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UNIDADE I - NOÇÕES BÁSICAS

1.1 INTRODUÇÃO

A Contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio das entidades e


por objetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer
informações a seus usuários.

1.2 OBJETO DA CONTABILIDADE

O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a


qual se exercem as funções contábeis. O patrimônio é um conjunto de bens,
direitos e obrigações vinculados à entidade.

1.3 OBJETIVO

O objetivo da Contabilidade é controlar o patrimônio. Na Contabilidade, os


objetivos estão definidos como as informações que deverão ser geradas para
que os diversos usuários possam tomar conhecimento da situação da
organização em dado momento, com a finalidade de tomar as decisões que
considerarem necessárias.

1.4. FINALIDADE DA CONTABILIDADE

A finalidade da Contabilidade é a de controlar o Patrimônio, assegurar o


controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a
composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades
econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem
ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, esportivos e outros). Ou seja,
fornecer informações a seus usuários.

1.5. CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE

O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades (pessoas)


físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que possuam patrimônio. Tais
entidades são unidades econômico-administrativas, cujos objetivos podem ser
sociais e/ou econômicos

PESSOA FÍSICA: É qualquer ser humano considerado individualmente, sujeito


a direitos e obrigações, cujo nascimento se dá por meio do parto com vida.

PESSOA JURÍDICA: É aquela resultante de uma organização humana,


igualmente sujeito a direitos e obrigações, cujo nascimento se dá, no caso das
sociedades empresariais, através do registro na Junta Comercial do Estado e,
no caso de empresas prestadoras de serviços, no Cartório Civil de Pessoas
Jurídicas.

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Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrativas
podem ser assim classificadas:

a. Entidades com fins econômicos – chamadas empresas, visam ao lucro para


preservar e/ou aumentar o patrimônio líquido. Exemplos: empresas comerciais,
industriais, agrícolas etc.

b. Entidades com fins sócio-econômicos – intituladas instituições, visam


superávit que reverterá em benefício de seus integrantes. Exemplos:
associações de classe, condomínios, clubes sociais etc.

c. Entidades com fins sociais – também chamadas instituições, têm por


obrigação atender às necessidades da coletividade a que pertencem.
Exemplos: a União, os Estados e os Municípios.

1.6. FUNÇÃO DA CONTABILIDADE

Função administrativa: controlar o patrimônio

Função econômica: apurar o resultado

Resultado: diferença entre o valor das receitas e o valor das despesas.

1.7. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

Atos Administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que


não provocam alterações no Patrimônio. Por exemplos, Admissão de
empregados, assinaturas de contratos, aval de títulos, fianças em favor de
terceiros, etc.

Fatos Administrativos são acontecimentos que provocam variações nos


valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por
modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados através das contas
patrimoniais e de resultado.

São classificados em três grupos:

· Fatos permutativos;

· Fatos modificativos;

· Fatos mistos.

1.8 USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Os usuários da informação contábil podem ser classificados da seguinte forma:

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a) usuários internos (gerentes, diretores, encarregados de produção, chefes de
departamento etc.);

b) usuários externos (governo, bancos, fornecedores, sindicatos, acionistas ou


cotistas etc).

1.9 TÉCNICAS CONTÁBEIS

Para atingir sua finalidade, a Contabilidade utiliza as seguintes técnicas:

a) Escrituração – registro, em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas


Correntes), de todos os Fatos Administrativos que ocorrem no dia-a-dia das
empresas.

b) Elaboração das Demonstrações Contábeis – elaboração de quadros


técnicos que apresentam dados extraídos dos registros contábeis da empresa.
As demonstrações financeiras mais conhecidas são o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.

c) Auditoria - confirmação dos registros e demonstrações contábeis;


verificação da exatidão e dos documentos que deram dos dados contidos nas
demonstrações financeiras, através do exame minucioso dos registros
contábeis origem a eles.

d) Análise de Balanços – exame e interpretação dos dados contidos nas


Demonstrações Financeiras, com o fim de transformar esses dados em
informações úteis aos diversos usuários da Contabilidade.

1.10 Princípios Contábeis Fundamentais

São os preceitos fundamentais em que se baseiam a doutrina e a técnica


contábil.

Princípio da Entidade:

 reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, onde não se pode confundir o patrimônio da entidade
com o patrimônio de seus proprietários;

Princípio da Continuidade: .

 a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida estabelecida ou


provável, devem ser considerados quando da classificação e avaliação das
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas

Princípio da Oportunidade:

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 refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro
das mutações patrimoniais (deve ser feito no tempo certo e com a extensão
correta);

Princípio do Registro pelo Valor Original: ;

 os componentes do patrimônio devem ser registrados pelo valor original


das transações, expressos em valor presente na moeda do País

Princípio da Atualização Monetária:

 os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser


reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão
formal dos valores; não representa nova avaliação, mas tão somente o
ajustamento dos valores originais;

Princípio da Competência:

 as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado


do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independente de recebimento ou pagamento;

Princípio da Prudência:

 determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do


maior valor para os componentes do passivo, ou seja, o Princípio da Prudência
impõe a escolha da hipótese de que resulte o menor patrimônio líquido.

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UNIDADE II - PATRIMÔNIO

2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO

Patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens e os valores a receber


pertencentes tanto a pessoas físicas (seres humanos) quanto a pessoas
jurídicas (empresas). Em contabilidade esses valores a receber são chamados
de direitos.

Entretanto, para se identificar a situação de uma pessoa, não basta relacionar


os bens e direitos; é preciso saber as dívidas (obrigações) que ela possui. É
necessário saber o valor do patrimônio (um apartamento,por exemplo) e
apurar se ela não tem dívidas com um banco financiador (no caso de ela ter
adquirido o imóvel financiado).

2.2 BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES

BENS

São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das


empresas e que podem ser avaliados economicamente.

Classificação:

Bens Tangíveis, materiais, corpóreos ou concretos: têm existência física,


existem como coisa ou objeto; são os que possuem corpo, matéria.

Exemplos:

Máquinas (industriais, de somar, de escrever), Equipamentos, Veículos,


Estoques de Mercadorias, Imóveis, Dinheiro, Móveis, Ferramentas, Materiais de
Consumo.

Bens Intangíveis, imateriais, incorpóreos, abstratos. Constituem aplicações


absolutamente necessárias para a empresa atingir seus objetivos; inexistem
como coisa; não palpáveis, não constituídos de matéria.

Exemplos:

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Patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou
empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção).

Fundo de Comércio ou ponto ou local de trabalho ou clientela ou fama da loja


(um indivíduo vende uma loja e além do valor de venda cobra mais um valor
referente ao ponto).

Benfeitorias em prédios de terceiros visando a adaptação operacional aos


objetivos da empresa.

DIREITOS

São os valores que a empresa tem a receber de terceiros. Esses direitos


geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a
Receber.

Exemplos:

- Duplicatas a Receber

- Notas Promissórias a Receber

- Juros a Receber

- Aluguéis a Receber

OBRIGAÇÕES

Todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Essas obrigações
geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a
Pagar ou a Recolher.

