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Gênero e Espaço: esse é um

tema de Geografia?
Joseli Maria Silva
Chuva (Federico Garcia Llorca)
A chuva tem um vago segredo de ternura,
algo de sonolência resignada e amável,
uma música humilde se desperta com ela
que faz vibrar a alma adormecida da paisagem.

É um beijar azul que recebe a Terra,


o mito primitivo que torna a realizar-se.
O contato já frio de céu e terra velhos
com uma mansidão de entardecer constante.
Joseli Maria Silva
Imaginações Geográficas Limitadas
• “Além das mulheres, negros, índios, homossexuais e
vários outros grupos são praticamente ausentes da
abordagem geográfica brasileira. Às vezes,
respondia com ironia às tão inteligentes sentenças a
mim dirigidas: logicamente gênero não tem a ver
com Geografia. Eu, como mulher, e muitas outras
não possuímos espacialidade alguma. Nossos corpos
estão flutuando em alguma dimensão do universo,
mas certamente não no planeta Terra, não para a
Geografia brasileira. Depois me arrependia pela
ironia realizada e pensava que deveria ser mais
indulgente com as limitações das imaginações
geográficas de muitos colegas” (p. 97).
Gênero e Geografia
• “É impossível negar no campo da Geografia que
a sociedade é dividida em diferentes classes
sociais e, apesar da resistência, também não se
pode esquecer que esta mesma sociedade
também está ordenada a partir de uma lógica de
gênero que hierarquiza e divide a sociedade
entre os universos masculino e feminino.
Portanto, gênero tem sim muito a ver com a
Geografia!” (p. 98).
Emergências

Sociologias Geografia
da da
Emergência Emergência
Experiência espacial da escola

Escola: espaço
ambivalente
Encontrar as Mulheres no Espaço
• “Quando imaginamos (...) que o espaço é a
materialização das relações sociais e damos
ênfase aos objetos construídos, logicamente não
encontramos diretamente as mulheres. Isso
porque elas fazem parte de um grupo que não
possui poder suficiente para marcar a paisagem
com objetos construídos. Contudo, se pensarmos
o espaço em uma perspectiva da ação,
encontraremos as mulheres” (p. 101).
Superar a Geografia de Caráter Universal

“Já na década de 70 houve


a emergência das críticas “Sujeitos universais
feministas à Geografia de descorporificados?”
caráter universal” (p. 103)
Eixos

1. mapeamento de 2. desnaturalização
padrões espaciais e genealogia das
de atividades concepções de
femininas gênero
Corpos com Sentidos Construídos

• “Gênero masculino e feminino entendido como


papel desempenhado socialmente implica
desenvolver uma análise temporal e espacial das
relações sociais que constroem sentidos aos
corpos” (p. 104).
Divisão Social do Trabalho

Diferentes significações, sentidos e


experiências no espaço: diferentes lugares

Visibilizar o papel socioespacial das


mulheres: o papel feminino em lutas como
pela reforma agrária e reforma urbana
Espaço e Tempo Abertos
• “Na perspectiva desconstrucionista, o espaço
geográfico deve ser concebido de forma paradoxal e
não essencializado e acabado. De um lado, o espaço
compõe as representações sociais hegemônicas dos
gêneros, das sexualidades e racialidades. Mas de
outro, é elemento de subversão dessas mesmas
representações, pois é por meio das ações espaciais
concretas desempenhadas pelos seres humanos que
se dão as contínuas transformações da realidade
socioespacial” (p. 108)
Geografia Cotidiana Escolar
• Para além do conteúdo escolar, “há uma outra
Geografia, de fundamental importância, que
deve ser objeto de reflexão da prática docente. É
a Geografia que construímos na cotidianidade da
vivência do espaço escolar. A Geografia não é
apenas conteúdo disciplinar, ela pode ser
interpretada pela vivência e nossas práticas que
produzem o espaço escolar do qual todos nós
fazemos parte” (p. 109)
Questão Central

“Ampliar as noções das


diferenças que marcam
profundamente o
espaço”
Propostas Pedagógicas

1. Explorando
criticamente os livros
didáticos

2. Explorando
criticamente as
experiências espaciais
discentes

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