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Portugal e Espanha

Pioneiros na conquista e colonização da América,


construíram impérios territoriais ao redor de todo o
mundo, mas ficaram cada vez mais dependentes de
suas colônias.
Sua riqueza, obtida da exploração colonial, aos poucos foi transferida
para outros países, como pagamento do grande volume de
importações necessárias para atender a suas necessidades, uma vez
que tinham poucas manufaturas.

dinamização comercial dos séculos XVI e XVII  circulação de


mercadoriasdesenvolvimento capitalista século XVIII produção,
em larga escala, via mecanização industrial, iniciada na Inglaterra

Desenvolvimento técnico da produçãoaumento dos lucros


ampliava-se o capital investido nas novas tecnologiasgeração de um
ciclo ascendente
Desaparecimento de relações e práticas feudais ainda existentes e o
definitivo predomínio de valores da economia e sociedade capitalistas

Razoes para o pioneirismo da Inglaterra


acúmulo de capital durante os séculos XVII e XVIII  Nesses séculos, a Inglaterra,
graças a seu poderio naval e comercial, conseguiu formar uma extensa rede comercial
mundial. O impulso inicial decorreu da vitória inglesa contra a Invencível Armada
espanhola em 1588, quando a marinha espanhola reagiu às investidas inglesas em
suas colônias.

Atos de Navegação leis decretadas na Inglaterra em 1651 por Oliver Cromwell, que
protegiam os comerciantes ingleses e atingiram especialmente os Países Baixos, seu
maior rival no comércio e nos mares

Tratado de Methuen, de 1703 assinado com Portugal, abriu os mercados


portugueses e de suas colônias aos manufaturados ingleses

existência de grandes jazidas de carvão mineral e minério


de ferro no solo britânico.

grande população desempregada  mão de obra barata expulsa do campo pelos


processos de cercamento.

Seu principal concorrente na Europa, a França, fora superado na Guerra dos Sete
Anos (1756-1763).  Até o início do século XX, a Inglaterra se destacou
como a maior potência econômica

Politicamente, a Inglaterra sepultara o absolutismo após a Revolução Gloriosa, em


1688, quando ficou estabelecida a supremacia do Parlamento e inaugurou-se o Estado
liberal inglês o governo, controlado pelo Parlamento, estava comprometido com o
enriquecimento da burguesia – pré-requisito para a plenitude capitalista burguesa que
se instalaria com as maquinofaturas. A própria aristocracia inglesa, por não dispor de
pensões como acontecia na França, acabou vendo com simpatia as atividades
comerciais e industriais, e muitas vezes dedicou-se a elas

Os avanços tecnológicos
 A industrialização da segunda metade do século XVIII iniciou-se com a
mecanização do setor têxtil, cuja produção tinha amplos mercados nas
colônias, inglesas ou não

 Máquina de fiar, de James Hargreaves


 Tear hidráulico, de Richard Arkwright
 Tear mecânico, de Edmund Cartwright.
 Aumento da produção e diminuição da necessidade de mão de obra
 máquina a vapor, inventada por Newcomen (1712) e aperfeiçoada por
 James Watt (1765).
 Barco a vapor, de Robert Fulton e, em 1814, George Stephenson idealizou a
locomotiva a vapor
 Década de 1830, começaram a circular os primeiros trens
 Mecanização do setor metalúrgicoprodução em série
 impressão de jornais, revistas e livros com o uso do vapor desenvolveu as
comunicações e favoreceu a difusão cultural, que, por sua vez, permitiram o
surgimento de novas técnicas e invenções
 A Revolução Industrial logo alcançou o continente e o resto do mundo,
chegando à Bélgica, à França e posteriormente à Itália, à Alemanha, à Rússia,
aos Estados Unidos e ao Japão. Ao contrário da Inglaterra, esses países não
adotaram o liberalismo econômico de modo tão pleno, assumindo atuações
protecionistas que serviram para consolidar suas indústrias nacionais. A
expansão industrial estimulou o imperialismo do século XIX, uma grande
corrida colonial por novos mercados, indispensáveis para garantir que a
produção fosse vendida e realimentasse os lucros e reinvestimentos
 elevou-se especialização do trabalho
 alienação do trabalhador em relação a sua atividade. Enquanto na Antiguidade
ou na Idade Média o artesão conhecia o processo de produção inteiro,
realizando ele mesmo todas as etapas, o operário moderno perdeu o controle
do conjunto da produção. Passou a ser responsável por apenas uma parte do
ciclo produtivo de uma mercadoria, ignorando os procedimentos técnicos
envolvidos.
 Novas formas de trabalho
separação definitiva entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção,
e o trabalho, representado pelos assalariados
eliminou-se a antiga organização corporativa da produção utilizada pelos artesãos.
Os trabalhadores já não eram os donos dos meios de produção então passaram a
viver da única coisa que lhes petenciam : a força de trabalho  passara, a se associar
em sindicatos (trade unions)
Supremacia burguesa na ordem econômica
Aceleração do êxodo rural crescimento urbano  formação da classe operária – ou
proletariado