Exemplos:

- Duplicatas a Pagar

- Notas Promissórias a Pagar

- Salários a pagar

- Aluguéis a pagar

- Contribuições sociais a Recolher

2.3 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS

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Todos os relatórios elaborados a partir da escrita contábil deverão ressaltar
esses dois aspectos:

Qualitativo: consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes


do respectivo relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um;

Quantitativo: consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores


em moeda.

2.4.1 ATIVO (APLICAÇÃO DE RECURSOS)

É o conjunto de bens e direitos decorrentes de transações passadas e que


tenha a potencialidade de geração de caixa.

O aspecto de geração de caixa é extremamente importante na conceituação de


um ativo, pois, no momento em que se resolve iniciar uma atividade qualquer,
recursos são transferidos na expectativa de que a geração de caixa seja
suficiente para prover aos investidores lucros superiores àqueles que obteriam
com os recursos aplicados em outra atividade.

Ativo, portanto, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa,


expressos em moeda, e que representam benefícios presentes ou futuros para
a mesma.

Para ser considerado um ativo é preciso preencher quatro características


simultaneamente:

a) Ser bens ou direitos;

b) Ser de propriedade da empresa

c) Ser mensurável em dinheiro;

d) Trazer benefícios presentes ou futuros.

Exemplos:

· Dinheiro depositado no banco

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· Duplicatas a receber

· Estoque de mercadorias para venda

· Móveis e utensílios

· Veículos

· Edifícios

2.4.2 PASSIVO (ORIGENS DE RECURSOS)

Significa as obrigações da empresa.

PASSIVO EXIGÍVEL

Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com
terceiros. É tudo aquilo que a empresa deve; são as dívidas que ela contraiu.

A palavra “terceiros” abrange o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com


quem a empresa tem dívidas: fornecedores (de mercadorias), funcionários
(salários), governo (impostos), bancos (empréstimos bancários) encargos
sociais (FGTS, previdência social), encargos financeiros (financiamentos), etc.

O Passivo Exigível evidencia o endividamento da empresa. O seu crescimento


de forma desmedida pode levar a empresa à concordata ou até mesmo à
falência.

Exemplos

· Duplicatas a pagar

· Empréstimos a pagar

· Juros a pagar

· Seguros a pagar

2.4.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ORIGENS DE RECURSOS)

Representa o registro do valor que os proprietários de uma empresa têm


aplicado no negócio. A aplicação inicial dos proprietários denomina-se,
contabilmente, Capital.

Na constituição da sociedade , o valor do capital coincide com o valor do PL. A


partir daí não necessariamente coincide, porque este último incorpora todas as
variações patrimoniais. Se uma empresa apresenta lucro, o valor do PL será

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representado pela soma do Capital + Lucro obtido. Se, ao contrário, a empresa
apresenta prejuízo, o PL será representado pelo Capital subtraído do prejuízo.

O PL também pode ser definido como sendo a diferença entre o valor do Ativo
e do Passivo de uma entidade, em um determinado momento e pode ser
proveniente das seguintes fontes: Investimentos e Lucros.

2.4.4 DIFERENÇA ENTRE PASSIVO EXIGÍVEL E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Pela representação gráfica, temos no lado esquerdo o Ativo que são todos os
bens e direitos de propriedade da empresa. No lado direito, temos as
obrigações que a empresa tem com terceiros. É uma obrigação exigível, isto é,
no momento em que a dívida vencer, será exigida a liquidação da mesma.

Temos, também, o Patrimônio Líquido evidenciando recursos dos proprietários


aplicados no empreendimento.

A Lei das Sociedades Anônimas denomina de Passivo todo o lado direito do


Balanço Patrimonial. Dessa forma, o Patrimônio Líquido estaria incluído na
denominação Passivo.

Este enfoque da Lei não é bem aceito nos meios contábeis, uma vez que o
termo Passivo tem uma conotação de conjunto de dívidas, encargos e
obrigações com terceiros, não sendo suficientemente extenso para abranger
Patrimônio Líquido.

De certa forma, o Patrimônio Líquido também é uma obrigação da empresa


com os seus proprietários. Todavia é uma obrigação não exigível, isto é, os
proprietários não exigem da empresa o reembolso da sua aplicação, pois têm
um interesse de continuidade da mesma. Por isso, antigamente, o Patrimônio
Líquido era conhecido como Não Exigível”.

2.5 EQUILÍBRIO PATRIMONIAL

Balanço lembra balança de dois pratos. Para refletir situação normal, os dois
pratos da balança precisam estar em equilíbrio. Como ocorre com a balança,
o balanço também precisa estar em equilíbrio.

Para o Balanço Patrimonial refletir adequadamente a situação financeira da


entidade, o total do lado do Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo.

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No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, são classificados os elementos
positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado lado do Passivo, são
classificados os elementos negativos (Obrigações).

A equação fundamental do patrimônio é a que evidencia o patrimônio em


situação normal, ou seja, em Situação Líquida Positiva.

2.6 SITUAÇÕES PATRIMONIAIS

O ATIVO, considerado isoladamente, constitui o Patrimônio Bruto. Mas o


Ativo, sozinho, não reflete a verdadeira situação patrimonial da Pessoa. Essa só
é demonstrada quando do Ativo se deduz o valor do passivo. Portanto,
Situação Patrimonial Líquida é determinada pela diferença entre Ativo e
Passivo.

Dependendo dos valores que possam assumir os elementos da equação


patrimonial (A = PE + PL), o Balanço Patrimonial pode apresentar as seguintes
configurações, não esquecendo que Situação Líquida é a diferença entre o
Ativo e o Passivo ( SL = A – PE ):

1ª - Positiva ou Superavitária: A > PE

Dizemos, nessa hipótese, que há Patrimônio Líquido. Patrimônio Líquido


é, pois, a diferença entre Ativo e Passivo. PL = A – PE. Essa situação representa
um equilíbrio patrimonial na empresa, uma vez que, o ativo é suficientemente
superior para saldar os compromissos da empresa com terceiros,
representados pelas obrigações.

2ª - Negativa ou Deficitária ou Passivo a Descoberto A < P

Nessa hipótese, estaremos diante da figura denominada PASSIVO A


DESCOBERTO, isto é, uma parcela das Obrigações(PASSIVO) ficará sem ser
paga mesmo que a empresa realize todo o seu ativo. Ou seja, o Ativo não é
suficiente para liquidar todas as dívidas. Todo o capital foi absorvido, havendo
ainda um déficit patrimonial.

