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OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 01 - Estado laico. O que é isso, companheira?


• Fonte: http://www.catolicasonline.org.br/ExibicaoNoticia.aspx?cod=1351
• Data: 27/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Estado laico. O que é isso, companheira?


Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma
Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia

Presidenta Dilma,

Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do


governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e
preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma
sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra
pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos
medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.
A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente
composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de
corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de
direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio
conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e
brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI
estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora
Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.
Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material
educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo
porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo
por outrem. Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar!
Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos,
homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo. Temos terríveis
exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de
violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo, em nosso próprio país.
Quando a senhora afirma, legitimando os conservadores homofóbicos, que é contra a
propaganda da "opção" sexual, faz parecer que alguém pode, de fato, "optar" por sentir esse ou
aquele desejo. Amor, desejo, afeto não são opcionais, ninguém escolhe por quem se apaixona,
senhora Presidenta! Mas se escolhe ferir, matar, humilhar.
Quando a senhora diz que todo material do governo que se refira a "costumes" deve
passar por uma consulta a "setores interessados" da sociedade antes de serem publicados ou
divulgados, como estampam hoje os jornais, ficamos ainda mais perplexas. De que "costumes"
estamos falando, senhora Presidenta? E de que "setores interessados"? Não se trata de
"costumes", mas de direitos de cidadania que estão sendo violados recorrentemente em nosso
país e em nome de uma moral religiosa conservadora, patriarcal, misógina, racista e homofóbica.
Trata-se de direitos humanos que são negados a milhões de pessoas em nosso país!
E "setores interessados", nesse caso, deveria significar a população LGBTTI e todas as
forças democráticas do nosso país que não querem ter um governo preso a alianças políticas
duvidosas, ainda mais com setores "interessados" em retrocessos políticos quanto aos direitos
humanos da população brasileira.
O país que a senhora governa ratificou resoluções da ONU tomadas em grandes
conferências internacionais, em Cairo (1994) e em Beijing (1995), comprometendo-se a trabalhar
para que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam reconhecidos como direitos
humanos. No entanto, até hoje pessoas LGBTTI morrem por não terem seus direitos garantidos.
Mulheres morrem pela criminalização do aborto e pela violência de gênero.
Comemoramos quando uma mulher foi eleita ao cargo máximo de nosso país. Ainda
mais porque, como boa parcela da sociedade, levantamos nossa voz contra o aviltamento do
Estado laico, ao termos um uso perverso da religião nas campanhas eleitorais de 2010 para
desqualificar uma mulher competente e com compromisso com a dignidade humana. Antes ainda,
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levantamos nossa voz a favor do III PNDH, seguras de que deveria ser um instrumento de
aprofundamento do respeito aos direitos humanos em nosso país. Agora não temos o que
comemorar, senhora Presidenta! Parece que o medo está, de novo, vencendo a verdade. E a
dignidade.
Infelizmente, temos de - mais uma vez! - vir a público exigir que os princípios do Estado
laico sejam cumpridos. Como a senhora bem sabe, a laicidade é essencial à democracia e não se
dá pela simples imposição da vontade da maioria, pois isso resulta em desrespeito aos direitos
humanos das minorias, sejam elas religiosas, étnico-raciais, de gênero ou orientação sexual. Não
existe democracia se não forem respeitados os direitos humanos de todas as pessoas. Impor a
crença religiosa de uma parcela da população ao conjunto da sociedade coloca em risco a própria
democracia, já que os direitos humanos de diversos segmentos sociais estão sendo violados.
Portanto, senhora Presidenta, não seja conivente! Não permita que alguns setores da sociedade
façam do Estado laico um conceito vazio, um ideal abstrato.
Como Católicas pelo Direito de Decidir, repudiamos o uso das religiões neste contexto
de manipulação política e afirmamos nosso compromisso com a laicidade do Estado, com a
dignidade humana e nosso apoio ao uso do kit educativo pelo fim da homofobia nas escolas
brasileiras.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 02 - Dilma troca kit anti-homofobia por cabeça de Palocci


• Fonte: http://www.pstu.org.br/editorias_materia.asp?id=12837&ida=0
• Data: 27/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Dilma troca kit anti-homofobia por cabeça de Palocci


E L DE R S A NO “FOL HA ”, S E CRE TA RI A NA CI O NA L L G B T DO PS T U

Dilma rifa os homossexuais para salvar Palocci

Na última quarta-feira, 25 de maio, a presidenta Dilma Rousseff mandou suspender o kit “Escola
sem Homofobia”, que vinha sendo elaborado pelo Ministério da Educação e serviria para levar
para dentro das escolas públicas, em todo o país, o debate sobre a homossexualidade e a
homofobia.

Esse material, encomendado pelo MEC há mais de um ano, é uma resposta a uma reivindicação
antiga do movimento LGBT e de professores, pais e estudantes: a necessidade de que as
diferentes orientações sexuais e a homofobia sejam abordadas nas escolas. Algo mais do que
necessário, já que não há nenhum preparo, ou material, nas escolas públicas para lidar com a
opressão homofóbica, o preconceito e o bullying sofrido por alunos, professores e funcionários
LGBT.

Apesar de que, para nós do PSTU, esse material tenha uma série de limitações – como por
exemplo o fato da elaboração não ter sido discutida com os professores e estudantes que vivem o
cotidiano da escola pública – ele é mais do que necessário e seria fundamental para abrirmos um
debate no interior das escolas.

Crônica de um recuo anunciado


É sempre bom lembrar que o kit iria romper com uma lamentável “tradição” do lulismo: dentre
tantas propostas e políticas anunciadas para o combate à homofobia, em mais de 8 anos de
governo Lula/Dilma, esta seria a primeira que chegou perto de sair do papel.

Embora Dilma alegue que a suspensão do material é devido ao seu conteúdo, o que já e bastante
grave, até mesmo porque ela mesma afirmou que nunca viu o material, já está claro para todo
mundo que há um outro motivo, que também é a cara do lulismo: a entrega de direitos e
conquistas dos movimentos sociais como forma de barganha em negociações espúrias com os
setores da classe dominante.

Quanto ao argumento baseado no conteúdo, além do material ter sido avaliado e recomendado
até mesmo pela Unesco (que está longe de ser uma aliada na luta contra a homofobia), o fato
concreto é que Dilma já deu claros sinais de que não tem nenhum compromisso com a nossa luta.
Basta lembrar da “carta ao povo de deus”, ainda durante a campanha eleitoral.
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E foi exatamente esta cumplicidade com a homofobia que Dilma transformou em acordo espúrio
ao retirar o “kit” para barrar a chantagem da bancada evangélica e grupos católicos no Congresso
Nacional, que ameaçaram convocar Palocci para esclarecer a multiplicação de seu patrimônio, e
abrir uma CPI para investigar o Ministério da Educação.

Diretos vitais como moeda de troca


Anthony Garotinho (PR-RJ), porta-voz dos homofóbicos, anunciou que a bancada evangélica não
votaria nada até que o kit fosse retirado e isto bastou para que Dilma dissesse que o material é
“inadequado”, que “não aceita propaganda de opção sexual” e que o governo “não pode intervir
na vida privada das pessoas”.

Da vida privada de quem ela se refere? Certamente ela não está falando das pelo menos 260
“vidas privadas” de homossexuais assassinados só em 2010 no Brasil. Ou da “vida privada” de
milhares de crianças e adolescentes que sofrem homofobia todos os dias na escola.

Nós sabemos que a homofobia não faz parte da vida privada, porque ela é cotidiana e está em
todo canto. E, acima de tudo, é uma “construção social”, alimentada por séculos de propaganda
ideológica (na qual as igrejas cristãs desde sempre cumpriram um lamentável papel de destaque),
políticas levadas a cabo pelas elites dominantes e conservadoras que sempre alimentaram as
práticas homofóbicas e reproduzida, no dia a dia, pelos meios de comunicação e, também, no
interior das escolas.

E, por isso mesmo, o movimento LGBT sempre lutou por um material público para ser utilizado no
interior das escolas, um “pequeno”, mas importante passo na luta por reverter a ideologia
homofóbica.

Ao nos negar este direito, Dilma faz coro com Jair Bolsonaro (PP-RJ), defensor da violência
homofóbica, da tortura e da ditadura militar, quando diz que o kit tem por objetivo propagandear a
homossexualidade. Por si só, isso já é um absurdo, como se nos tornássemos LGBT’s a partir de
qualquer tipo de “propaganda”. Além de que é sempre bom lembrar que o que acontece de fato é
que, diária e permanentemente somos, sim, bombardeados por propaganda da orientação sexual
majoritária: a heterossexualidade, sempre vendida com altas doses de machismo e homofobia,
nas escolas e na mídia.

É preciso transformar a indignação em ação


Ao invés de apontar como “inadequado” um material que sequer viu, o que Dilma deveria fazer é
investigar (e, pra isto, afastar) Palocci, cujo fantástico aumento de patrimônio (de 2000%!!!) pode
ser visto por todos. Afinal, o que é mais inadequado? Cumprir o papel de utilizar o dinheiro público
para desfazer preconceitos, ou proteger e acobertar um sujeito que enriqueceu com o dinheiro
público?

Já nas eleições no ano passado, Dilma, com a famigerada “carta ao povo de deus”, jogou no lixo
bandeiras históricas dos movimentos feminista e LGBT, como a descriminalização do aborto e a
união civil para casais homossexuais. Com essa carta, sinalizou que os setores mais oprimidos da
sociedade seriam os primeiros a serem “rifados” para manter seu compromisso com a bancada
evangélica – que, diga-se de passagem, é em sua maioria de partidos da base governista, assim
como o deputado Jair Bolsonaro.

Assim, para tentar varrer para baixo do tapete um escândalo de corrupção como o Palocci e
manter sua aliança com os setores mais conservadores da sociedade, Dilma joga fora até mesmo
o material que estava sendo desenvolvido pelo seu próprio governo.

A suspensão do kit anti-homofobia causou revolta em todos os ativistas e entidades do movimento


LGBT, e é preciso que tiremos uma lição disso: para lutar contra a homofobia e conseguir vitórias,
como conseguimos a aprovação no STJ da união estável, será preciso nos enfrentar com Dilma.
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Embora o discurso dos governos de Dilma, e antes dela, de Lula, seja de “compromisso com a
plena cidadania da população LGBT”, como aponta a ABGLT em sua nota, nos últimos anos,
políticas que não saíram do papel e grandes eventos foram realizados pelo governo federal para
jogar ilusões no movimento LGBT, mas medidas concretas como essa suspensão são feitas para
agradar os conservadores e religiosos no Congresso.

Em nome da “governabilidade” vale-tudo, e nos últimos anos, o PT tem continuamente


abandonado as bandeiras históricas que foram construídas junto aos trabalhadores até a chegada
de Lula ao poder. Se a “carta ao povo de deus” deixou dúvidas, esse novo fato não pode deixar:
não podemos ter o governo Dilma como aliado, precisamos retomar a independência do
movimento pra lutar contra a homofobia que sofremos cotidianamente.

