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REVISÃO HISTÓRIA DO DIREITO

PRIMEIRA PROVA

Monitora: Isabella M. da Cunha

Metodologia da história:

POSITIVISMO

Contexto: Séc. XIX – Pós revoluções burguesas; consolidada a propriedade;


avanços científicos; otimismo europeu.

Filosófico: Fundado por Augusto Comte (França)


Pressupostos:
1) A realidade é dotada de exterioridade: sujeito X objeto
2) O conhecimento é a representação exata do real: necessidade de
esgotar o objeto; busca da verdade intrínseca às coisas.
3) Existe uma dualidade entre fatos (objetivos) e valores (subjetivos)

Sociológico:
Pressupostos do positivismo nas ciências sociais:
1) A sociedade é regida por leis naturais
2) A sociedade pode ser epistemologicamente assimilada pela natureza, ou
seja, estudada pelos mesmos métodos das ciências naturais
3) As ciências sociais devem limitar-se a explicações causais > objetivas >
sem juízos de valores, dos fenômenos sociais. = Princípio da
neutralidade axiológica (dos valores).

Positivismo Histórico:
Pressupostos:
1) Sujeito (historiador) independente do objeto estudado (história) –
imparcialidade do historiador
2) A história existe em si, objetivamente, de forma definida e acessível ao
conhecimento
3) Relação cognitiva mecanicista (espelho)
4) História narrativa – sem julgamentos, simplesmente dar conta do que se
passou

É uma história: FACTUAL.; POLÍTICA (dos grandes homens de Estado e


importantes acontecimentos); OBJETIVA; DOCUMENTAL (intuito de
transformar a história em ciência devidamente comprovada).

ESCOLAS: Escola histórica alemã – Leopold Van Ranke: grande marco;


história positivista = história rankeana.
Escola Metódica – Seguidores franceses de Ranke; Obra: Introdução aos
Estudos históricos – Langlois e Seignobos.

Positivismo jurídico: Hans Kelsen – formalismo;

História do direito = História das FONTES – baseada nas leis; e História da


DOGMÁTICA – baseada nas doutrinas.

CRÍTICAS: A imparcialidade é impossível (dualidade suj. e obj não se


efetiva; nem a neutralidade axiológica); A história não caminha em uma
linha progressiva;

ÉCOLE DES ANNALES

Contexto: Séc. XX – Crise econômica; Movimentos de perquirição dos direitos


sociais; Grandes Guerras.
1929 – Fundação da revista Annales d’histoire économique et sociale, por Marc
Bloch e Lucien Febvre;

1ª FASE: História Problema


2ª FASE: Geografia histórica – Fernand Braudel
3ª FASE: Micro história – Le Goff; Georges Duby

- Crítica a história factual política positivista – fontes: documentos oficiais


trazem a visão de quem estava no poder à época;
- História como problema teórico/científico – ao invés de narrar o passado,
problematiza-lo;
- Multidisciplinariedade;

-BRAUDEL – ápice da Escola: a história deve ser uma ciência em permanente


construção.
*Valoriza a geografia, o ambiente, o contexto.
*HISTÓRIA TOTAL - busca do máximo de perspectivas da história - tudo tem
uma história; realidade é culturalmente construída.
*Níveis de historicidade:
1) Estrutural – tempo de grandes permanências, estrutura;
2) Conjuntural – tempo social: contexto;
3) Factual – raso, de curta duração.

- Micro história: contar a parte pelo todo; limitação do ponto de análise.


*Explosão temática – perda do projeto de se buscar uma história total, e feição
de uma história regional, parcial. EXEMPLOS: História da vida privada; da
feminilidade; da higiene.
- Retorno aos fatos, mas de forma diferente, como indícios;
- Aproximação da antropologia;
LEGADO DA ÉCOLE DES ANNALES:
1) Interdisciplinariedade
2) Abertura das fontes e das perspectivas – história vista de baixo
3) Ciência problematizada e em permanente construção
4) Explosão temática

CRÍTICAS:
1) Leva ao extremo a busca de novas perspectivas, fazendo história do
irrelevante;
2) Sujeito abolido como agente transformador da história, retirando a
responsabilidade dos homens;

CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DO DIREITO:


1) Estabelecimento de novos domínios para buscar o direito no passado,
usa de outras fontes além da lei e da dogmática.
2) Visão da complexidade do fenômeno jurídico a partir da busca pelas
estruturas;
3) História não mais como justificadora do presente, mas como forma de
compreensão do passado.

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