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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

HISTÓRIA-7º SEMESTRE

FRANCIELE DA SILVA FERREIRA

PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA:

DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES


DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E A CENSURA.(NAS
ENTRELINHAS DA MÚSICA).

Gramado
2014
FRANCIELE DA SILVA FERREIRA

PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA:

DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES


DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E A CENSURA.(NAS
ENTRELINHAS DA MÚSICA).

Trabalho apresentado ao Curso de


História da UNOPAR - Universidade Norte
do Paraná, para a disciplina:
Projeto de Ensino em História 7ºsemestre
Orientador: Prof. Cyntia Simioni França
Tutor eletrônico: Tiago Ledesma
Tutor de sala:Edson Ferreira
Pólo de Apoio Presencial:Polo Gramado

GRAMADO
2014
SUMÁRIO:

1.Introdução........................................................................................................3
2.Desenvolvimento do Tema..................................................................................4
2.2 JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO............................................................5
3.SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA:................................................12
4.OBJETIVOS:........................................................................................................12
5.PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................13
6.CONTEÚDOS CURRICULARES:......................................................................................14
7.PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO..........................................................................16
8.TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO.......................................................17
9.RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS.................................................................18
10Avaliação.........................................................................................................18
11Consideracões finais.......................................................................................19
12Referencias Bibliográficas.................................................................................20
13 Anexos..............................................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
Canta Historia. Que cante a história.Que descubramos a história pela música, pelas
imagens,pelos cantos sagazes que romperam o silêncio gelado das ditaduras.Pelos
instrumentos melodiosos que traduziam a esperança de povos em silêncio;pelas letras que
se escutariam em manifestações.Partir das músicas e das imagens para chegar á inspiração
destas e poder estudar os momentos da ditadura.
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2.1.DESENVOLVIMENTO

TEMA:
DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E
A CENSURA.(NAS ENTRELINHAS DA MÚSICA).
O projeto de ensino intitulado “DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES
DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E A CENSURA.(NAS ENTRELINHAS DA MÚSICA)”.O Tema
escolhido para a realização do projeto é o estudo desta fase na História do Brasil que ainda
é recente,mas para muitos é problematizado ao ser tratado,por ser abordado somente com
o que está nos livros didáticos,não despertando o interesse do aluno.
Neste projeto o aluno irá entrar em contato com o que realmente aconteceu neste período
da nossa história,pesquisando e explorando tudo que aconteceu durante o Regime
Militar(1964-1985).Mostrando que durante essas duas décadas o Brasil sofreu intensa
repressão política,por meio de normas e decretos denominados Atos Institucionais criados
pelo governo(os quais vão ser pesquisados durante o projeto).Os brasileiros perderam o
direito de eleger o presidente,de expressar suas posições e de se organizar politicamente,
extinção dos direitos constitucionais, perseguição política, encarceramento e longo
sofrimento dos opositores, além da determinação da censura aos meios de comunicação e à
industria cultural, englobando a editoração de livros e revistas, a produção cinematográfica e
teatral, a composição de músicas, que às vezes eram censuradas unicamente pelo nome
escolhido pelo compositor, e até mesmo a programação televisiva. Porém, foi a música que
mais sofreu com a censura, devido à sua capacidade perspicaz de entrar no inconsciente
das pessoas, e por esse motivo vários autores musicais acabaram aprisionados e
expatriados, vários discos foram vetados e recolhidos, algumas canções nem chegavam ao
conhecimento dos ouvintes.Por isso o projeto irá usar canções para o seu desenvolvimento
que faziam frente a opressão.
Além disto o uso de canções em sala de aula é mediadora com os alunos,despertando seu
interesse.Será destacado também como a liberdade e a democracia são importantes aos
cidadãos.Usando como apoio mídias e recursos tecnológicos,teremos grandes
autores,compositores e cantores como referencias bibliográficas,além de documentos
históricos para fonte de pesquisa.
Este projeto irá viabilizar que o aluno se torne um pesquisador e não apenas um ouvinte,em
sala de aula.
Mais o principal ponto do projeto será a utilização de canções, escolhi canções de dois
cantores e compositores para explorar no projeto,pesquisarei com os alunos além de suas
canções e composições a trajetória deles durante o período da Ditadura.
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2.2 JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO

O projeto de ensino “DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES


DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E A CENSURA.(NAS ENTRELINHAS DA MÚSICA)” partiu da
enorme importância que é estudar a História brasileira,e em principal o período da Ditadura
Militar,que ainda é um assunto motivo de tabu para muitos.Como as canções são
importantes para retratar o tema,como o tema é importante como conteúdo pois além de
mostrar a cassação de direitos civis e democráticos ainda remete aos alunos as
barbaridades que eram feitas com o povo que era contra o regime como a tortura e o
exílio.Além de mostrar como o povo não ficava calado e se manifestava,através de
passeatas,como cantores lutavam contra essa opressão usando suas canções como arma
nesta luta.
A proposta deste projeto de ensino é estudar e pesquisar o conteúdo juntamente com os
alunos,usando metodologias como ao uso de canções em sala de aula.
“Ensinar História não é uma tarefa fácil, sobretudo se o professor
pretende formar alunos capazes de raciocinar historicamente,
criticamente e com sensibilidade sobre a vida social, material e
cultural das sociedades.” (ZARTH, 2004:63.).”