E precisamos nos aliar às lutas dos professores e estudantes por uma escola pública sem
homofobia, gratuita, laica e de qualidade.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 03 - Carta aberta à Presidenta Dilma Vana Rousseff


• Fonte: http://www.abglt.org.br/port/index.php
• Data: 28/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Carta aberta à Presidenta Dilma Vana Rousseff

Querida presidenta Dilma,

No seu governo, ficamos felizes porque vinham se concretizando afirmações feitas na campanha
e na posse. No dia 30/03/2011 houve a posse do Conselho Nacional de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que é composto por 15 ministérios e 15 organizações
da sociedade civil. Um avanço importantíssimo.

Ficamos mais felizes ainda com sua convocação no dia 18/05/2011, em conjunto com a Ministra
Maria do Rosário, da II Conferência Nacional LGBT, a ser realizada nos dias 15 a 18 de dezembro
de 2011.

Na semana do Dia Internacional (e Nacional) Contra a Homofobia, fomos recebidos por 12


ministérios de seu Governo, para tratar de questões LGBT.

Também para relembrar, em discurso de posse Vossa Excelência afirmou:

"Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura, somos
naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos,
no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos"

"o Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do
tamanho da participação de todos e de cada um... de todos aqueles que lutam para superar
distintas formas de discriminação"

"Essa não será uma tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abraçada por toda
a sociedade"

"A ação integrada de todos os níveis de governo e a participação da sociedade é o caminho para
a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras".

No entanto, no dia 25 de maio recebemos a notícia desalentadora que V. Excia. suspendeu - sem
ter consultado os Ministérios envolvidos, o próprio Conselho Nacional LGBT, ou outras pessoas
diretamente envolvidas com o assunto - um trabalho árduo de pelo menos 537 pessoas de todas
as regiões do país, conduzido por instituições de renome: a Pathfinder do Brasil, a ECOS –
Comunicação em Sexualidade; a Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e
Reprodutiva, e realizado durante 3 anos em parceria com o Governo Federal. O produto desse
trabalho, o Kit do Projeto Escola Sem Homofobia, foi avalizado pelo Conselho Federal de
Psicologia, UNESCO, UNAIDS, entre outras entidades de renome nacional e internacional.

O material do kit foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação
do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa", e que deliberou que o material está
apropriado para uso no Ensino Médio.
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

No dia 03 de maio, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (Procuradoria Geral da


República) promoveu uma audiência pública intitulada "Avaliação dos programas federais de
respeito à diversidade sexual nas escolas". A avaliação incluiu o kit de material do projeto Escola
Sem Homofobia, e concluiu que o mesmo está apropriado para uso no Ensino Médio:

http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/informacao-e-comunicacao/informacao-e-comunicacao/eventos/direitos-
sexuais-e-reprodutivos/audiencia-publica-avaliacao-programas-federais-respeito-diversidade-
sexual-nas-escolas/audiencia-publica-dos-programas-federais-de-respeito-a-diversidade-sexual-
nas-escolas

Queremos dizer que não queremos "propaganda" de nossa ORIENTAÇÃO* sexual e nem de
nossa identidade de gênero. Nunca pedimos isto. Todo mundo sabe que somos lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais.

Querida presidenta Dilma ... esta carta não é chantagem. É uma reivindicação baseada nos
compromissos afirmados por seu governo e baseada nas garantias fundamentais da Constituição
Federal.

Como cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, queremos políticas públicas e legislações para
acabar com a vergonha nacional do "HOMOCIDIO" Brasileiro ... 3.448 assassinatos, segundo o
Grupo Gay da Bahia.

Veja as outras cifras de pesquisas científicas:

60% dos/das LGBT Brasileiros/as já foram discriminados/as


20% dos/das LGBT Brasileiros/as já foram espancados/as
60% dos/das profissionais de educação não sabem lidar com LGBT
87% dos/das brasileiros/as têm preconceito contra LGBT.
40% dos adolescentes masculinos não querem nem saber de estudar com LGBT.

Estas e outras informações sobre discriminação e a violência contra a população LGBT estão
disponíveis para consulta em : http://www.abglt.org.br/port/pesquisas.php

, a saber:

· MEC/UNESCO - Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a homofobia nas


escolas (2009)
· FIPE/MEC/INEP Estudo sobre ações discriminatórias no âmbito escolar (2009) - completo
· FIPE/MEC/INEP Estudo sobre ações discriminatórias no âmbito escolar (2009) - principais
resultados
· Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas (2009)
· Pesquisa Fundação Perseu Abramo - 2008
· Pesquisa DataSenado PLC 122/2006
· Marcha del Orgullo y Diversidad Sexual - Santiago de Chile 2007
· Pesquisa 5ª Parada da Diversidade de Pernambuco - Recife 2006
· Pesquisa 9ª Parada do Orgulho GLBT - São Paulo 2005
· Marcha del Orgullo GLTTB - Buenos Aires 2006
· Pesquisa 9ª Parada do Orgulho GLBT - Rio de Janeiro 2004
· Pesquisa 8ª Parada do Orgulho GLBT - Rio de Janeiro 2003
· Pesquisa 8ª Parada do Orgulho GLBT - Belo Horizonte 2006
· UNESCO - Juventudes e Sexualidade

Ainda, em junho de 2010, foram publicados os resultados de uma pesquisa promovida pelo
Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, referente à população gay.
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Embora o enfoque da pesquisa tenha sido a obtenção de informações sobre a epidemia da aids
nesta população, outros dados relevantes também foram revelados, entre os quais destacamos
que 51,3% dos entrevistados afirmaram ter sido discriminados no local de trabalho em função de
sua orientação sexual.

Presidenta Dilma como mãe e como vovó veja este vídeo da Dona Angélica mãe que
perdeu seu filho Alexandre Ivo causado pelo homofobia
http://www.youtube.com/watch?v=jj_Hfj2b1fQ ... triste né? Eu chorei muito.

Todos e todas contra a violência e a discriminação à comunidade LGBT neste pais.

Enfim presidenta Dilma,

"Façamos da interrupção um caminho novo.


Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro." (Fernando Sabino)

Continuamos nosso diálogo.

Sangrando na luta (ainda) não morto.

Tudo que não nos mata nos fortalece (Nietzsche)

Nossa luta se estremeceu mas com isto também nos fortaleceu e percebemos que temos
que derrubar muito mais muros e construir muito mais pontes a alem do que já fazemos.

"Mas se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte
Terra adorada!
Entre outras mil és tu Brasil, ó Pátria amada!" (Hino Nacional)

Parabéns Supremo Tribunal Federal - o principio da igualdade venceu. Orgulho do Brasil

Nós LGBT unidas e unidos sempre com aliados e aliadas contra homofobia individual, social e
institucional.

Queremos a aprovação imediata de uma lei que criminalize a homofobia. A base aliada é ampla. A
senhora pode nos ajudar muito sim. Com certeza será mais fácil que o código florestal.

Queremos o investimento de recursos em todos os Ministérios para que as 600 propostas da 1ª


Conferência acional LGBT saiam do papel e o descontingenciamento já de todas as emendas
destinadas as ações de proteção e garantia da cidadania da população LGBT (accountability
now).

Queremos que os órgãos do Governo Federal implantem imediatamente as 166 ações do Plano
Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT.

Queremos que haja registro oficial nos Boletins de Ocorrência e Laudos dos IML sobre a violência
e discriminação contra a população LGBT. Para ter políticas de combate a este fenômeno, há de
ter estatísticas oficiais. Governador Sérgio Cabral pode colaborar muito.
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Queremos que seja cumprido o Decreto 109-A, de 17 de janeiro de 1890, que estabelece a
Laicidade do Estado, e o respeito a todas as religiões, qualquer seja sua denominação, e o
respeito aos ateus e às ateias.

Além do kit Escola Sem Homofobia, queremos um grande kit "Sociedade Sem Homofobia".
Queremos uma Campanha Nacional do Governo Federal contra a Homofobia. Queremos uma
campanha contra o bullying e contra toda e qualquer forma de discriminação

Isto posto, estamos convocando as organizações LGBT afiliadas da ABGLT - assim como as
organizações e pessoas parceiras e aliadas - para, juntos e juntas, no mês de junho - em que se
comemora o Dia Nacional e Internacional do ORGULHO LGBT, fazermos uma mobilização
nacional em todas as capitais e cidades, iniciando em São Paulo com a maior Parada LGBT do
mundo, denunciando a situação da discriminação e violência contra a comunidade LGBT
brasileira. E com todos os casais homoafetivos registrando suas uniões estáveis, em pé de
igualdade com seus pares heterossexuais. Viva os 11 Ministros do STF

"Hasta la Victória siempre". Que a "Sierra Maestra" da homofobia seja tomada pelo respeito à
diversidade humana neste pais.

Esse pais tem justiça, que o diga os dez ministros do Supremo Tribunal Federal. A decisão do STF
é o exemplo e o norte para o Executivo e o Legislativo. Agradecemos pelo apoio de seu Governo:
nos dias 4 e 5 de maio, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
defenderam no Supremo Tribunal Federal o reconhecimento da igualdade de direitos dos casais
homoafetivos e a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos e membros de sua equipe
acompanharam a votação pessoalmente.

Que a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 seja cumprida em


todos seus artigos, principalmente o artigo 3º: Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária (inclusive para pessoas LGBT)...
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação (inclusive para pessoas LGBT).
e o artigo 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Que derrubemos a "Bastilha" do racismo, machismo, patriarcado, obscurantismo, antissemitismo,


fundamentalismo, fanatismo, a homofobia e a intolerância religiosa. Que tudo isto vá para o ralo
da história.

Estamos abertos ao diálogo e à negociação, sempre.

País rico é um país sem pobreza, e também sem homofobia. Todos e todas contra a miséria social
e intelectual.

Fraternalmente

Toni Reis

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à


Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 04 - Kit-Polêmica
• Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo – Caderno Aliás
• Data: Domingo, 29 de maio de 2011, J3
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Kit-Polêmica
Debora Diniz*

A história ainda é nebulosa. Parece um daqueles eventos políticos em que os fatos são piores que
os rumores. O teatro público foi o seguinte: o Ministério da Educação anunciou a distribuição de
material didático de combate à homofobia nas escolas de ensino médio; um grupo de
parlamentares evangélicos reagiu ao que foi descrito como kit gay e pressionou o governo contra
a iniciativa; a presidente anunciou o veto ao material didático do MEC. As breves palavras da
presidente sobre o ocorrido se resumiram a “não vai ser permitido a nenhum órgão do governo
fazer propaganda de opções sexuais”. Não arrisco dizer que essa foi a primeira grande polêmica
do governo Dilma, mas pressinto uma atualização da patrulha moralista que a perseguiu durante a
campanha presidencial. O primeiro capítulo desse teatro parece ser o único a sobreviver como
relato oficial da história. O MEC produziu um material didático para a sensibilização e o combate à
homofobia nas escolas de ensino médio. O diagnóstico do MEC é simples: a homofobia mata,
persegue e violenta aqueles que estão fora da norma heterossexista de classificação das
sexualidades. Um adolescente gay tem medo de ir à escola e ser discriminado. Há histórias de
abandono escolar e de suicídio. Uma das personagens do vídeo original do MEC se chama
Bianca, uma travesti que sai do armário ainda no período escolar. Seu primeiro ato de rebeldia foi
pintar as unhas de vermelho e ir à escola. A ousadia rendeu-lhe um ano de silêncio familiar.