3ª - Nula ou Inexistente: A = PE

Esta representa uma situação muito difícil de acontecer, pois sendo o A = PE,
significa que toda a parte do proprietário já foi consumida pelas obrigações que

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representam o mesmo valor do conjunto de bens e direitos. Considerando,
ainda, que uma parte do ativo é constituída de bens necessários a atividade
operacional da empresa e deles não pode se desfazer, o Ativo deverá ser maior
que Passivo Exigível, no mínimo pela soma desses valores, pois, caso contrário,
é bem provável que a empresa tenha que alienar esses bens, para poder solver
seus compromissos, daí nada sobrando para que ela possa continuar em
operação.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos


pela Contabilidade, cujo objetivo é fornecer aos usuários os principais fatos
registrados no período e distinguem-se entre os obrigatórios e não obrigatórios.

Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei e são conhecidos como
Demonstrações Financeiras. São exigidos para as sociedades anônimas e
parte deles estendidos a outros tipos societários, através do Imposto de Renda.

Os relatórios contábeis não obrigatórios não têm menor importância. Existem


relatórios não obrigatórios imprescindíveis para a administração.

A Lei 6.404/76, de 15/12/76, publicada no D.O.U. de 17/12/76, e posteriores


atualizações estabelece, para as Sociedades Anônimas que, ao fim do exercício
social e com base na escrituração contábil fará elaborar as seguintes
Demonstrações Financeiras (ou Contábeis), as quais deverão ser
publicadas em dois jornais - Diário Oficial e um de grande circulação:

• Balanço Patrimonial (BP);

• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou


Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), esta última
não exigida pela Lei das S.A., mas pela CVM em sua Instrução nº 59/86
para as cias. abertas. Para as demais, é optativa uma ou outra; e

• Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos somente para a a


sociedades de capital aberto que negociam suas ações em bolsa e as
grandes Sociedades Anônimas. As companhias fechadas com patrimônio
líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) estão
dispensadas da obrigatoriedade de elaboração e publicação.

Essas demonstrações serão assinadas pelos administradores e por contabilistas


legalmente habilitados.

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Pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de
responsabilidade limitada e outros tipos societários deverão apresentar as
seguintes demonstrações:

Balanço Patrimonial (BP);

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

Complementação às Demonstrações Financeiras

O conjunto de informações que deve ser divulgado por uma empresa,


representa sua “prestação de contas” e abrange ainda:

• Relatório da Administração

• Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas que as integram

• Parecer dos Auditores Independentes.

Relatório da Administração

É um complemento às Demonstrações Contábeis fornecido pela empresa, onde


a Diretoria dará ênfase às informações contendo dados e informações
(normalmente de caráter não financeiro), que sejam úteis aos usuários em seu
julgamento e tomada de decisões, tais como:

• Dados estatísticos diversos

• Indicadores de produtividade

• Desenvolvimento tecnológico

• A empresa no contexto socioeconômico

• Políticas diversas

• Projetos de expansão

Notas Explicativas

A Lei das S.A. estabelece que as Demonstrações Financeiras serão


complementadas por Notas Explicativas.

Como a evidenciação é um dos objetivos básicos da Contabilidade, as Notas


Explicativas devem garantir aos usuários informações completas e confiáveis

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sobre sua situação financeira e os resultados da Empresa. Nelas devem constar
informações que a simples leitura do demonstrativo não é auto esclarecedora.

Exemplos de Notas Explicativas:

• Critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro;

• Obrigações de longo prazo, destacando os credores, taxa de juros, garantias


à dívida, etc.

• Composição do capital social por tipo de ações

• Ajustes de exercícios anteriores.

Parecer dos Auditores

É o parecer do auditor externo, que não possui nenhum tipo de vínculo com a
instituição, tendo total independência para emitir sua opinião sobre as
Demonstrações Contábeis.

Informa se representam adequadamente a situação patrimonial e situação


financeira, se foram levantadas de acordo com os Princípios Fundamentais da
Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício anterior. Em alguns
casos, informações contidas nos comentários do auditor já foram incluídas nas
Notas Explicativas, o que traz maior segurança para o usuário da
Demonstração Financeira.

O auditor externo não pode, sequer, ter um parente que tenha vínculo
empregatício com a empresa e uma das formas de se avaliar se o parecer é
confiável é identificar se a empresa de auditoria não está demasiadamente
dependente de um único cliente (mais de 2% de seu faturamento já é
comprometedor).

As companhias abertas, instituições financeiras e alguns outros casos


específicos são obrigadas a publicar as Demonstrações auditadas por auditores
independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

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UNIDADE III - BALANÇO PATRIMONIAL

3.1 INTRODUÇAO

Relacionando todas as contas de forma desordenada, ainda que respeitando as


noções de ativo, passivo e patrimônio líquido, haveria muita dificuldade para
interpretar e analisar o balanço.

Essa é a razão por que se devem agrupar contas de mesma característica, de


mesma natureza; facilitar a leitura do balanço.

A legislação brasileira estabelece três grupos de contas para o ativo e


praticamente três grupos de contas para o passivo e patrimônio líquido:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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3.2 CONCEITO DE CURTO E LONGO PRAZO NA CONTABILIDADE

Curto Prazo: representa todas as contas a receber (direitos) e a pagar


(obrigações) até o final do exercício seguinte.

Longo Prazo: representa todas as contas a receber (direitos) e a pagar


(obrigações) após o final do exercício seguinte.

3.3 ATIVO

Compreende os bens e direitos de propriedade da empresa (aplicações de


recursos).

3.3.1 Circulante: compreende contas representativas de bens e direitos que


estão em constante giro (capital de giro), sua conversão em dinheiro ocorrerá,
no máximo, até o final do próximo exercício (curto prazo). Neste grupo são
classificados:

Disponível: dinheiro em caixa, dinheiro em bancos e aplicações de resgate


imediato.

Duplicatas a Receber: decorrentes de vendas de mercadorias, produtos ou


serviços a prazo.

Estoques: mercadorias e produtos para venda, matérias primas e materiais de


consumo.

Investimentos Temporários: aplicações realizadas normalmente no mercado


financeiro cujo resgate ocorrera no curto prazo.

Despesas Antecipadas: gastos antecipados, geradores de créditos a compensar


no curto prazo.

3.3.2 Realizável a Longo Prazo: Compreende itens que serão realizados


(transformados) em dinheiro a longo prazo, ou seja, após o final do exercício
seguinte: Direitos a Receber, Aplicações, etc., de longo prazo.

3.3.3 Permanente: compreende itens que dificilmente se transformarão em


dinheiro, pois não se destinam a venda, mas são utilizados como meios de
produção ou meios para se obter renda para empresa. É conhecido como ativo
fixo. São bens com vida útil longa. O Ativo Permanente divide‐se em três
grupos:

Investimentos: são aplicações que nada tem a ver com atividade principal da
empresa. Por exemplo, ações de outras empresas, obras de arte, terrenos para
futura utilização, prédio para renda (aluguel); não bens não necessários para o
volume de produção e vendas.

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Imobilizado: são bens destinados à manutenção da atividade principal da
empresa. Os bens que auxiliam a empresa na consecução de sua atividade
pertencem ao imobilizado: máquinas, equipamentos, prédios, ferramentas,
móveis e utensílios, instalações, veículos, etc.

