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DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE


(Arts. 748 a 786-A, do CPC)

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

I. Execução Singular
II. Execução Universal ou Coletiva

* Na execução singular o ato expropriatório executivo se inicia pela penhora e se restringe aos bens
estritamente necessários à solução da dívida ajuizada.

* Na execução universal há uma arrecadação geral de todos os bens penhoráveis do insolvente para
satisfação também da universalidade dos credores.

• Execução Universal contra devedor insolvente civil


• Execução Universal contra devedor insolvente empresário

A execução universal regulamentada pelos arts. 748/773, do CPC, trata da execução contra o insolvente civil,
ou melhor, não empresário ou não comerciante (chamada de “falência civil”). A legislação que regulamenta a
execução universal contra o insolvente empresário é a Lei nº 11.101/05 (Lei de Falências).

PRESSUPOSTOS DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE:

1) Título Executivo
2) Inadimplência do devedor
3) Declaração Judicial de Insolvência (com efeito erga omnes)

* Efeitos da declaração de insolvência (arts. 751 e 752, CPC):

a. Vencimento antecipado das suas dívidas;


b. Arrecadação de todos os seus bens suscetíveis de penhora;
c. Execução por concurso universal de credores;
d. Perda do direito do devedor de administrar seus bens e dispor deles, até a liquidação total da massa.

OBS.: O devedor perde, inclusive, o direito de atuar em Juízo, podendo apenas assistir e fiscalizar o
processo.

- A insolvência pode ser real (art. 748, CPC) ou presumida (art. 750, CPC).

OBS.: Não há declaração de insolvência ex officio.

Têm LEGITIMIDADE para requerer a declaração de insolvência (art. 753, CPC):


1. O credor quirografário (sem título legal à preferência)
2. O devedor
3. O inventariante do espólio do devedor

- Ordem legal de pagamento por preferência:


1. Créditos trabalhistas
2. Custas do processo de insolvência e débitos da massa
3. Créditos resultantes de acidentes do trabalho
4. Créditos tributários federais
5. Créditos tributários estaduais
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6. Créditos tributários municipais
7. Créditos com garantia real
8. Créditos com privilégio especial
9. Créditos com privilégio geral
10. Créditos quirografários (aqueles que não possuem direito de preferência)

QUIROGRAFÁRIO (DJI)
- Do grego cheirographos, escrito do próprio punho, autógrafo.
- Diz-se do documento firmado apenas pelo devedor.
- Síngrafo dir-se-ia do texto assinado tanto pelo devedor como pelo credor. O vocábulo, contudo, é
polissêmico, vale dizer, tem sentidos diversos, no caso, equívocos e, assim, denomina, também, o credor que,
na falência ou na concordata, não possui garantia real para o pagamento de seu crédito.
- Ou então, relativo a documento particular de obrigações que não gozam de direito de preferência, privilégio
ou garantia concreta. Distingue-se, então, dos credores privilegiados ou preferenciais.

DO ADMINISTRADOR DA MASSA (ARTS. 763 A 767):

- Será nomeado pelo juiz entre os maiores credores (na sentença que declarar a insolvência do devedor);

- Suas atribuições (art. 766, CPC);


a. Arrecadar todos os bens do devedor;
b. Representar a massa;
c. Praticar atos conservatórios de direito e de ações;
d. Promover cobrança das dívidas ativas;
e. Alienar os bens da massa, em praça ou em leilão (com autorização judicial).

- Direito à remuneração arbitrada pelo juiz (art. 767, CPC).

- Necessidade de ser expedido edital para convocação dos credores para, no prazo de 20 dias, apresentarem
declaração do seu crédito, acompanhada do respectivo título.

- Serão ordenadas pelo escrivão todas as declarações, que autuará cada uma com o seu título, intimando
todos os credores para apresentarem, no prazo de 20 dias, suas alegações de preferências, nulidade, fraude,
simulação ou falsidade de dívida.
- No mesmo prazo (de 20 dias) o devedor poderá impugnar qualquer crédito.

- Antes de proferir sentença o juiz pode deferir a produção de provas, inclusive prova oral, designando
audiência de instrução e julgamento.

- Havendo liquidação da massa sem o pagamento integral aos credores, o devedor continua obrigado pelo
saldo (art. 774, CPC), respondendo seus bens penhoráveis, adquiridos posteriormente, até a declaração da
extinção das obrigações.

- Consideram-se extintas as obrigações do devedor decorrido o prazo de 5 anos da data do encerramento do


processo (art. 778, CPC).

- O devedor poderá requerer a extinção (que será publicado em edital e jornal de grande circulação, no prazo
de 30 dias) e qualquer credor poderá se opor ao pedido alegando que:
a. Ou não transcorreram os 05 anos;
b. Ou o devedor adquiriu bens sujeitos à arrecadação.

- Proferida a sentença extinguindo as obrigações do devedor, este ficará apto a praticar os atos da vida civil
(art. 782, CPC).

- Pode haver acordo entre o devedor insolvente e os seus credores, que será homologado por sentença (art.
783, CPC).
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- Provando o devedor que não caiu em insolvência por culpa sua, poderá receber pensão da massa (art. 785,
CPC).

• A massa deverá comportar tal pensão;


• Deverão ser ouvidos os credores.

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