Ainda não entendo a controvérsia em torno desse material. O puritanismo que crê ser possível
falar de sexo e sexualidades sem exibir práticas e performances foi respeitado pelo material do
MEC. Bianca é uma voz desencarnada em um vídeo sem movimento. Não vemos Bianca em
ação, conhecemos apenas o seu rosto. Só sabemos que Bianca existe, quer ir à escola e sonha
em ser professora. Ela insiste que para ser professora precisa ir à escola. Mas ela depende da
autorização dos homens homofóbicos de sua sala de aula, que ameaçam agredi-la. Bianca
agradece às suas professoras e colegas que a reconhecem como uma estudante igual às outras.
Sozinha, a escola pode ser um espaço aterrorizante.

O segundo capítulo da história é mais difícil de acreditar. Grupos evangélicos teriam substituído a
história de Bianca por um vídeo vulgar, uma fraude grotesca cometida por quem não suporta a
igualdade sexual. Em audiência com a presidente, teriam entregado o vídeo e, ao que se conta,
aproveitado a ocasião para conversar sobre a crise política que ronda o ministro da Casa Civil,
Antônio Palocci. Entre as peripécias de Palocci, as travestis em ato sexual e o fantasma da
homossexualidade, a reação da presidente foi suspender o material didático do MEC. O
surpreendente não está no uso de mentiras para a criação de fatos políticos, mas na proeza de os
grupos evangélicos terem conseguido convencer a presidente de que sua equipe de governo do
MEC seria tão medíocre na seleção de material didático para as escolas públicas.

Se a presidente assistiu aos vídeos reais ou aos fraudulentos, não importa. O fato é que foi
anunciado o veto ao material didático do MEC – uma vitória para os conservadores, que não
sossegam desde que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a igualdade sexual em matéria de
família. Mas há uma injustiça covarde nessa decisão. O tema do material era a homofobia, algo
diferente de propaganda de opções sexuais. Na verdade, jamais assisti a um vídeo de
propaganda de algo tão íntimo e da esfera da privacidade quanto a opção ou o desejo sexual
consentido. Homofobia é um crime contra a igualdade, viola o direito ao igual reconhecimento,
impede o pleno desenvolvimento de um adolescente. Homofobia é o que faz Bianca ter medo de ir
à escola.

O verdadeiro material do MEC tem um objetivo claro: sensibilizar professoras e estudantes para a
mudança de mentalidades. Uma sociedade igualitária não discrimina os fora da norma
heterossexista e reconhece Bianca como uma adolescente com direitos iguais aos de suas
colegas. Mas, diferentemente do fantasma conservador, a mudança de mentalidades não prevê
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

uma subversão da ordem sexual – os adolescentes não serão seduzidos por propagandas
sexuais a abandonarem a heterossexualidade.

A verdade é que o material do MEC não revoluciona a soberania da moral heterossexista, mas
contesta a falsa presunção de que a homofobia é um direito de livre expressão. Homofobia é um
crime contra a igualdade sexual.

* Professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos


Humanos e Gênero.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 05 - Marta Suplicy fala sobre a polêmica do kit anti-homofobia


• Fonte: Nota oficial do Gabinete da Senadora
• Data: 26/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Marta Suplicy fala sobre a polêmica do kit anti-


homofobia
Nota divulgada pela Senadora Marta Suplicy sobre a polêmica do kit anti-homofobia

“A preocupação com a quebra do preconceito, que é o maior incitador à violência, é fundamental


em uma sociedade. Um dos instrumentos para tal fim é o debate, a informação e o respeito ao
outro.

É prerrogativa das famílias transmitir aos filhos valores e crenças. É responsabilidade do


go...verno fornecer informação sobre sexualidade a crianças e adolescentes, assim como
combater qualquer tipo de preconceito. O local para isso é a escola.

Por vezes, a sociedade civil e os meios de comunicação assumem também esse papel. Foi o caso
da TV Mulher, que tive a honra de participar nos anos 80. No executivo, primeiro na gestão de
Luiza Erundina, ao lado de Paulo Freire, e depois como prefeita, realizamos esse trabalho em São
Paulo.

O compromisso do Governo Dilma no combate ao preconceito é firme. Como bem disse a


presidenta na tarde de hoje, o governo tem posição contra as práticas homofóbicas. É da
responsabilidade do MEC construir instrumentos adequados e aprovados pela maioria da
sociedade civil que visem à informação e proteção de nossas crianças e adolescentes.

Na questão da sexualidade, a delicadeza no trato, o respeito às idades e o conteúdo adequado


são imprescindíveis, assim como a formação dos professores que desempenharão a tarefa. O
cuidado da presidenta com a adequação do kit anti-homofobia é compreensível e a ousadia do
MEC em apresentar o material corresponde aos anseios de professores e escolas que desejam
mais conhecimento para exercer seu trabalho de educação.

A busca da palavra e da imagem adequadas na confecção do conteúdo educativo pode ser levada
para um debate mais amplo, como quer a presidenta. Temos, porém, que ter em mente que a
sociedade já avançou no que se refere à informação sexual e o retrocesso não levará a um
mundo melhor. De qualquer maneira, a própria discussão incitada pelo kit já está fazendo a
sociedade ser obrigada a fazer uma reflexão que dificilmente ocorreria.”

Marta Suplicy (PT-SP)

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 06 - Carta aberta à Presidenta Dilma


• Fonte: http://www.pt-sp.org.br/noticia/?acao=vernoticia&id=4593
• Data: 26/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Carta aberta à Presidenta Dilma


Por Julian Rodrigues, Coordenador Nacional do Setorial LGBT – PT

Nós, do Setorial Nacional LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) do Partido
dos Trabalhadores, instância formal que organiza a intervenção da militância petista na luta anti-
homofóbica, queremos dialogar publicamente com a senhora, nossa companheira na construção
de um Brasil mais justo.

Gostaríamos de conversar a respeito da polêmica envolvendo os materiais educativos do projeto


Escola Sem Homofobia, do MEC (apelidado de “Kit gay”, por conservadores).

Ficamos perplexos com as notícias veiculadas ontem, 25 de maio, informando que a senhora
teria, em reunião com a “bancada evangélica”, decidido suspender a disponibilização dos
materiais que estão sendo preparados pelo MEC, no contexto das políticas públicas de promoção
do respeito à diversidade nas escolas brasileiras.

Admiramos sua vocação democrática, sua competência e seriedade. Sabemos que é preciso ouvir
todos os segmentos da sociedade brasileira, buscando composições e sínteses, implementando
as políticas públicas com eficácia, pautadas em critérios técnicos.

Nosso Partido é pioneiro no combate à discriminação contra homossexuais e nos orgulhamos do


discurso do ex-presidente Lula, já em 1981, repudiando o preconceito. Somos vanguarda na luta
pela afirmação da igualdade –criamos, já em1992, o primeiro núcleo LGBT em um partido político
no país. Estamos juntos ao movimento social LGBT brasileiro, há anos batalhando contra a
discriminação.

A maioria das leis e projetos de leis garantindo direitos à população LGBT, em todo o Brasil, são
de iniciativa de parlamentares petistas. Marta Suplicy, já em 1995, propôs projeto de lei que
estabelecia a união civil homossexual. Várias resoluções de Encontros Nacionais e Congressos
do PT – e também nosso estatuto – ratificam esse compromisso com de combate ao preconceito
e a discriminação em geral, e à homofobia em particular.

O ex-presidente Lula fez história, ao criar, em 2004, o primeiro programa governamental – Brasil
Sem Homofobia – destinado a promover a igualdade entre todas as pessoas, de qualquer
orientação sexual ou identidade de gênero.

Em 2008, o Governo Federal promoveu a 1ª Conferência LGBT, pioneira no mundo. No ano


seguinte, foi criado o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos LGBT –
depois uma Coordenadoria e, posteriormente, um Conselho Nacional.

A maioria do movimento LGBT organizado e dos ativistas de Direitos Humanos fizeram campanha
e votaram Dilma, trabalhando dia e noite pela sua eleição. Acreditamos no aprofundamento das
políticas cidadãs iniciadas no governo do ex-presidente Lula.

Contudo, temos de reafirmar: o ESTADO BRASILEIRO É LAICO. Nossa Constituição traz entre
seus princípios fundamentais, o combate a toda forma de discriminação, a dignidade humana e o
pluralismo.

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal, igualando as uniões estáveis homossexuais à


heterossexuais reafirmou esses princípios básicos da Constituição Federal, assegurando a
laicidade do Estado. Uma vitória da democracia brasileira.

Nessa mesma direção, enfatizamos a necessidade de aprofundar as políticas públicas que


promovam a diversidade e o respeito às pessoas. Não concordamos, em nenhuma hipótese, com
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

a possibilidade dos materiais elaborados pelo projeto Escola sem Homofobia não chegarem a
seus destinatários.
Presidenta:

Um governo progressista, protagonizado por um partido de esquerda, dirigido por uma militante
com a sua biografia, não pode transigir com princípios fundamentais da democracia.

A senhora tem deixado muito claro, em diversas ocasiões, que não transigirá na Defesa dos
Direitos humanos. Pois bem, é disso que se trata. Não se trata de “costumes”, como foi
mencionado, mas de direitos civis e políticos, do combate ao preconceito, de políticas pública de
promoção da cidadania.

Ficamos muito satisfeitos com o fato de a senhora ter convocado há poucos dias, junto com a
companheira Maria do Rosário, a 2ª Conferência Nacional LGBT, uma inequívoca demonstração
de continuidade das políticas iniciadas no governo Lula, reafirmando assim o compromisso desse
governo com o enfrentamento da homofobia.

O chamado “kit gay” é apenas um singelo material didático, elaborado por especialistas,
referendado por entidades como a UNESCO, o Conselho Federal de Psicologia, a Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidadão, a UNE, a UBES entre outras.
Esse “kit” foi objeto de uma sórdida campanha, cheia de mentiras e distorções, que criou um
sentimento de pânico moral em setores da nossa sociedade. A maior parte das pessoas que o
repudiam não conhece seu conteúdo. Não há nada de inadequado, qualquer conteúdo sexual,
nenhum beijo, nada, absolutamente nada que poderia atentar contra a qualidade educativa do
material.

O objetivo do MEC com esse programa é apenas combater o bullying, que causa tanto sofrimento
a milhões de “brasileirinhos”, em nossas escolas, fazendo com que muitos se evadam, perdendo o
direito humano que têm à educação. O bullying é algo perverso, provoca discriminação, dor,
exclusão e até suicídios - pode provocar tragédias.