Diferido: São gastos, normalmente com serviços de terceiros, que


beneficiarão a empresa por vários exercícios. Exemplos: gastos pré
operacionais (gastos antes do início das atividades da empresa: abertura da
empresa; recrutamento, seleção e treinamento de pessoal, etc.; gastos com
reestruturação da empresa; gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos; etc.)

3.4 PASSIVO

Representa as origens de terceiros, exigíveis a curto e longo prazo.

3.4.1 Circulante: evidencia todas ad dividas com terceiros que serão pagas a
curto prazo: Exemplos: fornecedores de mercadorias; salários a pagar,
impostos a pagar, empréstimos a pagar, contas a pagar, etc.

3.4.2 Exigível a Longo Prazo: compreende as obrigações que serão


liquidadas a longo prazo. Exemplos: financiamentos a pagar, empréstimos a
pagar, etc.

3.5 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Compreende o total de recursos próprios da entidade, representado da


seguinte forma:

Capital Social – capital investido pelos proprietários.

Reserva de Capital – correspondem a valores recebidos de terceiros que não


representam aumento de capital e não se originaram do lucro da atividade,
como por exemplo: doações, subvenções para investimento, etc.

Reserva de Reavaliação – representam a contrapartida dos acréscimos de


valor aos bens do ativo, em virtude de nova reavaliação.

Reserva de Lucros – se originam de lucros não distribuídos aos proprietários,


sendo que as reservas de lucros representam lucros retidos com finalidade
especifica: reserva estatutária, reserva legal, etc.

Lucros Acumulados ou Prejuízos Acumulados – decorrem de lucros retidos


sem fim especifico ou prejuízos obtidos com atividade.

3.6 PRINCIPAIS DEDUÇÕES DO ATIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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3.6.1 Deduções do Ativo Circulante: reduzindo Duplicatas a Receber
encontram-se duas deduções:

1. A parcela estimada pela empresa que não será recebida, em decorrência de


maus pagadores, deverá constar como conta redutora de duplicatas a receber
a titulo de Provisão para Devedores Duvidosos.

2. Parte das duplicatas a receber negociadas com as instituições financeiras


(bancos), com o objetivo de recebimento antecipado desses títulos, em função
de necessidades de caixa, deverá evidenciar em uma conta redutora nominada
de Duplicatas Descontadas.

3.6.2 Deduções do Ativo Permanente

1. No Imobilizado, como dedução do valor dos bens tangíveis, encontram-se


Depreciação Acumulada, ou seja, a perda de valor dos bens por desgaste pelo
uso e ação do tempo ou por obsolescência tecnológica.

2. No Diferido, como dedução do valor dos gastos diferidos, encontram-se a


Amortização Acumulada, ou seja, a amortização dos gastos em função do
benefícios por eles gerados.

3.6.3 Deduções do Patrimônio Líquido

1. No Capital Social, reduzindo o valor do Capital, constará a conta redutora


Capital a Integralizar, registrando o valor do montante do capital não
integralizado pelos sócios.

2. Reduzindo o Patrimônio Líquido constará a conta Prejuízo Acumulado, em


caso de prejuízo obtido no período.

UNIDADE IV - CONTABILIZAÇÃO DAS CONTAS DO BALANÇO


PATRIMONIAL

4.1 TEORIA DAS CONTAS

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As Contas representam registros de débitos e créditos da mesma natureza ou
espécie, identificadas por nomes (títulos) que qualificam elementos
patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, despesas e
receitas).

As contas são classificadas em:

• Patrimoniais: compõem o Balanço Patrimonial e representam o Ativo,


Passivo Exigível (PE) e Patrimônio Líquido (PL).

• De Resultado: registram as variações patrimoniais e englobam receitas e


despesas, servindo também para determinar o resultado do exercício.

Toda conta deverá ter titulação própria adequada para que possa reproduzir
com clareza o fato ocorrido.

Exemplo:

· Todas as entradas e saídas de dinheiro em uma empresa são registradas na


conta “caixa”.

· O valor dos móveis comprados por uma Cia. é registrado na conta “móveis e
utensílios”.

· Uma compra a prazo realizada gera uma obrigação denominada “duplicatas


a pagar”.

· O valor que os proprietários de um a firma têm aplicados na mesma de ser


registrado numa conta denominada “capital social”.

4.1.2 FUNÇÃO

A função das contas é controlar, mediante registro dos atos e fatos da


administração econômica dos componentes do patrimônio e a formação dos
resultados realizados em cada período de tempo (exercício social).

4.1.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Para simplificar as ilustrações e a resolução de problemas, utilizaremos uma


representação gráfica

bastante simples, que será denominada CONTA T ou RAZONETE ou


simplesmente T.

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4.1.4 ELEMENTOS DE UMA CONTA

Título da Conta: Indica o elemento patrimonial ou de resultado.

Lado Esquerdo: Indica o lado do Débito.

Lado Direito: Indica o lado do Crédito.

Nome da Conta

Débitos Créditos

(D) (C)

Devedor Credor

Saldo

Um lançamento no lado direito de uma conta é denominado, crédito; um


lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado, débito.

Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos a conta terá um saldo
devedor, caso contrário, saldo credor.

Uma conta pode apresentar saldo devedor ou credor e o seu saldo, em


determinado período, é a diferença entre o somatório dos débitos e créditos
efetuados nesta conta durante aquele período.

4.2 MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO DAS CONTAS PATRIMONIAIS

SALDO
CONTAS AUMENTA DIMINUI
(NATUREZA)

ATIVO Débito Crédito Devedor

PASSIVO Crédito Débito Credor

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Crédito Débito Credor

(*) As contas retificadoras do Ativo, Passivo e do Patrimônio Líquido,


por serem redutoras de seus grupos aumentam e diminuem de forma
contrária ao grupo.

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4.3. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

É o método pelo qual cada débito efetuado em uma ou mais contas, deve
corresponder um crédito em uma ou mais contas, de tal forma que o total
debitado seja sempre igual ao total creditado. Os lançamentos podem
ser de quatro fórmulas:

Primeira Fórmula - Para registrar fatos administrativos que envolvem uma


conta devedora e uma conta credora. Ex.: Compra de material de escritório
por com pagamento a vista.

Segunda Fórmula - Para registrar fatos administrativos que envolvam uma


conta devedora e mais de uma conta credora. Ex.: Compra de mercadorias,
sendo 30% à vista, o restante a prazo.

Terceira Fórmula - para registro de fatos que apresentem mais de uma


conta devedora e uma só conta credora. Ex.: Compra a vista de moveis e
utensílios e equipamentos.

Quarta Fórmula - Para registro de fatos que apresentam mais de uma conta
devedora e mais de uma conta credora. Ex.: Compra de um terreno e de um
edifício, parte paga a vista e o restante a prazo.

4.3.1 Balancete de Verificação

Todos os fatos administrativos de uma empresa são lançados, pelo Método das
Partidas Dobradas, no livro Diário Geral, em ordem cronológica e transcritos
para o Razão. Partindo do saldo das contas do Razão, extraímos a maioria das
informações necessárias para a elaboração Demonstração do Resultado do
Exercício e do Balanço Patrimonial.

