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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO


CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E NATURAIS
CURSO DE FISICA/LICENCIATURA.

Mariniel Souza Galvão Junior


Wilian Teixeira Olívio

CONDUÇÃO DE CALOR EM METAIS

São Mateus
2011
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2. ABORDAGEM TEÓRICA..........................................................................................2
3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS............................................................................4
4. RESULTADOS E ANÁLISES....................................................................................7
5. CONCLUSÕES.......................................................................................................10
6. REFERÊNCIAS......................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO

O calor foi introduzido na ciência com uma primeira teoria do calor, postulada pelo
físico francês Sadi Carnot, em 1824. Nessa teoria o calor e a energia mecânica eram
equivalentes. Em 1850 o cientista Rudolf Clausius devenvolveu a teoria da
termodinâmica, ou teoria dinâmica do calor. Nessa época já se entendia os
mecanismo de transferência de calor. Os quais ocorrem de três maneiras diferentes:
convecção, condução e radiação.
No estudo da tranferência de calor, condução térmica é a tranferência de energia
térmica entre átomos ou moléculas vizinhas devido a um gradiente de temperatura.
Nesse experimento tentamos verificar as equações de fluxo de calor para o caso de
tranferência de energia térmica através da condução.
2. ABORDAGEM TEÓRICA

2.1. Condução.
Na condução a transferência de calor é feita através de movimentos das partículas
subatômicas. Uma subtância em equilíbrio vibra harmonicamente em torno de um
ponto, assim que depositada energia em sua vizinhança ela passará a vibrar mais
vigorosamente. No caso de elétrons livres, essa energia é passada aos vizinhos
através de colisões entre elétrons em equilíbrio e elétrons acelerados pela energia
térmica, no caso de moléculas a energia é tranferida através da transferência de
vibrações de rede entre o material.
O motivo de algumas substâncias conduzirem calor melhor do que outras está no
funcionamento de sua estrutura microscópica. No entanto podemos supor que
substância bom condutoras de eletricidade são boas condutodas de calor, devido a
presença de elétrons livres, pois as trocas intermediadas por choques de partículas
são mais eficientes do que as vibratórias. Ou seja, os metais devem ser bons
condutores de calor.
2.2. Fluxo de Calor
A condução acontece quando em um material contínio temos pontos com
temperaturas diferentes. Ou seja, a partir de uma diferença de temperatura temos
um fluxo de calor no material, conforme esboçado na Figura 1.

Figura 1. Fluxo de calor em uma barra.


Experimentalmente observa-se que o calor transferido no intervalo de tempo Δt
obedece à proporcionalidade

(1)
Um constante de condutividade térmica é inserida assim que consideramos a
variação de temperatura continuamente na distância. E dessa forma expressamos a
Lei de Condução do Calor:

(2)
Simplificadamente, para o caso em que o condutor se encontra entre dois
reservatórios de calor, conforme a Figura 2, temos uma simplificação do gradiente

de temperatura e dT /dx fica:

(3)
Dessa forma, a equação (2) simplificada fica:

(4)

Figura 2. Fluxo de calor em uma barra entre dois reservatórios de calor.


3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

3.1. MATERIAIS UTILIZADOS


Para a realização do experimento, utilizamos:
 01 régua milimetrada;
 01 vela de cera comum;
 10 pedaços de aproximadamente 3 cm de fio de cobre fino;
 01 aquecedor de água;
 01 erlenmeyer preenchido com água, com a tampa vedada conectado a um
tubo de látex;
 01 tubo de alumínio;
 01 tubo de cobre;
 01 fio rígido de cobre de 10 mm² de seção transversal;
 01 termômetro;
 01 cronômetro digital.

3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMNENTAL


3.2.1. Preparação do instrumento
Com a régua determinamos espaços sucessivos, próximos à extremidade do tubo
de cobre, de 1,0 cm. Com a vela acessa derramamos duas gotas de parafina em
cada local especificado, juntamente com um pedaço de fio de cobre fino, preso à
cera em sua extremidade. Realizamos esse procedimento até termos 10 fios presos,
espaçados igualmente por uma distância de 1,00 +/- 0,05 cm um do outro. Conforme
esquema da Figura 3.a.