O Brasil não cederá à chantagem de religiosos homofóbicos, que confundem templo com
parlamento, que ignoram a laicidade, o pluralismo e a dignidade humana.

A opinião de alguns deputados fundamentalistas cristãos NÃO É a opinião da maioria do


Congresso Nacional, muito menos da maioria da sociedade brasileira. No Congresso, por
exemplo, há uma Frente Parlamentar que defende a cidadania LGBT com 175 deputados e
senadores.

Presidenta Dilma:

Nós, seus companheiros de Partido e de jornada, ajudamos a elegê-la e também somos


responsáveis pelo seu governo. Temos certeza que as políticas de promoção à cidadania LGBT
não serão interrompidas.
A democracia brasileira não será chantageada por obscurantistas de plantão. Acreditamos no seu
compromisso inabalável com os Direitos Humanos e com a cidadania plena. Seu governo
construirá um Brasil melhor para todas e todos.

Apoiamos a continuidade das ações do projeto Escola Sem Homofobia e de todas as políticas
inclusivas de seu governo. Sem retrocessos. Solicitamos, portanto, a continuidade imediata da
disponibilização do “kit” para as escolas brasileiras.

Não basta combater a pobreza se junto não erradicarmos a violência do preconceito e da


discriminação que está ao seu redor. Estarmos certos de contar com sua determinação.
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Julian Rodrigues, Coordenador Nacional do Setorial LGBT – PT 26/05/2011

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 07 - Carta Aberta da Rede Afro LGBT à Presidenta Dilma


• Fonte: http://redeafrolgbt.blogspot.com/2011/05/carta-aberta-da-rede-afro-lgbt.html
• Data: 27/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Carta Aberta da Rede Afro LGBT à Presidenta Dilma

A Rede Nacional de Negras e Negros LGBT manifesta indignação com a decisão de suspender o
kit contra a homofobia tomada pela presidenta Dilma Rousseff de forma arbitrária e peremptória.
A ação em si já seria desastrosa, mas tornou-se ainda pior pela forma como os fatos se
precipitaram. A presidenta Dilma desconsiderou todo um trabalho feito por profissionais
qualificados, a avaliação dos segmentos do movimento social e até mesmo o aval do Ministério da
Educação. O comando de suspender o kit, sem consulta aos setores envolvidos, revela uma
autoridade que beira ao autoritarismo da qual a própria Dilma foi vítima.

Repudiamos, ainda, as declarações preconceituosas da presidenta realizada um dia depois da


decisão, quando afirma que “não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda
de opções sexuais, nem interferir na vida privada das pessoas”, opinião formulada com base em
"um pedaço” de vídeo do kit visto “na televisão". Não temos certeza de que os vídeos vistos pela
presidenta correspondem àqueles produzidos para o kit, visto que a bancada evangélica tem
utilizado outros vídeos para confundir a opinião pública. Mas não compactuamos com uma crítica
tão rasa, sempre utilizada pelos homofóbicos de plantão. A orientação sexual não é definida por
“incentivos”, nem é um mal que precise ser evitado. O que seria, para a presidenta, uma
“propaganda” da homossexualidade? Ou então é preciso censurar as novelas, suprimir as capas
de revista e proibir todas as sessões de cinema: a julgar pelos beijos dos casais de mocinhos,
toda a programação cultural faz “propaganda” da heterossexualidade!

A militância LGBT tem acompanhado as declarações do Planalto com pesar e preocupação. A


presidenta demonstra desconhecimento da agenda dos direitos humanos de lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais. Reforça o combate à homofobia como retórica vazia, para logo
então justificar algum ataque às conquistas concretas desse segmento. O discurso é alienante,
tortuoso e beligerante, como que preocupado em repassar a idéia de firmeza e autonomia. Ao
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

contrário, a suposição de que o kit contra a homofobia foi usado como “moeda de troca” para
blindar o ministro Palocci, envolvido em escândalos, torna-se mais verossímil. E, se isso for fato,
perguntamos se nossas vidas valem tão pouco...

A Rede Afro LGBT tem militantes em todos os espectros políticos, e orgulha-se de ser unificada
pela identidade negra LGBT contra o racismo, a homofobia, a lesbofobia e a transfobia. Assim
como já elogiamos este governo e sugerimos pautas à presidenta, não nos furtamos de fazer as
críticas devidas. Infelizmente, nesse momento, a balança pende para o lado negativo.

Mas tudo isso também tem nos servido de combustível para a indignação e a luta política. Fomos
derrotados novamente pelas chantagens das bancadas fundamentalistas do Congresso, mas
após duas vitórias importantes: o reconhecimento da união estável homoafetiva pelo Supremo
Tribunal Federal, e a convocação da II Conferência Nacional LGBT pela própria presidenta Dilma.
Sabemos que nenhum direito nos será concedido, vamos conquistá-los todos.

REDE NACIONAL DE NEGRAS E NEGROS LGBT


redeafrolgbt@gmail.com

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 08 - Representante dos estudantes apoia veto a kit anti homofobia


• Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/representante+dos+estudantes+apoia
+veto+a+kit+anti+homofobia/n1596981250653.html
• Data: Agência Brasil | 26/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Representante dos estudantes apoia veto a kit anti


homofobia
"Levaria pessoas que ainda não estão decididas sobre sua sexualidade a adotar o
bissexualismo", diz presidente da Ubes

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) apoiou a decisão da presidenta Dilma
Rousseff de suspender a distribuição do kit contra homofobia nas escolas públicas de ensino
médio. Para o presidente da Ubes, Yann Evanovick, o kit é uma boa ideia para combater o
preconceito, mas o conteúdo do que foi produzido não é o ideal.
“Assisti aos vídeos. Um deles, no qual o rapaz é bissexual, passa uma mensagem que levaria
pessoas que ainda não estão decididas sobre sua sexualidade a adotar o bissexualismo”, disse
Evanovick.

Segundo ele, o governo deve ampliar o debate sobre o tema, convocando o movimento de
lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT), a Confederação dos Trabalhadores em
Educação (CNTE) e a própria Ubes. “Se a sociedade está questionando, é porque existe alguma
falha. É preciso rever isso para que as pessoas não se escandalizem”.

O presidente da Ubes acredita que o material, se revisado, será eficaz no combate ao preconceito
dentro das escolas. Segundo ele, há muitos alunos que deixam de estudar por causa do bullying
(assédio por vezes violento praticado por estudantes contra outros estudantes) e do desrespeito
dentro do ambiente escolar. “Todo instrumento que o estado use para combater o preconceito,
seja por racismo, seja contra homossexuais, é bom”.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse hoje (26) que os kits vão ser refeitos, pois a
presidenta Dilma não gostou do conteúdo do material. Eles serão submetidos à Comissão de
Publicações do Ministério da Educação (MEC) para que seja produzida uma nota técnica
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

apontando quais as mudanças que deverão ser feitas. As escolas não serão obrigadas a adotar o
kit.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 09 - Presidenta Dilma atende Frente em Defesa da Família e suspende kit


gay
• Fonte: http://www.expressomt.com.br/noticia.asp?cod=140225&codDep=11
• Data: 26/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Presidenta Dilma atende Frente em Defesa da Família e


suspende kit gay
Após protestos do senador Magno Malta, a presidente Dilma Rousseff determinou a
suspensão do material do Projeto Escola Sem Homofobia

Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa Permanente da Família Brasileira, senador


Magno Malta foi informado nesta quarta-feira, pelo Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, que o vídeo com cenas de meninas e meninos homossexuais foi
considerado inapropriado e não será mais distribuído pelo Ministério da Educação. “Tinha
certeza que o Brasil não iria aceitar este tipo de comportamento. Quem educa filhos são os
pais, governo não tem o direito de dizer como a família deve fazer”, comemorou Magno
Malta.

A primeira e dura crítica feita pelo senador Magno Malta foi durante o show Um Dia Pela Vida, no
centro histórico da Prainha, em Vila Velha, na segunda feira passada. Ao lado de artistas
consagrados, o senador falou para uma multidão de mais de 70 mil pessoas que não iria aceitar
calado a distribuição desta cartilha que pretendia formar uma universidade de homossexuais.
“Vamos promover um ato público na próxima quarta-feira, em frente ao Congresso
Nacional para protestar contra esta iniciativa do Ministério da Educação”, ameaçou Malta.

Na terça-feira, ontem, Magno Malta usou a Tribuna do Senado e fez pronunciamento chamando o
Ministro da Educação Fernando Addad de mentiroso. “Haddad faltou com a verdade em
recente audiência no Congresso Nacional quando escamoteou afirmando que não sabia da
produção do já conhecido kit gay”, criticou duramente Magno Malta.
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Mas hoje, quarta-feira, Magno Malta recebeu um telefonema do Ministro Haddad convidando a
Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família Brasileira para uma audiência na próxima terça-
feira e garantiu que o Projeto Escola Sem Homofobia está suspenso. “Fizemos pressão,
lutamos em defesa da moral, da ética e dos bons costumes. Defendemos aquilo em que
acreditamos. Prevaleceu alei do bom senso e a maioria falou mais alto”, explicou Malta.

Magno Malta informou também que a presidenta Dilma garantiu que todo material que versar
sobre costumes terá de passar pelo crivo da coordenação-geral da Presidência e por um amplo
debate com a sociedade civil. "O governo se comprometeu daqui para frente que todo
material que versará sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à
sociedade. É por isso que pedimos audiência pública em todo o Brasil para debater a PL
122”, esclareceu senador Magno Malta.

Para o senador este recuo foi importante, pois agora, a presidenta Dilma vai se reunir com os
ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha, para tratar do material
didático ouvindo a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família Brasileira. “Vamos participar
dos debates e queremos também ouvir todos os setores da sociedade civil. Temos que
atravessar a fronteira da religião e chegar ao coração da família para saber o que os pais e
filhos pensam da mudança de comportamento que pode afetar toda uma geração”, concluiu
Magno Malta.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 10 - Suspensão do kit Escola sem Homofica foi constrangedor para o


ministro Haddad, defende editorial da Folha de S.Paulo
• Fonte: http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=16966
• Data: 28/05/2011
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Suspensão do kit Escola sem Homofica foi


constrangedor para o ministro Haddad, defende
editorial da Folha de S.Paulo

Lula e Dilma

A desenvoltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, ao empalmar o comando do


combate ao incêndio do caso Palocci, é o maior sintoma da vertiginosa fragilização de Dilma
Rousseff no curso da semana.

A própria presidente viu-se impelida, ato contínuo, a mostrar as caras e as falas, para reaver parte
do espaço ocupado pelo mentor.

Diante da cena clássica de um homem poderoso -o ministro Antonio Palocci- recusando-se a dar
explicações sobre o súbito aumento de seu patrimônio pessoal, puseram-se em marcha as
engrenagens de um enredo igualmente conhecido. Manietado pela necessidade de montar
operações de blindagem, silêncio e desconversa, Palocci perdeu o controle sobre a votação do
Código Florestal.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados, ao pender para o lado dos proprietários rurais, foi
recebido em várias praças como uma lei para atrasar a entrada do país no século 21. Um Código
Florestal que anistia responsáveis por alguns desmatamentos ilegais galvanizou uma larga
maioria de parlamentares, que alia setores ruralistas tradicionais à base fisiológica do governo -
todos ansiosos por mais fatias de poder.