Entretanto, antes da elaboração dessas Demonstrações Financeiras, é


levantado um demonstrativo preliminar denominado Balancete de
Verificação. O Balancete de Verificação irá conter todas as contas com
saldo e as que tiverem movimentação no período, o que possibilita verificar
possíveis erros existentes, já a soma dos saldos devedores deve ser igual a
soma dos saldos credores. O principal objetivo é o de testar se o método das
partidas dobras foi respeitado.

Balancete de Verificação

Contas Saldos

20
Devedor

Credor

Caixa 10.000

Capital 10.000

Total 10.000 10.000

UNIDADE V - AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

5.1 DESPESA, RECEITA E RESULTADO

As causas principais que fazem variar o Patrimônio Líquido são:

a) o investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores feitos na


entidade;

b) o resultado obtido do confronto entre contas de receitas e despesas dentro


do período contábil.

5.1.1 Receita

Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de


dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de
mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também
pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos, de aluguéis e outras
origens.

A obtenção de uma Receita resulta, pois, num aumento de Patrimônio Líquido.

5.1.2 Despesa

Entende-se, por Despesa, o consumo de bens ou serviços, que, direta ou


indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o Ativo (a vista) ou

21
aumentando o Passivo (a prazo). Uma Despesa é realizada com a finalidade de
se obter uma Receita.

5.1.3 Resultado

Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do


período contábil será positivo, denominado de lucro, aumentando o Patrimônio
Líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, este fato ocasiona um
prejuízo que diminuirá o Patrimônio Líquido.

5.1.4 Mecanismo de Débito e Crédito

Como já foi visto anteriormente, os registros de aumento e de diminuições das


contas de Patrimônio Líquido obedecem à seguinte regra: Os Aumentos são
registrados por créditos e as Diminuições por débitos.

Em decorrência dessa regra geral, as receitas obtidas, por aumentarem o


Patrimônio Líquido, deverão ser creditadas em contas de receita. As despesas
incorridas, por diminuírem o Patrimônio Líquido, deverão ser debitadas em
contas de despesa.

Uma despesa é, portanto, elemento que diminui o resultado (e,


conseqüentemente, o patrimônio líquido), enquanto uma receita é elemento
que aumenta o resultado (e o patrimônio líquido, por decorrência).

Para que haja condições de análise e informações detalhadas dentro de uma


empresa, receitas e despesas constituem apenas os grupos principais, sendo
desdobradas em cada classe, em diversas contas componentes, segundo a
natureza e o tipo de cada uma delas.

Exemplo: Receitas de Serviços, de Vendas de Mercadorias, de Comissões, de


Juros etc.; Despesas de Aluguel, de Salários, de Juros, de Tributos etc.

5.1.5 Período Contábil (Exercício Social)

É o espaço de tempo (12 meses) findo o qual as pessoas jurídicas apuram os


seus resultados. Ele pode coincidir ou não com o ano-calendário, de acordo
com o previsto no estatuto ou contrato social. Perante a legislação do imposto
de renda o exercício social deve coincidir com o calendário civil.

5.1.6 Apuração do Resultado do Exercício

22
Toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma vez
por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício está na dependência do confronto
das contas de receita e de despesa, e esse resultado líquido é apurado na
conta denominada Resultado.

Para efeito de apurar Resultado da empresa, as contas de receita e despesa


são periódicas, isto é, somente deverão conter registros para um ano ou
período menor, conforme a duração do período contábil, o que significa que
todas as contas de receita e de despesa devem possuir saldo zero no início dos
períodos.

Para que isto ocorra, no final de cada período deve-se proceder ao


encerramento das contas de resultado, por meio dos lançamentos de
encerramento. O encerramento das contas de receita é realizado pela
transferência (débito) de seus saldos credores para crédito da conta Resultado.
As contas de despesa são encerradas pela transferência (crédito) de seus
saldos devedores para débito da conta Resultado.

5.1.7 Distribuição de Resultados

A conta Resultado recebe, por transferência, a débito do valor dos saldos das
contas da despesa e a crédito os saldos das contas de receita. Se o total dos
créditos da conta Resultado for superior ao total dos débitos, teremos um lucro
líquido; se, ao contrário, o total dos débitos superar o total dos créditos,
chegaremos a um prejuízo.

Ocorrendo Lucro ou Prejuízo, o resultado apurado será transferido para a conta


Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Após sua transferência para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, o


Resultado do Exercício poderá ser distribuído para outras contas do Patrimônio
Líquido (Reservas de Lucros) e do Passivo (Dividendos a Pagar).

5.2 OPERAÇÕES DECORRENTES DO REGIME DE COMPETÊNCIA DE


EXERCÍCIOS

5.2.1 Regime de Competência de Exercícios

Outro princípio contábil é o Princípio Contábil do Regime de Competência de


Exercícios.

23
De acordo com Regime de Competência de Exercícios, as Receitas e as
Despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do
recebimento da Receita ou pagamento da Despesa, em dinheiro.

As receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse período, não importando


se tenham sido recebidas ou não, desde que atendidas certas condições.

As despesas de um exercício são aquelas incorridas nesse período, não


importando se tenham sido pagas ou não.

Difere, pois, do regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas


do exercício as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período.
Conforme veremos adiante, um dispêndio poderá ser considerado ou não como
despesa no exercício em que é pago. Da mesma forma, pode-se reconhecer ou
não como receita, dentro do exercício em que ocorreu um recebimento de
caixa.

5.2.1.1 Despesas a Pagar e Receitas a Receber

Uma despesa a pagar é a que foi incorrida (o fato gerador ocorreu) dentro do
período contábil, mas ainda não foi paga; uma receita a receber é a que foi
ganha (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas ainda não foi
recebida. Assim:

a) “se uma empresa obteve uma receita (ganhou), debita-se uma conta de
Ativo e credita-se uma conta de Receita”;

b) “se uma empresa incorreu numa despesa ainda não paga em dinheiro,
debita-se uma conta de Despesa e credita-se uma conta de Passivo”.

5.2.1.2 Desembolsos que se Transformarão em Despesas: Regra Geral

Se um desembolso beneficiar mais de um periodo contábil, deverá ser debitado


em uma conta do Ativo. Ao final de cada período, é necessário determinar qual
a parcela que foi usada ou consumida, considerando-a, pois, despesa
(aparecendo na Demonstração do Resultado do Exercício), e qual a parcela
ainda não usada ou consumida que se tornará despesa em períodos futuros e
até lá continuará a aparecer no Ativo do Balanço.

