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MÉTODOS DIAGNÓSTICOS

COMPLEMENTARES E
TRATAMENTO CIRÚRGICO
DAS DOENÇAS OROVALVARES
ADQUIRIDAS DO CORAÇÃO

Prof. Glauco Lobo

Departamento de Cirurgia
Universidade Federal do Ceará

Abrl/ 2010
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES E

TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS DOENÇAS


OROVALVARES ADQUIRIDAS DO CORAÇÃO

1. ANATOMIA DAS VALVAS CARDÍACAS

2. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS OROVALVARES

3. FORMAS DE APRESENTAÇÃO E MÉTODOS


DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES
3.1 Estenose e Insuficiência Mitral
3.2 Estenose e Insuficiência Aórtica
3.3 Estenose e Insuficiência Tricúspide

Abrl/ 2010
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES E

TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS DOENÇAS


OROVALVARES ADQUIRIDAS DO CORAÇÃO
4. INDICAÇÃO CIRÚRGICA

5. TRATAMENTO CIRÚRGICO
5.1 Estenose Mitral
5.2 Insuficiência Mitral
5.3 Estenose Aórtica
5.4 Insuficiência Aórtica
5.5 Estenose Tricúspide
5.6 Insuficiência Tricúspide

Abrl/ 2010
1. ANATOMIA DAS VALVAS CARDÍACAS

Abrl/ 2010
VALVA MITRAL

Área de 4 a 6 cm²
Netter F H. Atlas de Anatomia Humana. 2.ed. Artmed, 2003 Abrl/ 2010
VALVA TRICÚSPIDE

Netter F H. Atlas de Anatomia Humana. 2.ed. Artmed, 2003 Abrl/ 2010


VALVA AÓRTICA

FCD

FNC

Área valvar de 2 a 3 cm²


Netter F H. Atlas de Anatomia Humana. 2.ed. Artmed, 2003 Abrl/ 2010
HEMODINÂMICA
NORMAL

Abrl/ 2010
2. CLASSIFICAÇÃO DAS
DOENÇAS OROVALVARES

Abrl/ 2010
CLASSIFICAÇÃO

• OBSTRUTIVAS:
- Estenose Mitral
- Estenose Aórtica
- Estenose Tricúspide

• REGURGITANTES:
- Insuficiência Mitral
- Insuficiência Aórtica
- Insuficiência Tricúspide

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
3. FORMAS DE APRESENTAÇÃO E MÉTODOS
DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

Abrl/ 2010
ESTENOSE MITRAL
• ETIOLOGIA
- Febre reumática
- Doença degenerativa com calcificação dos folhetos
e/ou anel
• FORMA DE APRESENTAÇÃO
- Isolada - 25%
- Com insuficiência mitral – 40 %
- Com lesão aórtica - 35%
- Com envolvimento multivalvar - 38%
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ESTENOSE MITRAL

CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA

• Estenose Mitral Leve:


ÁREA VALVAR MITRAL entre 1,5 e 2,5 cm2
• Estenose Mitral Moderada:
ÁREA VALVAR MITRAL entre 1,0 e 1,5 cm2
• Estenose Mitral Grave:
ÁREA VALVAR MITRALAVM < 1,0 cm2

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
ESTENOSE MITRAL

CLASSIFICAÇÃO HEMODINÂMICA

• Estenose Mitral Leve:


Gradiente Pressórico Médio (GPM) < 5 mmHg ou
Pressão Sistólica de Artéria Pulmonar (PSAP) < 30 mmHg

• Estenose Mitral Moderada:


GPM entre 5 e 10 mmHg ou PSAP entre 30 e 50 mmHg

• Estenose Mitral Grave:


GPM > 10 mmHg ou PSAP > 50 mmHg
ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
ESTENOSE MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Eletrocardiograma: Ritmo
sinusal, desvio do AQRS para
direita, sobrecarga atrial
esquerda

