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2009
Cristina Gamboa
Conteúdo
1. CONCEITO .................................................................................................................. 3
1.1 OBJECTIVOS ........................................................................................................ 3
1.2 METODOLOGIA................................................................................................... 4
2. NOÇÕES DE FISIOLOGIA ........................................................................................ 6
2.1 TRABALHO MUSCULAR ................................................................................... 6
3. ANTROPOMETRIA .................................................................................................. 11
3.1 Conceito ................................................................................................................ 11
4. CONCEPÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO......................................................... 14
5. CONCEPÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE TRABALHO ........................................ 16
6. INTERFACE HOMEM-MÁQUINA ......................................................................... 18
7. FACTORES AMBIENTAIS DE INCOMODIDADE ............................................... 19
7.1 Ruído .................................................................................................................... 19
7.2 Vibrações .............................................................................................................. 21
7.3 Ambiente térmico ................................................................................................. 22
7.4 Qualidade do ar..................................................................................................... 26
8. SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ................................................................................ 28
9. TRABALHO COM ECRÃS DE VISUALIZAÇÃO ................................................. 33
10. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO - Carga física e mental do trabalho, tempo de
trabalho ........................................................................................................................... 33
10.1 Organização do trabalho ..................................................................................... 34
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1. CONCEITO
A palavra ergonomia, cada vez mais familiar e de uso corrente, deriva de
duas palavras gregas, ergos (trabalho) e nomos (estudo), significa «os costumes,
hábitos e leis do trabalho». Foi inventada porque houve necessidade de uma
palavra que exprimisse o estudo cientifico do homem e do seu trabalho.
O termo ergonomia pode ser utilizado para significar coisas diferentes.
Podemos dizer que há duas ergonomias, dois conceitos gerais de
ergonomia. Um dos conceitos, o mais antigo e ligado à cultura americana,
considera a ergonomia como a "utilização da ciência e da técnica para melhorar as
condições de trabalho do homem";
O segundo conceito, ligado à cultura europeia e mais recente, considera a
ergonomia quase como que "a ciência do trabalho", pelo que "estuda o trabalho do
homem com a finalidade de o melhorar".
Podemos considerar a ergonomia como o estudo e a adaptação do meio
envolvente às dimensões e às capacidades do homem, de modo a que as máquinas,
dispositivos, utensílios e mobiliário sejam utilizados com o máximo conforto,
segurança e eficácia.
Os domínios abrangidos pela ergonomia têm sido assim definidos, como os
«aspectos fisiológico, anatómico e psicológico do homem no seu ambiente de
trabalho».
Esta conceito apareceu durante a II Grande Guerra, quando surgiram
problemas respeitantes ao homem, que não eram clínicos, nem estritamente
médicos, tais como, dificuldades de pilotos voando a grande altitude, efeitos das
selvas tropicais e das águas geladas, a manobra de canhões, tanques e navios, etc.,
problemas estes que não se enquadravam em nenhum campo definido.
Estes problemas foram sendo resolvidos por equipas de cientistas e o êxito
do seu trabalho em conjunto serviu de exemplo para aplicação à indústria. Assim
se desenvolveu a ideia de estudar o homem no seu ambiente de trabalho com a
finalidade de adaptar a tarefa ao trabalhador.
Em resumo: É o estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições
e ambiente de trabalho ás capacidades psicofisiologias, antropométricas e
biomecânicas do homem.
1.1 OBJECTIVOS
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1.2 METODOLOGIA
• Análise da demanda;
• Definição das situações de trabalho a serem estudadas;
• Observações gerais e preliminares;
• Pré-diagnóstico;
• Levantamento de hipóteses;
• Plano de observação;
• Observações detalhadas e sistemáticas;
• Avaliação das exigências do trabalho;
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• Análise da actividade;
• Diagnóstico (global e local) e recomendações.
Análise da demanda
É o entendimento ou reconhecimento inicial, tanto da empresa como um
todo, mas também, e principalmente, do(s) problema(s) nela identificado(s).
Pré-diagnóstico
Das observações gerais, surgem os pré-diagnósticos, aos quais recaem as
“conclusões” prévias, que em sequência servem de modelo teórico para a geração
das primeiras hipóteses de trabalho.
Levantamento de hipóteses
Uma hipótese é uma suposição feita sobre uma coisa possível ou impossível
de ocorrência, de que se pode, através da pesquisa de campo, tirar conclusões. Na
Análise Ergonómica, ela figura como o elemento norteador da pesquisa; aquilo que
se quer “provar” como verdadeiro ou falso.
Plano de observação
O plano de observação deve ser coerente com o pré-diagnóstico e com as
hipóteses de trabalho.
Como o próprio termo indica, é a fase de preparação para observação
aprofundada, que, diferentemente da observação geral, deve seguir um método ou
roteiro, de modo detalhado e perfeitamente explicitado no estudo.
