniciais, mas acabam sendo absorvidos pelo mercado.

27
Resumo do Princípio:
• Todo o fator que afeta a oferta x demanda está refletido no índice.
• O Índice já possui em seu valor (já descontou) eventos futuros que a
imensa maioria não conhece.
• Acontecimentos completamente inesperados são rapidamente
avaliados e seus possíveis efeitos absorvidos.

Princípio 2: As Três Tendências do Mercado

O segundo princípio de Dow afirma que o mercado possui três tendências de


movimento: primária, secundária e terciária.
A tendência primária é a tendência principal de um mercado. É um movimento
longo que pode ser de alta ou de baixa e que leva a uma grande valorização ou
desvalorização dos ativos. Não existem regras matemáticas exatas para definir o tempo de
duração das tendências, entretanto, as tendências primárias duram aproximadamente de 1 a
2 anos. Na figura abaixo, as linhas verticais estão fazendo uma separação entre três
tendências primárias no índice Bovespa.
Uma tendência primária não se movimenta em linha reta. Ao observarmos o
mercado (como no gráfico acima) percebermos que o movimento acontece como um
ziguezague. Em um mercado de alta, após um impulso para cima que forma um novo topo
(mais alto que o anterior), temos uma correção que forma um novo fundo (também mais
alto que o fundo anterior). Em uma tendência de baixa o oposto acontece, após uma queda
que forma um fundo mais baixo, acontece uma reação que cria um topo mais baixo. O
conjunto desses impulsos e correções dentro de uma tendência primária são as chamadas
tendências secundárias. Uma tendência secundária dura de 3 semanas a alguns meses e
pode corrigir até dois terços da tendência primária que ela faz parte.
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As tendências terciárias fazem parte das secundárias. São movimentos menores
de, em média, até 3 semanas. Elas se comportam em relação às tendências secundárias da
mesma maneira que as secundárias em relação às primárias.
Quando estamos analisando o mercado é interessante classificar as tendências do
movimento atual, assim, podemos avaliar melhor as ações a serem tomadas dentro de nossa
estratégia operacional.
Princípio 3: As Três Fases dos Movimentos
Dow fez uma série de observações sobre os movimentos de preços, tanto de alta
como de baixa, caracterizando aspectos psicológicos marcantes de cada fase:
Fases do Mercado em Alta
• Fase 1: No início da alta o mercado começa a ser propulsionado por
investidores mais qualificados, que percebem logo que novos ventos estão
soprando. Enquanto isso, a maioria ainda acredita que o pior ainda está por vir, o
que permite aos investidores de elite comprarem papéis muito baratos. As notícias
apresentadas pela mídia refletem as expectativas negativas da maioria.
• Fase 2: A segunda parte é uma aceleração mais acentuada do
movimento. A pressão compradora aumenta bastante.
• Fase 3: A terceira fase é marcada por grandes altas. Os participantes
do mercado, de maneira geral, estão cada vez mais seguros de seus lucros e os
investidores mais bem preparados começam a vender suas posições. A grande
massa de investidores está em clima de euforia que se realimenta diariamente nos
noticiários. Está aberta a possibilidade para a fase 1 do mercado de baixa.
Fases do Mercado em Baixa
• Fase 1: Nesta fase os profissionais e investidores de elite vendem
seus ativos, iniciando a retração.
• Fase 2: É uma etapa marcada por um grande nervosismo, os
investidores percebem o equívoco e tentam se desfazer de suas posições.
• Fase 3: Com as grandes perdas e ativos muito desvalorizados a
pressão vendedora se dissipa, oportunidades para uma nova alta começam a surgir.

Princípio 4: O Princípio da Confirmação


O princípio da confirmação afirma que para uma reversão de tendência ou
rompimento de nível de suporte/resistência (suportes e resistências serão melhor explicados
nas próximas páginas) ser válido, o fato deve ocorrer em dois índices de composições

29
distintas. Assim, um índice confirma o outro, demonstrando que não se trata de uma
oscilação temporária do movimento.
Para ilustrar o princípio da confirmação suponha dois índices (A e B) de
composições diferentes, mas que se comportam de maneira semelhante. O índice A,
durante uma alta, vence a zona de pressão vendedora (a linha de resistência) e parece seguir
com força em sua tendência. O índice B, entretanto, ao chegar pela primeira vez na linha de
resistência não consegue o rompimento da mesma forma que A. Um investidor que analisa
o mercado apenas a partir do ponto de vista do índice A pode concluir que existem boas
oportunidade de compra logo após o rompimento. Contudo, o que acontece é uma retração,
pois o mercado não estava tão forte como demonstrou a falha de rompimento por parte de
B.

