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Questões Trabalhistas e o

Agronegócio

Alice D. de Souza Oliveira


Camila Medeiros B. da Costa
Karoline Kelly T. J. Prestes
Pedro Ramon M. Fernandes
João Paulo S. Cordeiro
Introdução

 Contexto da industrialização e modernização da agricultura.

 Agronegócio: Soma de operações de produção e distribuição


de suprimentos, das operações de produção nas unidades
agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição
dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles.

 Segmento ANTES da porteira, DENTRO da porteira, DEPOIS


da porteira.
Introdução
Introdução

 Principais personagens do complexo agroindustrial:

a) o moderno empresário rural;


b) o agricultor familiar integrado;
c) o agricultor familiar “marginal”.

Obs.: O trabalhador rural em nenhum


momento fez parte da classificação sobre a
estrutura social no campo.
Evolução histórica da legislação
trabalhista no campo

 Origem rural da população brasileira.


 Grande participação do setor agropecuário na formação
do PIB.
 Legislação específica sobre o tema de maneira tardia,
ficando a cargo de leis esparsas alguma regulamentação
sobre o tema.
 O Código Civil de 1916 foi o primeiro a versar sobre
alguns tipos de contrato que tratavam sobre o trabalho
na área rural, tais como: contratos de locação de serviços,
de empreitada e de parceria rural
Evolução histórica da legislação
trabalhista no campo

 Originalmente, a CLT excluía o trabalho rural de sua


esfera de abrangência, fazendo clara discriminação entre
trabalhadores urbanos e rurais

 Somente em 1963, com o surgimento do chamado


Estatuto do Trabalhador Rural, que atribuía a estes
praticamente os mesmos direitos dos trabalhadores
urbanos, tais como indenização, aviso prévio, salário,
férias, repouso remunerado, sistema de compensação de
horas, proteção especial à mulher e ao menor etc., é que
os dispositivos da CLT que faziam frente à essa
igualdade foram revogados.
Evolução histórica da legislação
trabalhista no campo

 Em 1973, a lei nº 5.889 revogou o Estatuto do Trabalhador Rural,


passando a estender pura e simplesmente aos trabalhadores rurais
todos os direitos do trabalhadores urbanos, com algumas
peculiaridades, tais como a definição de que as questões trabalhistas
seriam regulamentadas pela Justiça do Trabalho, enquanto que os
contratos de parceria rural empreitada e arrendamento seriam
regidos pelo Código Civil, da mesma forma que as controvérsias
deles resultantes.

 Com o advento da Constituição Federal de 1988, os trabalhadores


rurais além de terem ratificado, com força de norma constitucional,
a igualdade de seus direitos com os trabalhadores urbanos, ainda
trouxe uma gama de direitos individuais específicos para esses
trabalhadores.
Os impactos da reforma trabalhista
no agronegócio

 Características da chamada Reforma Trabalhista

 Terceirização no campo após a vigência da Lei nº


13.429/17 e da chamada reforma trabalhista

 Horas in itinere

 Contrato de trabalho intermitente

 Intervalo intrajornada

 Conclusão
O agronegócio e o trabalho análogo à
escravo

1. ESTATÍSTICAS

 Relatório da Organização Internacional do Trabalho


(OIT), de 2005, estimava em 25 mil o número de
trabalhadores mantidos em condições análogas a de
escravos no país. Destes, 80% atuavam na agricultura
e 17%, na pecuária.

 De 2003 a maio de 2010, foram retirados da condição


de escravos 31.297 pessoas, segundo dados do
Ministério do Trabalho e Emprego.