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Análise da actividade
Da mesma forma que a avaliação das exigências do trabalho, a análise da
actividade ou tarefa também é feita em concomitância e através das observações
detalhadas e sistemáticas, trazendo elementos que identifiquem o conteúdo e o
processo de trabalho e estudos de tempos e movimentos, incluindo, se necessário,
cronometragens.
Recomendações
Aqui o pesquisador desfecha a análise, propondo melhorias e continuidades
de procedimentos no trabalho, não bastando apontar incompatibilidades ou
deficiências, mas aqui o pesquisador desfecha a análise, propondo melhorias e
continuidades de procedimentos no trabalho, não bastando apontar
incompatibilidades ou deficiências, mas norteando a empresa sobre quais acções
podem ser realizadas para sua correcção, propondo melhorias tanto nos métodos
como nos postos de trabalho.
Conclusão
Não basta entrar numa fábrica ou loja e olhar, procurando “defeitos”; há
de se investigar, de forma sistematizada, o entorno de cada problema, não apenas
identificando-o, mas tendo o discernimento de propor as reais e possíveis soluções
que este possa vir a ter e, ainda, apontar e “provar” - cientificamente - o seu
fenómeno causador.
2. NOÇÕES DE FISIOLOGIA
2.1 TRABALHO MUSCULAR
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• A tensão desenvolvida ao nível da extremidade dos tendões depende dos
seguintes aspectos:
• número de fibras musculares excitadas;
• ângulo de articulação;
• estado do músculo;
• Cada fibra muscular contrai-se com uma determinada força e a força total
do músculo é a soma das forças das fibras envolvidas na contração;
• Um músculo com 1cm2 de seção transversal pode suportar de 3 à 4 Kg no
sentido vertical;
COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras, classificadas em cinco grupos:
• Vértebras cervicais (7);
• Vértebras torácicas ou dorsais (12);
• Vértebras lombares (5);
• Vértebras sacrococcigenas (9): (5) estão fundidas e formam o sacro e as (4)
da extremidade inferior são pouco desenvolvidas e formam o cóccix.
• Das 33 vértebras, apenas 24 são flexíveis e, destas, as que têm mais
mobilidade são as cervicais e as lombares;
• As vértebras dorsais estão unidas a 12 pares de costelas, formando a caixa
torácica, que limitam os movimentos;
• Entre uma vértebra e outra existe um disco intervertebral cartilaginoso. As
vértebras também se conectam entre si por ligamentos;
• Os movimentos da coluna são possíveis pela compressão e deformação dos
discos e pelo deslizamento dos ligamentos.
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As principais deformações da coluna são:
• Escoliose: é um desvio lateral da coluna;
• Cifose: é o aumento da convexidade, acentuando-se a curva para a frente na
região torácica, correspondendo ao corcunda;
• Lordose: é um aumento da concavidade posterior da curvatura na região
cervical ou lombar, acompanhado por uma inclinação dos quadris para a
frente.
MÁS PRÁTICAS
• Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;
• Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou
manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco;
• Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;
• Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou
manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco;
• Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de
provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou
balanceamento;
• Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa;
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• Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do
trabalhador) ou difícil de agarrar;
• Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar
juntamente com a carga;
• Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adoptando posturas
incorrectas;
• Pavimento degradado com desníveis;
• Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas
entre diferentes pisos);
• Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas
ao chão;
• Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade, velocidade do
ar);
• Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos;
• Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos
demasiadamente prolongados;
• Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se
realizam tarefas que implicam esforços mais pesados;
• Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas
demasiado grandes;
• Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores
efectuarem pequenas pausas.
Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja
alvo de correcção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar
sérias lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de
acidentes ou incidentes.
“É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à
adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho.”
BOAS PRÁTICAS
• Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou
peso (não superior a 23 kg);
• Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de
objecto a manusear;
• Procurar adaptar pegas ergonómicas na carga manuseada para facilitar o
levantamento e transporte;
• Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga –
evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical
e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca;
• Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados relativamente ao
solo (antes de proceder à elevação);
• Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte;
• Aquando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o
trabalhador deve evitar rir, tossir, falar ou efectuar outros movimentos
bruscos;
• Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre
evitados;
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• As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros
inferiores, sendo a coluna apenas elemento estático de transmissão e nunca
de articulação;
• Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível);
• Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição
física e sexo do trabalhador;
• Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que
participam mais activa na movimentação de cargas;
• A movimentação de cargas deve ser efectuada, em zonas, em que o
pavimento se encontre devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos,
entulho, cabos e fios condutores de electricidade.
• Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação e
transporte para movimentar as cargas;
• As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e
simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços;
• Se possível, proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex. deslocação
de barris de cerveja ou bidões;
• Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma
descontraída;
• Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou
monótonos, deve-se procurar efectuar pequenas pausas acompanhadas de
alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e
melhorar a circulação.
• Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma
descontraída;
• Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou
monótonos, deve-se procurar efectuar pequenas pausas acompanhadas de
alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e
melhorar a circulação.
3. ANTROPOMETRIA
3.1 Conceito
É o conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou as suas
partes.
A importância das medidas ganhou especial interesse na década de 40
provocada de um lado pela necessidade da produção em massa, pois um produto
mal dimensionado pode provocar a elevação dos custos e por outro lado, devido ao
surgimento dos sistemas de trabalho complexos onde o desempenho humano é
crítico e o desenvolvimento desses sistemas dependem das dimensões
antropométricas dos seus operadores.
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• Mesomorfo: indivíduos com tipo atlético, ou seja, ombro e peitos largos,
braços e pernas musculosos e abdómen pequeno. Apresenta pouco tecido
gorduroso subcutâneo;
• Ectomorfo: indivíduo longilíneo o qual possui face magra (testa alta),
pescoço fino e comprido, ombros caídos e largos, tórax e abdómen com
espessura e largura diminuídos.
ANTROPOMETRIA DINÂMICA
Verifica os limites da movimentação de cada segmento corporal, visando
minimizar os esforços físicos e oferecer a postura adequada. Suas principais
medidas são:
a) POSIÇÃO SENTADA
Área de visão
A área óptima de visão corresponde de 0º até 30º, para os lados e para baixo
da posição neutra da cabeça. Nesse campo visual os objectos são observados de
forma contínua e quase sem nenhum movimento dos olhos. Já a rotação máxima
do olho localiza-se 25º acima e 35º abaixo da linha média horizontal dos olhos. O
movimento lateral dos olhos possui 80º.
Há três níveis:
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• Nível 3: os objectos de emergência situam-se nesse nível pois são utilizados
quando há necessidade (movimento consciente da cabeça)
ALCANCE
ALCA NC E M Á
ÁXIM
XIM O
O
50
50 cm
cm
25
25
35
35-45
-45 55-
55- 65
65
100
160
(GRANDJEA
(GRA NDJEAN,
N, - 1983)
1983)
ANTROPOMETRIA ESTÀTICA
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• Largura da mão: distância lateral entre os pontos laterais das mãos e
verifica a largura dos instrumentos manuais.
• Altura da coxa: distância entre o assento local e o mais superior da coxa
para detectar a distancia do plano do assento e a altura sob a mesa.
b) POSIÇÃO ORTOSTÁTICA
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• Os movimentos de grande precisão não devem exigir grandes esforços
musculares;
• Ambiente de trabalho deve ser concebido e mantido de modo que as
condições físicas, químicas e biológicas não possam agir nocivamente sobre
os trabalhadores, mas sim preservar a sua saúde e capacidade para o
trabalho.
b) Posto de Trabalho de Pé
Esta posição é vulgar nas actividades do sector terciário, comércio e
serviços e é a recomendada para tarefas sujeitas a deslocamentos frequentes,
ou quando há necessidade de aplicar forças significativas.
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• Necessidade de manter o equilíbrio durante muito tempo com a
consequente tensão muscular;
• Diminuição da habilidade manual.
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• Os esforços impostos para a realização de uma tarefa, devem ser
considerados:
• Em tarefas que exijam pouco esforço mas grande precisão deve-se utilizar:
• Botões móveis;
• Interruptores basculantes;
• Botões rotativos.
• Em tarefas que exijam esforço, mas pouca precisão deve-se utilizar:
• Alavancas de comando com grandes braços;
• Manivelas ou volantes;
• Pedais.
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6. INTERFACE HOMEM-MÁQUINA
Interface do utilizador é o conjunto de características com o qual os
utilizadores interagem com as máquinas, dispositivos, programas de computador
ou alguma outra ferramenta complexa. Ela fornece métodos para:
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7. FACTORES AMBIENTAIS DE INCOMODIDADE
7.1 Ruído
Som: São vibrações sonoras que se propagam através do ar.
Propaga-se por meios materiais transportando energia a partir de uma fonte em
todas as direcções. Resulta de variações de pressão no ar. Estas alterações de
pressão são perceptíveis pelo ouvido e denominam-se pressão sonora que
determina a intensidade do som.
RUÍDO: É um conjunto de sons irregulares e aperiódicos, misturados com
outros periódicos e transmitidos pela via aérea.
O Ruído é parte integrante da sociedade actual. Nos locais de trabalho, o
ruído constitui um factor de risco para a saúde dos trabalhadores. Os efeitos
traduzem-se em Surdez Profissional
Decreto Regulamentar (n.º 9/92 de 28 de Abril) determina normas e
metodologias para estudo, intervenção e controlo de situações de trabalho com
ruído. Estabelece também os seguintes valores de ruído admissíveis:
• Nível de acção = 85 dB(A) - Nível a partir do qual há risco de contrair
surdez profissional, sendo necessário aplicar programas de prevenção.
