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Disciplina: Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial.


Professor: Pedro Rafael

Direito Comercial (Direito Empresarial).


Empresário:
De acordo com o Código Civil brasileiro em seu artigo 966 empresário
é:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem


exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.
Empresa:
Uma empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer
uma atividade particular, pública, ou de economia mista, que produz e
oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma
necessidade humana. O lucro, na visão moderna das empresas privadas, é
conseqüência do processo produtivo e o retorno esperado pelos
investidores.
Estabelecimento Empresarial:
O atual Código Civil adota uma visão mais ampla do estabelecimento
comercial, denominando empresarial.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo
complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.
Não se deve confundir empresa com estabelecimento empresarial. A
diferença entre empresa e estabelecimento está em que a empresa é a
unidade econômica de que o estabelecimento é uma das partes. Por
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exemplo família não é o mesmo que residência da família, ou seja, empresa


não é o m esmo que estabelecimento empresarial.
Registro da Empresa:
De acordo com o Código Civil é obrigatório o registro da empresa. No
Brasil o registro é efetivado pelas Juntas Comerciais existentes em cada
unidade da federação.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, antes do início de sua atividade.
Da Capacidade:
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os
que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não
forem legalmente impedidos.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer
atividade própria de empresário, se a exercer,
responderá pelas obrigações contraídas.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante
ou devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade,
entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou
no da separação obrigatória.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade
de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e
averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis,
os pactos e declarações antenupciais do empresário, o
título de doação, herança, ou legado, de bens
clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
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Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a


separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Público de
Empresas Mercantis.

DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Empresário individual é a pessoa que é o único proprietário da
empresa. Não há sócios. É aquele em que a titularidade é unipessoal e a
responsabilidade do seu titular é ilimitada, respondendo o seu patrimônio
pelas dívidas da empresa.
Formação do nome empresarial individual
O comerciante individual:
DEVERÁ adotar o seu nome civil, por extenso ou abreviado;
PODERÁ aditar designação mais precisa de sua pessoa ou da atividade
a ser exercida para diferenciar de outro nome já existente;
NÃO PODERÁ abreviar o último sobrenome, nem excluir qualquer dos
componentes do nome.
Observação:
Não constituem sobrenome: Filho; Júnior; Neto; Sobrinho; etc., que
indicam uma ordem ou relação de parentesco.
Exemplos:
Pedro Xavier de Jesus;
Pedro X. de Jesus - Comércio de Bebidas;
P. X. de Jesus - Supermercado.
Alteração do nome empresarial
O comerciante individual:
DEVERÁ alterar o nome empresarial quando houver modificação do
nome civil do titular da firma individual ou quando houver modificação da
atividade constante do nome.
Exemplos:
Maria Joaquina Santos para Maria Joaquina Santos de Azevedo;
Pedro de Jesus - Açougue para Pedro de Jesus - Mercearia.
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DAS SOCIEDADES:
Sociedade é a pessoa jurídica formada por duas ou mais pessoas que
se comprometem a reunir capitais ou trabalho para realização de fim
lucrativo.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas
que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e
a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à
realização de um ou mais negócios determinados.

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Os doutrinadores têm procurado reunir as sociedades em grupo, de


acordo com as principais notas características encontradas nos diferentes
tipos previstos em Lei.
• Quanto à responsabilidade dos sócios:
 Responsabilidade limitada – nelas, os sócios respondem
apenas pelas importâncias com que entraram para a formação do capital
social ou pelo limite total do capital. Ex. sociedades anônimas e
sociedades por cotas de responsabilidade limitada.
 Responsabilidade ilimitada – os sócios respondem
ilimitadamente, de forma subsidiária e solidariamente, pelas obrigações
sociais. Ex. Sociedades em nome coletivo
 Responsabilidade mista – há sócios com responsabilidade
ilimitada e sócios com responsabilidade limitada. Ex. sociedades em
comandita simples, sociedades em comandita por ações e sociedades de
capital e indústria.