Figura 3. (a) Posicionamento dos trastes de cobre sobre os tubos. (b) Aquecimento do tubo seguido
da derrubada dos trastes fixados por cera de vela.
O mesmo foi feito com o fio de cobre de 10 mm² de seção transversal.
Repetimos os passos anteriores para o tubo de alumínio, exceto que nesse caso o
espaçamento entre as pontas de cobre foi de 0,50 +/- 0,05 cm.
3.2.2. Realização das medidas
Colocamos o erlenmeyer com água para aquecer de modo que a água em seu
interior evaporasse e fosse expelida pelo tubo de látex a ele conectado e
direcionado para a extremidade do tubo de alumíno. Com o termômetro verificamos
a temperatura na extremidade do tubo próxima ao vapor dágua, medimos 75 +/- 3
ºC. Da mesma forma medimos a temperatura na outra ponta do tubo, medimos 22
+/- 3 ºC.
Com o cronômetro ajustado, esperamos até o primeiro ponto com parafina derreter,
derrubando o pedaço de fio de cobre. A partir daí acionamos o cronômetro e
medimos o tempo que levava para os sucessivos pedaços de cobre caírem na
medida em que a parafina que os segurava derretesse.
O procedimento foi realizado da mesma maneira para o tubo e o fio rígido de cobre.
Como resultado obtivemos as Tabelas 1, 2 e 3.

Tubo de alumíno
Distância (m) Tempo (s)
0,005 +/- 0,005 16 +/- 2
0,010 +/- 0,005 43 +/- 2
0,015 +/- 0,005 51 +/- 2
0,020 +/- 0,005 77 +/- 2
Tabela 1. Tempo medido para a queda das pontas de cobre sustentadas por cera de vela no tubo de
alumínio.

Tubo de cobre
Distância (m) Tempo (s)
0,010 +/- 0,005 18 +/- 2
0,020 +/- 0,005 44 +/- 2
0,030 +/- 0,005 83 +/- 2
0,040 +/- 0,005 180 +/- 2
0,060 +/- 0,005 283 +/- 2

Tabela 2. Tempo medido para a queda das pontas de cobre sustentadas por cera de vela no tubo de
cobre.

Fio de cobre
Distância (m) Tempo (s)
0,010 +/- 0,005 19 +/- 2
0,020 +/- 0,005 26 +/- 2
0,030 +/- 0,005 43 +/- 2
0,040 +/- 0,005 75 +/- 2
0,060 +/- 0,005 151 +/- 2
0,070 +/- 0,005 263 +/- 2
Tabela 3. Tempo medido para a queda das pontas de cobre sustentadas por cera de vela no fio rígido
de cobre.
A temperatura de fusão da vela (ponto de fusão da parafina) é de (54 +/- 4) ºC 1. A
condutividade térmica do alumínio é de 235 W/mK 2 e do cobre é de 401 W/mK2, sem
incertezas.
Utilizando o paquímetro medimos o diâmetro interno e externo dos tubos e o
diâmetro do fio rígido de cobre. Com o resultado calculamos a área da seção
transversal do tubo através de

π π π
A= A ext − A int = d 2 − d 2 = d 2−d 2
4 ext 4 int 4 ( ext int ) (5)
E, no caso do fio,

π
A= d 2
4
(6)
O que nos levou à Tabela 4.
Descrição Área (m²)
Tubo de cobre 1,34E-05 +/- 5E-07
Tubo de Alumínio 6,6E-06 +/- 3E-07
Fio de cobre 9,6E-06 +/- 3E-07
Tabela 4. Dimensão das seções transversais dos materiais utilizados.