• Limite de Exposição Pessoal Diária, LEP,d = 90 dB(A) - Dose de ruído
máximo admissível. Sempre que este valor for superado é obrigatório
proceder à protecção dos trabalhadores.
• Valor Limite de Pico, Máx.Pico = 140 dB - Valor limite de ruído de pico.
Sempre que este valor for superado é obrigatório proceder à protecção
dos trabalhadores.
Anatomia do ouvido
Na cóclea encontra-se o órgão de Corti, que constitui o receptor sensorial do
órgão da audição. É composto por aproximadamente 20000 células sensoriais
cilíadas, cada uma responsável por captar o som a uma determinada frequência e
enviar posteriormente sinal ao cérebro para análise.
MECANISMO DA AUDIÇÃO
As ondas são captadas pelo ouvido externo fazendo vibrar o tímpano que
por sua vez faz movimentar os ossículos do ouvido ampliando o som e
transformando as ondas acústicas em vibrações mecânicas. A partir da janela oval
há um líquido ( perilinfa) que provoca o movimento das células ciliadas do órgão
de corti responsável pela transmissão do som ao cérebro.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Adoptar prioritariamente as MPC, recorrendo às MPI unicamente no caso
de a situação impossibilitar qualquer outra alternativa.
A medida mais eficaz consiste em suprimir a fonte de ruído, substituindo,
por exemplo, a maquinaria ruidosa por outra mais silenciosa. Não sendo possível
deve evitar-se a propagação do ruído, isolando as máquinas ruidosas e colocando
materiais absorventes nas paredes, tectos e chão.
A nível do trabalhador exposto, as medidas preventivas são a realização de
exames audiométricos, a redução do tempo de exposição e a utilização de
protectores auriculares.
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EFEITOS DO RUÍDO SOBRE O HOMEM
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ruído excessivo não afeta
apenas o aparelho auditivo.
O ruído atinge todo o corpo, alterando todo o funcionamento dos principais
orgãos.
Costuma-se dividir os efeitos do ruído sobre o homem em duas partes: os
que atuam sobre a saúde e bem estar das pessoas e os efeitos sobre a audição.
Se submetermos uma pessoa normal a níveis intensos de ruído, as principais
alteração fisiológicas serão:
• Dilatação das pupilas;
• Hipertensão sanguínea;
• Mudanças gastro-intestinais;
• Reação da musculatura do esqueleto;
• Vaso-constricção das veias;
• Mudanças na produção de cortisona;
• Mudanças na produção de hormônio da tiróide;
• Mudança na produção de adrenalina;
• Fracionamento dos lipídios do sangue;
• Mudança na glicose sangüínea;
• Mudança na proteína do sangue;
• Aumento do nível de pressão sanguínea - sistólico;
• Aumento do nível de pressão sanguínea - diastólico;
• Hipertensão arterial.
A surdez provocada pelo ruído não pode ser curada mas quando detectada
pode-se impedir o agravamento. Assim deve-se fazer audiogramas periódicos
Como se faz?
O indivíduo fica numa câmara á prova de sons de diferentes frequências e
intensidade, os resultados registam-se num gráfico que é comparado com um
audiograma normal.
Também podem ser realizados através de ensaios oratórios em que se mede a
capacidade de distinguir palavras gravadas com diferentes intensidade.
• Sensitiva
Deve-se principalmente a lesão nas células ciliadas do órgão de corti,
causada por ruído intenso. Estes indivíduos podem reabilitar-se com aparelhos
para surdez de configuração e potência variável ou através de um implante
coclear.
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• Sensação auditiva e tempo de reacção
O tempo de reacção varia com o estado físico e mental do indivíduo e com a
intensidade do ruído. Quanto maior for o tempo de reacção maior será o risco de
acidente.
• Efeito de máscara
Os sons muito intensos podem ocultar os de menor intensidade podendo tornar
imperceptíveis certos sons que alertariam para sons de perigo.
• Fadiga auditiva
Tem como consequência uma redução da sensibilidade do ouvido. Quanto maior
for a fadiga mais intenso terá que ser o som para ser percebido. O aparecimento
da fadiga depende do tempo de duração do som e também da sua intensidade.
7.2 Vibrações
A vibração é um movimento oscilatório de um corpo, devido a forças
desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma
máquina ou equipamento.
Como todo corpo com movimento oscilatório, um corpo que vibra, descreve
um movimento periódico, que envolve um deslocamento num certo tempo. Daí
resulta a velocidade, bem como a aceleração do movimento em questão.