Essa é a essência do princípio da confirmação. Dois índices são usados para que um
pronuncie uma "segunda opinião" sobre o outro, de modo a validar o que está acontecendo
ou indicar uma armadilha. No caso brasileiro, esses dois índices poderiam ser, por exemplo,
o índice Bovespa (IBOVESPA) e o IBRX.
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira
teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em
termos de número de negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira
do índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado.
Princípio 5: Volume Deve Confirmar a Tendência
Este princípio é bastante simples, na teoria de Dow o volume está relacionado com
as tendências da seguinte maneira:
Tendência de Alta: Em uma tendência principal de alta é esperado que o volume
aumente com a valorização dos ativos e diminua nas reações de desvalorização.
Tendência de Baixa: Em uma tendência principal de baixa é esperado que o
volume aumente com a desvalorização dos ativos e diminua nas reações de valorização.
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Princípio 6: A Tendência Continua até Surgir um Sinal Definitivo de que Houve
Reversão
Embora pareça óbvio, este princípio é importante. O mercado não vai cair apenas
porque atingiu um nível "alto demais" ou subir porque "já caiu demais". Uma das técnicas
mais simples utilizadas é a identificação de falhas ao formar um topo mais alto (em uma
tendência de alta) ou um fundo mais baixo (em uma tendência de baixa). O investidor deve
possuir uma metodologia de identificação de pontos de entrada e saída, existem uma série
de ferramentas de análise técnica que ajudam nessas decisões.

Suportes e Resistências
Suportes e resistências, de maneira simples, são zonas de preços nas quais o
movimento atual do mercado tem grandes chances de parar e reverter. Definições:
• Suporte: Região na qual o interesse de comprar é grande, superando
a pressão vendedora, o movimento de queda tende a parar.
• Resistência: Região na qual o interesse de vender é grande,
superando a pressão compradora, o movimento altista tende a parar.
Não existe nada de mágico com suportes e resistências o que existe é oferta versus
demanda e psicologia humana. Em uma alta, conforme os preços aumentam, os ativos
vão ficando naturalmente mais caros e menos compradores vão estar disponíveis a pagar
determinado preço. Os vendedores, pelo contrário, vão querer vender como nunca nesses
novos valores, aumentando a oferta e contribuindo para o início da desvalorização (queda).

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Podemos ver no gráfico abaixo do índice Bovespa que o mercado subia até atingir
um nível de preços no qual ele parou (resistência). Depois de encontrar a resistência, o
mercado corrigiu caindo um pouco, mas voltou a subir a alcançou a resistência novamente,
ponto no qual reverteu para uma tendência de queda maior.

Em uma baixa o contrário acontece, os ativos tornam-se mais baratos e a demanda


pelos papéis começa a aumentar. Os vendedores, já não acham os preços tão atrativos,
diminuindo a oferta. Está aberto o caminho para a valorização (alta).
Abaixo temos um exemplo de suporte no índice Bovespa, note que o mercado vinha
em queda até chegar ao valor de 15.780 pontos. A partir desse nível, a força compradora
aumentou e a queda parou. O mercado reagiu, mas voltou a cair até a linha de suporte mais
duas vezes até reverter para uma tendência de alta de maior intensidade.

32
A Psicologia Humana
Que outros fatores ajudam a definir um certo preço como suporte ou resistência? A
resposta é simples: memória. As pessoas lembram-se dos valores que compraram ou
venderam e ganharam dinheiro, lembram-se também dos preços em que perderam e das
emoções boas e más sentidas durante esses eventos. Logo, o somatório desse histórico de
lembranças é um dos fatores que contribui para a formação dessas zonas de bloqueio.
Negociando com Suporte e Resistência
A regra para negociar usando suportes e resistências parece simples: comprar no
suporte e vender na resistência. Essa regra sem sofisticação, mas objetiva pode tornar um
investidor extremamente bem sucedido se ele conhecer o mercado e tiver uma boa
metodologia de operação. Para isso o investidor deve saber que, muitas vezes ocorre o
rompimento dos níveis de suporte e resistência, sendo importante contar com estratégias
para proteção do capital e também para aproveitar esses acontecimentos. Nesse contexto
um ponto relevante é a força do suporte e resistência. Quanto mais vezes o mercado "bater
e voltar" na linha, mais forte é a confiabilidade da barreira de preços.

33
O Princípio da Inversão
O Princípio da Inversão (também chamado de Princípio da Mudança de
Polaridade) pode ser aplicado em suportes, resistências e linhas de tendência. Como o
nome sugere, o princípio está relacionado com a inversão de papéis, ou seja, uma
resistência passa a funcionar como suporte e vice-versa.
De maneira simples, suponha que determinada região de preços é uma resistência.
Se essa região for rompida, ela tende a tornar-se uma zona de maior pressão compradora,
ou seja, um suporte. O raciocínio oposto também é válido, se uma região de suporte for
perdida, ela poderá passar a ser uma resistência. Analisemos o exemplo abaixo no índice
Bovespa:

A linha azul é, inicialmente, um suporte, tendo funcionado diversas vezes como um


local de reação do mercado. Entretanto, o suporte acabou por ser rompido transformando-se
em uma linha de resistência. Trata-se do princípio da inversão agindo.

