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M A N U A L D E R E PA R O D E C A T Á L O G O 2 0 0 1R BE RAEG
AGE ENM
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1. Apresentação
Esta seção trata de todos os cuidados a serem tomados quando da remoção e instalação de um conjunto
de embreagem (platô, disco e mancal).
B. Desmontagem
Calçar o pedal na posição de repouso, uma vez que o acionamento acidental do pedal, com o sistema desmontado, pode
provocar sérios acidentes.
1. Desacoplar a haste de acionamento do garfo da embreagem.
Nota: desacoplar o servo da embreagem ou o cilindro hidráulico auxiliar e as respectivas tubulações de ar e fluído, se neces-
sário.
2. Soltar e retirar a caixa de câmbio, alinhando sempre para não forçar o cubo do disco.
3. Marcar as peças, caso esteja removendo o conjunto para verificações e/ou análises.
4. Retirar o mancal.
5. Soltar os parafusos de fixação do platô.
Importante: soltar pouco a pouco cada parafuso, em cruz, até o alívio da tensão das molas.
6. Retirar o platô e o disco.
Importante: não lavar as peças. Retirar a poeira com uma trincha e com ar comprimido. Limpar as superfícies
metálicas com um pano embebido em solvente.
C. Verificações e análises
A análise das peças retiradas é importante para diagnosticar problemas operacionais e/ou falhas dos sistemas de acionamento,
bem como outros problemas mecânicos. Ela deve ser feita cuidadosamente, cada componente do sistema deve ser checado
para garantir um funcionamento suave e harmônico do conjunto.
Esta análise é dividida em diversas etapas e é o que veremos a seguir.
S I S T E M A S EDM
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Nova
Desgastada
Desgastada Nova
Platô
2. Examinar o estado das molas de retrocesso.
Mola de retrocesso deformada não produz recuo da placa e o
platô não libera o disco. A deformação da mola se dá por
redução brusca, falta de cuidado na montagem (aperto incorreto
do platô), queda da peça ou estocagem incorreta.
Disco
O exame do disco de embreagem também é um importante
dado para diagnóstico de eventuais problemas operacionais e/ou
mecânicos.
Verificações:
1. Examinar as guarnições quanto a desgastes, fissuras, manchas
de superaquecimento ou outros danos mecânicos.
2. Examinar se há presença de óleo nas guarnições.
3. Examinar o desgaste do cubo. O disco deve deslizar com
facilidade sobre o eixo piloto, porém sem folga excessiva.
4. Examinar as molas de torção do disco quanto a quebras e
folgas.
5. Examinar o desvio lateral (empenamento) do disco e corrigir, se
necessário, em equipamento apropriado. A ponta do relógio
comparador deve ser posicionada entre o rebite e o diâmetro
externo do disco.
O empenamento do disco pode ocorrer na armazenagem, no
transporte ou durante o manuseio.
Veja aqui o exemplo de um disco empenado.
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Mancal de embreagem
Examinar se gira livre, nível e forma do desgaste da bucha,
desgaste na superfície de contato com as alavancas ou linguetas
da mola membrana, desgastes nos pontos de contato com o
garfo e vazamento de graxa. Substituir se necessário.
Importante: o mancal de embreagem com bucha possue lubri-
ficação permanente e não deve ser lavado com qualquer
tipo de solvente. Limpar somente com um pano umedecido.
Eixo piloto
Limpar e examinar quanto a:
1. desgastes irregulares e/ou rebarbas na região de atuação do
disco de embreagem;
2. marcas de funcionamento do rolamento guia do virabrequim /
volante;
3. outras irregularidades;
Corrigir e / ou substituir o que for necessário.
Volante do motor
Se as fissuras ultrapassarem 50% da Limpar o volante com um pano umedecido em solvente e examinar:
área do volante, ele deve ser trocado. 1. canais abertos pelos rebites dos discos;
2. manchas de superaquecimento e fissuras;
3. roscas de fixação do platô e empenamento ou deformação;
4. outros problemas mecânicos.
Se necessário, remova-o para melhor análise e/ou usina-
gem - ver detalhes em “Usinagem do volante”.
Nota: Imperfeições na superfície de atrito do volante comprome-
tem a durabilidade do disco de embreagem.
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D. Montagem da embreagem
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A impregnação por lubrificantes
causa problemas na embreagem
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Pedal duro e ruído
no acionamento da embreagem
Cabo de embreagem
travado. Uma forma de
verificar a condição do
cabo é retirá-lo e verificar
se permite livre aciona-
mento. A verificação deve
ser feita com o cabo
flexionado.
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Tipos de acionamentos das embreagens
de veículos de passeio e utilitários
Os motores à combustão não são capazes de trans- tensionado, curvado, a pick-up terá a trepidação.
mitir o torque até que a velocidade de marcha lenta Não podemos esquecer de verificar o paralelismo
seja ultrapassada e possuem uma margem de veloci- do volante e o estado dos coxins do veículo.
dade relativamente limitada para ser utilizada.
Uma embreagem ACIONADA EXTERNAMENTE, com- Sistema de acionamento tipo rígido
binada com uma transmissão por engrenagens, é
varão
capaz de solucionar estes dois problemas, desaco- Este tipo de aciona-
plando o motor do restante do POWERTRAIN. mento é utilizado nos
garfo
Quando falamos uma embreagem “ACIONADA veículos mais antigos.