24
O procedimento contábil mais apropriado a ser usado em tais casos é o
seguinte:

• Na data do pagamento ou da criação da obrigação a pagar, debita-se o


valor total em uma conta de Ativo;

• No final de cada período beneficiado pelo gasto, transfere-se, do valor da


conta do Ativo, por um lançamento de ajuste, a parcela proporcional ao
período beneficiado para uma conta de Despesa.

a) Gastos Antecipados (Despesas do Exercício Seguinte)

Existem certos ativos oriundos de desembolsos realizados no período corrente


que beneficiam o exercício seguinte ou sub períodos de tal exercício. É o caso
do prêmio de seguro pago antecipadamente, usualmente remunerando a
seguradora por um ano de cobertura de seguro. Nesse caso, temos um típico
exemplo de Despesa Paga Antecipadamente classificável ao Ativo Circulante
(ativos realizáveis no curso do exercício social subseqüente ao do Balanço).

b) Estoques de Produtos e de Outros Materiais

Os estoques de produtos e mercadorias que figuram no Ativo de uma empresa


transformam-se em despesas quando esses bens forem vendidos, pois são
componentes do custo das vendas.

c) Consumos de Ativos Permanente

Os ativos permanentes, constituindo-se em inversões permanentes, são


adquiridos para servir à empresa em vários períodos de sua existência, não
sendo objeto normal de compra e venda. A aquisição do imóvel onde a
empresa se instala, a compra de equipamentos, veículos, móveis e utensílios
etc. necessários para atingir os fins a que ela se propõe, são ativos fixos que
não se destinam à venda.

Como essas inversões são permanentes e irão servir à empresa por vários
exercícios, não é correto apropriar como despesa a totalidade de seu valor no
momento da aquisição. Todo item de ativo fixo possui um tempo de vida útil
limitado e estimável, que servirá de base para o rasteio da despesa naquele
espaço de tempo.

A distribuição da despesa por vários períodos contábeis, do valor do ativo fixo,


é feita pelo procedimento contábil denominado depreciação, especificamente
dos bens do Ativo Imobilizado.

25
5.2.1.3 Passivos que se Transformarão em Receitas: Regra Geral

Ocorre, em certas ocasiões, o recebimento antecipado de valores por conta de


serviços a serem executados ou vendas de bens a serem atendidas.

a) Adiantamentos de Receitas

Adiantamentos de Clientes representam recebimentos adiantados que vão


gerar um Passivo, por representarem a obrigação de prestação de serviço
futuro, ou de entrega posterior de bens.

O valor desse recebimento deverá ser creditado em uma conta de passivo, cujo
título expresse claramente tratar-se de um adiantamento de cliente, com valor
recebido antecipadamente. O procedimento contábil mais correto para o caso é
o seguinte:

• Na data do recebimento do valor, credita-se uma conta de Passivo; a


débito de caixa;

• Ao final de cada período, a parte do valor dos serviços prestados, ou o


valor dos bens entregues nesse exercício, deverá ser transferida, por
meio de um lançamento de ajuste, da conta de adiantamento de cliente
para a conta de receita do exercício.

DRE – Empresa: ............. período ..... $


UNIDADE VI – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – GRUPO
Receita Bruta de Vendas e Serviços
DE(-)
CONTAS
Deduções
Descontos Concedidos e Devoluções
6.1(-)CONTAS
Impostos
DEIncidentes
RESULTADO sobre Vendas
= Receita Líquida
(-) Custo dos Produtos Vendidos e dos Serviços Prestados
As =contas
Lucrode resultado representam basicamente as receitas, custos e
Bruto
despesas ocorridos
(-) Despesas num determinado período na empresa. São contas
de Vendas
(-) Despesas Administrativas
oriundas da movimentação
(-) Despesas das origens e das aplicações de recursos
Financeiras Líquidas
que a empresa possui.
(-) Outras Despesas Operacionais
= Lucro Operacional
(-) Despesas não Operacionais
(+) Receitas não Operacionais
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para Imposto de Renda
= Lucro Líquido antes das Participações e
Contribuições
(-) Participações 26
(-) Contribuições
= Lucro Líquido do Exercício
= Lucro por Ação
6.2 RECEITA BRUTA DE VENDAS

As receitas são provenientes das vendas de mercadorias, produtos e


serviços efetuadas pela empresa em determinado espaço de tempo.
Essa receita pode ter sido recebida à vista ou ter prazo futuro de
recebimento.

6.3 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

As deduções sobre as vendas representam retificações na Receita


Bruta, ou seja, ajustes efetuados na receita bruta e não em despesas
sobre elas.

1) Devoluções: representam as vendas que foram canceladas pelos


clientes, por motivo de desacordo com o pedido, divergência em
quantidades contratadas, preços etc. Esses valores comporão as
deduções na DRE, diminuindo a Receita Bruta do Período.

2) Descontos Concedidos: outra categoria de descontos é o que


chamamos de abatimentos sobre venda. Por vários motivos, por
exemplo, produto fora do padrão, desacordo com pedido etc. a
empresa vendedora poderá conceder descontos (abatimentos)
sobre as vendas já realizadas. Esse desconto concedido após a
venda será contabilizado como uma dedução da receita bruta do
período.

3) Impostos Incidentes sobre Vendas

27
Representam os valores que a empresa deverá recolher ao órgão
competente de fiscalização e que foram gerados em função da
receita do período. Dentre eles, apresentam-se:

 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);

 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

 Imposto sobre Serviços (ISS);

 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social


(COFINS);

 Programa de Integração Social (PIS/Faturamento);

6.4 CUSTO DAS VENDAS

Consumo de bens e serviços na produção de outros bens e serviços,


assim divididos:

 Custos dos Produtos Vendidos – CPV: representam todos os


custos incorridos pela empresa para se ter fabricado os
produtos vendidos no período, no caso da indústria.

 Custos das Mercadorias Vendidas – CMV: representam os custos


de aquisição das mercadorias que foram vendidas no período, no
caso do comércio.

 Custos dos Serviços Prestados – CSP: representam os custos


envolvidos no processo da efetiva prestação do serviço no
período, no caso da prestadora de serviços.

6.5 DESPESAS

Despesas são sacrifícios que a empresa incorre para poder obter


receita no futuro. São desembolsos necessários que contribuirão para
a apuração da receita. Sem a ocorrência de determinadas despesas,
seria muito difícil vender produtos ou prestar serviços.

6.5.1 Despesas Operacionais

As que participam efetivamente da operação da empresa,


contribuindo para a manutenção da atividade operacional a qual se
propõe a desempenhar. A classificação na DRE apresenta-se da
seguinte forma:

28
6.5.1.1 Despesas de Vendas

As despesas de vendas representam os desembolsos efetuados ou


comprometidos pela empresa para colocar seu produto até ao
consumidor final ou lhe prestar um serviço. As contas mais comuns
são: despesas com pessoal de vendas, comissões sobre as vendas
realizadas, propaganda e publicidade, provisão para devedores
duvidosos etc.

6.5.1.2 Despesas Administrativas

São as despesas provenientes da gerência efetiva do negócio. As


contas mais comuns são: despesas com pessoal administrativo,
despesas com aluguel do escritório, seguros, depreciação de
equipamentos de informática e móveis da administração etc.

6.5.1.3 Despesas Financeiras Líquidas

A conta de despesas financeiras líquidas representa, num primeiro


momento, as despesas financeiras provenientes do custo da captação
de terceiros. As contas representativas são: juros pagos, comissões
bancárias, descontos concedidos a terceiros etc.

