You are on page 1of 9

Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.1

Verifica-se, na realidade que

COPCF < COPCFrev


COPBC < COPBCrev

Deste modo, a Desigualdade de Clausius, inicialmente


estabelecida por Clausius (1822-1888) conduziu ao
aparecimento de uma nova propriedade termodinâmica
denominada entropia (S)
Q 
dS    (kJ/K)
 T int rev
A entropia é uma propriedade extensiva do sistema e por
vezes é referida como entropia total. A variação de entropia
de um sistema durante um processo é defina como:
1
 Q 
S  S2  S1    
1  T 
Portanto à entropia de uma substância pode ser atribuído
arbitrariamente o valor zero, num dado estado de referência,
sendo os valores dos outros estados determinados a partir
da equação anterior, pela escolha do estado 1 como o de
referência (S=0), e o do estado 2 como a entropia a ser
determinada.
Para realizar a integração é necessário conhecer a relação
entre Q e T, o que para alguns casos não é possivel. Na
maioria das vezes recorre-se aos valores tabelados da
entropia.
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.2

Processos isotérmicos de transferência de calor


internamente reversíveis.

Os processos isotérmicos de transferência de calor são


internamente reversíveis. Logo
2
 Q 
2
 Q  1 2 Q
S      T 
     Q   S 
1  T  1  o  To 1
To
int rev int rev int rev
Note-se que a variação de entropia de um sistema isotérmico
internamente reversível pode ser positiva ou negativa,
dependendo da direcção da transferência de calor. Se esta
for para o sistema, verifica-se um aumento de entropia e se a
transferência de calor do sistema irá diminui-la.

Princípio de aumento de entropia

Considere um ciclo composto por 2 processos:


processo 1-2: arbitrário (reversível ou não)
processo 2-1: internamente reversível.

A partir da desigualdade de Clausius:


2
Q Q 1  Q 
T 0  T    T  0
1 2 int rev
2 2
Q Q
 T  S1 _ S2  0  S2 _ S1   T
1 1
A (=) refere-se a processos internamente reversíveis e a (<) a irreversíveis
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.3

A variação da entropia de um sistema fechado durante um


processo irreversível é maior que o integral Q/T calculado
para esses processo. Para o caso limite de um processo
reversível, estas 2 quantidades são iguais.
S = S2-S1 representa a variação de entropia do sistema.
1
Q
 T representa a transferência de entropia com o calor
1

A variação de entropia de um sistema fechado durante um


processo irreversível é sempre maior que a transferência de
entropia. Alguma entropia é gerada durante o processo
irreversível e denomina-se geração de entropia (Sger).
2
Q
Ssist  S2  S1   T  S ger
1

Sger  0 (sempre). Não é uma propriedade do sistema.

Sisolado 0 A entropia de um sistema isolado aumenta


sempre, ou no caso limite permanece constante.

Princípio do aumento de entropia

Na ausência de transferência de calor a variação de entropia


é apenas devido a irreversibilidades, sendo o efeito sempre
um aumento.
A entropia é uma propriedade extensiva.
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.4

O sistema e a sua vizinhança podem ser vistos como 2


subsistemas de uma sistema isolado, Logo a variação da
entropia vem
Stotal  Ssist  Sviz
Um sistema isolado não envolve transferência de entropia,
logo
S ger  Stotal  0
Como não existe nenhum processo real completamente
reversível, conclui-se que durante um processo real existe
sempre geração de entropia e portanto a entropia do
Universo aumenta continuamente.
Quanto mais irreversível for o processo maior será a entropia
gerada.
Durante um processo reversível não existe geração de
entropia.
A variação de entropia de um sistema durante um processo
pode ser negativa, mas a geração de entropia não pode ser.

O principio do aumento de entropia pode ser simplificado:


 0 Processo irreversível

S ger  0 Processo reversível
 0 Processo impossível

Esta relação serve de critério para determinar a natureza do
processo.
O princípio do aumento da entropia estabelece que a entropia
aumentará até atingir uma valor máximo, alcançando o sistema
uma estado de equilíbrio.
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.5

Considerações sobre a entropia

 Os processo ocorrem apenas numa direcção, ou seja na


direcção de S ger  0 .
A entropia é uma propriedade não conservativa e não existe
nenhum principio de conservação da entropia.
 O desempenho de sistemas de engenharia é degradado pela
presença de irreversibilidades, e a geração de entropia é uma
medida dessas irreversibilidades presentes no processo. A
geração de entropia pode ser utilizada como quantificadora
das irreversibilidades associadas ao processo.