Outro factor importante é a frequência desse movimento, isto é, o número
de ciclos (movimentos completos) realizado num período de tempo.
No caso de ciclos por segundo, utiliza-se a unidade Hertz (Hz).
Ao contrário de muitos agentes ambientais, a vibração somente será
problema quando houver efetivo contato físico entre um indivíduo e a fonte, o que
auxilia no reconhecimento da exposição.
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amortecimento. Assim, todo corpo possui uma frequência natural de oscilação,
podendo ser quantificada com um pequeno estimulo no sistema. No entanto, este
corpo poderá estar sujeito a forças externas, vibrações de outras fontes que podem
entrar em contacto com o mesmo.
EFEITOS NO ORGANISMO
Os motoristas de autocarro estão mais predispostos ao desenvolvimento de
síndromes dolorosas de origem vertebral, deformações da coluna, estiramento e
maus-jeitos, apendicites, problemas gastricos e hemorróidas. Todavia, posturas
forçadas, manuseio de cargas e maus hábitos alimentares não podem ser
descartados como desordens.
Outros estudos em laboratórios, mostraram grande relação causal com
desordens gastrintestinais e uma cadeira vibratória, usada como simulador em
testes com motoristas revelou que a vibração causa desconforto e pode interferir
com a destreza de comando manual e acuidade visual.
PREVENÇÃO
• Reduzir a vibração na fonte;
• Reduzir a transmissão da vibração para o corpo;
• Reduzir a duração da exposição à vibração;
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PRINCIPAIS EFEITOS DAS TEMPERATURAS EXTREMAS SOBRE O
ORGANISMO - Temperaturas Baixas
Quando o calor cedido ao meio ambiente, é superior ao calor recebido ou
produzido por meio do metabolismo basal ou de trabalho, devido à actividade
física que se está exercendo, o organismo tende a arrefecer e, para evitar esta
hipotermia (descida da temperatura do corpo), põe em marcha múltiplos
mecanismos, entre os quais podemos indicar:
• Vaso-constricção sanguínea: diminuir a cedência de calor ao exterior;
• Desactivação (fecho) das glândulas sudoríparas;
• Diminuição da circulação sanguínea periférica;
• Autofagia das gorduras armazenadas: transformação química de lípidos
(gorduras armazenadas) a glícidos de metabolização directa;
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Existe também uma classificação racional de transtornos causados a altos níveis de
calor ambiental. As consequências da hipertermia poderão ser:
• Transtornos psiconeuróticos
• Fadiga térmica
• Transtornos sistemáticos:
• De calor, colapso de calor;
• Esgotamento por calor: Deficiência circulatória, desidratação,
desalinização;
• Golpe de calor.
• Transtornos na pele:
• Erupção;
• Anidrose (deficiência de suor);
• Deficiência congénita das glândulas sudoríparas;
• Queimaduras solares (devido às radiações ultravioletas).
a)Ambientes Frios
As medidas técnicas de controlo restringem-se praticamente ao fornecimento
de calor às áreas de trabalho frias, o que nem sempre é possível considerando os
motivos que obrigam ao trabalho nestes ambientes. A nível de organização do
trabalho é perfeitamente possível preverem-se períodos de descanso para
climatização.
E finalmente, é possível, na grande maioria das situações, criar e manter-se um
microclima satisfatório utilizando-se vestuário que assegure um isolamento
apropriado.
Medidas
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protecção (Vestuário adequado, Aquecimento em intervalos regulares,
Alimentação rica em calorias, gorduras).
b) Ambientes Quentes
Quando possível, deverão reservar-se os trabalhos em ambientes mais quentes
para os últimos dias da semana, pois provocam desadaptação que poderá ser
reparada com o repouso do fim-de-semana.
O limite da perda por sudação é de 4 litros nas 8 horas de trabalho, ou seja,
meio litro por hora, devendo a reposição ser feita regularmente ao longo do dia de
trabalho, com bebidas frescas (12 a 13 ºC) ou mornas (chá ou café muito fracos);
não sendo permitidas as bebidas alcoólicas e limitando a ingestão de sumos de
frutos e leite a 1 litro.
As refeições destes trabalhadores devem ser ligeiras e pobres em Lípidos
Devem-se afastar dos postos de trabalho em que existe exposição excessiva ao
calor, os indivíduos com afecções cardiovasculares, respiratórias, renais e os
obesos.
Medidas
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Protecção • Vestuário de protecção;
individual • Deve apresentar determinadas características, tais
como: boa ventilação, flexibilidade e elevada grau de
reflexão;
• Óculos e viseiras de protecção com vidro reflector.
7.4 Qualidade do ar
Em virtude do desenvolvimento industrial e o consequente aumento no uso
dos produtos químicos, nenhum tipo de ocupação está inteiramente livre da
exposição de substâncias capazes de produzir efeitos nocivos aos organismos
biológicos.