A autora Mirian Ilza Santana retrata do tema da seguinte forma.


A ditadura militar foi, entre tantos outros fatos notáveis da história do Brasil, o que mais
manchou a biografia do nosso país. Este período é marcado pelo despotismo, veto aos
direitos estabelecidos pela constituição, opressão policial e militar, encarceramentos e
suplício dos oponentes. A censura aos canais de informação e à produção cultural, ou seja,
a editoração de livros, a produção cinematográfica e tudo que fosse referente à televisão,
foram intensa, tudo era acompanhado muito de perto pelos censores do governo. O objetivo
principal era passar à população a ideia de que o país se encontrava na mais perfeita
ordem, os jornais foram calados, obrigados a publicarem desde poesias até receitas no
lugar das verdadeiras atrocidades pelas quais o país passava.
Em abril de 1964 o Brasil se inseriu na pior fase negra já passada pelo país, a ditadura
militar, período que durou 21 anos e no qual somente os militares governaram o país. Foi
um longo tempo de enfrentamentos políticos e sociais. O projeto político é caracterizado
pelo despotismo, pela extinção dos direitos constitucionais, persecução política,
encarceramento e longo sofrimento dos opositores, além da determinação da censura aos
meios de comunicação e à industria cultural, englobando a editoração de livros e revistas, a
produção cinematográfica e teatral, a composição de músicas, que às vezes eram
censuradas unicamente pelo nome escolhido pelo compositor, e até mesmo a programação
televisiva. Porém, foi a música que mais sofreu com a censura, devido à
sua capacidade perspicaz de entrar no inconsciente das pessoas, e por esse motivo vários
autores musicais acabaram aprisionados e expatriados, vários discos foram vetados e
recolhidos, algumas canções nem chegavam ao conhecimento dos ouvintes.
A Música Popular Brasileira foi tratada como um ser nocivo pelo Estado, capaz de fazer mal
à população. Segundo o governo, elas eram ofensivas às leis, à moral e aos costumes. A
canção de protesto Para não dizer que não falei das flores, do cantor Geraldo Vandré,
tornou-se a mais cantada pelos manifestantes.
A autora relata o período do golpe e fala de um dos compositores que escolhi para a
realização do projeto Geraldo Vandré,escolhi duas músicas dele Disparada e Pra não dizer
que não falei de flores.O outro compositor que escolhi foi Chico Buarque de Holanda as
músicas escolhidas são:Apesar de você e Construção.
Abordarei as canções,o que os autores queriam expressar em suas letras e um pouco da
trajetória dos dois durante o Regime.
No site: www.censuramusical.com.br,encontrei vários materiais disponíveis para pesquisar a
bibliografia encontrada nos documentos do site tem como fonte de pesquisa:
Arquivo Nacional – Rio de Janeiro/RJ
Coordenadoria Regional Brasília/DF - AN/DF
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Arquivo Público do Estado de São Paulo (Acervo DEOPS)