Faltava, nesse cenário de enfraquecimento do Planalto e de volatilização de sua confortável


maioria no Congresso, a contribuição de outra bancada tradicional, a dos deputados evangélicos.
Manifestaram-se -e foram atendidos pelo Planalto- no caso do chamado kit anti-homofobia O
recuo de Dilma foi imediato e constrangedor, ao menos para o ministro da Educação, Fernando
Haddad.

Além dos arranjos de geometria variável que reúnem ruralistas, evangélicos e fisiológicos em
torno de demandas mais defensáveis ou menos, e obviamente de Lula, quem se beneficia com a
presidente e seu articulador-mor na defensiva é o PMDB de Michel Temer.

Mesmo que Palocci venha a dar explicações plausíveis sobre a profícua atividade empresarial
paralela (o que se afigura cada vez mais complicado), ou no caso de a blindagem tanto conter o
fogo amigo quanto resistir às investigações do Ministério Público e da imprensa, o ministro verá
seu raio de ação reduzido. Haverá, decerto, ampliação proporcional do balcão de varejo que o
operador palaciano sempre termina obrigado a manter aberto e polido, para servir ao PMDB e a
outros sócios vorazes do poder.
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

A julgar pela deterioração da situação política na semana, o caso Palocci não irá embora tão
cedo. Na hipótese de agravar-se, quem tem mais a perder não é o ministro, mas Dilma -como
parece ter intuído, rapidamente, o sempre sagaz ex-presidente Lula.

Fonte: Folha de S.Paulo

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 11 - CRP lamenta suspensão do "Escola sem Homofobia"


• Fonte: http://www.crprj.org.br/noticias/2011/0527-
crp_lamenta_suspensao_do_escola_sem_homofobia.html
• Data: 27/05/2011
• ANEXO 1 - Parecer do Conselho Federal de Psicologia sobre o Kit
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

CRP lamenta suspensão do "Escola sem Homofobia"


O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) vem a público lamentar a decisão
da presidenta Dilma Rousseff, que, através do Secretário-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, ordenou a suspensão da produção do material educacional que compõe o kit do
projeto “Escola sem Homofobia”, cedendo a pressões de grupos isolados da Câmara dos
Deputados.

O CRP-RJ, assim como os demais Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), é
a favor do Projeto, como fica claro no Parecer emitido pelo Sistema Conselhos.

O Conselho lembra ainda que o material foi pensado e construído com base em discussões com
movimentos sociais e diferentes entidades ligadas à sociedade civil. Trata-se de um investimento
público importante, uma aposta em uma ação sistemática do Ministério da Educação, que já tem
uma série de ações pontuais na área.

O Projeto “Escola sem Homofobia” é extremamente importante para preencher lacunas


educacionais sobre o tema, fazendo com que a compreensão da cidadania plena e a igualdade de
direitos avancem, garantindo os direitos humanos e fazendo com que nossas escolas sejam
efetivamente Públicas para todos.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
PARECER

PROJETO “ESCOLA SEM HOMOFOBIA”

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na escola, a Psicologia apresenta-se como articuladora e facilitadora dos processos de


ensino-aprendizagem a partir da compreensão de diferentes aspectos, que vão desde o
desenvolvimento humano, dos processos cognitivos, da relação professor-aluno, das relações
interpessoais intra-escolares, até o âmbito das políticas públicas.

De forma geral, a Psicologia - ciência e profissão - tem evidenciado esforços no sentido de


contribuir para a emancipação humana, não somente através de suas intervenções cotidianas, mas
também na produção científica de conhecimento que respalde o entendimento dos processos
psíquicos com base em uma concepção promotora do desenvolvimento das potencialidades dos
indivíduos nos diversos meios sociais.

O ambiente escolar é o espaço da sociedade em que a criança e o adolescente aprendem o


conteúdo formal – conhecimentos sobre português, matemática, história, geografia, raciocínio
lógico-matemático, entre outros – e, juntamente com a família, também o conteúdo informal –
valores e regras de convívio nas relações humanas.

Este conteúdo informalmente aprendido no contexto escolar tem importância de tal


magnitude que se pode dizer, em muitos casos, que tem maior influência sobre o rumo que toma a
vida do jovem do que o conteúdo formalmente aprendido. Esta percepção leva à necessidade de a
escola tomar também para si a responsabilidade sobre os valores e regras ensinados e aprendidos
naquele espaço.

Ao educar os estudantes para viverem em sociedade, como agentes críticos,


instrumentalizando-os com conhecimentos e habilidades necessárias para fazerem leituras
autônomas da realidade, a escola contribui para a construção de uma sociedade mais democrática
e solidária. Dessa forma, é de fundamental importância que, ao propiciar de forma sistemática o
acesso ao saber historicamente acumulado e necessário à compreensão da prática social na qual o
estudante se insere, a escola o faça trazendo para a sala de aula as questões do cotidiano de forma
a desvelar o currículo oculto, expresso nas necessidades biopsicossocioculturais que emergem nas
relações de ensino-aprendizagem e que não são previstas no currículo formal, com a finalidade de
aprimorar a capacidade de diálogo, de análise, de tomada de decisões, a elaboração de propostas
de ações coletivas.

O Conselho Federal de Psicologia defende a escola como um serviço público importante.


Tempo e espaço que devem ser dedicados à formação e ao fortalecimento ético e social dos
estudantes. Lugar onde se construam formas de investigação crítica que dignifiquem o diálogo

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significativo, a atividade humana. Local que ensine o discurso da associação pública e da
responsabilidade social (Giroux, 19971). Pensar, opinar, escutar pontos de vistas diferentes,
comparar posturas, posições e soluções são maneiras de desenvolver o pensamento crítico e os
valores importantes para um ambiente democrático. É neste contexto que defendemos a discussão
dos temas propostos no Projeto Escola Sem Homofobia.

Relações humanas e humanizadoras precisam ser construídas, não surgem


espontaneamente. O estabelecimento de relações recíprocas de respeito, cooperação e
solidariedade exigem o esforço coletivo da comunidade escolar. De acordo com pesquisas e
documentários expostos todos os dias na mídia, o grau de intolerância e violência tem crescido
bastante. A escola é um espaço de reprodução dos valores da sociedade na qual está inserida. É na
escola que as crianças e adolescentes demonstram o que aprenderam quando estão fora dela, ao
passo que também levam para além dos muros escolares o que nela aprenderam.

Professores e alunos podem aprender a ser intolerantes e preconceituosos, como também


podem exercer atitudes democráticas e a inclusão, construindo nova realidade social, marcada pela
cooperação mútua e solidária, pela defesa da paz social. Deste modo, cabe destacar que
historicamente a questão da violência no contexto educacional extrapola as relações entre os
membros do corpo discente e se manifesta em diferentes perspectivas: na relação professor-aluno,
professor-direção, direção-funcionários, funcionários-professores, professores-professores, dentre
outras que conjugam os diversos atores sociais citados, nos exercícios de seus papéis profissionais.

A discussão principal sobre o tema refere-se à necessidade de tratar preconceitos e


discriminações que refletem uma violência (verbal, simbólica) reverberando nos espaços de
convivência escolar e manifestando-se principalmente na necessidade de adequar a todos e todas
num modelo idealizado sócio-culturalmente. Modelo este que tem como prerrogativa
comportamentos considerados normais ou saudáveis: o aluno exemplar (disciplinado, que aprende
rápido), o aluno limpo (higienizado, sem doenças), o aluno educado (que sempre diz obrigado e por
favor), o aluno com família que segue configuração única (com pai e mãe casados e sem problemas
conjugais), dentre outras.

Ressaltamos a experiência com a temática das entidades que elaboraram, executaram e


apoiam o material a ser veiculado pelo Ministério da Educação (MEC). Tal projeto foi financiado
pelo MEC e executado em parceria entre a Pathfinder do Brasil; a Reprolatina - Soluções Inovadoras
em Saúde Sexual e Reprodutiva; e a ECOS - Centro de Estudos e Comunicação em Sexualidade e
Reprodução Humana (São Paulo-SP); com o apoio da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas,
Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); da GALE – Global Alliance for LGBT Education; e da
Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT do Congresso Nacional.

Enfatizamos que a homossexualidade não é doença, distúrbio, ou mesmo perversão, de


acordo com a Resolução CFP nº 001/1999, amparada pela decisão da Organização Mundial de
Saúde (OSM), que em 1990 retirou a homossexualidade da lista de doenças expostas na
Classificação Internacional de Doenças (CID). A homossexualidade expressa nas diversas

1
GIROUX, H. A. (1997). Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes
Médicas.
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identidades de gênero e orientações sexuais compõe parte das possibilidades sexuais do humano,
que também inclui a heterossexualidade.

Compreendemos que a matriz da homofobia está no reflexo político da marginalização


sócio-histórica dos brasileiros ao direito pleno à informação e à educação, que por sua vez se reflete
na dificuldade dos pais, mães, educadores e estudantes em compreender e lidar com o
desenvolvimento da sexualidade do outro. Deste modo, o projeto “Escola Sem Homofobia”
auxiliará na compreensão, mediação e intervenção nessas lacunas, por meio das capacitações e
orientações oferecidas aos educadores, com base em materiais de referência construídos e
respaldados de forma técnica-pedagógica pelos seus organizadores, a partir da realidade brasileira.

A seriedade e ética com que essas organizações desenvolveram a pesquisa sobre o tema
contribuirão para que uma rede social ampla (autoridades educacionais, educadores, alunos,
familiares e comunidades), com atividades de intervenção direta em todo o país, atue em
conciliação com uma demanda sócio-educacional emergente no enfrentamento da violência e
preconceito imposto pela homofobia. Os materiais de subsídio para a capacitação têm respaldo
previsto na discussão e intervenção concreta enquanto tema transversal da educação, até o
momento, carente de ações amplas que abordem a diversidade sexual no espaço escolar.

ANÁLISE TÉCNICA

Os materiais apresentados para o Projeto Escola Sem Homofobia estão adequados às faixas
etárias e de desenvolvimento afetivo-cognitivo a que se destinam, com linguagem contemporânea
e de acordo com a problemática enfrentada na escola na atualidade: a produção de agressões
físicas ou psicológicas de pessoas ou grupos que são intimidados e/ou coagidos pelos poucos
recursos de defesa apresentados em alguns momentos, ambientes e situações. O fenômeno da
violência escolar é marcado com maior índice e frequência pela homofobia, entre outras formas de
violências, o que justifica abordar o tema de forma comprometida, possibilitando o enfrentamento
nos espaços que promovem torturas, em especial as de âmbito pedagógico e psicossociológicos.