Qualidade do ar aceitável é definido como o ar sem concentrações de
contaminantes prejudiciais à saúde e com o qual uma parcela significativa de
pessoas expostas se sintam satisfeitas
Os diversos agentes químicos que entram em contacto com o organismo dos
trabalhadores, podem apresentar uma acção localizada ou generalizada (diversos
órgãos)
CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS
São gases, vapores e as partículas sólidas ou líquidas suspensas ou dispersas
no ar.
Por sua vez os agentes químicos podem ocorrer no estado sólido, líquido ou
gasoso.
• Os sólidos são poeiras nocivas que podem ser de origem: animal
(pelos e couro), vegetal (fibras de algodão e do bagaço de cana),
mineral (sílica livre e cristalina, amianto, berílio e carvão) e sintética
(fibras de plástico).
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• Os sólidos são poeiras nocivas que podem ser de origem: animal
(pelos e couro), vegetal (fibras de algodão e do bagaço de cana),
mineral (sílica livre e cristalina, amianto, berílio e carvão) e sintética
(fibras de plástico).
• Os líquidos, são soluções ácidas, alcalinas ou solventes orgânicos.
• Os gasosos são os gases e vapores, sendo este último a evaporação de
substâncias sólidas ou líquidas que estão distribuído no ar. Ex.:
monóxido de carbono, metano e gás carbónico.
PREVENÇÃO
Sempre que exista contaminante devemos actuar:
• Sobre o foco contaminante
• Sobre o meio de difusão
• Sobre o indivíduo receptor (o trabalhador)
PROTECÇÃO INDIVUAL:
Como a via de entrada dos contaminantes químicos de maior importância
são as vias respiratória e dérmica, a protecção individual está destinada
fundamentalmente a evitar que se produza a entrada dos contaminantes por estas
vias.
Oito normas que devem ser cumpridas pelas protecções individuais contra
os contaminantes químicos:
• Que seja adequada para reter o contaminante a que estamos expostos
• Que proteja todas as vias de entrada
• Que seja o mais confortável possível
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• Que se utilize adequadamente
• Que se mantenha limpo e em condições de uso
• Que esteja homologado para o risco que queremos proteger
• Que não tenha perdido nenhuma das suas características essenciais de
protecção
• Que seja individual, um para cada pessoa
8. SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
8.1 Iluminação e Ambiente Cromático
A iluminação e o ambiente cromático são um dos principais factores
ambientais que têm como principal finalidade facilitar a visualização das coisas
dentro do seu contexto espacial, de modo que o trabalho se possa realizar em
condições aceitáveis de eficácia, conforto e segurança. Se se conseguirem estes
objectivos, as consequências não só se repercutem favoravelmente sobre as
pessoas, reduzindo a fadiga, a taxa de erros e de acidentes, senão que contribuem
para aumentar a quantidade e qualidade do trabalho. Certas cores têm efeitos
psicológicos inegáveis, no entanto com variações importantes de um indivíduo para
outro.
Para que exista conforto e uma boa percepção visuais devem ter-se em
conta determinadas condições:
- Que estimulem a limpeza e a ordem (cores claras),
- Que melhorem o rendimento luminoso,
- Que evitem os encadeamentos,
- Que satisfaçam no possível os gostos dos trabalhadores,
- A combinação de cores deve ser estimulante e evitar monotonia,
- as cores das zonas de descanso devem oferecer uma mudança de atmosfera
com as de trabalho,
- os níveis de iluminação em zonas de descanso e refeitórios devem ser mais
ténues que as de trabalho,
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- o nível de iluminação deve ser apropriado à função da sala,
- a repartição das fontes deve ser equilibrada.
Classificação
Os locais de trabalho devem ser iluminados com luz natural, recorrendo-se
à artificial complementarmente, quando aquela seja insuficiente.
A iluminação natural, não perdendo de vista as suas vantagens de natureza
económica, é o tipo de iluminação para o qual o olho humano se desenvolveu e
aperfeiçoou.
As superfícies de iluminação natural devem ser dimensionadas e
distribuídas de tal forma que a luz diurna seja uniformemente repartida e serem
providas, se necessário, de dispositivos destinados a evitar o encadeamento.
Do ponto de vista psicológico, a iluminação natural, ou inclusive o mero
contacto visual com o exterior, tem efeitos positivos para a maioria das pessoas,
entre eles é de destacar:
- Facilita a variação da acomodação visual (perto/longe);
- Amplia o campo visual e evita os efeitos claustrofóbicos;
- Aumenta a estimulação sensorial;
- Acompanha os ritmos biológicos circadianos;
- Previne o "Sindroma Depressivo Estacional" (maior tristeza, ansiedade,
irritabilidade, sonolência, desmotivação).