34
O Mercado se Repete
Ao longo dos anos os analistas têm realizado diversos estudos sobre os gráficos e
suas formações. Dessa forma, foram identificados e classificados padrões que surgem
repetidamente ao longo do tempo. A explicação para a existência de padrões está
relacionada ao fato de compradores e vendedores agirem de acordo com suas crenças e
impulsos, tomando decisões de acordo com o momento. Acontece que no mercado as
circunstâncias estão sempre se repetindo, levando as forças de oferta e procura
representadas pelos investidores a repetirem suas decisões. Nas próximas páginas, iremos
estudar os seguintes padrões:
• Ombro-Cabeça-Ombro (OCO)
• Triângulos

Ombro-Cabeça-Ombro (OCO)
O ombro-cabeça-ombro é um dos mais importantes padrões de reversão de
tendência. Vamos utilizar a figura abaixo para analisar sua formação e seus componentes.

O padrão lembra, de fato, os ombros e cabeça de uma pessoa. O mercado forma um


primeiro topo (ombro) e retorna a linha base que será chamada de linha de pescoço. Desse
ponto, uma alta acontece superando o topo anterior e formando a cabeça, até esse momento
o mercado sugere a continuação da alta. Os preços, a partir da cabeça, retornam uma vez

35
mais até a linha de pescoço e voltam a subir, dando origem ao segundo ombro com
tamanho muito semelhante ao primeiro. Está formado o OCO.
O volume costuma decrescer conforme o padrão vai sendo construído, elevando-se
rapidamente no corte da linha de pescoço.
Negociando com o OCO
Os OCOs indicam reversão de tendência. O padrão da figura acima, é um OCO de
baixa, mas também existem OCOs de alta como na figura abaixo:

Triângulos
Uma das características mais interessantes do padrão cabeça e ombros é o alvo de
preços que a formação sugere. Mede-se a altura da cabeça até a linha de pescoço e projeta-
se essa mesma altura a partir da linha de pescoço na direção de rompimento. A linha
vermelha na figura acima, mostra até onde o OCO sugere que os preços subam.
Triângulos são classificados como padrões de continuação de tendência, eles se
formam quando a flutuação dos preços começa a atingir amplitudes cada vez menores
conforme o tempo passa. Existem três tipos básicos de triângulos: ascendentes,
descendentes e simétricos.
No começo de sua formação o triângulo está em seu ponto mais largo, conforme o
tempo passa os preços passam a oscilar entre duas linhas: a inferior de suporte e a superior

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de resistência. Não existe verdade absoluta, mas a tendência é a continuação do movimento
atual após o rompimento, em especial no que se refere a triângulos ascendentes e
descendentes.
Triângulo Ascendente
O triângulo ascendente possui o lado superior horizontal e o inferior como uma
linha ascendente. O rompimento normalmente indica a continuação da tendência. Uma das
técnicas para utilizar o triângulo ascendente como instrumento de operação é aguardar pelo
rompimento da linha horizontal com alto volume, nessa situação os analistas esperam por
uma alta de pelo menos a altura do lado mais largo do triângulo.

Triângulo Descendente
O triângulo descendente é o inverso, tende a ser um sinal de queda. A linha
horizontal fica na parte inferior enquanto que uma linha de tendência inclinada para baixo
se forma. Como no caso ascendente, espera-se que os preços percorram uma distância
equivalente ao tamanho do lado mais largo da formação.

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Triângulo Simétrico
No triângulo simétrico os preços máximos e mínimos das flutuações atingem
amplitudes cada vez menores. É uma formação típica de indecisão e a sua tendência está
mais relacionada com a continuação da tendência corrente do que com reversão.