• De acordo com nosso Código Civil, art. 982:


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 Sociedades Empresárias – são as sociedades que tem por


objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro.
 Sociedades Simples – todas as demais.
Exceções: conforme o art. 982, parágrafo único do Código Civil, as
Sociedades por ações serão consideradas sempre empresárias,
independente do seu objeto e as cooperativas serão sempre consideradas
sociedades simples.
• Sociedades Não-Personificadas – são as sociedades sem
personalidade jurídica, ou seja, que apresentam alguma
forma de irregularidade. São elas:
 Sociedade  Sociedade
em comum Irregular
 Sociedade  Sociedade
de fato em conta de participação
• Sociedades Personificadas – são aquelas dotadas de
personalidade jurídica, podendo ser sujeito de direitos e
obrigações. São elas:
 Sociedade  Sociedade em
Limitada Comandita Simples
 Sociedade  Sociedade em
Anônima Comandita por Ações
 Sociedade em  Sociedade
Nome Coletivo Simples

DAS SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS

Parece contraditória em si a expressão sociedade não-personificada. De


fato, se a sociedade é uma categoria de pessoa jurídica, não se pode admitir
que uma sociedade não tenha personalidade jurídica. Ou se trata de uma
sociedade, conseqüentemente dotada de personalidade jurídica, ou não se
trata de uma sociedade. Quis o legislador, na verdade, ao disciplinar estas
sociedades, conferir um mínimo de segurança às suas relações, que não são
poucas, haja vista o grande número de atividades empresariais exercidas na
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informalidade. Destaque-se que, segundo o nosso próprio CC, a


personalidade jurídica se inicia com o registro (arts. 45 e 985). São elas:
a) Sociedade em Comum – é aquela sociedade ainda em formação, ou
seja, aquela que tem contrato escrito, mas que ainda não foi
registrado no órgão competente.
b) Sociedade de fato – é aquela sociedade sem contrato escrito. Aquela
que não possui instrumento escrito de constituição, ou seja, não
possui contrato social escrito.
c) Sociedade Irregular – é aquela que possui um contrato escrito, que
está registrado na Junta Comercial, mas apresenta alguma
irregularidade superveniente ao registro.
Uma preocupação da lei em relação a estas sociedades foi regular a
prova de sua existência, já que elas não possuem registro e,
conseqüentemente, são despidas de personalidade jurídica, tendo em vista
as controvérsias judiciais envolvendo a sociedade e terceiros e os sócios
desta sociedade entre si.
Nesse sentido dispôs o art. 987 do CC que “ os sócios, nas relações
entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a
existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de
qualquer modo”.
No que se refere à responsabilidade dos sócios nestas sociedades,
deveria o legislador ter previsto a responsabilidade ilimitada e direta dos
sócios pelas obrigações sociais. Essa seria a opção mais coerente com o
sistema. No entanto, essa não foi a opção escolhida. Preferiu o legislador
estabelecer a responsabilidade ilimitada, porém subsidiária ( os sócios
respondem solidariamente quantos às dívidas que tenham que honrar com
seu patrimônio pessoal, entre sócios e sociedade, todavia, a
responsabilidade é subsidiária, ou seja, primeiro responde a própria
sociedade, para depois serem executados os patrimônios pessoais dos
sócios) dos sócios em geral, e a responsabilidade ilimitada e direta somente
do sócio que contratou pela sociedade, conforme art. 990 do CC. Lembrando
que o patrimônio social da sociedade em comum, segundo o art. 988 do CC,
é formado por todos os bens que estão diretamente afetados ao exercício
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da atividade constitutiva do objeto social. É contra esses bens que os