Fibrilação atrial em 40 a 50%


dos pacientes

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ESTENOSE MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Radiografia do Tórax:  AE
com elevação do brônquio fonte
esquerdo, abaulamento do arco
pulmonar, crescimento de VD.
A calcificação valvar quando
existente é melhor vista na
radioscopia

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ESTENOSE MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Ecocardiograma: mostra
do AE, espessamento e ou
calcificação dos folhetos, 
da mobilidade dos
folhetos, ↓ da área valvar,
↑ do gradiente
transvalvar, hipertensão
pulmonar, lesões
associadas, proporciona
cálculo dos escores
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ESTENOSE MITRAL
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES
Cateterismo:
•Reservado para os casos em que os
achados clínicos e ecocardiográficos são
discordantes
•Confirmar a existência de outras
patologias cardíacas. Em pacientes > de 40
anos e naqueles com fatores de risco para
doença coronariana aterosclerótica é
necessário a coronariografia prévia a
intervenção cirúrgica
•Durante o exame hemodinâmico pode-se
medir o débito cardíaco e o gradiente
transvalvar

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INSUFICIÊNCIA MITRAL

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Crônica: bem tolerada por muitos anos. Se manifesta
com fadiga, dispnéia progressiva, ortopnéia, DPN e
tardiamente com manifestações de IVD.

• Aguda: aparecimento súbito de dispnéia aos mínimos


esforços, dispnéia de repouso, edema agudo de
pulmão.

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INSUFICIÊNCIA MITRAL

CLASSIFICAÇÃO ANATOMO-FUNCIONAL

• Insuficiência Mitral Leve:


Fração Regurgitante < 30%

• Insuficiência Mitral Moderada:


Fração Regurgitante entre 30 e 49%

•Insuficiência Mitral Grave:


Fração Regurgitante > 49%
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INSUFICIÊNCIA MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Eletrocardiograma:
Ritmo sinusal, SAE,
SVE.
Fibrilação atrial pode
ser encontrada

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INSUFICIÊNCIA MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Radiografia do Tórax:
 do AE e VE.
Abaulamento do arco
pulmonar e
crescimento de VD em
casos severos.

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INSUFICIÊNCIA MITRAL

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Ecocardiograma:  do AE e VE,
anormalidades na anatomia do
aparelho valvar, demonstra jato
regurgitante ao Doppler colorido,
evidencia hipertensão pulmonar
e lesões associadas
• Doppler colorido na IM estima a
gravidade da insuficiência pelo
jato regurgitante visualizado

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA MITRAL
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES
Caterismo:
•Reservado para os casos em que os
achados clínicos e ecocardiográficos são
discordantes
•Confirmar a existência de outras
patologias cardiacas. Pacientes > de 40
anos e naqueles com fatores de risco para
doença coronariana aterosclerótica é
necessário a coronariografia prévia a
intervenção cirúrgica
•Durante o exame hemodinâmico pode-
se medir o débito cardíaco, o grau de
regurgitação e a função ventricular
esquerda

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ESTENOSE AÓRTICA

• Etiologias mais comuns são:


- válvula aórtica bicúspide
calcificada
- febre reumática
- calcificação degenerativa em
idosos
• Fisiopatologia:
- AV < 2,0 cm2  
Progressiva da Pressão no
VE  HVE  disfunção
diastólica do VE
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ESTENOSE AÓRTICA

CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA E HEMODINÂMICA


• Estenose Aórtica Leve: AV entre 1,5 e 2,0 cm2
Gradiente Pressórico Médio (GPM) < 25 mmHg
• Estenose Aórtica Moderada: AV entre 1,0 e 1,5 cm2
GPM entre 25 e 40 mmHg

• Estenose Aórtica Grave: AV < 1,0 cm2


GPM > 40 mmHg

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ESTENOSE AÓRTICA

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Ocorrem com orifício < 1,0 cm2

• Tríade síntomática:
- dor torácica: espequitativa de vida de 5 anos
- síncope: espequitativa de vida de 3 a 4 anos
- dispnéia de esforço: espequitativa de vida de 2 anos