 Lista Suja – 26/10/2017


O agronegócio e o trabalho análogo à
escravo
O agronegócio e o trabalho análogo à
escravo

2. TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVO

2.2 Organização Internacional do Trabalho (OIT) –


Convenção 29
Art. 2 — 1. Para os fins da presente convenção, a expressão
‘trabalho forçado ou obrigatório’ designará todo trabalho ou
serviço exigido de um indivíduo sob ameaça de qualquer
penalidade e para o qual ele não se ofereceu de espontânea
vontade.
O agronegócio e o trabalho análogo à
escravo

2.3 Código Penal


 Art. 149

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,


quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

 Art. 203
O agronegócio e o trabalho análogo à
escravo

2.3 Código Penal


 Trabalho Forçado
 Jornada Exaustiva
 Condições degradantes
 Cerceamento da liberdade

2.4 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – CF, art.


1º, inciso II.
 Dignidade x Liberdade
 Viver x Sobreviver
Planos Nacionais de Erradicação do
Trabalho Escravo

 O 1º Plano foi lançado em março de 2003, reafirma a existência da


escravidão no Brasil e tornando sua eliminação uma prioridade
nacional.

 Deu destaque para as providências legislativas referentes à


expropriação das terras flagradas com trabalho escravo e a suspensão
dos créditos das pessoas físicas e jurídicas que se valem do trabalho
análogo ao de escravo.

 O 2º Plano, lançado em abril de 2008, procura priorizar a redução da


impunidade e a garantia de emprego e reforma agrária nas regiões
fornecedoras de mão-de-obra escrava, visto ter sido a área que menos
avançou.
Fiscalização: Mecanismos
Extrajudiciais

 Utilizados em caráter administrativo.

 GRUPO ESPECIAL DE FISCALIZAÇÃO MÓVEL


(GEFM):
• Um dos principais instrumentos de combate ao trabalho análogo
ao de escravo no Brasil contemporâneo, principalmente na zona
rural, onde a mazela socioeconômica ocorre com maior
frequência, pois além de garantir a libertação das vítimas, ainda
possibilita o início dos procedimentos necessários à punição.

• É composto por Auditores-Fiscais do Trabalho vinculados


funcionalmente à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), que é
o órgão de cúpula da estrutura hierárquica da fiscalização
trabalhista.
Grupo Especial de Fiscalização Móvel
(GEFM)

 Conta com a participação sistemática dos Procuradores do Trabalho


desde 2001, estando hoje presentes em 100% das operações.

 Em geral, as operações são deflagradas a partir de denúncia de


trabalhadores que conseguiram fugir de fazendas onde ocorre a
exploração do trabalho análogo ao de escravo, através de contato com
os órgãos regionais do trabalho.

 A efetividade da atuação do Grupo ainda não é a ideal, na medida em


que equipes móveis de fiscalização não contam com uma estrutura
adequada de trabalho, não dispondo de recursos humanos e
materiais suficientes para atender às denúncias.
“LISTA SUJA”

 A fim de cumprir as medidas do Plano Nacional de Erradicação do


Trabalho Escravo, o MTE criou o cadastro dos empregadores que
tenham mantido trabalhadores em condições análogas à de escravo,
estabelecendo que a inclusão do nome do infrator deve ocorrer após
decisão administrativa final.

 Em reflexo, o Ministério da Integração Nacional (MIN) baixou a


Portaria nº 1.150/2003, determinando a remessa semestral aos bancos
administradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento, da
relação de empregadores e propriedades rurais que tenham
submetido trabalhadores a formas degradantes de trabalho ou a
condições análogas a de escravo.
TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA

 Instrumento utilizado pelos órgãos públicos legitimados à


propositura da ação civil pública, com o fim de obter dos interessados
o compromisso de ajustamento de suas condutas às exigências legais
pertinentes, conforme as condições ajustadas, mediante cominações,
com eficácia de título executivo extrajudicial.

 É um instrumento perfeitamente hábil para adequar as condutas


caracterizadoras do trabalho análogo ao de escravo às normas legais
pertinentes, evitando-se, assim, a perpetuação da lesão.