Outras Características dos Triângulos


Durante a formação do padrão os triângulos, geralmente, apresentam diminuição
constante do volume, havendo um aumento significativo apenas na região de corte
(rompimento), o que é um sinal bastante importante.
O triângulo é um padrão de continuação de tendência, mas é importante lembrar que
não necessariamente um triângulo simétrico ou ascendente vai romper para cima e um
descendente para baixo. O rompimento pode ser para qualquer direção, o mais importante é
saber se posicionar de acordo com o movimento posterior.
Estudo de Canais
Canais oferecem ótimas oportunidades de negócios aos traders que sabem
aproveitar seus sinais. A maioria das situações descritas nesta parte do curso utilizará como
exemplo um mercado em tendência de alta. Entretanto, todos os conceitos são também
perfeitamente válidos para um mercado em queda.
Um canal é formado por duas linhas. Uma primeira linha conecta uma série de
fundos, enquanto que uma segunda linha, paralela à primeira, conecta uma sequência de
topos. A inclinação do canal pode ser acendente, descendente ou mesmo horizontal. Canais
são formações mais completas do que linhas de tendência. Uma primeira vantagem dos
canais é que eles definem limites bastante objetivos de preços, tanto para entrada quanto
para saída.
Conforme esperado, a técnica de canais pode ser aplicada em qualquer tempo
gráfico, utilizando-se da característica fractal dos mercados. Assim, um canal traçado é tão
válido em gráfico semanal quanto em em um gráfico de 15 minutos. Um ponto interessante,
contudo, é que quanto maior a duração do canal mais significativo ele é. Um canal ativo por
um tempo considerável e conectando diversos topos e fundos, tem uma importância grande
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e tanto o teste de um dos seus extremos quanto seu eventual rompimento representam
eventos consideráveis na análise do índice/ativo.
No gráfico abaixo temos Gerdau PN (GGBR4) em um canal ascendente. Observe
como a linha inferior serviu diversas vezes como suporte, enquanto que a linha superior foi
resistência em várias oportunidades.

Técnicas de Operação
Existem diversas estratégias de operação de canais e com certeza um analista que
estude essas formações perceberá outras maneiras e variações para explorar a tendência. A
seguir alguns mecanismos operacionais são apresentados.
Suporte e Resistência em Canais
Conforme mencionado, a linha inferior em um canal tende a ser uma zona de
pressão compradora e a linha superior uma região de pressão vendedora. Dessa observação,
uma das maneiras mais diretas de operar canais é comprar próximo ao suporte (linha
inferior) e vender quando nos aproximamos da resistência (linha superior).
Falsos Rompimentos
As vezes durante a evolução de um canal acontece um falso rompimento, ou seja,
um dos extremos é perdido temporariamente, apenas para em seguida os preços retornarem
para o interior do canal. Um exemplo pode ser visto também no canal mostrado e
reproduzido abaixo, veja o falso rompimento circulado em vermelho.

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De forma alguma isso deve servir de desculpa para o não posicionamento da ordem.
Um rompimento verdadeiro de um canal, frequentemente, acontece com rapidez e com
grande volume de negócios.
Contudo, vamos analisar o significado de um falso rompimento com o exemplo
acima. Os compradores conseguiram levar o preço até a zona de resistência. Para vencer
essa zona é necessário, normalmente, uma nova leva de compradores para combater a força
vendedora existente naquele nível. Os investidores conseguem vencer a barreira em um
primeiro momento, entretanto, a força vendedora mostra-se mais consistente e empurra os
preços de volta. O raciocínio aplicado aqui é simples, mas eficiente: se os compradores não
conseguem passar deste ponto a alta não tem como continuar, a força dos vendedores foi
superior. O mercado então realiza um recuo e acumula até o outro extremo do canal.
Um falso rompimento, portanto, demonstra que a força de um dos lados chegou ao
seu limite, o que indica uma boa possibilidade de realizar bons negócios agindo pela ponta
vencedora, pelo menos em um prazo curto. Quando acontece um falso rompimento o alvo
de preços (target) é o lado oposto do canal.
Aproveitando o Rompimento Verdadeiro
O canal oferece oportunidades de trades também quando ele é efetivamente
rompido. Observe o gráfico abaixo, 60 minutos, da Brasil telecom (BRTO4).

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Durante o percurso do canal de baixa acontece um falso rompimento que leva, na
sequência, ao teste da região de suporte. Entretanto, quando os preços voltam a testar a
linha superior, os compradores conseguem levar os preços para além da linha de fronteira.
Acontece a reação de volta à linha para, finalmente em seguida, superar o topo formado.
Uma boa estratégia para operar rompimentos de canais é, portanto, esperar o
acontecimento de retorno à linha rompida. Se a linha segurar, a ordem pode ser posicionada
ligeiramente acima do topo gerado no rompimento inicial.
Essas são algumas técnicas para explorar os canais. Você os encontrará com
frequência nas suas análises. Teste as técnicas e defina a estratégia ideal para seus ativos,
seus mercados e seu perfil. O sucesso e a recompensa virão para aqueles que unirem
estudo, metodologia e disciplina.

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Conclusão do Módulo 1
Parabéns por ter chegado até aqui.
Até aqui nós já aprendemos o básico sobre a bolsa de valores, bem como alguns
padrões da Análise Técnica.
No próximo módulo, estudaremos sobre a Análise Fundamentalista e sobre
investimentos em Títulos Públicos (por meio do Tesouro Direto).
Neste ponto encerra-se o módulo 1 do curso. Para passar ao módulo 2, faça a
avaliação deste módulo. Lembrando que cada curso é composto por 2 módulos. Ao final
dos 2 módulos você receberá seu certificado de conclusão do curso.

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