credores sociais devem se voltar.
d) Sociedade em conta de participação – esta sociedade é o que a
doutrina chama de sociedade secreta. Na verdade, não se trata,
propriamente, de uma sociedade, mas de um contrato especial de
investimento. Suas marcas características, que a afastam da sociedade
empresária típica, são a despersonalização (ela não é pessoa jurídica) e a
natureza secreta (seu ato constitutivo não precisa ser levado a registro na
Junta Comercial), além disso, não tem necessariamente um capital social,
liquida-se pela medida judicial de prestação de contas e não por ação de
dissolução de sociedade, e não possui nome empresarial.
Apresenta duas categorias de sócios: o sócio ostensivo e os sócios
participantes ou ocultos. Normalmente, a sociedade em conta de
participação é constituída para a realização de empreendimentos
temporários ou até mesmo para realização de determinado negócio
específico, extinguindo-se posteriormente. Ex. Apart-hotéis. Uma empresa
de hotelaria assume a posição de sócio ostensivo, negociando com
fornecedores e clientes, repartindo os resultados econômicos com os
proprietários dos apartamentos, que são os sócios ocultos dos contratos.
No que se refere a responsabilidade, perante terceiros, quem responde
é o sócio ostensivo (art. 991), o qual exerce, em seu nome individual, a
atividade empresarial, e responde sozinho pelas obrigações contraídas. O
patrimônio social desta sociedade é o patrimônio especial, conforme
disposto no art. 994 do CC. Esta referida especialização patrimonial somente
produz efeitos em relação aos sócios.

SOCIEDADES PERSONIFICADAS
A principal conseqüência da personificação das sociedades é o
reconhecimento da sociedade como sujeito de direitos, ou seja, como ente
autônomo dotado de personalidade jurídica distinta da pessoa dos seus
sócios e com patrimônio também autônomo, que não se confunde com o
patrimônio dos sócios. São elas:
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1 – DA SOCIEDADE SIMPLES (ARTS. 997 A 1038 CC).


As normas gerais contidas na sociedade simples, são aplicáveis de
modo subsidiáro às sociedades em nome coletivo, em comandita simples,
em conta de participação e até mesmo à sociedade limitada, se o contrato
não prever a aplicação da legislação S/A.
Contrato Social - A sociedade constitui-se mediante contrato escrito,
particular ou público.
Registro - Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade
deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas do local de sua sede.
Objeto – O campo de atuação da sociedade simples, se restringe à
atividade intelectual, podendo citar as atividades dedicadas às pesquisas
científicas, a atividade literária e as mais variadas manifestações artísticas.
Da Responsabilidade dos Sócios:
Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os
sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo
cláusula de responsabilidade solidária.
Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas
da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde
o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
Da participação nos resultados sociais - É nula a estipulação
contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.

2 - SOCIEDADE LIMITADA (ARTS. 1.052 A 1.087 DO CC)


Trata-se do tipo societário mais utilizado na praxe comercial,
correspondendo a aproximadamente 90% dos registros de sociedade no
Brasil. Isto se dá ao fato de ela ostentar duas características específicas que
a tornam um tipo de sociedade bastante atrativo para os pequenos e médio
empreendedores, quais sejam: a contratualidade (abre uma margem maior
para negociação dos sócios) e a limitação de responsabilidade dos sócios
( funciona como redutor do risco empresarial).
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Conceito - É aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo


todas, de forma subsidiária, responsabilidade solidária pelo total do capital
social (Fran Martins). Os sócios gozam, portanto, dos benefícios da limitação
da responsabilidade. Nelas, a obrigação dos sócios não irá além do valor do
capital social e nisso consiste a vantagem, para os sócios, da limitação.
Forma de Constituição :
• Por contrato ou através de instrumento público ou particular. O
contrato social deve conter os requisitos gerais de validade de
qualquer negócio jurídico (agente capaz, objeto lícito, possível,
determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa
em lei), além de dois requisitos especiais de validade: 1º todos
os sócios devem contribuir para a formação do capital social,
ainda que essa contribuição seja ínfima (bens, dinheiro,etc); 2º
Garantia de que todos os sócios devem participar dos resultados
sociais. (dividir além dos lucros as perdas);
• A firma terá que trazer o nome de um, alguns ou todos os
sócios; podem usar ainda uma denominação, mas em qualquer
caso o nome comercial será sempre acrescido da palavra
limitada, por extenso ou abreviada (ltda), sem o que todos os
sócios serão tidos como ilimitadamente responsáveis pelas
obrigações sociais. Ex. Antunes & Cia Ltda; Antunes & Cia.
Limitada; Empresa de Transportes SP Ltda, etc. Ou se adota
firma ou denominação, a única exigência é a expressão limitada
ou sociedade de responsabilidade limitada;
• O capital social deve ser integralizado, ou seja, cada sócio é
obrigado a entrar com o valor correspondente à cota que lhe
cabe. Uma vez integralizada as cotas, não haverá outras
responsabilidades e o patrimônio pessoal do sócio não estará
sujeito à execução.
• No caso de falência, os sócios respondem solidariamente apenas
pela parte que faltar para preencher a totalidade do capital. Se
já preenchido o capital, nada acrescentarão. Pouco importa que,
falindo, a sociedade dê prejuízo aos credores. Diz a lei no art.
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1052 do CC que “ na sociedade limitada, a responsabilidade de


cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social”.
Responsabilidade dos Administradores – a sociedade limitada,
representada por seus legítimos administradores (art. 1064 CC) responderá
pelos atos de gestão que os mesmos praticarem.
Da Responsabilidade dos Sócios - Na sociedade limitada, a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.

3 - SOCIEDADES ANÔNIMAS (LEI N. 6404/76)


Trata-se de um ente de grande importância na sociedade industrial,
desempenhando relevantes fins, em especial quanto à democratização de
capital na possibilidade de reunião dos elementos necessários para a
realização de empreendimentos econômicos de vulto.
Características principais:
• Divisão do capital social em partes de igual valor nominal,
denominadas ações. Ação é cada uma das partes que se divide
o capital de uma sociedade anônima ou por ações;
• Responsabilidade dos sócios limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas;
• Transmissão das ações,
• Denominação sempre acrescida de S.A. ou precedida de CIA,
abreviadas ou por extenso. Só poderá ser identificada por
denominação no nome comercial, tendo em vista sua natureza
essencialmente capitalista, não identificando os sócios da
sociedade como na firma;
• Estrutura constituída de órgãos.
Constituição da Sociedade Anônima:
• Sendo a sociedade anônima uma sociedade institucional, e não
contratual, ela se constitui não através de um contrato social,
mas de um ato institucional ou estatutário.
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• Sua constituição deve seguir uma série de requisitos formais


previsto na legislação acionária. Esses requisitos estão divididos
na LSA em duas etapas distintas: na primeira, devem ser
observados os chamados requisitos preliminares; na segunda,
algumas formalidades complementares. O que se altera é a
forma de subscrição do capital. Subscrever o capital significa
obter o capital dos acionistas. È o ato pelo qual uma pessoa
assume as responsabilidades de cobrir uma parte do capital
social.
Órgãos: a sociedade anônima desenvolve suas atividades através de
órgãos com atribuições próprias de acordo com um princípio de divisão do
trabalho. São três os órgãos:
• Assembléia geral ou extraordinária – órgão que delibera sobre as
normas fundamentais e as decisões básicas da vida da
sociedade. Ex. nomear e destituir os administradores e fiscais,
apreciar as demonstrações financeiras apresentadas, alterar ou
reformar os estatutos, etc.
• Diretoria – órgão executivo da sociedade. Compõe-se de dois ou
mais diretores. Os estatutos devem mencionar o modo de
investidura e substituição, o número de diretores, sua
remuneração, o prazo de gestão, número de ações que cada diretor
deve caucionar como garantia da responsabilidade de sua gestão e as
atribuições;
Conselho Fiscal – exerce função fiscalizadora. Recebe poderes da assembléia,
é composto de três a cinco membros, acionistas ou não, eleitos pelas assembléia e
com direito a reeleição. Cabe a ele o exame e a fiscalização dos atos dos
administradores.