 A multa prevista no Termo, entretanto, não é substitutiva das


obrigações de fazer e/ou não fazer pactuadas, servindo apenas para
persuadir o compromissário a cumprir as obrigações previstas.
DESAPROPRIAÇÃO AGRÁRIA

 Segundo o art. 186, CF/88, a função social do imóvel rural possui 4


requisitos essências: uso racional e adequado; preservação ambiental;
observância da legislação de proteção ao trabalho; e promoção do
bem-estar dos proprietários e trabalhadores.

 O titular do imóvel agrário que se vale do trabalho análogo ao


escravo comete grave violação ao princípio da dignidade da pessoa
humana erigido pelo legislador constituinte ao patamar de
fundamento do Estado Democrático de Direito sobre o qual assenta a
República Federativa do Brasil.
O AGRONEGÓCIO E O TRABALHO
ANÁLOGO À ESCRAVO

 2.5 Portaria 1.129/2017 do Ministério do Trabalho


 Alteração do conceito de trabalho análogo ao escravo
 Cadastro de Empregadores - Viés Político
 Auditores fiscais do Trabalho
 ADPF 489
 Decisão STF
O AGRONEGÓCIO E O TRABALHO
INFANTIL
INTRODUÇÃO

 Economia globalizada → concorrência mundial → produção


com com baixos salários e precária proteção social;

 Surgimento de princípios e normas que protejam os


empregados da cadeia de produção → proteção ao menor;

 Responsabilidade social com a atual e as futuras gerações;

 Direitos sociais de crianças e adolescentes reconhecidos


internacionalmente → ONU → Unicef → OIT;
O AGRONEGÓCIO E O TRABALHO
INFANTIL
AGRONEGÓCIO, GLOBALIZAÇÃO E PROBLEMAS SOCIAIS

 Globalização → Formação de blocos econômicos → Liberação do


Comércio → Desregulamentação da economia;
 Flexibilização das relações de trabalho → redução de direitos
trabalhistas → exclusão social; (ricos cada vez mais ricos, pobres cada
vez mais pobres)
 Busca por mão de obra mais barata nos países subdesenvolvidos →
concorrência desleal entre grandes e pequenas empresas;
 Acordos comerciais internacionais para regular a cadeia de produção;
 O caso dos trabalhadores das minas de carvão na Inglaterra;
 Exposição nos meios de comunicação → Processo de construção
social dos direitos e deveres dos menores;
O AGRONEGÓCIO E O TRABALHO
INFANTIL
A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS DA INFÂNCIA

 Fim da Segunda Guerra Mundial → ONU, Unicef e OIT propõe


discussões sistemáticas, acompanhado de programas e ações com
propósito de eliminar o trabalho infantil;
 Era dos direitos → Declaração Universal dos Direitos do Humanos;
 Surgimento de um documento declarativo específico para a infância
→ Declaração Universal dos Direitos da Criança;
 ECA → Fundamentado nas doutrinas da ONU e nas convenções da
OIT;
O AGRONEGÓCIO E O TRABALHO
INFANTIL
O TRABALHO INFANTIL NO BRASIL: ÍNDICES RECENTES

 A agricultura é a atividade onde é encontrado o maior índice de crianças e


adolescentes em atividades que oferecem risco à saúde física e psicológica →
Estudo “Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos
fazer", da Organização Internacional do Trabalho (OIT);
 59% dos menores de 18 anos que realizam trabalhos perigosos estão
empregados na pesca, na silvicultura, no pastoreio e na aquicultura;
 O setor de serviços emprega 30% dos jovens em atividades perigosas e os
demais ramos do trabalho, 11%;
 Os menores do sexo masculino empregados em atividades de risco
encontram-se, em sua maioria, nas tarefas agrícolas e industriais, ao passo
que as meninas são encontradas com mais frequência no setor de serviços;
 Dois terços dos jovens de 5 a 17 anos que realizam atividades perigosas estão
no contexto doméstico e não recebem qualquer remuneração;
 Pagamento pelo trabalho é realidade de apenas 28% dos menores, enquanto
7% são considerados autônomos.
FIM

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