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Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal

PJe - Processo Judicial Eletrônico

18/10/2018

Número: 0602997-73.2018.6.07.0000
Classe: REPRESENTAÇÃO
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral
Órgão julgador: Juiz Auxiliar - Jackson Domenico
Última distribuição : 14/10/2018
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Direito de Resposta
Objeto do processo: Propaganda eleitoral gratuita na Televisão, programa em bloco, do dia
13/10/2018, divulgação de fato sabidamente inverídico, em face do representante, afirmação de que
o atual Governador teria entrado pela janela no Senado Federal. Pedido de DIREITO DE RESPOSTA.
Pedido liminar.
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Coligação Brasília de Mãos Limpas (REPRESENTANTE) RODRIGO DA SILVA PEDREIRA (ADVOGADO)
RAISSA ALVES ARAUJO (ADVOGADO)
RAFAEL SASSE LOBATO (ADVOGADO)
PEDRO IVO GONCALVES ROLLEMBERG (ADVOGADO)
GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR (ADVOGADO)
CASSIO THITO ALVARES DE CASTRO (ADVOGADO)
CAROLINA LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
BARBARA DO NASCIMENTO PERTENCE (ADVOGADO)
JANAINA ROLEMBERG FRAGA (ADVOGADO)
RODRIGO SOBRAL ROLLEMBERG (REPRESENTANTE) RODRIGO DA SILVA PEDREIRA (ADVOGADO)
RAISSA ALVES ARAUJO (ADVOGADO)
RAFAEL SASSE LOBATO (ADVOGADO)
PEDRO IVO GONCALVES ROLLEMBERG (ADVOGADO)
GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR (ADVOGADO)
DANIEL LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
CASSIO THITO ALVARES DE CASTRO (ADVOGADO)
CAROLINA LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
CARLA LOUZADA MARQUES CARMO (ADVOGADO)
BARBARA DO NASCIMENTO PERTENCE (ADVOGADO)
JANAINA ROLEMBERG FRAGA (ADVOGADO)
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR (REPRESENTADO)
PRA FAZER A DIFERENÇA 15-MDB / 11-PP / 70-AVANTE /
17-PSL / 54-PPL (REPRESENTADO)
Ministério Público Eleitoral DF (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
91852 18/10/2018 18:23 Representação 0602997-73.2018 - horário eleitoral Parecer da Procuradoria
gratuito - televisão - direito de resposta
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

Representação nº 0602997-73.2018.6.07.0000
Relator(a): Desembargador(a) Eleitoral Jackson Domênico
Representante(s): Coligação Brasília de Mãos Limpas e Rodrigo Rollemberg
Representado(a)(s): Ibaneis Rocha Barros Júnior e Coligação Pra Fazer a Diferença
Parecer eleitoral nº 55/2018-WB

HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. DIREITO DE


RESPOSTA. AUSÊNCIA DE DIVULGAÇÃO DE FATO
SABIDAMENTE INVERÍDICO OU OFENSIVO À HONRA
DO CANDIDATO REPRESENTANTE. PARECER PELA
IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

Egrégio Tribunal,

1 – Os fatos e fundamentos que ampararam a representação em epígrafe foram assim


resumidos na decisão que apreciou o pedido de liminar:

Trata-se de representação, com pedido de tutela de urgência, ajuizada pela


COLIGAÇÃO BRASÍLIA DE MÃOS LIMPAS (PSB, PDT, PV, REDE, PCDOB)
e RODRIGO SOBRAL ROLLEMBERG em desfavor da COLIGAÇÃO PRA
FAZER A DIFERENÇA (MDB-AVANTE-PP-PPL-PSL) e IBANEIS ROCHA
BARROS JÚNIOR, em razão de propaganda eleitoral reputada ilegal, veiculada
na Televisão, em 13 de outubro de 2018.

Sustentam, os representantes, em síntese, que referida propaganda enseja direito de


resposta, pois divulga fato sabidamente inverídico e ofensivo, segundo o qual o
Governador do Distrito Federal, candidato à reeleição, "entrou no senado pela
janela", quando, em realidade, é de conhecimento público e notório que o mesmo
ingressou na carreira de analista do Senado Federal de forma legítima, antes do
advento da Constituição Federal de 1988.

Acrescentam que o TRE-DF concedeu o direito de resposta, ao representante, nas


eleições de 2014, em razão de divulgação de conteúdo idêntico ao ora questionado
(REPRESENTAÇÃO n 167169, ACÓRDÃO n 6127, de 17/09/2014,
Relator CÉSAR LABOISSIERE LOYOLA, Publicado em Sessão, Volume 21:50,
Data 17/09/2014).

Pedem, em sede liminar, que seja determinada a suspensão da veiculação da


propaganda por qualquer meio de comunicação, com a imediata ciência das
emissoras de televisão.

Pedem, ainda, a concessão, desde logo, do direito de resposta em razão da


proximidade do pleito.
É o relatório.