É notório o cuidado didático-pedagógico e qualidade visual com que foi criado e


desenvolvido todo o conjunto educacional apresentado no kit – vídeos, livretos, cartilhas, boletins
com temas específicos e panfletos. Trata-se de uma produção densa, cuidadosa, bem articulada,
com recurso de acessibilidade e dinâmicas para pessoas com deficiência visual e auditiva.
Representa material de vanguarda, pois são instrumentos de capacitação e formação continuada
para o próprio professor, no sentido de referendar políticas educacionais e de saúde adotadas em
âmbito nacional. O Kit reforça a atenção e cuidado com os temas transversais da educação nas
relações de ensino-aprendizagem, como no caso do respeito à diversidade sexual.

O material convida o educador a voltar-se para o compromisso ético das competências


profissionais, na luta e enfrentamento do sofrimento de adolescentes Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Transexuais, Travestis e Transgêneros, com proposta de intervenção prática para a redução de
problemas diante do alto índice de agressões registradas nas pesquisas prévias.

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O Kit aborda aspectos psicológicos e pedagógicos, de modo a facilitar as discussões e a
apreensão de novos conhecimentos por parte do professor, privilegiando o modelo participativo-
dialógico junto ao corpo docente. Tal metodologia didática é fundamental para garantir que os
alunos e alunas em diferentes momentos do seu desenvolvimento possam interagir com o
conteúdo de maneira singular, trazendo à tona os questionamentos próprios do seu entendimento
da realidade e, em seguida, convida-os a avançar para novas formas de conhecimento sobre o
tema.

Além disso, é fruto de construção coletiva envolvendo a parceria de diversas organizações


sociais que há muito vêm trabalhando para a superação da homofobia e do preconceito. O material
do Projeto Escola Sem Homofobia é marcado por uma concepção epistemológica de compreensão
dos indivíduos a partir das suas relações sociais, minimizando o fator biológico e explicações
naturalizantes. Tal enfoque é extremamente importante e bem-vindo, pois provoca o
enfrentamento necessário nas discussões acerca da constituição da subjetividade humana,
desconstruindo concepções higienistas, geneticistas, hormonais e reprodutivistas que são
divulgadas no âmbito de algumas religiões, pela mídia e pelo senso comum.

Compreender a construção da subjetividade a partir das relações sociais possibilita


ressignificar o entendimento dos dois conceitos-chaves que envolvem a discussão da homofobia: a
identidade de gênero e a orientação sexual. Tais conceitos estão bem fundamentados e explicados
com clareza no material do referido Projeto.

Cabe destacar que o material também fornece atenção especial à categoria gênero, que é
fundante da subjetividade, também desconstruindo sua concepção biologizante-naturalista. Trata-
se de uma contribuição inédita no âmbito das políticas públicas de educação para o enfrentamento
do sexismo e da violência de gênero, ainda tão marcados na sociedade brasileira.

Assim, as contribuições da Psicologia para a construção de uma escola sem homofobia, e


outras formas de preconceito e violência, são trazidas ao abordar a forma como se dá o processo de
aprendizagem de gênero, situando o contexto escolar como determinante para esta construção
humana. Desta forma, o material alerta para a complexidade da construção da identidade, inclusive
sexual, que não pode ser reduzida às explicações ambientais e genéticas.

Acerca da polêmica criada sobre o material, em especial os vídeos, e a possibilidade de


influenciar a orientação sexual dos demais alunos, a partir dos conceitos centrais e cientificamente
históricos da Psicologia, entendemos que o material não induz o corpo discente e mesmo docente à
prática da homossexualidade. Pelo contrário, possibilita que professores e alunos trabalhem o tema
diferenciando o que é da ordem da heterossexualidade e da homossexualidade.

Com a aprendizagem do respeito à identidade e à orientação sexual do outro, do que é


diferente e por vezes considerado minoria - principal objetivo do projeto, em consonância com uma
educação para a de tolerância, paz, solidariedade e colaboração - fortalece-se uma educação
inclusiva, já que as diferenças são constitutivas nas diversas sociedades, contextos sociais e
culturas.

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CONCLUSÃO

O Projeto Escola Sem Homofobia é um instrumento que visa a suprir as lacunas


educacionais sobre o tema, ocasionando avanços na compreensão de cidadania plena e equidade
de direitos.

Importante seria que outros projetos dessa natureza pudessem ser veiculados não somente
no âmbito educacional, mas também em outras redes sociais e na mídia em geral. Tais projetos
poderiam discutir os preconceitos sociais que atravessam a sociedade brasileira e que se
manifestam no racismo, na homofobia, na violência contra os pobres, às pessoas com deficiência,
às pessoas com sofrimento mental, enfim os diversos segmentos que são excluídos e violentados
em seus direitos sociais e humanos.

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Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 12 - Jean Wyllys fala sobre a suspensão do kit anti-homofobia e questiona:


onde está a defesa dos Direitos Humanos prometida pela presidenta? (25-05-2011)
• Fonte: http://jeanwyllys.com.br/wp/jean-wyllys-fala-sobre-a-suspensao-do-kit-anti-
homofobia-e-questiona-onde-esta-a-defesa-dos-direitos-humanos-prometida-pela-
presidenta-25-05-2011
• Data: 25/05/2011
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Jean Wyllys fala sobre a suspensão do kit anti-


homofobia e questiona: onde está a defesa dos Direitos
Humanos prometida pela presidenta? (25-05-2011)
A pergunta que fica à presidenta Dilma, após sua decisão de suspender o kit anti-homofobia que
estava sendo elaborado pelo Ministério da Educação para distribuição nas escolas, é apenas
uma: onde está a “defesa intransigente dos Direitos Humanos” que a senhora prometeu quando
levou sua mensagem ao Congresso?
Não basta ser sensível à violação de Direitos Humanos em terras estrangeiras, essa proteção
precisa ser feita, antes, aqui.
Os representantes do fundamentalismo religioso no Congresso decidiram apresentar, à
presidenta, a conta do “apoio” dado na última eleição. O preço por terem “barrado” a campanha
subterrânea de difamação à então candidata é a suspensão do Escola Sem Homofobia. E Dilma
pagou!
A presidenta é inteligente e sabe que os assassinatos brutais de homossexuais, que chegam a
mais de 200 por ano, estão diretamente ligados aos discursos de ódio. A comunidade LGBT e
pessoas de bom senso esperavam da presidenta, um pouco mais de sensibilidade a esses dados,
além de um mínimo de espírito republicano e vontade de proteger a TODOS e TODAS.
Apesar das inúmeras informações corretas sobre o kit anti-homofobia divulgadas inclusive por
mim, há quem insista em mentiras e equívocos. Tirando as pessoas que falam sem conhecimento
de causa, baseadas em preconceitos gerados pela desinformação, o que resta é má fé e cinismo.
A presidenta Dilma sentiu na pele, o que é ser difamada e insultada por discursos de ódio,
alimentados por interesses espúrios. Espero que a decisão não passe de uma informação mal
divulgada e tenho esperança de que a presidenta volte atrás, afinal, votei nela porque acreditava
que só uma mulher poderia estender a cidadania aos LGBTs e mulheres em geral.
Se a presidenta optar por ceder à chantagem – não há outro nome – dos inimigos da cidadania
plena fazendo de seu mandato um lamentável estelionato eleitoral, só me resta esperar que, na
próxima eleição, os LGBTs e pessoas de bom senso despertem sua consciência política e lhe
apresentem também sua fatura: não voto!

Jean Wyllys
Deputado Federal PSOL-RJ

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

Oficina Homo-Lesbo-Trans-fobias
Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 13 - O bê-á-bá para conviver com a diversidade sexual


• Fonte: http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/o-be-a-ba-para-conviver-com-a-
diversidade-sexual
• Data: 23/03/2011
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O bê-á-bá para conviver com a diversidade sexual


MEC cria kit anti-homofobia para combater o preconceito na escola

Depois de discutir com uma colega na aula de Educação Física, Alecks- Batista foi abordado

dentro dos muros do colégio particular onde estudava pelo pai da menina. “Ele me chamou de

bichinha, viado e aidético”, lembra, que na época tinha 16 anos. A diretoria do colégio de classe

média alta de Curitiba, no Paraná, não se manifestou sobre a agressão. “E eu me vi ali sozinho.”

Hoje com 20 anos, estudante de Ciências Contábeis e gay assumido, Alecks ainda se lembra da

sensação de isolamento, das piadinhas e da discriminação praticada pela maioria dos professores

e alunos durante o Ensino Médio. Na sua época de escola, Alecks não era convidado para festas

ou para jogos de futebol – na maior parte do tempo, circulava acompanhado apenas de amigas

mulheres ou com dois outros colegas, também gays.

A situação vivenciada por Alecks não é exceção – investigações realizadas pela Unesco e

também pelas ONGs Reprolatina e Pathfinder demonstram que há forte presença da homo-lesbo-

transfobia (discriminação contra gays, lésbicas, transexuais e travestis) dentro das escolas

brasileiras. Publicada em 2004, a pesquisa da Unesco revelou, por exemplo, que um quarto dos

estudantes entrevistados não gostaria de ter um colega homossexual na mesma sala. De acordo

com a pesquisa qualitativa realizada pela Reprolatina em 2009 em 11 capitais brasileiras, evasão

escolar, tristeza, depressão e até casos de suicídio são observados entre a população LGBT

(lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) como consequência de um ambiente escolar

homofóbico. “O ambiente escolar é em geral hostil para o exercício da diversidade sexual. Os


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professores não estão preparados e não têm compreensão maior da sexualidade e da

homossexualidade”, explica a pesquisadora responsável pelo estudo, Margarita Díaz.

Diante do quadro, o Ministério da Educação, em parceria com entidades ligadas aos direitos

LGBTs, produziu um kit de material educativo que será distribuído oficialmente para os

professores de 6 mil escolas públicas a partir do segundo semestre deste ano. O projeto –

batizado informalmente de “kit anti-homofobia” – é uma das ações do programa federal Escola

sem Homofobia. Polêmico, o assunto já vem causando celeuma, principalmente na internet, onde

grupos se manifestam acaloradamente a favor e (principalmente) contra o material, chamado de

“kit gay” pelos seus opositores.

O kit

Destinado ao Ensino Médio, o kit é composto de caderno, pôster, carta ao gestor da escola, seis

boletins (boleshs) e cinco vídeos. “É um material para a promoção dos direitos humanos, com o

objetivo de fazer da escola um espaço de todas as pessoas, onde se possa aprender a conviver

com a diversidade”, justifica Maria Helena Franco, uma das coordenadoras de criação do kit de

material educativo. Considerado peça-chave do kit, o caderno é um livro de 165 páginas, no qual

o educador encontra referências teóricas, conceitos e sugestões de atividades e oficinas para se

trabalhar o tema da diversidade sexual nas escolas. “O caderno ensina como fazer um projeto

político-pedagógico a ser assumido pela escola como um todo sobre esse enfrentamento da

violência homofóbica”, conta Maria Helena. Escritos em linguagem jovem e acessível, os boletins

seriam distribuídos entre os estudantes e também tratam da temática da diversidade sexual, com

jogos, depoimentos e sugestões de filmes.

