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Têmpera
• Objetivo:
• Aumento da dureza, resistência mecânica
(limites de escoamento e resistência) e
resistência ao desgaste.
Resfriamento
rápido abaixo
de Mf
tempo
Aço 1040
Têmpera
Aços eutetóides
Campo
austenítico
T [°C]
Microestrutura
austenítica
780°C
723°C
Resfriamento
rápido abaixo
de Mf
tempo
Aço 1080
Têmpera
Têmpera
Microestrutura
resultante: Martensita
Têmpera
• Os aços destinados á têmpera apresentam
teores de C acima de 0,4%.
• A distorção provocada no reticulado CFC
para formar o TCC é maior quanto maior for
o teor de carbono. Os aços com teores
inferiores á 0,4%C temperados apresentam
microestrutura martensítica CCC devido às
pequenas distorção no reticulado e baixa
dureza.
Têmpera
• O aumento do teor de C e /
ou a adição de elementos
de liga (exceto o Co)
T
deslocam as curvas TTT A
P
para a direita,
possibilitando o uso de B
martensítica.
Têmpera
• Entretanto, este Aço de alto teor de carbono
deslocamento é
acompanhado pelo T A+C
abaixamento das 727°C
Têmpera em água
Efeito da viscosidade
elevada
Têmpera em óleo
• A maior parte dos óleos
de têmpera apresentam
taxas de resfriamento
menores que as obtidas
em água ou em
salmoura, entretanto,
nestes meios o calor é
removido de modo mais
uniforme, diminuindo as
distorções dimensionais e
a ocorrência de trincas
Têmpera em ar
• A aplicação do ar forçado como meio de
têmpera é mais comum em aços de alta
temperabilidade como aços-liga e aços-
ferramenta.
• Aços ao carbono não apresentam
temperabilidade suficiente e,
conseqüentemente, os valores de dureza
após a têmpera ao ar são inferiores aos
obtidos em óleo, água ou salmoura.
Têmpera em ar
• Como qualquer
outro meio de
têmpera, suas
taxas de
transferência
de calor
dependem da
vazão
Têmpera com laser
• Consiste no uso de um feixe de laser de
elevada potência que aquece uma pequena
camada superficial acima do campo
austenítico em segundos.
• O resfriamento ocorre pela condução no
interior da peça, ou seja, o núcleo resfria a
camada superficial, transformando-a em
martensita.
Têmpera com laser
Algumas considerações sobre
trincas de têmpera
Trincas de têmpera
Susceptibilidade
• A variação
volumétrica resultante
da transformação
martensítica depende,
predominantemente,
do teor de C contido
no aço.
Trincas de têmpera
Susceptibilidade
Camada inicial de
Camada sub-
martensita
t superficial austenítica
Trincas de têmpera
Gênese
• A gênese das trincas de têmpera pode ser resumida
em:
– forma-se uma camada inicial de martensita;
– com a resfriamento, as camadas de austenita sub-
superficiais sofrem a transformação martensítica
com um atraso em relação a camada inicial;
– estas transformações posteriores (com expansão
volumétrica) impõem tensões de tração sobre a
camada inicial, que pode resultar em trincas, se
estas tensões ultrapassarem o limite de
resistência.
Trincas de têmpera
Gênese
Trincas de têmpera
• Aspecto das
trincas de
têmpera
Trincas de têmpera
• Aspecto das
trincas de
têmpera
• Macro
• MEV
Trincas de têmpera
• Aspecto das trincas de têmpera - MEV
200 x 800 x
Martêmpera
Martêmpera
• Objetivos:
• aumento de dureza por meio da microestrutura
martensítica
• menor nível de tensões internas em relação à
têmpera convencional, e conseqüentemente,
maior estabilidade dimensional sobre os lotes e
menor perda de peças por trincas e/ou
distorções dimensionais
• maior custo que a têmpera devido ao emprego
de fornos do tipo banho de sal
Martêmpera
• Procedimento:
• Aquecimento até o campo austenítico
seguido de resfriamento em banho de
sal ou óleos de martêmpera aquecidos
Martêmpera
• Microestrutura obtida:
• Martensita (idêntica à obtida na têmpera
convencional)
• Após operação de revenimento: Martensita
revenida. Obviamente com o aumento da
temperatura de revenimento, a martensita
revenida tem sua dureza diminuída e sua
tenacidade aumentada.
Martêmpera
martêmpera
Campo
austenítico
T [°C]
Microestrutura Resfriamento
austenítica em banho de
sal
780°
C
723°C
~250°C
Homogeneização
de temperatura na
austenita
Microestrutura
resultante:
Martensita
Martêmpera
S N
Martensita 62 HRC
Revenimento dos aços
Revenimento
• O revenimento é um tratamento térmico
destinado aos aços previamente temperados
(microestrutura martensítica), com o objetivo
principal de aumentar sua ductilidade e
tenacidade.
• É realizado em temperaturas inferiores à zona
critica com tempos de duração e velocidades de
resfriamento controladas.
Revenimento
Têmpera ou
Revenimento
martêmpera
Temperatura
austenita
trev = 1h
Trev = definida
pela dureza final
martensita
tempo
martensita revenida
Revenimento
• Os aços temperados são revenidos para a
obtenção de propriedades mecânicas
específicas (aumento de ductilidade e
tenacidade), aliviar tensões internas e
garantir estabilidade dimensional a peça
(o revenimento é acompanhado por uma
redução de volume).