• Morte súbita: 15 a 20%

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ESTENOSE AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Eletrocardiograma:
ritmo sinusal, padrão
de sobrecarga de VE,
e sobrecarga de AE.
Fibrilação atrial pode
ocorrer

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
ESTENOSE AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Radiografia do Tórax: área


cardíaca normal ou pouco
aumentada, dilatação pós
estenótica da aorta ascendente

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
ESTENOSE AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Ecocardiograma:
quantifica número de
cúspides, evidencia
calcificação, mobilidade
e área valvar e mede
gradiente VE-Ao.
Permite avaliar a
classificação quanto ao
grau de estenose
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ESTENOSE AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES


Cateterismo:
•Reservado para os casos em que os
achados clínicos e ecocardiográficos são
discordantes
•Confirmar a existência de outras
patologias cardiacas. Pacientes > de 40 anos
e aqueles com fatores de risco para doença
coronariana é necessário a coronariografia
prévia a intervenção cirúrgica
•Durante o exame hemodinâmico pode-se
medir o débito cardíaco e o gradiente
transvalvar

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Os pacientes podem permanecer assintomáticos
durante anos, mesmo com regurgitação severa. Ao
surgir sintomas de angina ou de congestão
pulmonar a deterioração é rápida

• Sem cirurgia, a morte ocorre em média dentro de 4


anos após o desenvolvimento de angina e dentro de
2 anos após manifestações de congestão pulmonar

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INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

CLASSIFICAÇÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL

• Insuficiência Aórtica Leve:


Fração Regurgitante < 30%
• Insuficiência Aórtica Moderada:
Fração Regurgitante entre 30 e 49%
•Insuficiência Aórtica Grave:
Fração Regurgitante > 49%

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INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Eletrocardiograma:
ritmo sinusal, padrão
de sobrecarga de VE

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Radiografia do Tórax: mostra


cardiomegalia às custas do
aumento do VE. Dilatação da
aorta ascendente é comum.
AE grande sugere associação
com doença mitral

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INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Ecocardiograma: avalia a
morfologia da valva e raiz
da aorta, evidencia
vegetações e calcificações.
Estima área do orifício,
estima fluxo regurgitante,
fração de encurtamento e
relação massa- volume
ventricular

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES


Caterismo:
•Reservado para os casos em que os
achados clínicos e ecocardiográficos são
discordantes
•Confirmar a existência de outras
patologias cardiacas. Pacientes > 40 anos
e aqueles com fatores de risco para
doença coronariana é necessário a
coronariografia prévia a intervenção
cirúrgica
•Durante o exame hemodinâmico
pode-se inferir a função ventricular e o
grau de regurgitação aórtica
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INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES

• Ressonância magnética: é uma


técnica alternativa, não invasiva,
utilizada em casos de divergência
clínico-laboratorial. Permite obter
medidas dos volumes regurgitantes,
dos volumes diastólico e sistólico
finais do VE. Avalia o orifício
regurgitante e a massa ventricular.

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ESTENOSE TRICÚSPIDE

• Entidade rara isoladamente e de


etiologia reumática
• Geralmente acompanhada de lesões
reumáticas em valvas mitral ou aórtica
• É mais comum em mulheres

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ESTENOSE TRICÚSPIDE

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Fadiga, anorexia, edema e outras


menifestações de congestão venosa
sistêmica são frequentes e
desproporcionais à dispnéia quando
existente

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ESTENOSE TRICÚSPIDE

• Eletrocardiograma: mostra
ritmo sinusal e SAD

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ESTENOSE TRICÚSPIDE

• Radiografia do Tórax
mostra aumento de AD,
cava superior e veia ázigos
dilatadas, sem dilatação da
artéria pulmonar

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
ESTENOSE TRICÚSPIDE

• Ecocardiograma:
espessamento e restrição da
mobilidade dos folhetos da
valva tricúspide

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INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

• ETIOLOGIA:
- Dilatação Ventricular direita com dilatação do anel
tricúspide devido a:
- Insuficiência Ventricular direita
- Hipertensão Arterial Pulmonar
- Endocardite Infecciosa em drogaditos
- Outras: Traumas, IAM, Prolapso Tricúspide