1
(2005). "Gardner's commercially important chemicals: synonyms, trade names, and
properties". John Wiley and Sons.
22
R. Resnick, D. Halliday, e J. Merrill, Fundamentos de Física, vol. 2 Mecânica, 8a ed., LTC
(2009).
2
4. RESULTADOS E ANÁLISES
A medida que os primeiros trastes de cobre começam a cair a velocidade de
propagação do calor diminui, na verdade estamos presenciando o sistema entrar em
equilíbrio dinâmico, ou seja, presenciamos a formação de um gradiente de
temperatura no meio condutor (tubo oco ou maciço).
Podemos tirar algumas conclusões através da análise de como a temperatura
avança pelo material em questão. Pela temperatura de fusão da parafina,
anteriormente apresentada, temos o valor da temperatura para cada queda dos
trastes. No experimento pudemos então determinar: o tempo que leva para a
temperatura de fusão de um traste alcançar o traste seguinte; a própria temperatura
no local determinado; e a distância “percorrida” por essa temperatura.
Comparando as Tabelas 1 e 2 percebemos como o calor se propaga mais facilmente
no cobre do que no alumínio. E comparando as Tabelas 2 e 3 vemos como essa
propagação é mais eficaz sob uma área transversal maior.
Com um certo grau de simplificação podemos considerar a temperatura no início do
material constante e considerar a temperatura para cada intervalo de comprimento,
Δx, bem definida como a temperatura de fusão da parafina. Dessa forma podemos
reescrever a Equação (4) como

Δx
Δt=Q
KA ΔT (7)
E, de certa maneira, podemos descobrir, através dos dados colhidos, como o calor
do sistema evolui à medida que o tempo passa.
Dessa forma, calculamos o lado direito da equação multiplicado por Q e plotamos
um gráfico do tempo em função da grandeza calculada. Isto para cada material. O
resultado é apresentado nas Figuras 4, 5 e 6.
Nas Figuras 5 e 6, fica claro, através de uma aproximação por computador, que o
gráfico tem um formato parabólico. Nessas figuras a inclinação da curva ponto-a-
ponto representa o calor, como a derivada da parábola é uma reta, temos um
resultado coerente com o esperado, a saber, o calor do sistema aumenta de forma
constante com o passar do tempo. Era de se esperar, pois a fonte de calor é um
vapor d’água com temperatura constante e vazão aproximadamente constante
observando-se o intervalo de tempo considerado.
Figura 4. Curva com inclinações (derivadas) iguais ao calor conduzido no sistema com condutor de
alumínio.
Figura 5. Curva com inclinações (derivadas) iguais ao calor conduzido no sistema com condutor
cilíndrico oco de cobre.

Figura 6. Curva com inclinações (derivadas) iguais ao calor conduzido no sistema com condutor
cilíndrico inteiriço de cobre.

No caso do gráfico apresentado na Figura 4 ficou evidente a necessidade de se


obter mais pontos para um melhor traçado da curva.
Outra forma de fazer a experiência é colocar uma fonte de calor de menor
temperatura, por exemplo, um balde de gelo. Dessa forma teríamos uma situação
com equilíbrio térmico mais previsível. E se de alguma forma pudéssemos isolar
bem o sistema e calcular a energia térmica, poderíamos determinar o fluxo de calor
e reescrever a Equação (4) para investigar as constantes de condução térmica dos
materiais.
5. CONCLUSÕES

Pudemos observar como uma condução de calor entra em equilíbrio, como se


processa a dinâmica das temperaturas ao longo do material e o gradiente de
temperatura que se forma no condutor.
A Lei de Condução de Calor foi testada e mostrou-se, nesse experimento, bastante
coerente com os resultados intuitivamente esperados.
Também foi apresentada uma possível idéia para complementar o experimento e
realizar alguns passos adcionais para tornar mais interessante a investigação dos
materiais.
6. REFERÊNCIAS

 R. Resnick, D. Halliday, e J. Merrill, Fundamentos de Física, vol. 2


Mecânica, 7a ed., LTC (2006).
 P. A. Tipler e G. Mosca, Física, vol. 2, 5a ed., LTC (2006).
 F. J. Keller, W. E. Gettys e M. J. Skove, Física, vol.2, 1a ed., Makron
Books (1999).
 Freire, L. F. M.; A Transferência de Calor com o Uso de
Experimentos Alternativos; Departamento de Física, Universidade
Estadual da Paraíba, 2005.
 w3.ualg.pt/~rguerra/MEF0506/condutividade.pdf – Universidade do Algarve,
Portugal, 2005.

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