Começo a relatar o que pesquisei:Era 1964. O mundo vivia os efeitos da tensão gerada pela
Guerra Fria que, na América Latina, fomentava ameaças de subversão interna e de guerra
revolucionária, ambas oriundas de países como Cuba, que inspiravam o ‘perigo comunista’
no continente. È nesse contexto que o Brasil sofre o golpe militar que tira do poder o então
presidente João Goulart, que vinha passando por frequentes desgastes. A partir daí,
instaura-se um regime militar de governo, que vigoraria até 1985.Com o Estado em suas
mãos, os generais já demonstram seu poder em suas ações iniciais, principalmente por
meio de uma prática muito utilizada nos anos de chumbo que viriam a seguir: a imposição
de Atos Institucionais.
Assolado por um novo tipo de gestão, o plano político passa a ter como rotina o
autoritarismo, perseguições, prisões e imposição de censura prévia aos meios de
comunicação. Na economia, em contrapartida, há uma modernização da indústria e
serviços, sustentados pelo endividamento externo e pela abertura ao capital estrangeiro.
O general Humberto Castello Branco, primeiro presidente do governo militar, assume o
poder em 15 de abril de 1964, o qual deixaria em março de 1967. Em uma de suas ações
mais duras, instaurada pelo AI (Ato Institucional) n° 2, de 27 de outubro de 1965, Castello
Branco dissolve os partidos políticos e concede aos militares o poder de cassar mandatos.
Além disso, é estabelecido um sistema de eleições indiretas para presidente. Surge também
o bipartidarismo, formado por ARENA (governista) e o MDB (oposição).
Uma nova Constituição brasileira é promulgada em janeiro de 1967, trazendo em seu
conteúdo a extinção da publicação de livros e periódicos. A partir daí, não seriam mais
toleradas publicações consideradas como propaganda de subversão da ordem. A
Constituição transformou em lei, inclusive, todas as punições, exclusões e marginalizações
políticas decretadas por meio dos AIs anteriores.
O marechal Arthur da Costa e Silva, segundo presidente desse período, assume o posto em
15 de março de 1967. Durante seu governo, apesar da grande expansão na indústria e nas
exportações, crescem os movimentos sociais e manifestações, além de organizações que
defendem a luta armada. Marcado como Ato mais voraz do regime militar, o AI-5 dá ao
governo o direito de determinar medidas repressivas específicas, como decretar o
fechamento do Congresso, das Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Permitia,
ainda, cassar mandatos políticos e tirar quaisquer direitos individuais.
A MÚSICA:
Durante o regime, a censura à produção cultural passa a perseguir qualquer ideia que fosse
contrária aos interesses dos militares – mesmo aquela que não tivesse conteúdo
diretamente político. Atinge, em cheio, o teatro, o cinema, a literatura, a imprensa e a
música.
Nadando contra a maré, o cenário artístico cresce e se profissionaliza. Grandes festivais
ascendem com suas músicas de protesto, de veia nacionalista. Os órgãos censores, porém,
não se interessam por divergências estéticas ou ideológicas. Ações são intensificadas e
tomam forma nada flexível.
Para censurar a arte e as suas vertentes, foi criada a Divisão de Censura de Diversões
Públicas (DCDP), por onde deveriam previamente, passar todas as canções antes de
executados nos meios públicos. Esta censura prévia não obedecia a qualquer critério, os
censores poderiam vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à moral vigente, como
por simplesmente não perceberem o que o autor queria dizer com o conteúdo. A censura
além de cerceadora,era de uma imbecilidade jamais repetida na história cultural brasileira.
Geraldo Vandré tornou-se o inimigo número um do regime militar. A sua canção Pra Não
Dizer Que Não Falei das Flores, que ficou com o polêmico segundo lugar no Festival
Internacional da Canção, em 1968, tornou-se um hino contra a ditadura militar, cantado por
toda a juventude engajada do Brasil de 1968. Esta canção, afirmam alguns analistas de
história, foi uma das responsáveis pela promulgação do AI-5. Ficou proibida de ser cantada
e executada em todo país. Perseguido pelo regime, Geraldo Vandré esteve exilado de 1969
a 1973. Após o exílio, jamais conseguiu recuperar a carreira interrompida pela censura da
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ditadura militar. Calava-se uma expressiva carreira emprestada ao combate à


ditadura.Músicas escolhidas para a realização do projeto.
GERALDO VANDRÉ:
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES
LETRA:
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
A música "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", tem grande importância na história
político-social do Brasil e suas contribuições para a transformação da sociedade brasileira
perduram até os dias atuais. A letra de uma música traz consigo pensamentos de uma
época ideologias e características da cultura de um povo e, como um texto, é formada por
elementos pragmáticos que trazem informação e a situação de sua composição. "Pra Não
Dizer Que Não Falei Das Flores" participou do III Festival Internacional da Canção e ficou
em segundo lugar. Depois disso, teve sua execução proibida durante anos, pela ditadura
militar brasileira. A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e
estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante os governo militar, e foi censurada.
O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não
espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.
DISPARADA:
Prepare o seu coração
Prás coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...
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Aprendi a dizer não


Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo prá consertar...
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu...
Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei...
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei...
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente...
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu...
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei
Em "Disparada", Vandré faz uma maravilhosa comparação entre a exploração das classes
sociais pobres pelas mais ricas e a exploração das boiadas pelos boiadeiros, entre a
maneira de se lidar com gado e se lidar com gente. A música composta por Theo de Barros
complementou de forma perfeita os versos de Vandré e a interpretação de Jair Rodrigues
deu forma final muito bonita aos versos e à música.
A música faz uma comparação entre o modo que o gado é tratado e o estilo de vida imposto
pela Ditadura, onde o povo era visto apenas como algo que devia viver sem pensar e nem
descobrir o que existia além daquela realidade, até que o próprio Geraldo Vandré tenta
tomar controle do povo com sua música e alertar a população sobre os absurdos que eles
sofriam diariamente sem se importar, até que Vandré percebe que ele mesmo estava
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apenas criando outra forma de sistema e outro tipo de modismo, e com a impressão de
liberdade o povo se acomodava novamente.
Chico Buarque, o Alvo Predileto da Censura Militar
Tendo silenciado e asfixiado Geraldo Vandré, os militares elegeram o seu novo inimigo do
regime: Chico Buarque de Hollanda. No período que durou a censura e o regime militar,
Chico Buarque foi o compositor e cantor mais censurado. A sua obra sofreu respingos da
censura em todas as vertentes, tanto nas canções de protesto, quanto nas que feriam os
costumes morais da época.
Exilado na Itália, de 1969 a 1970, Chico Buarque sofreria com a perseguição da censura
após o retorno ao Brasil. Em 1970, recém chegado do exílio, o compositor enviou a música
“Apesar de Você” para a aprovação da censura, tendo a certeza que a música seria vetada.
Inesperadamente a canção foi aprovada, sendo gravada imediatamente em compacto,
tornando-se um sucesso instantâneo. Já se tinha vendido mais de 100 mil cópias, quando
um jornal comentou que a música referia-se ao presidente Médici. Revelado o ardil, o
exército brasileiro invadiu a fábrica da Philips, apreendendo todos os discos, destruindo-os.
Na confusão, esqueceram de destruir a matriz.
Pode se observar claramente que o regime oprimiu e perseguiu os compositores que
usavam suas músicas como manifestações contra o regime.
CHICO BUARQUE DE HOLLANDA:
APESAR DE VOCÊ:
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.Viu?

Você que inventou esse Estado


Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você amanhã há de ser outro dia.


Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir antes do que você pensa.

Apesar de você
Apesar de você
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Amanhã há de ser outro dia.


Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
A canção Apesar de você foi composta em 1970 durante o difícil período do governo
Médici,é uma das músicas mais conhecidas de Chico Buarque e acabou se transformando
em um dos símbolos da expressão artística de resistência á ditadura ,por fazer criticas ao
regime militar de forma velada. A música começa com a demonstração de submissão a
alguém, uma pessoa a quem o compositor se refere como você. "Você" tanto para o poeta
quanto para as pessoas que captaram o sentido da música naquela época se referia ao
presidente Médici. Ao mesmo tempo apresenta um clima de esperança em relação ao
futuro, relacionado com a palavra amanhã. É onde entra a expressão que dá título à música:
Apesar de você. Apesar de você, senhor presidente, tudo vai melhorar, o futuro promete
coisas boas, alegria, amor... É uma luta constante entre o compositor e o poder. Pela letra,
que sugere uma mudança nos acontecimentos, no presente ("hoje você é quem manda") o
povo (incluindo-se aí o próprio Chico) é que está sendo dominado e submetido, mas no
futuro ("Amanhã há de ser outro dia"), se tudo ocorrer de acordo com as esperanças do
povo, quem estará por baixo, sofrendo com todas as novidades será o poder. A última
estrofe é o ponto culminante das ameaças feitas até então: "Você vai se dar mal.
CONSTRUÇÃO:
O Brasil do começo dos anos 70 era uma terra de paradoxos. O governo do General Emilio
Garrastazu Médici tinha em seu bojo o chamado "Milagre Brasileiro", que prometia
crescimento econômico recorde e baixa inflação.
O país era campeão mundial de futebol e o slogan "Ame-o ou Deixe-o" era colado nos
vidros dos carros. O que poderia estar errado? O preço para essa suposta estabilidade e
ufanismo era alto. A censura tolhia a liberdade artística e a atmosfera repressora levava
cidadãos insuspeitos para a cadeia.
O personagem anônimo de "Construção" sai de casa, beija a mulher e os filhos e vai para o
trabalho. Lá, se anima e ergue uma parede "como se fosse máquina". Faz uma pausa, come
qualquer coisa e bebe uma cachaça. Cai do andaime e se estatela no meio da rua, "como
um pacote, atrapalhando o tráfego". Chico situa tudo em formato não discursivo, até mesmo
impessoal. As estrofes são repetidas três vezes, com algumas palavras-chave sendo
trocadas de posição. Mas são essas mudanças que tornam ambígua a compreensão da
música.
"Construção" passou a salvo pela censura, mas a partir daí Chico ficou visado. Dois anos
depois, o compositor declarou que "Construção" não tinha nada a ver com o operariado, que
a letra não refletia uma experiência formal, e sim emocional. "Construção" ainda é referência
para entender um período espinhoso da sociedade brasileira.
lETRA:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
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Agonizou no meio do passeio público


Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado.

Com o uso destas canções,o projeto vai disponibilizar os alunos ouvir e pesquisar o que elas
queriam expressar realmente.Além de no fim do projeto montaremos um seminário para
discussões,sobre a ditadura,sobre o que os contextos subliminares encontrados nas
músicas,além da criação de clipes a partir das letras e de imagens que serão pesquisadas.
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3.SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA:


O projeto é destinado para o 3º ano do Ensino Médio.
DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E
A CENSURA.(NAS ENTRELINHAS DA MÚSICA)

4.OBJETIVOS:
 Apresentar alguns movimentos de protesto e resistência ao regime militar,indicar as
principais características do governo militar relacionando as canções do período ás
mudanças políticas passadas pelo Brasil durante a ditadura.
 Utilizando as canções como mediadoras para o estudo do tema, mostrando como
seus compositores faziam frente a opressão com o uso delas, e a importância dos
direitos civis,da democracia e da liberdade de expressão que foram cassadas
durante o Regime.