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numa
determinada
direcção.
ILUMINÂNCIA E é uma lux (lx) (1 lux = 1 lm/m2)
medida do
fluxo
luminoso
incidente por
unidade de
superfície.
LUMINÂNCIA L é a candela por metro
intensidade quadrado (cd/m2)
luminosa
emitida,
transmitida
ou reflectida
por unidade
de superfície.
CONTRASTE C é a diferença
de
luminância
entre o
objecto e o
fundo em
relação à
luminância
do próprio
fundo.
FACTOR DE p é a relação da %
REFLEXÃO iluminação
que uma
superfície
reflecte
(luminância)
em relação
com a que
recebe
(iluminância).
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ENCADEAMENTO
Nos escritórios de grandes superfícies demasiado brilhantes iluminadas,
observam-se fenómenos de reflexão, de encadeamento, de contraste demasiado
marcados que podem contribuir para um aumento dos riscos de problemas visuais.
No caso do trabalho de escritório são dadas algumas indicações para uma boa
disposição e repartição dos dispositivos de iluminação:
• Nenhuma fonte luminosa deve aparecer no campo visual dos trabalhadores
enquanto eles trabalham;
• A linha que une os olhos à fonte luminosa deve ser um ângulo de 30º com a
horizontal. Se não pode ser evitado um ângulo inferior, as luzes devem ser
equipadas de abat-jour;
• As lâmpadas devem ser colocadas perpendicularmente à linha de visão;
• É preferível utilizar um maior nº de lâmpadas de menor intensidade que só
algumas muito potentes;
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A fadiga visual pode ser provocada por factores intrínsecos (ligados ao próprio
indivíduo) ou extrínsecos (ligados ao meio ambiente).
Iluminação inadequada
Deficiente adaptação antropométrica do posto de trabalho
Condições ambientais deficientes (pó, calor)
Horário e duração do trabalho
Tipo de trabalho (lupa, computador, microscópio)
Trabalhos de miniatura
A fotofobia aparece quando o olho está submetido a uma luz muito intensa
(sol). Manifesta-se por dor nos olhos, lacrimejo e contracções involuntárias das
pálpebras.
Apreciar o contraste
Manter o equilíbrio da iluminação tanto no campo visual como entre as
diferentes zonas do local de trabalho
EM RESUMO
Devem eliminar-se os encandeamentos e as sombras excessivas.
32
Não se deve descuidar a manutenção do sistema de iluminação:
33
10.1 Organização do trabalho
• A organização do trabalho é o resultado de um equilíbrio momentâneo,
reconstruído de forma quotidiana, entre diferentes grupos sociais.
• A organização do trabalho é baseada em uma visão teórica dos sistemas de
produção;
FORMAS DE ENCARAR
1. Análise de funções
2. Conteúdo do trabalho
3. Tempo de trabalho
4. Carga física
5. Carga mental
1. Análise de funções
• O planeamento da mão-de-obra passa por uma adequação entre as pessoas
e os postos de trabalho, assegurando que estejam disponíveis os recursos
humanos, quando necessários;
• Contudo, este processo não pode nem deve ser estático (pois as funções
estão sempre em constantes modificações) devendo considerar as
capacidades humanas, as considerações tecnológicas e comerciais;
2. Conteúdo do trabalho
Uma adequada organização do trabalho, que pretende não só o aumento da
produtividade, como a diminuição do risco e acidentes, deve ter em conta factores
como:
• Monotonia repetição;
Motivação;
Autonomia;
Ritmo de trabalho;
Quantidade de trabalho;
Responsabilização;
Automatização;
Grau de atenção.
Monotonia e repetição
• Estão frequentemente associadas a alterações do estado de saúde,
condicionando patologias com riscos cardiovasculares, hipertensão e
depressão;
• Descontentamento por parte dos trabalhadores, o que a curto/médio prazo
origina uma redução do desempenho, da satisfação e da realização, com
efeitos sobre a produtividade.
Motivação
• Este conceito remete para a satisfação das necessidades do sujeito.
• Ao nível organizacional, encontramos as necessidades:
• Físicas (como as condições de trabalho);
• De segurança (relacionadas com o tipo de vínculo com a empresa);
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• De relacionamento (através do estabelecimento de relações
interpessoais);
• De realização (que passam não só pelo desempenho mas pelo alcance
de objectivos);
• De responsabilidade (relacionadas com a liderança e a delegação de
funções);
• De desenvolvimento (associadas à informação/formação);
• E de reconhecimento (recompensas, salários e prémios).
Autonomia
• Representa a possibilidade que um trabalhador tem de poder controlar o
método de trabalho ou ordem de execução das tarefas, dentro dos
procedimento estabelecidos.
• Permitir um maior nível de autonomia dos trabalhadores permite aumentar
o grau de satisfação no trabalho, evitando a saturação.
