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Mulher 26 anos, casada, branca, natural de
VassourasRJ, costureira.
Deu entrada no HUSF com quadro de dor pélvica
iniciada há dois dias, de forte intensidade, com
piora progressiva e amenorréia de seis semanas.
Antecedentes ginecológicosobstétricos: Parto
eutócico há 9 anos, ciclos menstruais irregulares e
colocação de DIU há dois meses.
Exame ginecológico: apresentava fios de DIU
visíveis, perda hemática escassa pelo orifício
externo do colo do útero, dor à mobilização
uterina e massa anexial direita.
Exame ecográfico pélvico: identificado uma
formação heterogênia com 52x37 mm na área
anexial direita com vascularização periférica,
DIU in situ e sangue em quantidade moderada
no fundo de saco posterior(>100ml), que no
contexto clínico era sugestivo de gravidez extra
uterina rota.
Dosagem de BHCG: 6.482UI/l
Após confirmação diagnóstica optouse por
retirada do DIU e abordagem cirúrgica de
emergência através de Laparoscopia.
Intraoperatoriamente confirmouse a presença
de sangue na pelve em quantidade moderada,
útero e área anexial esquerda sem alterações.
O exame anatomopatológico da peça revelou
tecido trofoblástico e estroma compatíveis com
gravidez ovárica.
O pós operatório ocorreu dentro da normalidade e
a paciente teve alta passada 24h.
No ambulatório foi feita monitorização dos níveis
de BHCG até a sua negativização.
Foi iniciada contracepção oral.
GRAVIDEZ ECTÓPICA
FATORES DE RISCO:
Idade entre 25 e 34 anos
Gravidez tubária anterior
História de DIP
História de infertilidade
História de cervicite pra clamídia e gonococo
Anormalidade tubária documentada
Antecedente de laqueadura ou reconstrução tubária
Paciente usuária de DIU
Endometriose
LOCALIZAÇÃO
GRAVIDEZ TUBÁRIA >95%
Pode localizarse em qualquer porção:
Ampular(80%)
Ístmica(10%)
Intersticial ou Cornual (12%)
GRAVIDEZ ABDOMINAL 1,5%
O ovo pode implantarse em qualquer ponto do abdome e nos
diferentes órgãos que o peritônio visceral reveste.
Sobrevida fetal é exceção, presença de malformação.
Risco de morte materna 7x maior que na tubária.
GRAVIDEZ OVARIANA0,15%
GRAVIDEZ CERVICAL0,1%
GRAVIDEZ ECTÓPICA EM CICATRIZ DE CESÁRIA
QUADRO CLÍNICO
FORMA SUBAGUDA70%
Abortamento tubário
Localização habitual – ampola tubária
1/3 evoluem sem amenorréia
Irritação peritoneal(sangue): dor abdominal
baixa, náuseas e vômitos, estado subfebril,
distensão abdominal, leucocitose moderada.
Discreta hemorragia interna: lipotímia,
taquicardia, mucosas descoradas e PA ainda
normal
FORMA AGUDA
Rotura tubária
Localização: istmo
Incidência: 30% dos casos
Dor violenta na fossa ilíaca ou hipogástrio
Dor escapular irritação do nervo frênico
Estado de choque: palidez, sudorese, extremidades
frias, pulso fino e rápido, e hipotensão.
Dor abdominal difusa sem defesa
Exame ginecológico mais intenso que na forma
subaguda.
TRATAMENTO
CIRÚRGICO por laparoscopia ou laparotomia
Reservado a pacientes que tenham contraindicação ao
tratamento médico, àquelas na qual o Metotrexato
tenha falhado ou para as hemodinamicamente
instáveis.
Conservador: Salpingostomia
Radical: Salpingectomia
Salpingostomia é preferível para mulher que desejam
engravidar.
Salpingectomia para mulheres com sangramento
incontrolável,gravidez ectópica recorrente na mesma
tuba, tuba uterina lesada ou SG>5cm
CLÍNICO
Indicações:
Quadro clínico estável
Diagnóstico definitivo
HCG < 5.000mU/ml
Aumento de HCG<50% EM 48h
SG<3,5 cm
Atividade cardíaca fetal ausente
Líquido livre no peritônio ausente/moderado
MTX 50mg IM
EXPECTANTE
Paciente com quadro clínico estável, BHCG inicial<1000 a
1500mUI/ml e declinante em 48h e SG<35cm .
O segmento é realizado através de dosagens de BHCG semanais até
atingir valor de 15, pois abaixo desse nível não há risco de rotura.