 Motivar os alunos a querer apreender e pesquisar esta época da História do Brasil


não muito distante,fazendo-os perceber e entender o que aconteceu durante este
período,mostrando a parte dos movimentos como as musicas de manifesto mas
também o cenário político, econômico,social e cultural durante a Ditadura Militar.
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5.PROBLEMATIZAÇÃO:
É possível, através da música, analisar uma determinada realidade ou
representação desta realidade?
Pode ser um caminho para se chegar a um determinado período
histórico.
Analisar a mensagem no contexto histórico em que foi produzida.
A música Pra não dizer que não falei de flores , do compositor brasileiro Geraldo Vandré ,
tem grande importância na história político -social do Brasil e suas contribuições para a
transformação da sociedade brasileira perduram até os dias atuais . A letra de uma música
traz consigo pensamentos de uma época , ideologias e características da cultura de um
povo e, como um texto , é formada por elementos pragmáticos.Foi escrita no final dos anos
60, quanto os compositores musicais da época buscavam protestar contra o regime militar,
vigente no país desde 1964, ou contra a forma como a mídia usava as suas musicas para
atingir a outros propósitos escusos..Esta música foi feita por Geraldo Vandré e foi usada
como forma de protesto contra Regime Militar Provisório , o golpe militar,e mostrava na sua
música suas preocupações sociais, com idênticas estratégias de ação, usando a música
para "acordar" o povo daquilo que não viam, ou seja, incitava o povo a lutar, em vez de
esperar, pois quem sabe, faz na hora, e não espera acontecer.Ele vê que o povo continua
sonhando com o confronto Flores x Canhão, sabe quem alimenta as ilusões e nada podem
fazer. Mas continua tentando abrir os nossos olhos, que o admiravam e aplaudiam,
alegando que somos todos iguais, independente de cor, raça, religião ou condição social,
então temos o mesmo direito, temos direito de lutar e com a união, somos muitos e
podemos vencer e conquistar os nossos direitos de cidadãos civis.
Alerta o povo para a Reforma Agrária, pois em tantos campos de plantação, com tanta
fartura que produz a terra, ainda existem desabrigados, pessoas passando fome,
desigualdade social. E o povo continua acreditando em falsas promessas, ou seja acredita
que com flores (sem lutar ) irão vencer os canhões (guerra).
Quer ensinar o povo a lutar, e que são soldados também, e que devem lutar por uma razão,
pois há muitos soldados que morrem com arma na mão sem ao menos saber a razão, então
ele pede ao povo para reagir.
Em “Construção”, a emoção estava no jogo de palavras (todas proparoxítonas). Agora, se
você coloca um ser humano dentro de um jogo de palavras, como se fosse...um tijolo –
acaba mexendo com a emoção das pessoas.Pode-se decodificar não apenas o “problema
social” do operário não qualificado, que se expõe à morte pela precariedade das condições
de segurança no trabalho, mas, alargando-se o campo, pode-se ver aí a alegoria do corpo
social fragmentado, de uma sociedade desintegrada e mutiladora, que isola os indivíduos. A
música pode se enquadrar como um testemunho doloroso das relações injustas entre o
capital e o trabalho. O homem é o ser que constrói, mas é destruído.
Em Apesar de Você composição de Chico Buarque, há a separação de dois momentos, o
hoje e o amanhã. Há na canção uma esperança que o “Amanhã há de ser outro dia”. O Hoje
é caracterizado pela submissão do povo perante o governo e a ditadura, e o amanhã seria a
esperança de um futuro libertador. Assim como outras canções de protesto, Apesar de você,
se utiliza de metáforas de situações cotidianas para abordar o seu real significado (Quando
o galo insistir em cantar? /Água nova brotando/ E a gente se amando sem parar).
Para despistar a censura Chico Buarque, alegou que sua música tratava de um amor
vingativo, e a palavra “você” remetia a uma mulher ciumenta e mandona. Mas a censura não
acreditou, nos versos tão amargurados do compositor (Hoje você é quem manda/Falou, tá
falado/Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda/Falando de lado e olhando pro
chão). Concluímos dessa forma que Apesar de Você, se trata não só de uma canção de
repressão, mas um desabafo do compositor. Chico Buarque reforça sua esperança numa
nova era, o início de uma vida de liberdade e felicidade.
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6.CONTEÚDOS CURRICULARES:
DITADURA MILITAR NO BRASIL
Aspectos sociais, políticos e econômicos (a canção dentro do momento
histórico)
Aspectos históricos (a canção como documento de uma época:
relação passado-presente)
Articulação com outros documentos históricos
Análise das canções:Nas Entrelinhas da música(manifestações,contra o regime
militar frente de opressão a censura a tortura,o exílio,e a cassação dos direitos civis,a
falta de democracia e liberdade imposta pelo governo militar)