Revolução francesa
contexto
 pode ser considerada, para o mundo político, aquilo que a Revolução Industrial
foi para a economia
 disseminou suas ideias pela Europa e pelo mundo, sendo o primeiro
movimento ocorrido entre cristãos que teve influência real sobre os povos
islâmicos, que incorporaram noções como pátria e liberdade
 os entraves sociais, políticos e econômicos ao capitalismo foram decisivamente
enfraquecidos. Embora no século XVIII os interesses burgueses orientassem
as finanças e o comércio, ainda existiam obstáculos na estrutura de
propriedade e direitos feudais apoiados na ordem do Antigo Regime
 verificava-se na França um crescimento demográfico expressivo, que exigia um
desenvolvimento econômico correspondente
 a baixa produção agrícola decorrente dos empecilhos feudais à produtividade,
gravada por secas e inundações, causou acentuada elevação no preço do
trigo, e até mesmo o pão se tornou um item quase proibitivo para a população
de baixa renda, espalhando miséria e fome no território francês
 os comerciantes, industriais e artesãos tornaram-se a vanguarda dos diversos
grupos sociais que surgiam.
 Na França do século XVIII, o poder ainda se alicerçava na teoria do direito
divino dos reis: Luís XVI governava sem nenhum empecilho à sua autoridade.
A Assembleia dos Estados-Gerais (um conselho com representantes das
várias camadas sociais) não era convocada desde 1614
 desordem administrativa
 gastos colossais com a manutenção da luxuosa corte de Versalhes
 enormes custos das diversas guerras dos monarcas Bourbon.
 A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e a participação na guerra de
independência dos Estados Unidos (1776-1781), além de acarretarem gastos
elevados, comprometeram todo o império colonial francês
 Imposição de tributos e adoção de medidas fiscaise comerciais por parte do
estado
 A ascensão econômica da burguesia esbarrava nos regulamentos, proibições e
taxações ditados pelo Estado absoluto
 práticas mercantilistas que barravam o progresso econômico apregoado pelos
teóricos liberais
 falta de influencia politica e marginalização da burguesia  descontentamento
dessa classe
 organização estamental da sociedade francesa, dividida em clero, nobreza e
terceiro estado.
 A burguesia (bastante heterogênea, composta de banqueiros, profissionais
liberais, funcionários públicos e comerciantes fazia parte do terceiro estado
com as camadas populares (artesãos, trabalhadores manuais, sans-culottes e
camponeses).
 O clero e a nobreza não pagavam impostos

a luta da aristocracia

dificuldades financeiras  revoltas populares

1786- a França reduziu as taxas alfandegárias de produtos têxteis e metalúrgicos


ingleses, prejudicando a incipiente indústria francesa.
A concorrência dos produtos ingleses provocou uma onda de falências, acompanhada
de desemprego e queda de salários, arruinando o comércio nacional.
A produção agrícola também estava enfraquecida, devido principalmente a secas e
inundações.
Os preços de produtos essenciais se elevavam
sucessivas demissões de ministros, que tinham seus projetos reformistas barrados
pela intransigência da aristocracia . Quando, por exemplo, o ministro das Finanças
de Luís XVI, Charles Alexandre Calonne, propôs a cobrança de impostos da nobreza e
do clero, houve revoltas da aristocracia em muitas províncias, e a medida foi
abandonada. A crise política agravou-se, e Calonne acabou por se demitir.
Luís XVI nomeou em seu lugar Jackes Necker, que o convenceu a convocar a
Assembleia dos Estados-Gerais para maio de 1789
Convocação da assembleia  Os representantes do terceiro estado exigiram a
votação individual em vez da votação por estado, pois, desse modo, com o apoio dos
deputados do baixo clero e da nobreza togada, poderiam mais facilmente alcançar a
maioria na Assembleia dos Estados-Gerais.  Luís XVI tentou dissolver a Assembleia,
impedindo a entrada dos deputados na sala de sessões
demissão de Jacques Necker e nomeação em seu lugar o conservador barão de
Bretevil. .
formação de uma milícia burguesa, a Guarda Nacional, para resistir ao rei e liderar a
população civil, que começava a se armar
14 de julho de 1789  invasão da Bastilha  onde eram encarcerados os inimigos da
realeza: foi o estopim da rebelião, que se alastrou de Paris para o resto da França. A
Bastilha, mais que uma prisão, era um símbolo do poder absolutista, e sua queda foi
uma espécie de sinal da fraqueza do rei.
Grande Medo: onde os privilégios da aristocracia eram maiores, os camponeses
nvadiram e incendiaram castelos e mataram nobres.
* nobreza togada: burgueses que adquiriram o título de nobres.

