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ARQUIVO HISTÓRICO DA TERRA

 Os afloramentos de rochas sedimentares actuais são testemunhos


de processos geológicos que ocorreram no passado;

 O seu estudo fornece pistas sobre as condições ambientais e


formas de vida que existiram noutras épocas geológicas.
ARQUIVO HISTÓRICO DA TERRA

 As rochas sedimentares habitualmente estratificadas e


frequentemente fossilíferas, apresentam, também,
estruturas que nos permitem inferir dados sobre os seus
ambientes de formação.

 Estas estruturas (marcas de ondulação, fendas de


dessecação…) formam-se, geralmente, durante ou após
a deposição dos sedimentos, mas antes da diagénese.
PRINCÍPIO DAS CAUSAS ACTUAIS

 Na reconstituição da história da
Terra e da Vida aplica-se o
princípio das causas actuais, que
explica o passado a partir do que
se observa no presente.

James Hutton (1726-1797), estabeleceu este princípio, propondo que o


estado actual da Terra resultou da acção de diversos fenómenos repetitivos
.
 Marcas de ondulação – marcas provocadas palas ondas
das praias (durante a subida e descida das marés),
preservadas em arenitos, idênticas às que se podem
observar nas praias actuais.
 Fendas de dessecação – fendas que se formam em
terreno argiloso, devido à perda de água, por
evaporação, das argilas sedimentadas.
 Pegadas de animais – marcas fósseis que fornecem
indicações importantes sobre ambientes sedimentares
do passado e hábitos dos animais.
PALEOAMBIENTES

 Ambientes antigos retratados pela interpretação de


sequências estratigráficas permitindo recriar as condições
ambientais que predominavam a quando da formação da
rocha sedimentar.
Alguns ambientes de sedimentação
Reconstituição de paleoambientes
 Características texturais, mineralógicas, químicas e
estruturais dos estratos;
 Presença de fósseis de seres vivos característicos de
determinados ambientes - fósseis de fácies (que viveram
em condições muito restritas)

Por exemplo: o fóssil de peixe


em calcário, mostra-nos que a
rocha se formou numa bacia
marinha.
Fósseis reconstituição de paleoambientes

Coral
500 M.a. – actualidade
Vivem apenas em ambientes de
Amonite águas calmas, quentes e pouco
profundas
248 M.a. – 66 M.a.

Fóssil de Idade Fóssil de Fácies


FÓSSEIS - RECONSTITUIÇÃO DO PASSADO

 Restos ou vestígios de seres vivos, que viveram em


épocas geológicas anteriores à actual, que ficaram
preservados na rocha de cuja génese são
contemporâneos.
 Morte do ser vivo

 Deposição de sedimentos sobre os seus restos mortais (como


consequência estes deixam de estar em contacto com os agentes
atmosféricos e com o oxigénio, descompondo-se por isso mais
lentamente)

 Substituição da matéria orgânica (existente nos restos mortais) por


matéria mineral

 Após milhões de anos, e através do desgaste das rochas, o fóssil fica


exposto novamente à superfície.
CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO

 Existência de partes duras (ossos, dentes, carapaças) na


constituição dos seres vivos (partes moles são rapidamente
decompostas);
 Rapidez no soterramento dos restos mortais por sedimentos;
 Tipo de sedimentos que cobrem os restos mortais (devem ser
finos e impermeáveis)
 Habitat (a fossilização ocorre mais frequentemente em
ambientes aquáticos) – há maior protecção contra os agentes
atmosféricos;
 Condições ambientais: temperaturas e humidade baixas
dificultam a decomposição;
SERÁ QUE TODOS OS FÓSSEIS SE FORMAM
ATRAVÉS DO MESMO PROCESSO?
PRINCIPAIS TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO

Mumificação ou conservação

 Todo ou quase todo o ser vivo fica conservado, mesmo


as suas partes moles.
 Após a morte, o ser vivo é envolvido por uma substância
(como por exemplo, o gelo) que permite a sua
conservação.
 Exemplos de mumificação:
 Insectos conservados em âmbar.
 Mamutes conservados no gelo.
Conservação em âmbar
Mamute conservado no gelo

Este animal encontrado na Sibéria é um Mamute, uma


espécie de elefante pré-histórico.
O animal é do sexo masculino e encontra-se em bom estado,
por isso os cientistas optaram por levar o exemplar para uma
caverna localizada em Khatanga na Sibéria, onde a temperatura
se mantém sempre abaixo de 0 ºC.
O interior do organismo O organismo, ao morrer, cai
enche-se de sedimentos que sobre os sedimentos, deixando
reproduzem os detalhes da impressas as suas
sua estrutura interna características estruturais
externas
PRINCIPAIS TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO

Moldagem

 Não se conservam quaisquer partes do organismo,


ficando apenas uma reprodução ou molde das suas
partes duras.
 Reprodução da estrutura interna  Molde interno.