Conteúdos Ditadura Militar:


Os Anos de Chumbo:
Os Militares no poder:
Em 31 de março de 1964, o então presidente do Brasil,João Goulart, foi derrubado por um
golpe militar , que contou com o apoio dos setores mais conservadores da sociedade
brasileira.Iniciava-se, assim ,o regime militar no Brasil,um dos períodos mais autoritários e
repressores da história do nosso país que durou até a 15 de janeiro de 1985 (eleição de
Tancredo Neves).
Os principais fatores que influenciaram o golpe foram: Instabilidade política durante o
governo de João Goulart;- Ocorrências de greves e manifestações políticas e sociais;Alto
custo de vida enfrentado pela população;Promessa de João Goulart em fazer a Reforma de
Base (mudanças radicais na agricultura, economia e educação);
Medo da classe média de que o socialismo fosse implantado no Brasil;apoio da Igreja
Católica, setores conservadores, classe média e até dos Estados Unidos aos militares
brasileiros;
As principais características do regime foram:Cassação de direitos políticos de
opositores;Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição;
Censura aos meios de comunicação;- Censura aos artistas (músicos, atores, artistas
plásticos); Aproximação dos Estados Unidos;- Controle dos sindicatos; Implantação do
bipartidarismo: ARENA (governo) e MDB (oposição controlada);Enfrentamento militar dos
movimentos de guerrilha contrários ao regime militar;Uso de métodos violentos, inclusive
tortura, contra os opositores ao regime;“Milagre econômico”: forte crescimento da economia
(entre 1969 a 1973) com altos investimentos em infraestrutura. Aumento da dívida externa.
No campo artístico, passa a ser produzida uma música que protesta por meio da análise de
mensagens subliminares embutidas nas canções de protesto. Nessa mesma época foi
marcada por efervescência no campo político-social do país. Uma vontade de participar
ativamente da política interna é despertada em diversas camadas da sociedade. Os
movimentos estudantis são intensificados e passam a agir junto ao povo. Podemos tomar
como exemplo os Centros Populares de Cultura (CPCs), da União Nacional dos Estudantes
(UNE).
Apesar de você – Chico Buarque
20/12/2010
Intérprete – Chico Buarque
Compositor- Chico Buarque
Ano de divulgação – 1970
Álbum – Chico Buarque (1978)
“Apesar de você, amanhã há de ser outro dia!”
Lançada como compacto em 1970, Apesar de você é a única música que Chico assume ter
sido escrita para criticar a ditadura. Após voltar do exílio, Chico percebe que o país pouco
mudou e escreve a canção. Quando a enviou para a censura, Chico temia que a música
fosse censurada, o que surpreendentemente não aconteceu. Após a gravação, a canção
chegou a vender 100 mil compactos em uma semana.
Após uma nota publicada em um jornal, na qual dizia que o “você” da letra era relacionado
ao presidente Médici a canção foi censurada, sendo gravada em um disco apenas em 1978.
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Após o episódio o nome de Chico Buarque ficou marcado pelos homens da censura e sua
canções sempre eram ouvidas com mais rigidez pela censura, antes de serem aprovadas. A
solução encontrada pelo cantor e compositor foi a de usar pseudônimos como Julinho da
Adelaide e Leonel Paiva. No começo deu certo, mas logo depois Chico foi desmascarado.
A letra critica o modo como as repressões ditatoriais eram feitas e alerta sobre o que iria
acontecer se em um dia todos estivessem felizes e insistissem em viver da forma como
queriam.
Chico Buarque , então, reverte a situação, pois o seu destinatário na verdade era a ditadura
militar e é por meio do uso de “palavras simples” que o autor envia sua mensagem, tornando
o “povo brasileiro”, o sue leitor e, não os que censurariam a música, ou seja, os militares.
Vale ressaltar que a estratégia de Chico foi eficaz, pois o disco foi lançado, vendeu muitas
cópias e só mais tarde a ditadura percebeu que era ela o auditório de Chico.
Vale ressaltar que no período de produção da canção, vivíamos o tempo do Governo de
general Emilio Garrastazu Médici, o qual assumira concomitante à promulgação dos “ atos
institucionais”, os quais passaram a delinear um governo repressor, tendo sido o mais
famoso o “AI-5”, de 1968. Sob o exílio forte e extremante centralizador, no Governo Médici
foi introduzida nova lei de segurança nacional, incluindo em um de seus itens a pena de
morte por fuzilamento. O uso da censura era justificado pelo regime militar como forma de
preservar a moralidade e os bons costumes. Na verdade, o que não se permitia era
manifestação alguma contra o governo ou suas medidas. Com o surgimento do regime,
grupos de esquerda agiram na clandestinidade e adotaram táticas de guerrilha urbana e
rural no combate à ditadura bem como o uso de estratégias de linguagem metafórica, a fim
de fazer a crítica ao governo sem manifestação direta, como é o caso da canção “Apesar de
Você.”.
Construção: O homem transformado em objeto
Podemos interpretar que Construção pode ser considerada a continuação do que fora
descrito anteriormente em Pedro Pedreiro, composta em 1965.
Composta em 1971, Construção, é tida como uma das canções de critica de Chico
Buarque.A composição nos conta a história de um trabalhador, assim como o titulo e alguns
trechos da composição indicam sua profissão, que é trabalhar numa construção civil,
provavelmente, na cidade de São Paulo. Através deste personagem, Chico Buarque aborda
a coisificação e mecanização do homem na sociedade, levando em consideração o contexto
da ditadura militar, onde as pessoas se comportavam igual à maquinas já que o sistema não
lhes permitia questionar , ao contrário haveria punição.
A composição é construída por versos repetitivos, sendo esse efeito atribuído à última
palavra de cada verso se tratar de uma proparoxítona. Essa repetição de palavras reflete a
rotina do personagem descrito na composição, tudo sempre igual, se repetindo dia após dia
até que sua vida acaba também reforçando o contexto da composição que de forma indireta
critica a mecanização da sociedade.
“Construção”, 1971, que, junto com “Pedro Pedreiro”, é uma das canções emblemáticas da
vertente crítica, podendo-se enquadrar como um testemunho doloroso das relações
aviltantes entre o capital e o trabalho.
Com efeito, “Construção” retoma o filão inaugurado precocemente por Chico Buarque: o da
crítica social, tendo como personagem um elemento do proletariado – no caso,
coincidentemente, um pedreiro. Pois o protagonista de “Construção”, que não é nomeado, é
apenas o sujeito oculto dos verbos na terceira pessoa, parece ser o “Pedro Pedreiro” que
esperava o trem nos velhos tempos – nos idos de 1965, talvez um pouco antes - e que
agora cai dos “andaimes pingentes” e se despedaça.
Trata-se de um dos textos mais rigorosamente “construídos” do compositor, de estrito rigor
formal e apuro técnico. Significativo, aliás, que uma de suas canções mais “engajadas” seja,
ao mesmo tempo, a de mais rigoroso travejamento formal.
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7.PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