Ritmo de trabalho
• Representa o tempo que o trabalhador utiliza para executar uma tarefa,
devendo ser tido em conta que o ritmo está directamente associado como
esforço que o trabalhador tem de prestar.
• Quando um indivíduo sente que não existe modo ou forma de alcançar as
exigências estabelecidas pelo ritmo de trabalho, desencadeia-se uma reacção
de stress, e consequentemente, fadiga física e cansaço psíquico.
Quantidade de trabalho
• Representada através do volume que um trabalhador tem de executar
durante um dia de trabalho, devendo esta ser ajustada a cada pessoa em
função do sexo, da idade, da experiência, etc.
Responsabilidade
• É importante criar condições para o desenvolvimento de responsabilidades
laborais, tendo em consideração a articulação entre o nível exigido pela
tarefa e o grau de responsabilidade que cada trabalhador está disposto a
assumir.
Automatização
• Pode permitir a redução da carga física excessiva e a diminuição das tarefas
repetitivas, podendo por outro lado apresentar desvantagens como a
diminuição do conteúdo da tarefa, especialmente no que diz respeito à
autonomia e à capacidade de tomar decisões.
Grau de atenção
• Tanto os trabalhos que requerem um elevado nível de atenção como os que
requerem um baixo nível, podem originar efeitos negativos:
• No 1º caso, podem ocorrer alterações da percepção sensorial,
representando um aumento dos riscos para a saúde;
• Enquanto no 2º caso, pode surgir uma perigosa sensação de
alheamento.
3. Tempo de Trabalho
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• A organização do tempo de trabalho tem efeitos sobre a saúde, visto
poder afectar a qualidade de vida tanto na actividade profissional
como nas relações extra laborais
• A organização do trabalho deve ter em conta os horários, o trabalho
nocturno e por turnos, o pluriemprego, o ritmo excessivo, as horas
extraordinárias excessivas, a programação dos ciclos de trabalho.
4. Carga Física
• Corresponde ao grau de exigência que o desempenho do posto de
trabalho tem sobre o indivíduo:
Esforços (carregamento de pesos, manobrar de máquinas,
distâncias percorridas, etc.);
Posturas;
Trabalho sedentário;
Trabalho em pé.
5. Carga Mental
• Corresponde ao nível de actividade ou quantidade de esforço mental
requerido para que o trabalhador obtenha um resultado concreto;
• Relação entre as solicitações efectuadas ao indivíduo e a sua capacidade
para tratar essa informação;
• A avaliação da carga mental deve ter em consideração os aspectos
cognitivos, emocionais, motivacionais e relacionais implicados em maior ou
menor grau no trabalho;
• É importante encontrar um equilíbrio adequado entre as capacidades
individuais e a exigência que decorre da realização da tarefa (quantidade de
informação a tratar, natureza dessa informação, sua complexidade, ritmo
de execução da tarefa, etc.)
Pode ocorrer:
• Sobrecarga (capacidades psíquicas e sociais solicitadas em excesso);
• Subcarga (solicitação insuficiente).
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• Realização de tarefas que implicam a elaboração simultânea de actividades
diferentes e que muitas vezes requerem exigências opostas;
• Realização de tarefas complexas;
• A carga emocional que pode estar subjacente à execução de determinadas
tarefas.
1. Rotação de tarefas
• No modelo tradicional, o colaborador A fazia a tarefa a, o colaborador B
fazia a tarefa b, ….
• A rotação de tarefas é trocar de posto e de tarefa: o colaborador A passa a
fazer a tarefa b, o colaborador B passa a fazer a tarefa c, …
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2. Alargamento de tarefas
• Consiste na integração de tarefas (ou de um conjunto de tarefas) da mesma
natureza. Trata-se sobretudo de um alargamento horizontal;
• Ao gestor vem permitir:
• Maior variedade e diversidade do trabalho;
• Maior duração do ciclo de trabalho;
• Maior flexibilidade do colaborador e do modo como organiza o
trabalho.
3. Enriquecimento de tarefas
• Consiste basicamente na adição de novas tarefas qualitativamente
diferentes;
• Trata-se de um alargamento horizontal e vertical de tarefas;
• Consiste em modificar cada tarefa individual de maneira a adquirir certas
características correspondentes aos factores de motivação do trabalhador
(ex. aumentar o grau de iniciativa o trabalho, delegar autoridade).
Em resumo:
• O trabalho, além de possibilitar crescimento, transformações,
reconhecimento e independência pessoal e profissional também pode causar
problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação.
• Os princípios que se adoptam na promoção e protecção da saúde, mais do
que uma responsabilidade social, traduzem o valor que a organização dá à
preservação das pessoas (o seu capital mais precioso) e são o espelho da
própria cultura da organização.
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