a assembleia Nacional
primeira etapa da Revolução Francesa
A burguesia lutava por conquistas sociais e políticas nas ruas e na Assembleia; os
camponeses destituíam autoridades e nobres de seus castelos e repartições.
A Assembleia dos Estados-Gerais aboliu os privilégios feudais
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Inspirada na Declaração
de Independência dos Estados Unidos/ estabelecia a igualdade de todos perante
a lei, o direito à propriedade privada e o direito de resistência à opressão

Os bens da Igreja foram confiscados e transformaram-se em lastro para a emissão de


uma nova moeda, os assignats. Ao mesmo tempo, a Constituição Civil do Clero,
aprovada em julho de 1790, determinou que os padres passavam a subordinar-se ao
Estado, no papel de funcionários públicos – o que gerou manifestações
de protesto e resistência entre os membros do clero.

Em 1791, a Assembleia Nacional proclamou a primeira Constituição da França,


estabelecendo a monarquia constitucional.
O rei exerceria o poder Executivo, limitado pelo poder Legislativo, cujos deputados
seriam eleitos a cada dois anos
Voto censitário
proibição de greves e de associações de trabalhadores
comando burguês
conflito: girondinos( alta burguesia) X jacobinos (inicialmente parte da ala moderada,
mas, depois de 1792, transformaram-se no principal elo entre os membros radicais da
Assembleia e o movimento popular).
Os nobres passaram a migrar para o exterior buscando apoio para restaurar o Estado
absolutista. Os monarcas das potências absolutistas vizinhas incentivavam esses
movimentos, pois temiam a irradiação das ideias revolucionárias
Declaração de Pillnitz acordo firmado entre os monarcas francês e estrangeiros,
assinados em 1971,no qual afirmavam a necessidade e restaurar a dignidade da
monarquia francesa e ameaçavam invadir a França.

No mesmo ano, Luís XVI e sua família tentaram fugir para o vizinho Império Austríaco,
mas foram presos na fronteira, na cidade de Varennes, e reconduzidos a Paris. O
plano de Luís XVI era unir-se aos nobres exilados e invadir a França com o apoio de
exércitos estrangeiros, num golpe contrarrevolucionário

Clima de tensão
Os sans-cullotes passaram a exigir medidas radicais
Um exercito contrarrevolucionário se dirigia para a frança
os jacobinos proclamaram a “pátria em perigo” e forneceram armas à população.
Formação de um exército popular sob o comando dos jacobinos Marat, Danton e
Robespierre. foi essa força que enfrentou o exército dos emigrados e prussianos e o
conteve às portas de Paris, na Batalha de Valmy. O rei foi acusado de traição ao país,
por colaborar com os invasores, e os revolucionários proclamaram a República.
a Convenção Nacional (1792-1795)
A Assembleia Nacional Constituinte, transformada em uma nova instituição, a
Convenção Nacional, assumiu o governo em 20 de setembro de 1792
Sentados a direita : deputados girondinos, que desejavam consolidar as conquistas
burguesas, estancar a revolução e evitar a radicalização
À esquerda: partido da Montanha  representantes da pequena burguesia jacobina,
que liderava os sans-culottes, defensores de um aprofundamento da revolução.
Centro: deputados da Planície ou Pântano  burgueses sem posição política
previamente definida
janeiro de 1793  Luís XVI foi guilhotinado na Praça da Revolução, em Paris
Primeira Coligação  reunião de Vários países europeus, como Áustria, Prússia,
Países Baixos, Espanha e Inglaterra, temendo que o exemplo francês se refletisse em
seus territórios  liderada pela Inglaterra  a Inglaterra financiava os grandes
exércitos continentais para conter a ascensão burguesa da França, sua potencial
concorrente nos negócios europeus
ameaça externa se somavam a crise econômica
levantes
antirrepublicanos regionais, como a Revolta da Vendeia, no oeste da França

Convenção Montanhesa(1793-1794)
Em junho de 1793, os jacobinos, comandando os sans-culottes, tomaram a
Convenção, prendendo os líderes girondinos. Os jacobinos Marat, Hébert, Danton,
Saint-Just e Robespierre assumiram o poder, dando início ao período da Convenção
Montanhesa (1793-1794).
predomínio da atuação popular
período mais radical de toda a Revolução
Em 1793, foi aprovada nova Constituição – a Constituição do Ano I –, que enfatizou
o sufrágio universal e a democratização
a gestão jacobina :
Comitê de Salvação Pública: Responsável pela administração e defesa externa do
país, de início comandado por Danton, seu criador.
Comitê de Salvação Nacional : cuidava da segurança interna
Tribunal Revolucionário : julgava os opositores da Revolução

