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1. GUINEANO SUDANÊS:
IORUBÁ OU NAGÔ (NIGÉRIA)
EUE OU JEJE (BENIN)
BAHIA
2. BANTO:
“A população brasileira começa a receber um número
QUIMBUNDO (ANGOLA) cada vez maior de portugueses e de negros que
QUICONGO (CONGO) vinham para o serviço escravo, assim, a relação
DEMAIS ESTADOS BRASILEIROS. linguística até então entre o português e o índio
estende-se também para as línguas africanas.
(FULANO, art prof 2303.”
CONTEXTO HISTÓRICO: OS AFRICANOS NO
BRASIL
Como os índios já não mais eram suficientes às atividades demandadas, os
portugueses, que buscavam mais "braços" que trabalhassem a terra e executassem
tarefas desprestigiadas, foram em busca dos africanos, principalmente dos que
pertenciam ao grupo composto pela Guiné, pelo Sudão Ocidental e pela África
Austral, como afirma Darcy Ribeiro (1995). Logo, os africanos tornaram-se fonte
matriz para as diversas peculiaridades que revestem a língua portuguesa manejada
no país.
Acredita-se que, no século XVIII, a predominância da etnia negra no Brasil
era bastante nítida, uma vez que, em 1700, a população total do Brasil era de 300
mil pessoas, sendo que 100 mil eram indivíduos brancos e 170 mil eram escravos de
origem africana.
CONTEXTO HISTÓRICO
Com relação ao processo de transações envolvendo os negros africanos,
efetuado ao longo de três séculos, Houaiss (1992, p.75-76) descreve que: a
necessidade da mão-de-obra para as lavouras de exportação e – mesmo – de
consumo interno, para os trabalhos domésticos, as atividades mesteirais e serviços
urbanos trouxe – ante a rebeldia e inadequação dos indígenas – o elemento
africano, a que os portugueses havia já um século estavam afeitos. Um alvará de
1549 facilitava a trazida de negros de São Tomé e da Guiné, como estímulo à cultura e
economia canavieiras: cada engenho podia importar até 120 peças.
Artigo do prof
INFLUÊNCIA NA LÍNGUA
[...] a aquisição de empréstimos tupis e africanos, ao afirmar que:
Em referência ao léxico, (...) há para contar no Brasil com um apreciável
acervo de termos tupi e africanos, com que a língua comum se
enriqueceu na época do bilinguismo português-tupi e do português
crioulo dos escravos negros (CÂMARA JR., 1976, p. 30-31).
Artigos:
INFLUÊNCIA NO NÍVEL FONÉTICO-FONOLÓGICO
No que respeita à fonética e à fonologia do português brasileiro, creditam-se às línguas africanas (PETTER, 2009, p.
161-164):
a) a preservação da estrutura silábica aberta (CV) ;
b) o desfazimento de encontros consonantais mediante epêntese (peneu, pissiquiatria);
c) a iotização da líquida palatal [λ] (muié, trabaiá), com eventual realização como lateral [l] (vou le agradecer);
d) a metátese (preguntar, drumir);
e) a assimilação (bibida, minino);
f) a monotongação (dinhero, manera);
g) a aférese (tá, inda, banar, bandonar);
h) a síncope (tamém, memo);
i) a apócope (chamá);
j) a prótese (afamoso).
ENTREPALAVRAS
VOCALIZAÇÃO
O fonema linguopalatal lh muda-se na semivogal y:
O adjunto predicativo entra na mesma regra: as criança tavum quetu, as criação ficarum pestiadu.
Um s prostético, nascido da ligação na frase perde este caráter e agrega-se à palavra: os óio
pron. u-zó-io e aparece a palavra zóio. Isto também acontece em embora, zimbora: ele foi
zimbora. “Há que zano!” ou “Que zano!” é uma expressão do dialeto caipira em que se deu o
mesmo. Aliás, isto sucede à criança francesa que diz: un zoiseau porque agrega a oiseau o s da
ligação: les oiseaux.
Outro fato característico dos pretos é a invariabilidade tanto de gênero como de número que
apresenta o pronome pessoal ele. E para indicar plural o pronome ele pospõe-se ao Artigo
definido os, conservando todavia a invariabilidade completa no gênero: osêle, eles, elas. No
dialeto caipira, em São Paulo, aparece o mesmo pronome: zele fôro zimbora.
MORFOLOGIA
Temos outrossim ouvido, no Distrito Federal109, a terminação am da 3ª pessoa do perfeito do indicativo soar o
átono na pronúncia dos pretos e gente de sua classe: amaram ........ amaro, fizeram ........ fizero, disseram ........
dissero.
O gerúndio, no dialeto de São Paulo, perde o d nas desinências, ando.....ano, endo....eno, indo ......ino,
ondo.....ono: andano, veno, caíno, pôno. Este fato é atribuído por uns à influência africana, enquanto outros
autores o aproximam do tupi.
É preciso observar que os poucos verbos em português de origem africana pertencem todos à primeira
conjugação: mandingar, zangar, bongar, carimbar, catingar, banzar, sambar, curiar, maxixar, cochilar,
candongar, enquisilar, aquilombar.
Em Pernambuco e Alagoas, os negros deixaram certos adjetivos no dialeto local: capiongo cassange cafuçu
ingangento cangulo macambúzio manzanza caçula buzuntão capenga banguelo fiota dunga zorô
granganzá.............................cutuba alguns dos quais entraram para a língua literária como cassange, macambúzio,
caçula. (M. Marroquina, A língua do nordeste).
INFLUÊNCIA NO NÍVEL MORFOSSINTÁTICO
Acrescentam-se algumas características morfossintáticas (PETTER, 2009, p. 167-169): a) a
ausência de artigo (Minha mãe que me trouxe);
b) a ausência do –s, marca de plural ou de P3 verbal (as casa, tu fica);
c) o uso de em em lugar de a com o verbo ir (Vamos no comício);
d) o uso do pronome reto em lugar do acusativo (Esperamos ela aqui);
e) a omissão do objeto direto (Senhor Filinto, mandamos chamar para...);
f) o uso do pronome lhe como acusativo (Se eu lhe encontrar...);
g) a ausência da marca de concordância (Essas duas mulher; vigia as criança; As folha é
verde; Os meu filho);
h) a divergência de gênero (os palavra; minhas irmãos).
ENTREPALAVRAS
INFLUÊNCIA NA LÍNGUA
E foi justamente essa contribuição e influência vocabulares que propiciaram a
ampliação do léxico brasileiro. O contato entre as populações autóctone, branca e
africana, dado por diversos motivos, no que tange ao aspecto linguístico resultou no
processo natural de renovação lexical.
Art prof