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- Sintomas de IVD, às vezes associados a
sintomas de IVE quando secundária a
lesões do lado esquerdo do coração

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

• Eletrocardiograma: Na
insuficiência tricúspide
isolada o ECG mostra SVD e
SAD. Em casos associados a
outras lesões valvares ou
miocárdicas podemos
observar sobrecarga biatrial
e/ou biventricular

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

• Raio X do Tórax: nas


formas isoladas pode mostrar
sinais de aumento do AD e
dilatação da veia cava superior
e veia ázigos. Se associada a
lesões do lado esquerdo do
coração, podemos encontrar
crescimento de AE, VE e
dilatação do arco da artéria
pulmonar

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE

• Ecocardiograma: demonstra
dilatação do anel tricúspide, AD,
VD, movimento paradoxal do
septo interventricular,
vegetações em casos de
endocardite infecciosa. Pode
estimar a severidade do refluxo
tricuspídeo, a pressão da artéria
pulmonar e função do VD

Libby, Peter et al. Braunwald’s Heart Disease. 8.ed. Saunders Elsevier, 2008 Abrl/ 2010
4. INDICAÇÃO CIRÚRGICA

Abrl/ 2010
CLASSES DE INDICAÇÕES

- Classe I: existe evidência e ou consenso geral de que o


procedimento é útil e efetivo

- Classe II A: forte evidência ou opinião a favor da utilidade


ou eficácia do procedimento
- Classe II B: a utilidade ou eficácia do procedimento é bem
menos estabelecida
- Classe III: existe evidência e ou consenso geral de que o
procedimento nem é útil nem é efetivo, sendo às vezes até
perigoso

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
CLASSES DE INDICAÇÕES
• Classe I:
- Benefício >>> Risco
- O procedimento deve ser realizado

• Classe IIa:
- Benefício >> Risco
- A realização do procedimento é aconselhável

• Classe IIb
- Benefício ≥ Risco
- O procedimento pode ser considerado

• Classe III
- Risco ≥ Benefício
- O procedimento não deve ser realizado

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NÍVEIS DE EVIDÊNCIA

• A: Evidências suficientes provindas de múltiplos


ensaios clínicos randomizados

• B: Evidências limitadas provindas de um único ensaio


clínico randomizado ou de estudos não-randomizados

• C: Conclusões baseadas em estudos de casos ou opinião


de autoridades no assunto

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ESTENOSE MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE I
1. Cirurgia (reparo se possível) está indicada em
pacientes sintomáticos, III e IV da NYHA, com
estenose mitral moderada ou grave, quando:
- Valvotomia percutânea está contraindicada
- Há trombo no átrio esquerdo ou insuficiência
mitral moderada ou grave concomitante - nível B
- A morfologia da valva não é favorável em paciente
com aceitável risco cirúrgico - nível B

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
ESTENOSE MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE I

2. A cirurgia está indicada em pacientes


sintomáticos com estenose mitral
moderada a grave e insuficiência mitral
moderada a grave associada (dupla lesão
mitral) - nível B

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
ESTENOSE MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

• Classe II a: Troca valvar é aconselhada em pacientes com


estenose mitral grave e hipertensão pulmonar grave
( PSAP> 60 mmHg), em classe funcional I ou II (NYHA),
que não sejam candidatos à valvotomia percutânea ou
plastia mitral - nível C

• Classe II b: Plastia mitral pode ser considerada para


pacientes assintomáticos com estenose mitral moderada a
grave, que tenham tido eventos embólicos recorrentes,
mesmo durante uso adequado de anticoagulantes, e que
tenham morfologia favorável para plastia – nível C
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ESTENOSE MITRAL

ESCORE DE WILKINS-BLOCK
•Nesse escore, são avaliadas quatro características morfológicas da valva
mitral:
- Mobilidade dos folhetos
- Espessamento dos folhetos
- Calcificação valvar
- Aparelho sub-valvar.