 Reprodução da estrutura externa Molde externo.


PRINCIPAIS TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO

Mineralização
 Os sedimentos que envolvem o ser vivo sofrem
compressão devido ao peso dos depósitos que estão por
cima.
 A matéria que constitui o ser vivo (matéria orgânica) é
substituída gradualmente por minerais, como a calcite e
a sílica, ficando o ser vivo transformado em “pedra”.
Trilobite
Amonite

Cabeça de dinossauro
mineralizada
PRINCIPAIS TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO
Marcas de actividade ou icnofósseis

 Constituem o tipo de fossilização mais abundante


 São vestígios da actividade dos seres vivos,
impressos nas rochas.
 Fornecem informações importantes sobre o modo
de vida dos seres vivos.

 Podem ser:
 Pegadas de dinossauros
 Fezes fossilizadas
 Ovos fossilizados
Pegadas de dinossauros

Ovos fossilizados
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS FOSSÉIS

 Compreender a evolução dos seres vivos e as suas


adaptações;

 Reconstituir os organismos numa dada época, o seu modo


de vida, como é que interagiam entre si e como se
relacionavam com o meio ambiente onde viviam;

 Reconstituir os ambientes do passado e assim reconstituir a


geografia da Terra;

 Reconstituir os climas do passado;

 Efectuar a datação relativa dos estratos rochosos.


 Datação relativa estabelece a ordem cronológica pela qual
as formações geológicas se constituíram no lugar onde se
encontram. Aplicam-se diferentes princípios de Estratigrafia
(Ramo da geologia que se ocupa do estudo, descrição,
correlação de idades e classificação das rochas
sedimentares )
Princípio da horizontalidade original
Os depósitos, pela acção da gravidade, formam camadas
com posição horizontal ou próxima da horizontalidade.
Princípio da sobreposição
A deposição das camadas ocorre sempre por ordem cronológica, da base
para o topo.

Qualquer estrato é mais


recente que os estratos
que estão abaixo dele e
mais antigo do que os
estratos que a ele se
sobrepõem
Princípio da sobreposição

 Existem por vezes grandes descontinuidades no registo geológico, isto


deve-se à ausência de camadas (explicadas por falta de sedimentação
ou por erosão) designam-se discordâncias estratigráficas ou lacunas.

Descontinuidade e
lacuna estratigráfica
Princípio da sobreposição
Princípio da sobreposição
Princípio da sobreposição
Princípio da continuidade lateral
Os estratos podem estender-se lateralmente por longas distâncias. Assim, um
estrato delimitado por um muro ou por um tecto, e com determinadas
propriedades litológicas, possui a mesma idade em toda a sua extensão lateral.
Princípio da identidade
paleontológica
Rochas que apresentem o
mesmo conteúdo fossilífero
possuem provavelmente a
mesma idade,
independentemente da sua
distribuição geográfica
actual.

Fósseis de fácies
Uma fácies permite definir o ambiente de deposição
e formação dessa rocha. Fósseis de idade
Os fósseis de fácies são fundamentais para Fósseis que podem ser
reconstituir os ambientes de formação. Tendem a usados para datar estratos
ser uma única espécie ou género, que está restrito em que se encontrem, sendo
a fácies ou ambientes restritos e existir por longos importantes para
períodos de tempo. correlacionar estratos.
Princípio da intersecção
Aplica-se a estratos que são afectados por estruturas (por exemplo falhas,
dobras e intrusões magmáticas), em que estes elementos são mais recentes
do que as camadas que afectam.
Princípio da inclusão
Admite que fragmentos de rochas incorporados numa rocha são mais
antigos do que a rocha que os engloba

Na intrusão C existem fragmentos das


camadas A e B as camadas A e B são
mais antigas do que a intrusão C
Escala do tempo geológico
INTRODUÇÃO
1. Introdução

Escala de tempo geológico representa a linha do tempo


desde a formação da Terra o até presente.
Escala do tempo geológico divide-se em:

Éons, eras, períodos, épocas e idades

que se baseiam nos grandes


eventos geológicos e paleontológicos marcantes
da história do planeta

ex., extinções em massa


1. Introdução

Formas de representar
o tempo geológico

Quadro Estratigráfico Internacional


da Comissão Internacional sobre Estratigrafia
(2006)

Hadeano 4550
Paleozóico
M.a. ÉONERA PERÍODO

Quaternário CAMBRICO

Neógeno
Aparecimentos da maioria dos
Cenozóico

Terciário Paleógeno
filos animal e protozoa
Mesozóico

Cretáceo
Fanerozóico

Jurássico

Triássico

Permiano

Carbonífero

Devoniano
Paleozóico

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano
EXPLOSÃO
CAMBRIANA
(543 a 520 M.a.)
Criptozóico