Revenimento
• As variáveis que afetam a microestrutura e
propriedades mecânicas dos aços temperados
são:
– Temperatura de revenimento
– Tempo na temperatura de revenimento
– Velocidade de resfriamento após o revenimento
– Composição do aço, incluindo teor de C, elementos
de liga e impurezas
Revenimento
• Com raras exceções, o revenimento dos
aços é normalmente realizado entre
175°C e 650ºC e tempos que variam de
30 minutos até 4 horas
Curvas de
revenimento de
aços-ferramenta
Temperatura de revenimento
• O revenimento pode ser dividido em 4
estágios (sem um limite rígido entre eles)
(2):
ao carbono as
quantidades de
austenita retida são:
3° estágio do revenimento
( entre 330°C e 600°C)
• Tem início a precipitação de cementita (Fe3C)
da martensita. Os precipitados de Fe3C têm a
forma de bastonetes ou agulhas.
• A precipitação pode ocorrer em contornos de
grão e provocar um efeito fragilizante
(fragilidade azul).
• A sub-estrutura da martensita (com elevada
concentração de discordâncias) começa a sofrer
recuperação. Entre 400°C e 600°C a Fe3C
esferoidiza e perde a coerência com a matriz.
3° estágio do revenimento
( entre 330°C e 600°C)
• A cementita precipita
com morfologia do
tipo Widmanstätten
com uma relação de
orientação com a
matriz. A martensita
perde tetragonalidade
e transforma-se em
ferrita.
3° estágio do revenimento
( entre 330°C e 600°C)
4° estágio do revenimento
(entre 500°C e 650°C)
• Nos aços ao carbono, a
cementita sofre um
processo de
engrossamento e
esferoidização. Este
engrossamento inicia-se
entre 300ºC e 400ºC e a
esferoidização aumenta
até 700°C.
• As ripas de martensita
transformam-se em
ferrita equiaxial por um
processo de
recristalização.
4° estágio do revenimento
(entre 500°C e 650°C)
• Este estágio é
característico de aços-
rápidos ou para
trabalho a quente).
• Ocorre a precipitação
de carbonetos
secundários com os
elementos de liga (Cr,
V) provocando um
endurecimento.
Aço H13: 0,4% C, 1%Si, 5%Cr, 1,5%Mo, 1% V
Seqüência de revenimento de
Speich (7)
A seqüência
de
revenimento
apresentada
por Speich é
resumida com
o auxilio da
figura:
Tempo de revenimento
• O efeito do tempo
de revenimento em
um aço SAE 1080
é mostrado na
figura abaixo. São
apresentadas
quatro
temperaturas de
revenimento:
205°C, 315°C,
425ºC e 540ºC.
Tempo de revenimento
• Verificam-se grandes alterações de dureza
para tempos de revenimento inferiores a 10s.
• Redução de
tenacidade
decorrente da
“fragilidade azul”
350°C
Fragilidade azul (300°C)
Evidência da presença
de austenita retida em
contornos de
martensita. No
revenimento, esta
austenita transforma-
se em filmes de
cementita nos
contornos de ripas de
martensita provocando
a fragilidade da
martensita (500ºF).
Fragilidade azul (300°C)
• Aços ao carbono temperados e revenidos na
faixa entre 230°C e 370ºC não devem ser
empregados em componentes submetidos a
impactos.
• Aços que necessitam ser revenidos nesta
faixa crítica e serão sujeitos a impactos têm,
em geral, adições de Mo ou Si que
minimizam a fragilização.
Fragilidade azul (300°C)
• O Si não dissolve na cementita e atrasa o
início da 3ª fase do revenimento, retardando
a precipitação de cementita (Fe3C) e
aumentando o intervalo de temperatura em
que o carboneto ε (Fe2,2C) é estável.
• Aços contendo Si podem ser revenidos à
250°C sem perda de dureza e com elevada
tenacidade (aços ferramenta S).
Fragilidade ao revenido (500°C)
• Quando aços ao carbono e baixa-liga são
revenidos por longos períodos ou resfriados
lentamente entre 375ºC e 575ºC, estes
apresentam uma tenacidade inferior à obtida
para temperaturas de revenimento mais baixas.
não-fragilizante.
Fragilidade ao revenido (500°C)
• Obviamente, quanto menor a concentração
destas impurezas menores os efeitos na
tenacidade.
• Aços submetidos a fragilização pelo revenido
podem ter sua tenacidade restaurada pelo
aquecimento até aproximadamente 600ºC,
manutenção por alguns minutos e resfriamento
rápido.
• O tempo para a restauração da tenacidade
depende do teor de elementos de liga e da
temperatura do reaquecimento.
Referências
Tschiptschin, A. P. ; Goldenstein, H. ; Sinatora, A.
Metalografia dos aços Curso da ABM 1988
Bhadeshia, H. K. D. H. ; Honeycombe, R. W. K. Steels
Microstructure and properties third edition Elsivier 2006
Easterling E. ; Porter, D. A. Phase transformation in Metals and
alloys
Thelning K. E. Steel and its heat treatement 2nd edition 1984
Heat Treater´s Guide ASM International
ASM Handbook v. 4 Heat Treatment ASM International 2001
Speich G. R.; Leslie, W. C. Tempering of steel Metallurgical
Transactions v. 3 May 1972 p. 1043
Olefjord, I. Temper embrittlement - review 231 - International
Metals Review 1978 n° 4 p. 149