•São atribuídos valores de 0 a 4 para cada uma dessas características,


perfazendo um total de até 16 pontos. Normalmente os pacientes com um
escore ≤ 8 são candidatos ao procedimento percutâneo

Carabello BA. Circulation 112:432, 2005


INSUFICIÊNCIA MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
CLASSE I
• Indicada em pacientes sintomáticos com insuficiência mitral aguda grave
- nível B
• Indicada em pacientes com insuficiência mitral crônica grave e classe
funcional II, III ou IV (NYHA) na ausência de disfunção ventricular
esquerda grave (FE < 30% e/ou DSF > 55 mm) - nível B
• Indicada em pacientes assintomáticos com insuficiência mitral crônica
grave e disfunção ventricular esquerda leve a moderada (FE entre 30 e
60%, e/ou DSF ≥ 40 mm) - nível B
• Indicada de preferência a plastia como procedimento superior a troca
valvar, nos pacientes com insuficiência mitral crônica grave que tenham
indicação cirúrgica - nível C

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
CLASSE II a
• Aconselhável a plastia mitral, em centros de
experiência para pacientes com insuficiência mitral
crônica grave assintomáticos com função ventricular
esquerda preservada, ou seja, FE > 60% e DSF < 40
mm - nível B
• Aconselhável em pacientes com insuficiência mitral
crônica grave assintomáticos com FE > 60% com
aparecimento recente de fibrilação atrial - nível C

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
CLASSE II a
• Aconselhável em pacientes assintomáticos com
insuficiência mitral crônica grave, FE > 60%,
hipertensão pulmonar > 50 mmHg em repouso ou >
60 mmHg sob exercício - nível B
• Aconselhável em pacientes com insuficiência mitral
crônica grave relacionada à anormalidade do
aparato valvar mitral, em classe funcional III e IV
(NYHA), FE < 30% e DSF > 55 mm, com boa
possibilidade de realização de plastia - nível C

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA MITRAL
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE II b
• Plastia mitral pode ser considerada para
pacientes com insuficiência mitral crônica
grave secundária a disfunção grave de VE
(FE < 30%), classe funcional III ou IV
(NHHA) apesar de otimização da terapia
clínica, incluindo marcapasso biventricular -
nível C
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ESTENOSE AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
CLASSE I
• Indicada nos pacientes com estenose aórtica grave:
- Sintomáticos - nível B
- Assintomáticos que serão submetidos à CRM -
nível C
- Assintomáticos que serão submetidos à cirurgia da
aorta ou de outras valvas cardíacas - nível C
- Assintomático com fração de ejeção < 50% - nível C
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ESTENOSE AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE II a
• Troca valvar é aconselhável para pacientes com
estenose aórtica moderada que serão
submetidos a cirurgia de RM, da aorta ou de
outras valvas cardíacas - nível B

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ESTENOSE AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
• CLASSE II b
- Deve ser considerada em pacientes assintomáticos com
estenose aórtica grave e resposta anormal ao exercício
(desenvolvimento de sintomas ou hipotensão
assintomática) - nível C
- Deve ser considerada em pacientes assintomáticos com
estenose aórtica grave se há alta possibilidade de
rápida progressão da doença (idade, calcificação e
doença coronariana) - nível C

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
ESTENOSE AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
• CLASSE II b
- Deve ser considerada em pacientes com estenose
aórtica leve que serão submetidos à cirurgia de RM,
quando existe evidência de calcificação moderada a
severa, com provavel progressão rápida da doença –
nível C
- Deve ser considerada em pacientes assintomáticos
com estenose aórtica muito grave (área valvar < 0,6
cm2 ou GPM > 60 mmHg) quando a mortalidade
operatória esperada for menor que 1% - nível C
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INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
CLASSE I
• Indicada em pacientes com insuficiência aórtica grave
sintomáticos independente da fração de ejeção - nível B
• Indicada em pacientes com insuficiência aórtica grave
assintomáticos e fração de ejeção ≤ 50% em repouso -
nível B
• Indicada em pacientes com insuficiência aórtica grave
sintomáticos que serão submetidos à CRM, da aorta ou
de outras valvas cardíacas - nível C