4 - SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (ART. 1039 A 1044 DO CC)


A principal característica dessa sociedade é a responsabilidade ilimitada dos
sócios que a compõem, ou seja, esgotado o patrimônio da sociedade, seus
credores podem executar o restante das dívidas sociais no patrimônio pessoal dos
sócios (art. 1039 CC). Entretanto, os sócios podem, no ato constitutivo, limitar sua
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responsabilidade entre si, mas nunca perante terceiros. A limitação de


responsabilidade entre eles, dá direito de regresso de um sócio contra o outro.
São sociedades de pessoas, de responsabilidade solidária e ilimitada.
Sociedades de pessoas porque prepondera o aspecto pessoal, influindo
decisivamente na vida da sociedade qualquer alteração na composição dos sócio.
Nome – pode ser designada por firma ou razão social;
Constituição – por contrato, mediante instrumento público ou particular, do
qual constarão nome, domicílio, naturalidade dos sócios, firma ou razão social, o
nome ou nomes do sócio ou dos sócios-gerentes, a designação do objeto social, as
cotas de cada sócio, o montante do capital social, a participação de cada sócio nos
lucros e perdas, o prazo de duração da sociedade e a forma de liquidação e
partilha. Gerente da sociedade em nome coletivo só poderá ser um sócio, órgão da
sociedade, que não se confunde com gerente-empregado.

5 - SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (ARTS. 1045 A 1051)


Raramente constitui-se uma sociedade em comandita simples. Trata-se de
uma forma jurídica que permite a prestação de capitais por um ou alguns, sem
qualquer outra responsabilidade ou participação na administração do negócio, pois
a outros estará reservada essa situação.
Dispõe o CC em seu art. 1045: “ na sociedade em comandita simples tomam
parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota”. Cabe ao contrato social especificar claramente
quem são os comanditados e quem são os comanditários.
Assim, é constituída por sócios de responsabilidade ilimitada e solidária
(comanditados) e de sócios de responsabilidade limitada à importância com que
entram para o capital (comanditários). Portanto, é uma sociedade de pessoas
mista.
O nome comercial será firma com a adição das palavras & Cia abreviada ou
por extenso (é obrigatório) e não poderá aparecer o nome dos sócios
comanditários, sob pena de tornarem-se responsáveis, também solidária e
ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Os comanditários não poderão exercer a
gerência.

6 - SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES (ARTS. 1090 A 1092 CC)


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A sociedade em comandita por ações é uma sociedade empresária híbrida:


tem aspectos de comandita e de sociedade anônima. Assim como as sociedades
anônimas, tem o seu capital dividido em ações; e, assim como as sociedades em
comandita simples, possui duas categorias distintas de sócios, uma com
responsabilidade limitada e a outra com responsabilidade ilimitada.
A diferença essencial com a sociedade anônima está na responsabilidade de
parte dos sócios, os que administram a empresa, pelas obrigações sociais.
Enquanto na sociedade anônima a responsabilidade de todos os acionistas é
limitada, na comandita por ações, o acionista que exerce funções responde pelas
obrigações da sociedade constituídas durante sua gestão, de forma subsidiária
(após o exaurimento do capital social), ilimitada (sem qualquer exoneração) e
solidária (com os demais membros da diretoria).
Aplicam-se a elas, no que couber as regras da Lei n. 6404/76, a LSA. Por tal
razão, pode a comandita por ações abrir o seu capital, emitir valores mobiliários,
etc.

DO NOME EMPRESARIAL
Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada para o
exercício de empresa, de acordo com o Código Civil.
O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do
gênero de atividade.
A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob
firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la
aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura.
Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas
sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade
de que trata este artigo.
Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela
palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas
físicas, de modo indicativo da relação social.
A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela
figurar o nome de um ou mais sócios.
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A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e


ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da
sociedade.
A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo
"cooperativa".
A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social,
integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou
abreviadamente.

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