Num segundo momento, representam as receitas financeiras que por


sua vez deverão ser compensadas para efeito de demonstração do
resultado. Devido a essa compensação, a conta chama-se despesas
financeiras líquidas. As receitas financeiras são provenientes de:
aplicações financeiras, descontos obtidos, juros recebidos etc.

6.5.3.4 Outras Despesas Operacionais

São despesas que estão no contexto operacional, mas que não se


enquadram em contas especificadas anteriormente. São exemplos de
outras despesas operacionais as despesas tributárias que não se
relacionam com as receitas de vendas, prejuízos provenientes de
participações em outras empresas etc.

6.5.3.5 Outras Receitas Operacionais

Representam receitas que estão no contexto operacional, mas que


igualmente a outras despesas operacionais, não estão diretamente
relacionadas com contas especificadas anteriormente. São exemplos:
receitas eventuais provenientes de vendas de sucatas, lucro auferido
na participação em outras empresas etc.

29
6.6 RESULTADOS NÃO OPERACIONAL

São as despesas e receitas não relacionadas diretamente com a


natureza dos negócios da empresa.

Exemplo:

• Lucro ou Prejuízo na venda do Ativo Permanente;

• Perdas com sinistros;

• Ganhos eventuais.

6.7 PROVISÃO PARA PAGAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA

Valor obtido extra-contabilmente através do Livro de Apuração do


Lucro Real - LALUR, de escrituração obrigatória para todas as Pessoas
Jurídicas contribuintes do Imposto de Renda com base no Lucro Real,
apurado mensalmente.

Esta provisão representa o valor a ser pago, a cada mês, a título de


Imposto de Renda incidente sobre o Lucro Fiscal do período :

Lucro ou Prejuízo Contábil

( + ) Inclusões

( - ) Exclusões

O RIR - Regulamento do Imposto de Renda determina que o imposto


incide sobre o Lucro Real ou Lucro Fiscal e não sobre o Lucro Contábil,
podendo ocorrer as seguintes situações:

a) Poderá ocorrer Lucro Contábil e Lucro Fiscal, havendo Imposto de


Renda a Pagar;

b) O resultado do período é Lucro Contábil, porém, Prejuízo Fiscal, não


havendo imposto de renda a pagar;

c) O resultado é Prejuízo Contábil, todavia, Lucro Fiscal, a empresa


tem Imposto de Renda a pagar;

d) Ou ainda, Prejuízo Contábil e Prejuízo Fiscal, sem pagamento de


imposto.

30
6.8 PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

São os valores devidos como participações no Lucro a serem pagas


aos Diretores, Sócios e Empregados da empresa, e contribuições à
entidades de previdência e de assistência social de seus funcionários,
conforme Contrato Social ou Estatuto da empresa.

UNIDADE VII - ESCRITURAÇÃO

7.1 ESCRITA CONTÁBIL

É o registro dos fatos patrimoniais, o registro dos fatos contábeis, a


escrituração dos fenômenos ocorridos com o patrimônio da entidade, o
levantamento patrimonial ou, ainda, o mesmo que Escrituração Contábil.

7.2 - PARTIDAS DOBRADAS

É a partida contábil ou lançamento contábil onde um débito é sempre


correspondido por um crédito de igual valor..

A Partida Dobrada é o método de registro que se encontra mais difundido e


adotado pela maioria das empresas e entidades em todo o mundo.

O método compreende não apenas o princípio de que para todo débito


há um
crédito de igual valor, mas também reúne certas regras como, por
exemplo:

a) A conta debitada é sempre inscrita em primeiro lugar;

b) A conta creditada é sempre inscrita em segundo lugar;

c) A conta debitada sempre ocupa a coluna da esquerda;

d) A conta creditada sempre ocupa a coluna da direita;

e) A conta creditada deve estar precedida da preposição a;

f) O Livro Razão é o que agrupa as contas com lançamentos de débito e


crédito;

g) No Livro Razão, a soma dos valores do débito deve ser sempre igual a
soma dos valores do crédito;

h) O Livro Razão é o livro principal do qual é extraído o Balancete de


Verificação, que é o ponto de partida para o levantamento do Balanço;

31
i) O Livro Diário é o livro que reúne os fatos em ordem cronológica, os
quais devem ser transcritos para o Livro Razão.

7.3 – LIVROS CONTÁBEIS

Os livros contábeis, destinados aos registros contábeis das operações de


uma empresa são classificados em dois grupos:
a) Obrigatórios;
b) Facultativos.

a) Livros contábeis obrigatórios:

7.3.1 Livro Diário

É um livro obrigatório, exigido para todas as empresas pelo Código


Comercial Brasileiro e pela Legislação Tributária.

No Livro Diário registram-se os fatos contábeis através das Partidas


Dobradas, onde os lançamentos contábeis obedecem uma ordem
cronológica de dia, mês e ano.

O Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, e os


registros contábeis serão efetuados diariamente.

Quando a empresa adota o sistema de registro contábil por meio


magnético, as
folhas de formulário contínuo do Diário são numeradas automaticamente
pelo computador e, no final do período, deverão ser encadernadas.

Portanto, todas as operações da empresa são registradas


obrigatoriamente e, em primeiro lugar, no Livro Diário. Ele é composto
por folhas encadernadas, devendo conter o Termo de Abertura e o
Termo de Encerramento, devidamente assinados por responsável pela
empresa e por contabilista habilitado, e, será submetido à autenticação
do órgão competente do Registro do Comércio ( Junta Comercial da sede
da empresa ).

Os elementos básicos utilizados na escrituração do Livro Diário são:

a) Data da operação ( transação );


b) Título da conta de débito e da conta de crédito;
c) Valor do débito e do crédito;
d) Histórico: alguns dados fundamentais sobre a operação registrada, tais

32
como, número da Nota Fiscal, número do cheque, identificação de terceiros
envolvidos na operação, etc.

Exemplo de escrituração do Livro Diário

Suponha-se que em fevereiro de 200X a empresa realizou as seguintes


operações:

• Em 20/02/200X: Comprou equipamentos, a vista, de João & Cia., conforme


Nota Fiscal,
Série A, no.5.810, por R$ 50.000,00;
• Em 26/02/200X: Depositou no Banco Y S/A a quantia de R$ 25.000,00.

Assim sendo, a empresa registrou as operações no Livro Diário através dos


lançamentos contábeis, a seguir:

33
Data
Título
das
Contas
e
Históric
o
Código
da
Conta
Débito
Crédito

200X

Fevo .
20
Equip
amentos
-
50.000,0
0

aCaixa
-

50.000,0
0

Nota
Fiscal,
Série A,
no.
5.810,
de

34
Observação: Hoje, a maioria dos sistemas de contabilização não
utilizam a preposição a, que precede a conta credora, como nos
lançamentos expostos acima. Esta partícula é usada apenas na
escrituração manual.