Entretanto, o objeto de maior polêmica é a parte audiovisual do kit, que inclui três pequenos

vídeos produzidos especialmente pela ONG Ecos, que trabalha com o tema desde 1989.

Produzidos com diferentes estéticas – teledramaturgia tradicional, animação de fotos e desenhos

– os vídeos abordam de forma coloquial temas específicos como lesbianidade, transexualidade e

bissexualidade. “São temas muito estigmatizados e pouco compreendidos”, explica Vera Lúcia

Simonetti Racy, uma das coordenadoras da criação do kit do material educativo.


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Criado por uma equipe multidisciplinar, o kit completo levou cerca de dois anos para ser

pesquisado, construído e validado. Apenas o roteiro de um dos filmes, sobre o namoro de duas

meninas, demorou oito meses para ser aprovado.

Ousada e polêmica, a proposta do material educativo atende a uma demanda das entidades que

lutam pelos direitos LGBTs e também dos educadores – que não encontravam subsídios para

trabalhar o tema em aula – além de estar articulada com políticas públicas de combate à

homofobia de maneira geral. “O que a gente quer é que o professor esteja atento a essa situação

de homofobia. A escola precisa ser um espaço de respeito e de formação cidadã.”, conclui Carlos

Laudari, presidente da ONG Pathfinder.

Preconceito velado

Realizada em Manaus, Porto Velho, Recife, Natal, Goiânia, Cuiabá, São Paulo, Belo Horizonte,

Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba, a pesquisa da Reprolatina procurou investigar qual era o

conhecimento e a atitude prática de educadores e alunos a respeito da homofobia nas escolas.

Foram entrevistadas 1,4 mil pessoas, desde secretários da Educação até pessoas que fazem

parte do cotidiano da escola, como merendeiras e porteiros, passando por diretores,

coordenadores, professores e estudantes.

Foi detectado um ambiente altamente homofóbico – resultado semelhante em todas as cidades –

uma realidade, porém, em geral negada pela comunidade escolar. Segundo Margarita Díaz,

quando perguntados sobre a existência de homofobia na escola, a resposta dos participantes da

pesquisa era quase sempre negativa. Entretanto, quando se começava a discutir sobre o que

acontecia quando havia a presença de um menino gay ou uma menina lésbica na escola, os

relatos mostravam muitas piadas e atitudes potencialmente ofensivas. Tais reações não eram

catalogadas como homofobia. “Elas são enxergadas como brincadeiras. Na verdade, essa

‘brincadeira’ é, sim, uma reação homofóbica, mas ela está muito naturalizada”, explica Margarita.

A ausência de aulas sobre educação sexual que contemplem a diversidade também é apontada

como um dos fatores que contribuem para a permanência da homofobia nas escolas. Segundo

especialistas, a educação sexual disponível para a maioria dos estudantes é essencialmente


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heteronormativa, ou seja, reproduz um modelo que coloca a heterossexualidade como norma, o

que acaba classificando outras manifestações de gênero, amor e sexualidade como desvios. “É

uma educação sexual baseada no senso comum da sociedade, e não uma educação sexual

antenada com as políticas públicas”, conta Margarita Díaz. Outro ponto percebido durante a

pesquisa era o desconhecimento pelos educadores da existência de políticas públicas voltadas ao

combate da homofobia.

Evasão escolar

Além de casos de violência física, uma forma quase invísivel de violência nas escolas – que inclui

o isolamento, rejeição, brincadeirinhas e piadas – também costuma marcar os jovens

homossexuais para a vida toda. “Especialmente na adolescência, a gente quer se enturmar.

Quando você é rejeitado pelos seus pares, é um sofrimento horrível”, conta a terapeuta

especializada em diversidade sexual e questões de gênero, Edith Modesto, que também é

fundadora do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH) e do Projeto Purpurina, que atende jovens

de 14 a 24 anos. “Eles falam da escola com muita mágoa, lembram da discriminação, do desprezo

e da rejeição.”

O quadro é ainda mais grave quando se analisa a situação de estudantes transexuais e travestis.

Segundo especialistas, não há espaço para eles na escola. Além de o preconceito ser maior,

questões como o uso do nome social na chamada ou até mesmo situações prosaicas como qual

banheiro o jovem travesti deve usar pesam e acabam contribuindo para o abandono da escola.

“Existe uma porcentagem dos nossos jovens que está sendo socialmente discriminada e forçada

a assumir um papel sexual que não é dela”, lamenta Carlos Laudari. “A gente pretende que a

escola seja uma escola cidadã, em que o aluno brasileiro aprenda a viver com a diferença.”

“Outro aspecto importante da necessidade de esse tema estar na escola é que certos jovens

acabam saindo, porque o sofrimento é tão grande e o ambiente é tão agressivo que a criança ou o

adolescente acaba desistindo de estudar. Os índices de evasão escolar são significativos para

essa população”, explica Vera Lúcia. Segundo ela, o papel mais importante do kit anti-homofobia

é informar e contribuir para erradicar a violência e o preconceito. “Na medida em que você
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trabalha esse tema na escola e consegue criar uma convivência melhor e mais respeitosa, isso

acaba se refletindo nas relações sociais como um todo.”

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 14 - Governo não fará ‘propaganda de opção sexual’, diz Dilma sobre kit
• Fonte: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/05/governo-nao-fara-
propaganda-de-opcao-sexual-diz-dilma-sobre-kit.html
• Data: 26/05/2011
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Governo não fará ‘propaganda de opção sexual’, diz Dilma


sobre kit
‘Eu não concordo com o kit' anti-homofobia, afirmou presidente. Segundo ela, governo não
pode interferir na vida privada das pessoas.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (26) que não aprova o kit anti-homofobia
que estava em elaboração pelo Ministério da Educação para ser distribuído como material didático
às escolas. Segundo ela, o governo não pode interferir na vida privada dos brasileiros. Nesta
quarta-feira (25), ela suspendeu a produção e entrega das cartilhas e vídeos contidos no kit.
“O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas. No entanto, não
vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais”, afirmou,
após cerimônia de assinatura de termos de compromisso para a construção de 138 creches.
Segundo Dilma, a função do governo é apenas educar para que se evite agressões e
desrespeitos à diferença. “Nós não podemos interferir na vida privada das pessoas . Agora, o
governo pode sim fazer uma educação de que é necessário respeitar a diferença, que você não
pode exercer práticas violentas contra aqueles que são diferentes de você”, disse.
O kit seria composto por vídeos que tratavam de transexualidade e bissexualidade e que
deveriam ser exibidos e debatidos em salas de aula do ensino médio no segundo semestre deste
ano. O objetivo do material, composto de três filmes e um guia de orientação aos professores,
seria trazer para o ambiente de 6 mil escolas o "tema gay" como forma de reconhecimento da
diversidade sexual e enfrentamento do preconceito.
Logo depois do evento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que os vídeos do kit
anti-homofobia poderão ser integralmente refeitos.
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“A presidenta entendeu que esse material não combate a homofobia. Não foi desenhado de
maneira apropriada para promover aquilo que ele pretende, que é o combate a violência. (...) Os
vídeos poderão ser integralmente refeitos”, afirmou Haddad.
De acordo com Haddad, o kit anti-homofobia ainda não tinha sido aprovado pelo comitê de
publicações do Ministério da Educação. Mesmo depois da rejeição da presidente, o material será
avaliado pelo ministério e pela Presidência da República para que seja refeito, mas não será
distribuído.
Bancada religiosa
Na quarta, após protestos das bancadas religiosas no Congressso, a presidente determinou nesta
quarta-feira a suspensão do kit, informou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho.
Diante da decisão de Dilma, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR-RJ), que
participou da reunião com Carvalho, afirmou que estão suspensas as medidas anunciadas pelas
bancadas religiosas em protesto contra o "kit anti-homofobia". Em reunião, os parlamentares
haviam decidido colaborar com a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para que
ele explique sua evolução patrimonial.
O ministro Gilberto Carvalho negou ter pedido que os parlamentares desistissem de trabalhar pela
convocação de Palocci diante da decisão da presidente sobre o "kit anti-homofobia".

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 15 - "Troco minha homofobia pela sua corrupção"


• Fonte: http://acapa.virgula.uol.com.br/colunas/marcio-retamero-troco-minha-
homofobia-pela-sua-corrupcao/10/70/13667
• Data: 26/05/2011
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Márcio Retamero: "Troco minha homofobia pela sua


corrupção"