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE II a

• Aconselhavel em pacientes assintomáticos


com insuficiência aórtica grave e fração de
ejeção > 50%, mas com grave dilatação do VE
(DDF > 75mm ou DSF > 55mm) - nível B

ACC/AHA 2006 Guidelines for the management of patients with valvular heart disease Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
INDICAÇÃO CIRÚRGICA

CLASSE II b
• Deve ser consederada em pacientes com insuficiência
aórtica moderada que vão ser submetidos à cirurgia da
aorta ascendente ou RM - nível C
• Deve ser considerada em pacientes assintomáticos com
insuficiência aórtica grave e FE > 50%, quando:
- DDF > 70 mm ou DSF > 50 mm
- Evidência de progressiva dilatação do VE, com

diminuição da tolerância ao exercício - nível C


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5. TRATAMENTO CIRÚRGICO
ESTENOSE MITRAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Comissurotomia Digital ou a “céu fechado”
- Praticamente em desuso, no entanto
permanece como método cirúrgico de escolha
em alguns países em desenvolvimento, com
bons resultados
- Pode ser realizada por toracotomia
anterolateral esquerda, pelo 4º espaço
intercostal, abordando-se a valva mitral
através do apêndice atrial esquerdo

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac surgery: morphology,


diagnostic criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill
Abrl/ 2010
Livingstone, 2003
ESTENOSE MITRAL

TRATAMENTO CIRÚRGICO

• Comissurotomia Aberta
- Procedimento é realizado após
visualização da valva pela
abertura do átrio esquerdo em
circulação extracorpórea
- Mortalidade operatória de 0,3 a 3%

Kouchoukos, Nicholas T et al. Kirklin/Barrat-Boyes cardiac


surgery: morphology, diagnostic criteria, natural history,
techniques, results and indications. 3.ed. Churchill
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ESTENOSE MITRAL

TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Troca valvar mitral

- Cirurgia realizada preferencialmente


por esternotomia mediana, com
abordagem pelo átrio esquerdo
- Geralmente realizada com escore de
Block elevado

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diagnostic criteria, natural history, techniques, results and indications. 3.ed. Churchill
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INSUFICIÊNCIA MITRAL

TRATAMENTO CIRÚRGICO

CIRURGIA RECONSTRUTIVA DA VALVA MITRAL

TÉCNICA CLÁSSICA DE RESSECÇÃO


QUADRANGULAR DO FOLHETO POSTERIOR
ASSOCIADA À ANULOPLASTIA COM USO DE ANEL

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INSUFICIÊNCIA MITRAL

TRATAMENTO CIRÚRGICO

• TROCA DE VALVA COM


PRESERVAÇÃO DO APARELHO
VALVAR MITRAL

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Livingstone, 2003
INSUFICIÊNCIA MITRAL

TRATAMENTO CIRÚRGICO
ASCIAPECTOS ANATÔMICOS DE IMPORTÂNCIA

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ESTENOSE AÓRTICA

Troca Valvar Aórtica

CONSIDERAÇÕES CIRÚRGICAS

• Retirada das cúspides

• Descalcificação
• Observação com a sistema de
condução

Zona de risco para lesão do Nó AV


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Livingstone, 2003
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

TROCA DE VALVA AÓRTICA

Homoenxerto Aórtico

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Abrl/ 2010
Livingstone, 2003
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

PLASTIA VALVAR
AÓRTICA

Imagem disponível em http:∕∕www.cts.net


Abrl/ 2010
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

IMPLANTE PERCUTÂNEO DE STENTS AUTO-


EXPANSÍVEIS DE VALVA AÓRTICA

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Abrl/ 2010
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VALVA TRICÚSPIDE

CIRURGIA DA VALVA TRICÚSPIDE

Abrl/ 2010
THE DOCTOR - 1890
Sir Samuel Luke Fields (1844-1927)

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