O Primeiro passo para o desenvolvimento do projeto será a seleção das canções para
retratar o período da Ditadura Militar no Brasil:Apesar de Você e Construção(Chico Buarque
de Hollanda);Pra não dizer que não falei de flores e Disparada de Geraldo Vandré.
O segundo passo será antes de apresentar as canções aos alunos será feita uma
introdução e um resumo do período militar no Brasil.
Os próximos passos serão apresentar as canções, com as letras,mostrando vídeos das
mesmas.Aqui estão os links dos vídeos:
Pra não dizer que não falei de flores: https://www.youtube.com/watch?v=gi-i2eG31EI
Disparada: https://www.youtube.com/watch?v=bRUnBWAu5Rw
Construção:https://www.youtube.com/watch?v=jzWI_JjFBr0
Apesar de você: https://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0
Logo após os alunos receberão as letras das músicas,uma por vez para serem analisadas.A
primeira será Disparada,onde vão ouvir a musica acompanho a letra,depois será feita uma
analise da mesma e o que ela significou no período da Ditadura além de falar de seus
compositores e interpretes.Depois será a vez de Pra não dizer que não falei de
flores,analisando também e finalizando com uma parte da biografia de Geraldo Vandré e
contextualizando-a com os dias atuais.
Depois será a vez das canções de Chico Buarque começando com “Construção”ouvindo e
acampando a letra;depois contextualizando a canção e fazendo a análise do que ele queria
passar com a música onde faz uma alusão ao chamado “MILAGRE ECONOMICO”
mostrando como eram as condições dos trabalhadores nesta época,tratando o operário
principal personagem da musica como um ser humano e não como máquina.
Depois a analise de apesar de você e a história da música em breve estudo da biografia de
Chico Buarque além de serem apresentadas algumas imagens de manifestações do povo
pela luta da liberdade (anexos 1.2.3.4.)onde o próprio compositor participou.
Por fim os alunos irão escolher uma das músicas,onde vão trabalhar com a internet
escolherem imagens que melhor se adaptem com as música e serão criados vídeos para a
apresentação e avaliação do projeto com o programa Extra Photo to Video Converter onde eu
irei guiá-los da melhor forma para a realização e produção dos mesmos.
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8.TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO


O Projeto será realizado em 10 aulas.
1 e 2ª aulas:Apresentação do projeto”DITADURA MILITAR NO BRASIL:O FIM DAS
LIBERDADES DEMOCRÁTICAS-A MÚSICA E A CENSURA.(NAS ENTRELINHAS DA
MÚSICA)”.Uma introdução e em resumo do que aconteceu durante o período de 1964 a
1985 Ditadura Militar.
3ª aula: Apresentação das canções mostrando vídeos sobre as mesmas :
Pra não dizer que não falei de flores: https://www.youtube.com/watch?v=gi-i2eG31EI
Disparada: https://www.youtube.com/watch?v=bRUnBWAu5Rw
Construção:https://www.youtube.com/watch?v=jzWI_JjFBr0
Apesar de você: https://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0
4º aula: Análise e interpretação das canções onde vão ouvir a musica acompanho a
letra,depois será feita uma analise da mesma e o que ela significou no período da Ditadura
além de falar de seus compositores e interpretes.Começando com Disparada e Pra não
dizer que não falei de flores, analisando e finalizando com uma parte da biografia de
Geraldo Vandré e contextualizando-as com os dias atuais.
Depois da analise iremos debater as ideias apontadas pelos alunos.
5ª e 6ª aula: Analise canções de Chico Buarque começando com “Construção”ouvindo e
acampando a letra;depois contextualizando a canção e fazendo a análise do que ele queria
passar com a música onde faz uma alusão ao chamado “MILAGRE ECONOMICO”
mostrando como eram as condições dos trabalhadores nesta época,tratando o operário
principal personagem da musica como um ser humano e não como máquina.
Depois a analise de apesar de você e a história da música em breve estudo da biografia de
Chico Buarque além de serem apresentadas algumas imagens de manifestações do povo
pela luta da liberdade (anexos 1.2.3.4.)onde o próprio compositor participou.
7ª aula: Os alunos irão escolher uma das músicas para interpretar e trabalhar com
elas.Serão levados ao laboratório de internet onde irão escolher imagens do período militar
que melhor se ajustam a música escolhida para a realização de vídeos com as imagens e as
letras.Começam a escolher e a montar com a ajuda do programa Extra Photo to Video
Converter.
8ª aula:Fim da realização dos vídeos dúvidas e tempo para se preparar para a apresentação dos
mesmos.
9ª e 10ª aula:Avaliação apresentação dos vídeos montados pelos alunos onde avaliarei a dedicação e o
entrosamento com o projeto.
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9.RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS


Os recursos utilizados para a realização do projeto foram:
Uso de pen drives e datashow para a apresentação de vídeos.
Rádio:para a reprodução das canções.
Laboratório de Informática;para acesso a internet e ao programa Extra Photo to Video
Converter para a realização dos vídeos e escolha das imagens.
Xerox:para a reprodução das cópias das letras.
Datashow:Para os slides da introdução do resumo e do conteúdo apresentado.

10.AVALIAÇÃO.
A avaliação do projeto se dará ao seu decorrer,avaliando se o aluno está aprendendo com o
uso da metodologia escolhida.
Se eles mostram interesse pelo tema e por ultimo se na construção dos vídeos eles tem
motivação e vontade para realiza-los e se realmente conseguiram compreender o que as
música retrataram e o que os autores queria passar com elas,e se os alunos conseguiram
ter esta mesma sensibilidade.
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11.CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Na verdade conseguimos ver hoje de como aquele regime se tornou ignorante contra a
censura ficando cega, pois já não havia mais nenhum critério para se vetar por parte dos
censores.
Tratando-se, por princípio, de violação à liberdade de expressão, direito essencial e
elementar da democracia, atingiu a imprensa de maneira diferenciada uma vez que o termo
refere-se a um conjunto muito amplo e variado de órgãos de informação.
Poder retratar isso aos alunos é muito importante e ainda mais poder mostrar a eles que a
música tem poder, que o povo tem poder para lutar.
E que com este projeto a meta foi atingida motivando os alunos,fazendo os pesquisadores e
deixando com que eles possam retratar o que aprendem sobre determinado conteúdo.
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12.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

http://www.infoescola.com/historia/censura-no-periodo-da-ditadura/
http://www.censuramusical.com.br
http://luzdeluma.blogspot.com.br/2009/02/de-volta-ditadura.html
https://www.youtube.com/watch?v=gi-i2eG31EI
https://www.youtube.com/watch?v=bRUnBWAu5Rw
https://www.youtube.com/watch?v=jzWI_JjFBr0
https://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0
Arquivo Nacional – Rio de Janeiro/RJ
Coordenadoria Regional Brasília/DF - AN/DF
Arquivo Público do Estado de São Paulo (Acervo DEOPS)
AQUINO,MARIA APARECIDA.Censura,imprensa.estado autoritário.Bauru:Edusc,1999
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ANEXOS:
1.IMAGEM PRESIDENTES DO BRASIL DURANTE O REGIME:

2-3 e 4 Passeata dos Cem Mil

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