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Conhecer a Bíblia

Aula 5
O Cânone das Escrituras

Aulas previstas:
1. A Revelação divina 6. Santidade e unidade de
2. Os livros da Bíblia ambos os Testamentos
3. A integridade da Bíblia 7. A interpretação da Bíblia
4. Livros inspirados e verdade 8. As ideias mestras da Antiga
da Bíblia Aliança
5. O cânone das Escrituras 9. A Nova Aliança de Cristo
10. A Escritura na vida da Igreja
Tradição, Igreja e Bíblia 1/13

 Os livros sagrados chamam-se também canónicos:


eles são o «cânone» ou a «lei» da verdade revelada
por Deus .

 A Tradição apostólica estabeleceu o cânone da Bíblia,


quer dizer, reconheceu como inspirados e sagrados
aqueles livros, não depois de longas investigações
científicas mas sim sob a condução do Espírito Santo
que nela actua e a leva ao conhecimento da verdade
plena.
A Bíblia como literatura normativa 2/13

 Como é que sabemos quais são os livros inspira-


dos? Ou quais os critérios válidos para discernir
que um livro bíblico é inspirado?
 A Igreja discerniu os escritos que devem ser
conservados como Sagrada Escritura guiada
pelo Espírito Santo e à luz da Tradição viva que
recebeu.

 Um livro diz-se inspirado por ter Deus como autor principal.


 Um livro chama-se canónico, porque, sendo inspirado, a
Igreja – através do seu Magistério infalível – o reconheceu
como tal.
 A canonicidade de um livro supõe pois a inspiração: é
canónico porque é inspirado e não o contrário.
Õ cânone dos livros inspirados, regra de fé 3/13

Entende-se por cânone bíblico o conjunto de todos os escritos que


formam a Bíblia e que, pela sua origem divina, constituem a sua regra
da fé e costumes; quer dizer, o catálogo completo dos escritos inspirados.

 Por circunstâncias históricas denomina-


-se a maioria dos escritos bíblicos como
protocanónicos porque foram tidos como
inspirados sempre e em todas as comuni-
dades cristãs: para os distinguir de uns
poucos – sete de cada Testamento – que se chamam deuterocanónicos.

 A Bíblia foi considerada desde o princípio como norma de fé e vida para os


cristãos; e por causa disto, se denominará rapidamente cânone ao conjunto
dos livros inspirados.
História do cânone do AT 4/13

 O discernimento do cânone da Sagrada Escritura foi o ponto de chegada


de um longo processo.

1. Na tradição judaica. – O elenco dos livros sagrados


era classificado pelos judeus, já no tempo de Jesus
Cristo, em três partes: A Lei, os Profetas e os Escritos.

2. O problema dos livros “deuterocanónicos” do Antigo


Testamento. – Os livros deuterocanónicos do AT são:
Tobias, Judite; Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1 e 2
Macabeus; e, além disto, fragmentos de Ester (10, 4–
16, 24) e Daniel (3, 24-90; 13-14). Estes escritos
foram reconhecidos como sagrados desde o século II
a.C., quando se concluiu a tradução grega dos
Setenta.
História do cânone do AT 5/13

3. A tradição apostólica e o cânone do Antigo


Testamento. – A fixação definitiva do cânone
do AT aparece já no século IV, com a decla-
ração do Concílio regional de Hipona (ano 393),
em que interveio o próprio Santo Agostinho.

 Posteriormente, o cânone dos livros inspirados


consta da declaração do Concílio ecuménico
de Florença (1441) e na definição infalível do
Concílio ecuménico de Trento (1546).
História do cânone do Novo Testamento 6/13

 Como já ficou exposto, os livros do NT


foram escritos entre os anos 50 e 100
da nossa era e sobre o seu cânone houve
sempre uma tradição constante e firme.

 Depois da morte do último apóstolo, São


João, cessou toda a revelação pública e já
não aparece nenhum outro livro inspirado
ou canónico.
História do cânone do Novo Testamento 7/13

 Os Testemunhos históricos mostram que entre os


finais do século I e finais do século II se fez
paulatinamente a selecção e o catálogo dos livros
inspirados.

 Na segunda metade do século II chega a formar-


-se um «corpus» de quatro Evangelhos e outro paulino de pelo menos 10
cartas; os outros escritos do cânone do AT ainda não eram considerados
importantes. Esta codificação foi, ao que parece, feita em Roma, como o
testemunha o famoso Cânone de Muratori dos finais do século II, desco-
berto em 1740.
Os livros “deuterocanónicos” do NT 8/13

 Contudo, entre os séculos III e V


surgiram dúvidas limitadas geo-
graficamente, sobre a inspiração
de sete deles:
 a Carta aos Hebreus – especial-
mente no Ocidente - ,
 o Apocalipse
 e a maior parte das chamadas “Cartas católicas”:
 a de São Tiago,
 a segunda de São Pedro,
 a segunda e a terceira de São João
 e a de São Judas.
 São os livros deuterocanónicos do Novo Testamento.
 As dúvidas prolongaram-se até ao século VI mas convém precisar quantas e
quais eram estas dúvidas.
 Todas estas dúvidas não tardaram em ser absorvidas pelo peso da Tradição.
Critérios de canonicidade 9/13

O dado revelado definido pela Igreja, é certamente o critério supremo e


infalível para conhecer a inspiração e a canonicidade dos livros da Bíblia.
É necessária a proposição do Magistério eclesiástico porque a inspiração
e canonicidade de um livro é um facto sobrenatural que só se pode
conhecer por revelação divina, através da Igreja.

 A definição dogmática de cânone bíblico


encontra-se na IV sessão do Concílio de
Trento, de 8 de Abril de 1546.
Critérios de canonicidade 10/13

1) Critérios católicos. – Podemos destacar resumidamente três critérios


objectivos que guiaram a Igreja para reconhecer quais são os escritos
inspirados do NT:

1. Critério da origem apostólica


2. Critério da ortodoxia
3. Critério da catolicidade.

2) Critérios protestantes .
 Outros critérios subjectivos
Os livros apócrifos 11/13

 Chama-se apócrifo a um livro de autor desconhecido


que tem certa afinidade com os livros sagrados no
argumento ou no título mas ao qual a Igreja Universal
nunca reconheceu autoridade canónica por não ser
inspirado.

 Têm um certo valor porque mostram ideias religiosas


e morais mais ou menos difundidas nos tempos próxi-
mos de Jesus Cristo e porque recolhem dados da Tradição que não se
encontram nos Evangelhos; por exemplo, os nomes dos pais da Santíssima
Virgem, a sua Apresentação no Templo, etc.

 O termo grego apokrypha, da raiz Kryphein (ocultar),


no seu sentido primitivo significava coisas ocultas,
ou mais exactamente livros ocultos ou secretos.
Conclusões 12/13

 O único critério válido universalmente, claro e infalível é a revelação divina


conservada na Tradição viva da Igreja e proposta infalivelmente pelo
Magistério eclesiástico.

 Juntamente com a Tradição sagrada a Igreja teve sempre e continua a ter


as Sagradas Escrituras como regra suprema da sua fé.
Ficha técnica 13/13

 Bibliografia
 Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciación
Teológica de Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)

 Slides
 Originais - D. Serge Nicoloff, disponíveis em www.agea.org.es (Guiones
doctrinales actualizados)
 Tradução para português europeu - disponível em inicteol.no.sapo.pt

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