Variação de Entropia de Substâncias Puras

A entropia é uma propriedade e o seu valor é estabelecido


uma vez especificado o estado do sistema.
Os valores de entropia das tabelas de propriedades são dados
em relação a um estado de referência arbitrário. Nas tabelas
de vapor de água, à entropia de um líquido saturado a 0.01 ºC
é atribuído o valor zero. Para o R134a o valor zero é atribuído
ao estado de líquido saturado a -40 ºC.
O valor da entropia de um dado estado é determinado de
forma idêntica a qualquer outra propriedade.

Durante um processo, a variação da entropia de uma dada


massa m é
S  ms  m  s2  s1 
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.6

Diagrama T-s de substâncias puras

Note-se que as linhas de


volume constante são mais
inclinadas que as de pressão
constante e estas últimas sã
paralelas às de temperatura
constante na região do líquido
e vapor saturados. As linhas
de pressão constante são
quase coincidentes com a linha
de líquido saturado na região
de comprimido.

Processos isentrópicos

A entropia de um sistema pode ser alterada por:


 transferência de calor
 irreversíbilidades

A entropia de uma dada massa não irá variar durante um


processo internamente reversível e adiabático.
Processos isentrópicos: processos em que a entropia
permanece constante.
Um processo isentrópico pode ser utilizado como modelo dos
processos reais. Os processos isentrópicos também permitem
definir os rendimentos através da comparação destes com os
dispositivos reais.
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.7

Um processo reversível e adiabático é isentrópico, mas um


isentrópico não é necessariamente adiabático, já que o
aumento de entropia de uma substância devido às
irreversibilidades pode ser compensado pelo decréscimo da
entropia em perdas de calor, por exemplo.

Diagramas de Propriedades que envolvem Entropia

Os 2 diagramas mais utilizados na análise da 2ª Lei envolvem


a entropia e os mais frequentes são o de temperatura-
entropia (T-s) e o de entalpia-entropia (h-s).

Diagramas T-s

Considere-se a eq. que define a entropia


Qint rev TdS (kJ)

Que corresponde à área diferencial no diagrama T-s. A área


debaixo da curva do processo num diagrama T-s representa a
transferência de calor durante um processo internamente
2
reversível:
Qint rev  TdS (kJ)
1
ou por unidade de massa
qint rev Tds (kJ/kg)

q 2
int rev  Tds (kJ/kg)
1
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.8

Para calcular os integrais é necessário conhecer as relações


T-s durante o processo. Um caso particular em que essas
integrações podem ser facilmente realizadas é o de
processos isotérmicos internamente reversíveis, originando:

Qint rev T0 S (kJ)


qint rev T0 s (kJ/kg)
T0 é a temperatura constante e S a variação da netropia do
sistema.

T representa a temperatura absoluta que é sempre positiva,


logo a transferência de calor durante um processo reversível
é positiva quando a entropia aumenta e é negativa quando esta
diminui.

Diagrama h-s

O diagrama h-s é muito útil na análise de dispositivos com


escoamento em regime permanente, tais como turbinas,
compressores e tubeiras.
Por exemplo, na análise ao vapor de água
em escoamento em regime permanente
numa turbina adiabática, a distância
vertical entre os estados de entrada e
saída (h) é a medida da realização do
trabalho, e a distância horizontal (S) é a
medida das irreversibilidades associadas
ao processo.
O diagrama h-s é também chamado diagrama de Mollier.
Termodinâmica

Eng. Automação,
Controlo e
Instrumentação Capítulo 6 – Entropia
1º Ano 6.9

Num diagrama h-s as linhas de temperatura constante são


rectas na região de mistura de líquido saturado e de vapor
saturado e tornam-se quase horizontais na região de vapor
sobreaquecido, especialmente a baixas pressões (vapor
comporta-se quase como um gás perfeito à medida que se
afasta da região de saturação e a entalpia é apenas função da
temperatura para gases perfeitos).

You might also like