EXTERNAMENTE”, falamos do sistema de aciona- Ele possui varões de
mento do veículo: é ele que aciona a embreagem, acionamento e são
e se ele vai mal, a embreagem não funcionará corre- mancal de articulados.
embreagem
tamente. Conheça aqui soluções para os quatro
olhal
tipos de acionamento e suas particularidades.
Falha: trepidação
Cabos enroscando provocarão a trepidação no
veículo. Na linha pick-up, alguns veículos possuem
este tipo de acionamento. Se o cabo não estiver
Sistema de acionamento hidráulico Sistema de acionamento hidráulico com mancal
convencional hidráulico
olhal reservatório reservatório
cilindro mestre
No sistema de aciona- tubulação
Este sistema é um dos
mento hidráulico mais atuais, aplica-se
temos como benefício tanto à linha leve
a diminuição do esfor- cilindro
mestre
quanto à linha pesada.
ço do pedal e um Ele não possui o garfo
tubulação
acionamento suave e de acionamento:
mancal hidráulico
sem ruídos. o mancal de embrea-
atuador
gem faz o papel do
mancal de embreagem garfo e do cilindro
atuador.
Falha: dificuldade de engate São duas funções em um só componente.
Geralmente esta falha acontece após a troca da
embreagem. É necessário a verificação do nível de Falha: embreagem dura
óleo do reservatório, a realização da sangria para Problema similar ao do sistema de acionamento
eliminação de ar no sistema, verificar possíveis hidráulico convencional.
empenamentos das hastes dos cilindros e tubula-
ção do óleo com restrições. Falha: dificuldade de engate
A perda de pressão no sistema causa a dificuldade
Falha: patinação de engate, assim como também a presença de ar
Este tipo de falha acontece quando o sistema fica no sistema ou tubulação com restrição.
“enforcado”, ou seja, o óleo não retorna para o É necessário verificar todo o sistema hidráulico
reservatório e assim mantém a haste do cilindro antes da remoção do conjunto de embreagem.
atuador acionada, provocando a patinação no veí-
culo. Falha: trepidação
A trepidação também poderá surgir quando o
Falha: embreagem dura sistema de acionamento estiver vazando. Nos
O atuador hidráulico está sujeito a desgastes inter- casos de volante “tipo pot” é extremamente
nos que prejudicam seu desempenho. As paredes necessária a verificação da profundidade do
internas dos cilindros são polidas e com o tempo rebaixo após a usinagem. Alguns mecânicos só
de uso elas vão criando rugosidades que afetam o retrabalham a superfície de atrito do disco e
curso do êmbolo devido ao atrito. Nem sempre esquecem de retrabalhar a superfície de apoio do
ocorrem vazamentos nestas situações, mas mesmo platô.
assim recomendamos a troca do atuador sempre
que for efetuada a substituição da embreagem. Falha: patinação
Obs.: geralmente o veículo já apresenta este A patinação, neste sistema, ocorre por motivo
problema com o conjunto de embreagem anterior. semelhante ao do sistema de acionamento hidráu-
lico convencional. Também é necessária a verifica-
ção de um possível travamento da haste do cilin-
dro mestre ou restrição na tubulação. Ambos
impedem o retorno do óleo ao reservatório.
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A embreagem em carros da linha Renault
Cuidados durante a substituição
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O toque final: lubrificar o garfo e a bucha
Por fim, para assegurar o funcionamento suave e
prevenir o desgaste prematuro do novo garfo e da
bucha, é indicado lubrificar ambos antes de
proceder a montagem final do sistema.
Lembrete
Ao trocar a embreagem de um Renault, sempre
troque também o garfo e a bucha de nylon.
O sinal mais claro do desgaste destas peças é a
necessidade de calços no cabo de embreagem
para permitir mais curso no acionamento.
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A embreagem em carros da linha Fiat
com motores 1.0, 1.3, 1.5 e 1.6
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Veja o mancal montado na posição ERRADA
Tome muito cuidado ao montar o mancal. Na foto
ao lado, vemos o dente de fixação montado para
cima e a orelha do mancal para baixo (indicado
pelo dedo). Isto irá causar o seguinte problema: o
mancal vai tocar a caixa seca, impedindo o seu
retorno. O platô ficará então pré-acionado,
causando a popular “patinação” do sistema.
Outro problema decorrente da montagem errada:
será possível engatar as marchas sem que se
acione o pedal de embreagem.
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Para evitar a trepidação, verifique os coxins
Para otimizar o conforto e a segurança após a
substituição da embreagem, é aconselhável
verificar os coxins do câmbio e do motor. Se
apresentarem sinais de fadiga ou estiverem danifi-
cados, troque-os por novos. Coxins desgastados ou
quebrados causam trepidação ao veículo.
Montar o platô
acionado é outra
ação que vai evitar os
transtornos causados
pela trepidação.
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Evite problemas de trepidação
em embreagens de automóveis de passeio e
utilitários
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Peças com Defeito
Hábitos incorretos ao dirigir
que prejudicam a embreagem
A embreagem remanufaturada
aproveita somente os componentes
estruturais e substitui todos os demais.