7.3.2 Livro Razão

Atualmente, é um livro obrigatório, que foi durante muito tempo


considerado como livro facultativo.

Face a sua utilidade, é indispensável em qualquer tipo de empresa, sendo o


instrumento mais valioso na atividade contábil e imprescindível para os
órgãos fiscalizadores, e, por esta razão, as normas contábeis o qualifica
como livro obrigatório.

Sua escrituração é efetuada com base nos lançamentos contábeis,


devidamente documentados, e, previamente registrados no Livro Diário.

O registro no livro Razão é realizado em contas individualizadas, tendo-se,


assim, um controle individual por conta.

• Exemplo de escrituração das fichas ou páginas do Livro Razão

A Cia. Nova tinha R$ 100.000,00 em Caixa e comprou, a vista, em


20/02/200X, equipamentos por R$ 30.000,00.

Conta: CAIXA Código: 1.1.1


Saldo
Data Histórico Débito Crédito D/C Valores
200X
31/01 Saldo - - D 100.000,00
20/02 Compra de Equip. - 30.000,00 D 70.000,00

Conta: EQUIPAMENTOS Código: 1.3.8


Saldo
Data Histórico Débito Crédito D/C Valores
200X
20/02 Compra de Equip. 30.000,00 - D 30.000,00

7.4 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Como vimos, anteriormente, para cada um ou mais lançamentos de


Débito, haverá um ou mais lançamentos de Crédito de igual valor, e, por

35
conseqüência, a qualquer instante, a soma dos Saldos Devedores deverá
ser igual à soma dos Saldos Credores.

Mensalmente, o Balancete de Verificação é levantado com o objetivo de


verificar a exatidão dos lançamentos contábeis. O saldo de cada conta é
apurado no Livro Razão.

UNIDADE VII - ESCRITURAÇÃO

7.1 ESCRITA CONTÁBIL

É o registro dos fatos patrimoniais, o registro dos fatos contábeis, a


escrituração dos fenômenos ocorridos com o patrimônio da entidade, o
levantamento patrimonial ou, ainda, o mesmo que Escrituração Contábil.

7.2 - PARTIDAS DOBRADAS

É a partida contábil ou lançamento contábil onde um débito é sempre


correspondido por um crédito de igual valor..

A Partida Dobrada é o método de registro que se encontra mais difundido e


adotado pela maioria das empresas e entidades em todo o mundo.

O método compreende não apenas o princípio de que para todo débito


há um
crédito de igual valor, mas também reúne certas regras como, por
exemplo:

a) A conta debitada é sempre inscrita em primeiro lugar;

b) A conta creditada é sempre inscrita em segundo lugar;

36
c) A conta debitada sempre ocupa a coluna da esquerda;

d) A conta creditada sempre ocupa a coluna da direita;

e) A conta creditada deve estar precedida da preposição a;

f) O Livro Razão é o que agrupa as contas com lançamentos de débito e


crédito;

g) No Livro Razão, a soma dos valores do débito deve ser sempre igual a
soma dos valores do crédito;

h) O Livro Razão é o livro principal do qual é extraído o Balancete de


Verificação, que é o ponto de partida para o levantamento do Balanço;

i) O Livro Diário é o livro que reúne os fatos em ordem cronológica, os


quais devem ser transcritos para o Livro Razão.

7.3 – LIVROS CONTÁBEIS

Livros contábeis são aqueles destinados aos registros contábeis das


operações de uma empresa.

7.3.1 Livro Diário

É um livro obrigatório, exigido para todas as empresas pelo Código


Comercial Brasileiro e pela Legislação Tributária.

No Livro Diário registram-se os fatos contábeis através das Partidas


Dobradas, onde os lançamentos contábeis obedecem uma ordem
cronológica de dia, mês e ano.

O Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, e os


registros contábeis serão efetuados diariamente.

Quando a empresa adota o sistema de registro contábil por meio


magnético, as
folhas de formulário contínuo do Diário são numeradas automaticamente
pelo computador e, no final do período, deverão ser encadernadas.

Portanto, todas as operações da empresa são registradas


obrigatoriamente e, em primeiro lugar, no Livro Diário. Ele é composto

37
por folhas encadernadas, devendo conter o Termo de Abertura e o
Termo de Encerramento, devidamente assinados por responsável pela
empresa e por contabilista habilitado, e, será submetido à autenticação
do órgão competente do Registro do Comércio ( Junta Comercial da sede
da empresa ).

Os elementos básicos utilizados na escrituração do Livro Diário são:

a) Data da operação ( transação );


b) Título da conta de débito e da conta de crédito;
c) Valor do débito e do crédito;
d) Histórico: alguns dados fundamentais sobre a operação registrada, tais
como, número da Nota Fiscal, número do cheque, identificação de terceiros
envolvidos na operação, etc.

Exemplo de escrituração do Livro Diário

Suponha-se que em fevereiro de 200X a empresa realizou as seguintes


operações:

• Em 20/02/200X: Comprou equipamentos, a vista, de João & Cia., conforme


Nota Fiscal,
Série A, no.5.810, por R$ 50.000,00;
• Em 26/02/200X: Depositou no Banco Y S/A a quantia de R$ 25.000,00.

Assim sendo, a empresa registrou as operações no Livro Diário através dos


lançamentos contábeis, a seguir:

38
Data
Título
das
Contas
e
Históric
o
Código
da
Conta
Débito
Crédito

200X

Fevo .
20
Equip
amentos
-
50.000,0
0

aCaixa
-

50.000,0
0

Nota
Fiscal,
Série A,
no.
5.810,
de

39
Observação: Hoje, a maioria dos sistemas de contabilização não
utilizam a preposição a, que precede a conta credora, como nos
lançamentos expostos acima. Esta partícula é usada apenas na
escrituração manual.

7.3.2 Livro Razão

Atualmente, é um livro obrigatório, que foi durante muito tempo


considerado como livro facultativo.

Face a sua utilidade, é indispensável em qualquer tipo de empresa, sendo o


instrumento mais valioso na atividade contábil e imprescindível para os
órgãos fiscalizadores, e, por esta razão, as normas contábeis o qualifica
como livro obrigatório.

Sua escrituração é efetuada com base nos lançamentos contábeis,


devidamente documentados, e, previamente registrados no Livro Diário.

O registro no livro Razão é realizado em contas individualizadas, tendo-se,


assim, um controle individual por conta.

• Exemplo de escrituração das fichas ou páginas do Livro Razão

A Cia. Nova tinha R$ 100.000,00 em Caixa e comprou, a vista, em


20/02/200X, equipamentos por R$ 30.000,00.

Conta: CAIXA Código: 1.1.1


Saldo
Data Histórico Débito Crédito D/C Valores
200X
31/01 Saldo - - D 100.000,00
20/02 Compra de Equip. - 30.000,00 D 70.000,00

Conta: EQUIPAMENTOS Código: 1.3.8


Saldo
Data Histórico Débito Crédito D/C Valores
200X
20/02 Compra de Equip. 30.000,00 - D 30.000,00

40
41

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