.
Nova fase de tensão :
Assassinato de Marat, ídolo dos sans-culottes por uma girondina , em julho de 1793
A liderança de Danton (mais moderada) passar a ser sobrepujada pela de Robespierre

Período do Terror
Vigorou entre setembro de 1793 e julho de 1794
milhares de pessoas acusadas de serem contrarrevolucionárias foram executadas:
desde Maria Antonieta, a ex-rainha, até os próprios jacobinos, além de girondinos

novas medidas que favoreciam a população


Lei do Preço Máximo tabelava os preços dos gêneros alimentícios;
Venda pública, a preços baixos, de bens que pertenciam à Igreja e a nobres
emigrados;
Abolição da escravidão nas colônias;
Criação do ensino público e gratuito
O governo empenhou-se também em acabar com a supremacia da religião católica e
de seu clero, desenvolvendo um culto revolucionário fundado na razão e na liberdade.
A Catedral de Notre-Dame, em Paris, por exemplo, foi transformada no Templo da
Razão.

Derrocada do poder jacobino:


crescentes cisões entre os revolucionários dentro da Convenção
radicais, liderados por Hébert pregavam a ampliação das execuções de
contrarrevolucionários
indulgentes, tendo à frente Danton, desejavam conter a revolução e acabar com as
prisões e execuções.
Para resolver a disputa, Robespierre ordenou a execução de ambos (em março de
1794 os hebertistas, e em abril de 1794 os dantonistas), e com isso perdeu parte do
apoio popular ligado especialmente a Danton
dificuldades econômicas e militares
insegurança da população provocada pelas sucessivas execuções
Robespierre passava a perder progressivamente o prestígio como líder nacional.
a burguesia se reorganizou e, em julho de 1794, retomou o poder na Convenção,
derrubando os líderes da Montanha numa sessão que se tornou conhecida
historicamente como Golpe do Termidor, em referência ao mês do novo calendário
republicano.
Robespierre e Saint-Just, entre outros, foram guilhotinados.
Os representantes do Pântano assumiram o comando da Revolução e devolveram o
governo à burguesia.
reativação do projeto político burguês, com a anulação de várias decisões
montanhesas, como a Lei do Preço Máximo e o fim da supremacia do Comitê de
Salvação Pública. Nas ruas de Paris, jovens de direita assaltavam os clubes
republicanos, perseguindo, intimidando e executando os líderes dos sans-culottes; foi
o chamado Terror Branco.
Constituição do Ano III elaqborada em 1795 - restabelecia o critério censitário para
as eleições legislativas, marginalizando, assim, grande parcela da população.
O poder Executivo seria exercido por um Diretório, formado por cinco membros eleitos
pelos deputados.
O diretório e a instalação do
Consulado (1795-1799)
Supremacia girondina, que sofria oposição dos jacobinos, à esquerda, e dos
defensores da monarquia, os realistas, que desejavam o retorno dos Bourbon, à
direita.
levantes populares internos
continuidade das ameaças estrangeiras
Conspiração dos Iguais, movimento dos sans-culottes liderado por François Nöel
Babeuf, também conhecido por seu pseudônimo Graco, que condenava a propriedade
privada e lutava por uma “ditadura dos humildes”. Babeuf defendia o fim de todas as
desigualdades e o estabelecimento do bem-estar para todos. Sylvain Marèchal,
jornalista e amigo de Babeuf, redigiu para os conjurados o Manifesto dos iguais,
prenunciador de uma nova revolução.
Externamente, o exército francês acumulava vitórias contra as forças absolutistas da
Europa que, em 1799, formaram a Segunda Coligação contra a França revolucionária.
Destacou-se no exército francês a figura de Napoleão Bonaparte, jovem militar
brilhante e habilidoso. Os girondinos, necessitando consolidar a República burguesa
contra as ameaças internas, aliaram-se a Bonaparte e, sob seu comando,
desfecharam um golpe contra o Diretório, o chamado golpe do 18 Brumário (9 de
novembro de 1799). O Diretório foi substituído por nova forma de governo, o
Consulado, formado por três representantes, sendo Napoleão um deles. O poder, na
realidade, concentrou-se nas mãos de Napoleão, que ajudou a consolidar as
conquistas burguesas da revolução

Fatores que motivram o surgimento do capitalismo na França


Perda de privilégios pela aristocracia
Desaparecimento das amarras feudais do corporativismo
Criação de um mercado de dimensão nacional
A recuperação napoleônica foi insuficiente: em 1815, expandira-se a distância entre a França e
uma Inglaterra definitivamente dona dos mares e dominante em todos os circuitos comerciais.

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