Assinado eletronicamente por: WELLINGTON LUIS DE SOUSA BONFIM - 18/10/2018 18:23:37 Num. 91852 - Pág. 1
https://pje.tre-df.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101818233376500000000090043
Número do documento: 18101818233376500000000090043
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

[…]. (id 90718)

2 – O pedido de tutela de urgência foi indeferido sob os seguintes fundamentos:

[…].

A tutela de urgência poderá ser concedida, em conformidade com o art. 300 do


CPC, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

É dever da Justiça Eleitoral assegurar a igualdade de condições entre os candidatos,


ou seja, manter a isonomia e a lisura do pleito. Embora natural a realização de
crítica ao candidato opositor, não se pode permitir o abuso do
direito, a violação das garantias constitucionais relativas à honra e a intimidade ou
as regras do processo eleitoral.

Por esse prisma, nessa análise perfunctória, não vislumbro que a mensagem
questionada ostente conteúdo ofensivo, tampouco fato inverídico, segundo a qual o
representante, RODRIGO SOBRAL ROLLEMBERG, teria ingressado no serviço
público pela "janela", quando o concurso não era exigido à época.

Em que pese o e. TRE-DF em questão similar tenha entendido por reconhecer a


ilegalidade da conduta, conforme precedente citado na exordial, entendo que a
expressão utilizada, ainda que apresentada por um vocabulário não erudito, não
trata de fato inverídico.

Ademais, mesmo gerando desconforto quanto ao dito na propaganda, não verifico


violação ao conteúdo normativo da legislação eleitoral. O intuito da norma é
ampliar a divulgação dos debates, justamente para subsidiar a importantíssima
decisão dos eleitores na escolha de seus representantes.

A Constituição Federal assegura o direito de a sociedade ter amplo acesso à


informação, bem assim, liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de
expressão e a de informação, sob qualquer forma, sendo vedada toda e qualquer
censura de natureza política, ideológica e artística (arts. 5º, XIV e 220, §§ 1º e 2º,
da CF).

Além disso, no que tange à concessão do direito de resposta em decisão liminar, o


pleito não pode ser acolhido. A manifesta natureza satisfativa da pretensão assim
formulada reclama análise após realização do contraditório e a manifestação do d.
representante do Ministério Público Eleitoral.

Ante o exposto, indefiro a tutela de urgência.

Citem-se os Representados para apresentarem defesa no prazo de 1 (um) dia (art.


8° da Res. 23.547/2017-TSE).

[…]. (id 90718)

Assinado eletronicamente por: WELLINGTON LUIS DE SOUSA BONFIM - 18/10/2018 18:23:37 Num. 91852 - Pág. 2
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Número do documento: 18101818233376500000000090043
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Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

3 – Em sua defesa, os representados alegaram que “não se trata de fato sabidamente


inverídico, menos ainda ofensivo a honra do candidato, não sendo apto a atrair a incidência do
artigo 58 da Lei 9.504/97, devendo ser mantida a decisão que negou a liminar pleiteada pelos
representantes para julgar improcedentes todos os pedidos formulados” (id 91593).

4 - Feito o relatório, passamos à análise da demanda posta nos autos.

5 – No caso dos autos, o conteúdo da propaganda eleitoral que os representantes entendem


corresponder a fato sabidamente inverídico diz respeito à afirmação de que “ele [o candidato
representante Rodrigo Rollemberg] entrou no Senado pela janela”.

6 – Pois bem, na linguagem popular, que foi a utilizada na propaganda impugnada, dizer que
alguém ingressou no serviço público “pela janela” significa afirmar que tal ingresso não foi
precedido de aprovação em concurso público.

7 – E, ao que consta da peça de ingresso, de fato, o representante Rodrigo Rollemberg


ingressou no Senado Federal sem concurso público, eis que, pelo que alega, à época, tal não era
exigência constitucional, como passou a ser após 1988.

8 – Em sendo assim, se, de fato, o ingresso do representante no Senado Federal não foi
precedido de aprovação em concurso público, não há nenhuma inverdade na afirmação contestada
na representação.

9 – De outra parte, não se pode ter por ofensivo algo que é verdadeiro.

10 – Assim, ante a ausência de divulgação de fato sabidamente inverídico ou ofensivo à honra


do candidato representante, o caso é de improcedência da representação.

11 – Em vista do exposto, manifesta-se o Ministério Público Eleitoral pela improcedência da


representação.

Brasília, (data da assinatura digital).


Assinado digitalmente
WELLINGTON LUÍS DE SOUSA BONFIM
PROCURADOR ELEITORAL AUXILIAR
(PORTARIA PGR/MPF Nº 214/2018)

Assinado eletronicamente por: WELLINGTON LUIS DE SOUSA BONFIM - 18/10/2018 18:23:37 Num. 91852 - Pág. 3
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