Proterozóico

Arqueano
CAMBRICO
Fauna de Burgess (505 M.a):

Opabinia

Anomalocaris sp.
Incerta sedis

Hallucigenia sp.
Paleozóico
Ordovícico
M.a. ERA PERÍODO

Quaternário

Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

Mares ordovicianos

Cretáceo
Mesozóico

Jurássico
Fanerozóico

Triássico

Permiano

Carbonífero

Devoniano
Paleozóico

Siluriano
Mares cambrianos

Ordoviciano Primeiros peixes (agnatos)


Idade dos invertebrados Dominância dos trilobitas
Cambriano Primeiros organismos com conchas
Paleozóico
M.a. ERA PERÍODO

Quaternário

Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

Cretáceo
Mesozóico

Jurássico
Fanerozóico

Triássico

Permiano

Carbonífero

Devoniano
Primeiros insetos fósseis, anfíbios
Idade dos peixes / briófitas Dominância dos peixes
Paleozóico

Siluriano Primeiras plantas terrestres, briófitas

Ordoviciano

Cambriano
Paleozóico
M.a. ERA PERÍODO

Quaternário

Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

Cretáceo
Mesozóico

Jurássico
Fanerozóico

Triássico • Dominância dos anfíbios e


• Dominância das plantas vasculares sem
Permiano
Idade dos anfíbios/ sementes;
Carbonífero
plantas sem sementes • Primeiros répteis;
Devoniano • Primeiros pelicossauros e terapsídeos
(ancestrais dos mamíferos);
Paleozóico

Siluriano • Carvão;
• Extinção dos trilobitas e de vários animais
Ordoviciano
marinhos;
Cambriano
FANEROZÓICO
Era Paleozóica – 540 a 345 M.a.

Pérmico
maior extinção em massa
M.a. ERA PERÍODO
Mesozóico
Quaternário

Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

Cretáceo
Primeiras aves;
Mesozóico

Jurássico
Idade dos répteis/gimnospermas Dominância dos dinossauros;
Fanerozóico

Dominância das ginmospermas;


Triássico Primeiras flores;
Permiano

Carbonífero

Devoniano
Paleozóico

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano
Mesozóico
M.a. ERA PERÍODO
Triássico
Quaternário

• Lenta recuperação da extinção do final do


Neógeno

Permiano;
Cenozóico

Terciário
• Nova radiação marinha; primeiros hexacorais
Paleógeno

• Desenvolvimento de todos os répteis, sendo que


alguns voltam para o mar;
Cretáceo
Mesozóico

Jurássico
• Primeiro dinossauro e primeiro mamífero;
Fanerozóico

Triássico

Permiano

Carbonífero

Devoniano
Paleozóico

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano
Jurássico Mesozóico
M.a. ERA PERÍODO

Quaternário
Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

• Grandes recifes dominados por hexacorais;


• Domínio dinossauros;
Cretáceo • Últimos therapsídeos (mamíferos ancestrais);
Mesozóico

Jurássico • Primeiros pássaros;


Fanerozóico

• Dominância das gynmosperma (cicadáceas);


Triássico
– Idade das Cícadas (Cycas, Ginko)
Permiano

Carbonífero

Devoniano
Paleozóico

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano
Cretáceo
Mesozóico
M.a. ERA PERÍODO

Quaternário
Neógeno
Cenozóico

Terciário
• Primeira cobra;
Paleógeno

• Primeiro mamífero marsupial e


depois placentário;
Cretáceo
Mesozóico

Jurássico • Radiação espécies planctônicas


Fanerozóico

calcárias e peixes teleósteos;


Triássico

Permiano
• Primeiras flores e radiação dos
Carbonífero
insetos
Devoniano
Paleozóico

Siluriano

Ordoviciano

Cambriano
Fim do Mesozóico

CHIXULUB – YUCATAN PENINSULA


FIM DO MESOZÓICO
Efeitos do impacto
 Tsunamis

 Incêndios
Era Cenozóica (65 Ma aos dias de hoje)

M.a. ERA PERÍODO

Quaternário
Neógeno
Cenozóico

Terciário
Paleógeno

Cretáceo
Mesozóico

Jurássico

Fanerozóico

Radiação e dominância dos


Triássico mamíferos e das angiospermas
Permiano (incluindo gramíneas);
Carbonífero

Devoniano • Mamíferos retornam para o mar;


Paleozóico

Siluriano
• Aparecimento dos hominídeos no
Ordoviciano Pleistoceno, tornando a espécie
dominante no Holoceno.
Cambriano
Ardipithecus ramidus
(4,4 MA)
Origem
da
Terra 30 M.A

4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5


Homo sapiens
(300.000 AP)

30 M.A

4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5


Escala do tempo geológico

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