O dia de ontem foi amargo para a população LGBT brasileira, mas não é um dia para ser
esquecido, pelo contrário, é dia para se lembrar e trazer à memória fatos políticos antes
acontecidos, como no tempo da campanha eleitoral.
A Frente Parlamentar Evangélica, numa manobra política suja e equivocada, foi ao balcão de
negócios no Palácio do Planalto e disse: "Troco minha homofobia pela sua corrupção". A
presidente Dilma Rousseff aceitou de bom grado, afinal, a Frente Parlamentar Evangélica estava
ameaçando não votar projetos do governo, trancar a pauta no Congresso, além de engrossar as
fileiras da oposição que pedem as contas sobre o enriquecimento meteórico do ministro Antonio
Palocci. Para blindar seu ministro, Dilma aceitou de bom grado, vender, mais uma vez, por muitas
moedas de prata, as pessoas LGBT.
O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) confirmou em seguida à reunião no balcão de
negócios do Palácio do Planalto que "a preocupação do governo com o risco de Palocci ser
convocado a prestar esclarecimentos no Congresso foi usada pela bancada religiosa para cobrar
a suspensão da distribuição do kit anti-homofobia do MEC".
O líder da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal João Campos (PSDB-CE), também
confirmou a barganha da homofobia pela corrupção. Declarou: "Nós reunimos, nesta terça-feira
(24), a bancada evangélica e a católica, decidimos impor uma série de condições. Se o governo
insistisse em manter o kit, bloquearíamos a votação na Câmara e apoiaríamos a convocação do
ministro Palocci para dar explicações."
A presidente Dilma até foi elogiada pelo deputado representante da ditadura militar no Brasil,
regime contra o qual lutou, inclusive pegando em armas! Jair Bolsonaro declarou: "sou obrigado a
elogiar a presidente Dilma Rousseff".
Alguns militantes do movimento LGBT foram ao Twitter, Facebook e nas listas de debates dos
grupos de militância LGBT no Yahoo para declararem que estavam surpresos, abatidos, enojados,
decepcionados! Alguns se contentaram em referendar o "jogo político", dizendo que "as coisas
são assim mesmo". Outros pediram "muita calma nessa hora, pois tem muitos equívocos no
episódio"; outros pediam que os militantes se unissem contra nosso inimigo em comum, o
fundamentalismo religioso, mas "o governo é nosso amigo" (?). Mui amigo!
Quanto vale a homofobia que faz sofrer e leva ao suicídio, além do assassinato de milhares de
jovens e adolescentes LGBT? Para o governo Dilma, vale o ministro Antonio Palocci! Para os
deputados da Frente Parlamentar Evangélica, vale a suspensão do kit anti-homofobia em troca do
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apoio à corrupção, sujando ainda mais suas mãos já sujas das porcarias que sabem produzir
muito bem!
Quando eu soube da notícia, fiquei com raiva, muita raiva, mas esta logo passou depois que eu
me lembrei: 1) a carta compromisso que a presidente, então candidata, assinou com os
evangélicos fundamentalistas, se comprometendo em vetar tudo que fosse projeto que ia de
encontro "à liberdade religiosa, à liberdade de expressão e aos valores da família brasileira"; 2) da
sua aparição para comemorar a vitória ao lado do senador Magno Malta, posando para as
câmeras dos fotógrafos e cinegrafistas e; 3) no dia de sua posse, o cumprimento caloroso do
bispo Edir Macedo e outros líderes religiosos, convidados para o ato.
Não, eu não me esqueci desses pequenos "detalhes" da campanha eleitoral e dos dias que se
seguiram à vitória de Dilma Rousseff.
O dia de ontem foi amargo e abateu a todos e todas que sonham com uma escola sem
homofobia, com uma sociedade curada da homofobia, com adolescentes e jovens libertos da
homofobia internalizada e dos seus algozes homofóbicos. Se existe um caminho seguro para a
cura da nossa sociedade da homofobia que nela reina, tal é o caminho da educação, da
democratização do conhecimento, da aquisição de valores dos Direitos Humanos.
O outro caminho, o caminho da criminalização da homofobia, poderá até colocar muita gente na
cadeia (eu não creio nisso!), pode gerar muitas multas, mas jamais vai tratar o mal pela raiz a fim
de extirpá-lo do tecido social.
Alguns líderes do movimento LGBT nesta altura do campeonato se apegam à semântica:
"suspenso não é o mesmo que cancelado". Pois é, mas eu não acredito, e faz tempo, em coelhos
de páscoa e papai Noel; até porque a Frente Parlamentar Evangélica pode ser fundamentalista,
viver quase que na Idade Média, mas burra ela não é! Os que fazem parte dela sabem se
organizar e jogar o sujo jogo da política, tanto que conseguiram!
No VIII Congresso LGBT do Congresso Nacional, participei da Mesa 01 de debates sobre o direito
LGBT ao casamento civil. Ao meu lado, estava Preta Gil, a deputada Erika Kokai (PT/DF), dentre
outros. Ouvi ali a senadora Marta Suplicy (PT/SP) dizer que se passaram 16 anos desde seu
primeiro projeto de lei visando a ampliação dos direitos civis para a população LGBT e que até o
presente momento, nada, nenhum projeto sequer foi aprovado pelo Congresso Nacional em prol
dos direitos civis LGBT.
O motivo da inatividade do Congresso Nacional em relação á população LGBT é o mesmo desde
então: a luta renhida dos fundamentalistas religiosos contra o avanço da cidadania LGBT no
Brasil. A pergunta que não quer calar é: até quando, povo LGBT, continuaremos derrotados por
eles? Até quando ABGLT e demais associações da militância, seremos derrotados por eles?
Quando que daremos início ao nosso "Bash Back"? Quando enfrentaremos frente a frente o
fundamentalismo religioso no Brasil?
As lésbicas e os gays cristãos, cansados de tanta sujeita e de ser massa de manobra, além de
moeda de troca no balcão das negociatas politiqueiras, abatidos com a decisão da presidente
Dilma de nos vender, mas não derrotados, se uniram no Rio de Janeiro. A Igreja da Comunidade
Metropolitana do RJ e o Diversidade Católica convocam o povo cristão LGBT e todos e todas que,
neste momento estão indignados, para juntos realizarmos uma passeata-protesto no calçadão da
praia de Ipanema, no posto 09, no próximo domingo, dia 29 de maio, às 10h.
Combateremos o bom combate e juntos rogaremos: caia sobre a Frente Parlamentar Evangélica,
sobre o Palácio do Planalto, sobre os corruptos, sobre o fundamentalismo e fundamentalistas
religiosos, o sangue das vítimas de homofobia no Brasil!
"Porque o grito existe; então eu grito!" (Clarice Lispector). Gritemos!

* Márcio Retamero, 37 anos, é teólogo e historiador, mestre em História Moderna pela UFF/Niterói. É pastor da
Comunidade Betel/ICM RJ e da Igreja Presbiteriana da Praia de Botafogo. É autor de "O Banquete dos
Excluídos" e "Pode a Bíblia Incluir?", ambos publicados pela Editora Metanoia. E-mail:
marcio.retamero@gmail.com.

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
OFICINAS EM GÊNERO: “GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER”

1 - Em que contexto este documento é escrito?


2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?
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Felipe Fernandes, Miriam Grossi e Patrícia Costa
Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS

Ementa
Esta oficina aboradará questões relativas a articulação entre estudos sobre gênero e sexualidade
no Brasil tendo como foco a questão da homo-lesbo-transfobia e a forma como a problematica
tem sido abordada tanto pelos movimentos sociais como pelas propostas oriundas do governo de
combate a esta temática. A oficina terá um primeiro momento de atividade em grupo para analise
e debate de questões atuais envolvendo as politicas publicas relativas as homo-transexualidades
no campo da Educação.Num segundo momento, a partir da teoria queer, fazeremos um historico
das lutas politicas dos movimentos LGBTTT, para definir os conceitos de homofobia, identidade de
gênero e orientação sexual para entender o lugar que a homossexualidades e as transexuailiddes
ocupam na contemporaneidade.

1. Atividade de Integração/Apresentação do Grupo


2. Divisão em pequenos grupos de 3-5 pessoas
3. Discussão de artigos da imprensa - tema “Kit de Combate à Homofobia”
4. Grande Grupo - apresentação e classificação dos argumentos e posições públicas
5. Exibição de Vídeos
6. Discussão dos Vídeos
7. Apresentação teórica sobre o movimento LGBTTT e Homofobia
8. Discussão (perguntas e explicações sobre os conceitos ligados à sexualidade)

Grupo 16 - NOTA PÚBLICA da Articulação de Mulheres Brasileiras


• Fonte: Articulação de Mulheres Brasileiras
• Data: 30/05/2011
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Natal, 30 de Maio de 2011,

NOTA PÚBLICA da Articulação de Mulheres Brasileiras


EM FAVOR DA LIBERAÇÃO DO KIT EDUCATIVO ESCOLA SEM HOMOFOBIA

No contexto das comemorações do Dia Internacional GLBT e da convocação, pelo Governo


Federal, da II Conferencia Nacional GLBT, torna-se no mínimo incongruente o veto da presidenta
Dilma ao material educativo ESCOLA SEM HOMOFOBIA.

É reconhecido amplamente que a discriminação e o preconceito contra população GLBT , que


muitas vezes se faz de forma violenta, é prática corrente na sociedade brasileira e portanto
apresenta-se também nas escolas, levando ao desrepeito e promovendo a prática do bulling no
ambiente escolar. Esta situação impõe sofrimento a milhares de adolescentes e jovens com sérios
prejuízos para sua formação, justo no momento de suas vidas onde mais precisam de apoio e
acolhimento.

Nós integrantes da Articulação de Mulheres Brasileiras - organizada em 23 estados brasileiros na


forma de núcleos, articulações, redes e fóruns estaduais de dezenas de organizações de
mulheres feministas - vimos a público nos somar às muitas manifestações dos movimentos sociais
contra este veto.

ALERTAMOS que o material pedagógico, ao longo de sua produção, foi analisado e aprovado
por distintas organizações: Ministério da Justiça, Conselho Federal de Psicologia, UNESCO e
UNAIDS, União Nacional dos Estudantes e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas,
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e teve uma moção de apoio aprovada pela
Conferência Nacional de Educação.

DENUNCIAMOS a manipulação grosseira de informação praticada pelos oponentes dos direitos


humanos e das liberdades democráticas, que fazem circular informações incorretas e vídeos
falsos apresentados como se fossem parte deste KIT pedagógico.

EXIGIMOS a apuração e punição dos responsáveis pela produção intencional e divulgação


proposital de informações falsas a este respeito;

ESPERAMOS que o governo da Presidenta Dilma não recue da defesa dos direitos humanos, e
não ceda mais uma vez diante da chantagem e do obscurantismo dos setores religiosos
fundamentalistas que, desde a campanha eleitoral de 2010, vem sendo parte da cena política
brasileira.

REINVIDICAMOS a liberação do material pedagógico com a totalidade de seu teor, já


minuciosamente avaliada e aprovada.

Articulação de Mulheres Brasileiras

Articulação de Mulheres do Acre


Articulação de Mulheres do Amapá
Articulação de Mulheres do Amazonas
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Articulação de Mulheres Brasileiras – Rio de Janeiro


Articulação de Mulheres do Mato Grosso do Sul
Articulação de Mulheres de São Paulo
Articulação de Mulheres de Rondônia
Articulação de Mulheres Tocantinenses
Fórum Cearense de Mulheres
Fórum de Entidades Autônomas de Mulheres de Alagoas
Fórum Estadual de Mulheres Maranhenses
Fórum Estadual de Mulheres do Piaui
Fórum Estadual. de Mulheres do Rio Grande do Norte
Fórum Goiano de Mulheres
Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense
Fórum de Mulheres do Distrito Federal
Fórum de Mulheres do Espírito Santo
Fórum de Mulheres da Grande Belo Horizonte
Fórum de Mulheres de Lauro de Freitas (Bahia)
Fórum de Mulheres de Pernambuco
Fórum de Mulheres de Salvador
Fórum de Mulheres de Santa Catarina
Fórum de Mulheres de Sergipe
Fórum de Mulheres de Mato Grosso
Fórum de Mulheres da Paraíba
Fórum Popular de Mulheres do Paraná
Fórum Municipal da Mulher de Porto Alegre
Núcleo de Mulheres de Roraima
Rede de Mulheres em Articulação da Paraíba

Secretaria Executiva Colegiada da AMB


Escritório sede: Coletivo Leila Diniz – Ações de Cidadania e Estudos Feministas
Rua Major Afonso Magalhães, 23 - Petrópolis - CEP 59014-160- Natal - RN – Brasil Fone: (84)32019587
Setor financeiro: SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia
Rua Real da Torre, 593 - Madalena – CEP 50610-000 – Recife – PE - Brasil
Fone: +55 (81) 30872086 Fone móvel: +55 (81) 9103 7664 Fax: +55 (81) 3445 1905
E-mail: amb@articulacaodemulheres.org.br

Questões norteadoras:
Com base na leitura do texto acima reflita com seu grupo as seguintes questões:
1 - Em que contexto este documento é escrito?
2 - Como os conceitos de Homofobia, Lesbofobia e Transfobia aparecem neste documento?
3 - Quais os principais argumentos relacionados à temática do “Kit de Combate à
Homofobia” presente no texto?
4 - Qual o papel da universidade no combate às violências e preconceitos contra pessoas
LGBTTT?
5 - A Homofobia, Lesbofobia e Transfobia devem ser discutidas na escola?

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