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Dança contemporânea

A Dança contemporânea ou Backup Dancing é o nome dado para uma determinada forma de dança de
concerto do século XX.

Ballet Contemporâneo
O Ballet Contemporâneo foi criado no início do século XX e ainda preserva o uso das pontas e gestuais
muito próximos do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias diferem do método clássico por
não mais haver uma história que siga uma sequência de fatos lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais
fortemente misturados com sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são, geralmente,
collants e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos bailarinos. É o estilo que vem antes da Dança
Moderna, esta sim que esquecerá os passos clássicos, dando mais ênfase aos movimentos do corpo.

A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo,
música, fotografia, artes plásticas, performance, cultura digital e softwares específicos, que permitem
alterações do que se entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa.
Surgindo, a partir de então, vertentes como a videodança, tornando mais híbridas as relações entre as
diferentes áreas da dança.

Características
A dança contemporanea modificou drasticamente as "posições-base" do ballet clássico, além de tirar as
sapatilhas das bailarinas e parar de controlar seu peso. Ela mantém, no entanto, a estrutura do ballet, fazendo
uso de diagonais e da dança conjunta. A dança contemporânea busca uma ruptura total com o balé,
chegando às vezes até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de sentimentos,
idéias, conceitos. Solos de improvisação são bastante freqüentes.

A composição de uma trilha para um espetáculo de dança contemporânea implica diversos outros fatores
além da própria composição musical.

A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem
praticá-la.

Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de referência. Sua técnica é tão
abrangente que não delimita os utensílios usados. O corpo, pesquisando suas diagonais, não delimita estilos
de roupas, músicas, espaço ou movimento.

O que é a dança contemporânea?

A dança contemporânea rompe com as molduras clássicas. Não tem técnicas específicas nem um
"corpo ideal". Inova nas temáticas e na relação com os espaços e outras artes.

A dança contemporânea surge nos anos 60 nos EUA. Nasce no seguimento da dança moderna, na medida em
que pretende também romper com os moldes rígidos da dança clássica.
"A dança moderna, em relação à clássica, foi uma forma de libertação do bailarino, de expressar mais os
sentimentos das pessoas e não apenas histórias. A dança contemporânea surge também nesse contexto", explica
Catarina Marques, antiga bailarina e aluna do Ginasiano Escola de Dança, de Gaia.

Apesar do forte paralelismo, a dança contemporânea diferencia-se da moderna por não obedecer a técnicas. A
dança moderna tem diferentes técnicas ligadas a vários coreógrafos, como Martha Graham, Doris Humphrey ou
José Limon. "A contemporânea não tem essas técnicas, é a liberdade de expressão do bailarino", diz Catarina
Marques. Não há mecanismos definidos, há antes processos e formas de criação. Parte-se de métodos
"desenvolvidos por bailarinos modernos, como improvisação, contacto-improvisação" para uma construção
personalizada da criação.

O bailarino contemporâneo tem um papel mais autónomo e interventivo na coreografia. "Antes, o coreógrafo
dava um movimento ao bailarino e ele decorava-o e trabalhava-o. Agora dão temas, estímulos - que podem ser
objectos, músicas - para o bailarino criar". O coreógrafo produz a partir do discurso do intérprete.

Apesar da ruptura com os artifícios do ballet, a linguagem própria da dança contemporânea não deixa de
integrar referências clássicas. "Um bom bailarino contemporâneo tem de ter por base a dança clássica, a técnica,
para depois se puder libertar", salienta Catarina Marques. Uma coreografia contemporânea não tem a harmonia
estética de uma clássica. Mas os movimentos "têm primeiro de ser limpos para depois poderem ser sujos
intencionalmente".

O corpo na dança contemporânea


Como a dança contemporânea não se define em técnicas ou movimentos específicos, emerge uma nova noção de
corporalidade. Busca um sentido mais experimental, menos estratificado.

"Na dança contemporânea não existe um corpo ideal, como na dança clássica. É um corpo multicultural, que tem
várias referências", explica Joclécio Azevedo, coreógrafo, bailarino e director do Núcleo de Experimentação
Coreográfica do Porto (NEC).

Este corpo multicultural é um espelho do contemporâneo, do contexto globalizado em que a dança


contemporânea se move. "Relaciona vários temas da sociedade de hoje", afirma Catarina Marques. "Muitos
bailarinos falam do racismo" - Bill T. Jones é o exemplo maior - "da guerra ... é fruto do seu tempo".

A dança contemporânea explora uma paleta de procedimentos corporais distintos e transversais. "É um corpo
que tem formações diversas. Eu, enquanto bailarino, tenho formação de teatro", diz Joclécio. O bailarino tem
autonomia para traçar e desenvolver o seu próprio vocabulário, pois "não existe um corpo, existem corpos". Na
dança contemporânea, a ideia de corpo é "colocada em questão": "o corpo não está só dependente da
mobilidade, da elasticidade; mas também de características de ordem psicológica, antropológica, cultural".
O corpo não se apresenta como o único veículo de comunicação - todo o contexto temático que arquitecta a
criação encerra uma sintaxe. O corpo é quem instiga o discurso simbólico, "é o catalisador da emoção, do
pensamento, da atitude política, da sexualidade", esclarece Joclécio Azevedo. E é esse conjunto de elementos que
"acaba por tocar em diferentes aspectos da nossa vida contemporânea", acrescenta o coreógrafo.

Uma nova relação com os espaços


Um dos elementos diferenciadores da dança contemporânea é o diálogo que estabelece com os espaços. A
coreografia pode saltar de um palco para lugares menos convencionais. "No projecto 'Sub-18' fiz um espectáculo
numa ETAR", exemplifica Catarina Marques. "Aí faz-se uma coreografia sobre o espaço. Temos de ver o que ele
sugere, se o movimento é mais claustrofóbico, mais amplo", diz.

"Mas também pode ser simplesmente pegar numa coreografia e pô-la num espaço, só que ele vai condicioná-la.
Há uma necessidade na dança contemporânea de o bailarino se adaptar ao espaço", sublinha a antiga aluna do
Ginasiano.

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