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EXCESSO DE PESO E

PREVENÇÃO DA OBESIDADE
na infância e na adolescência
Maria Florinda Pacha Penna de Carvalho
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

A obesidade é considerada,
sem dúvida alguma,
um grande problema da
sociedade moderna e globalizada.
Atinge elevadas proporções entre a
população, inclusive a infantil,
compatível com uma epidemia mundial,
que merece toda nossa atenção.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Obesidade
É uma doença crônica e complexa, que envolve causas
genéticas, metabólicas, ambientais e comportamentais.

Decorre de um distúrbio do metabolismo energético,


com armazenamento excessivo de energia
no tecido adiposo, sob a forma de triglicerídeos,.
Hirsch et al., 1989; Pérez, 2000.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

A maioria (95 – 98%)


corresponde a

Obesidade exógena
ou
nutricional

Reflete um excesso de gordura


decorrente de um balanço + de energia:
ingestão/gasto calórico.
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na infância e na adolescência

Obesidade endógena 2 - 5%
- Causas hormonais
• alterações do metabolismo tireoidiano
• gonadal
• hipot-hipofisário
• tumores
- Síndromes genéticas
• Prader-Willi
• Bardet-Bield
• Lawrence-Moon - LMBBS
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Prader-Willi Bardet-Bield Lawrence-Moon


1/12.000 e 1/15.000 LMBBS: 1/125.000
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

EXCESSO DE GORDURA CORPORAL

Fenótipo Fenótipo
NORMAL DISMÓFICO

Estatura Estatura
NORMAL BAIXA SÍNDROMES

Maturação óssea Maturação óssea Maturação óssea


NORMAL ou > RETARDADA ACELERADA

OBESIDADE ENDOCRINOPATIAS: ENDOCRINOPATIAS:


NUTRICIONAL • GH • Corticoides
95 – 98% • Hipotiteoidismo • Cushing
• Tumores • Puberdade precoce
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A herança genética da obesidade


Natureza poligênica
que resulta da interação de vários genes
São mais de 400 genes já isolados com ação:
• na ingestão alimentar
• no gasto energético
• ou nos dois mecanismos modulando estas ações.

* Entretanto, há uma poderosa participação


do ambiente no programa genético.
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Neuropepitídeo envolvido no mecanismo da obesidade:


LEPTINA

É uma proteína codificada pelo gene ob, secretada pelos


adipócitos, que age no hipotálamo ativando as vias
catabólicas e inibindo vias anabólicas.

Sinaliza o hipotálamo de que as reservas de energia


estão adequadas e induz a saciedade.

Resultado final: diminuição da ingestão alimentar e


estimulação do gasto energético.
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Neuropepitídeo envolvido no mecanismo da obesidade:


LEPTINA

Pesquisas em humanos que comparam obesos e não-


obesos demonstram que os obesos têm níveis séricos >
de leptina.
O aumento está positivamente relacionado com a massa
de tecido adiposo. Porém há uma provável diminuição
da sensibilidade à leptina nos obesos.
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Outros hormônios envolvidos no mecanismo da obesidade:

GRELINA
É secretado especialmente quando o estomago está vazio, ativando
as regiões cerebrais associadas ao apetite. Alimentar-se de 3-3 horas tem
a vantagem de reduzir a produção de grelina e por consequência, a fome

IRISINA
É produzida pelo tecido muscular e acelera o metabolismo do tecido adiposo,
Daí porque o exercício físico favorece a perda de peso.
EPIDEMIOLOGIA
Diversos estudos epidemiológicos apontam o

aumento na prevalência mundial de

sobrepeso, obesidade e de doenças crônicas

associadas à inatividade física e hábitos

alimentares inadequados.
O que se come em 1 semana

em diversos países do mundo

Despesa com alimentação em 1 semana


Alemanha:
Família Melander de Bargteheide
375.39 Euros / $500.07 dólares
Estados Unidos da América:
Família Revis da Carolina do Norte
$341.98 dolares
Italia
Família Manzo da Cecília
214.36 Euros / $260.11 dolares
México:
Família Casales de Cuernavaca
1,862.78 Pesos / $189.09 dólares
Polónia
Família Sobczynscy de Konstancin-Jeziorna
582.48 Zlotys / $151.27 dólares
Família Ahmed do Cairo
387.85 Egyptian Pounds / $68.53 dólares
Equador
Família Ayme de Tingo
$31.55 dólares
Butão - Cordilheira do Himalaia
Família Namgay da vila de Shingkhey
224.93 ngultrum / $5.03 dólares
Chade
Família Aboubakar do campo de refugiados de Breidjing
685 Francos / $1.23 dólares
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Dados do IBGE já mostraram que entre 5 e 9 anos as


taxas de obesidade cresceram cerca de quatro vezes
em um período de dez anos:
MENINOS: 4,1% → 16,6% e
MENINAS: 2,4% → para 11,8%
Por isso, as crianças estão apresentando doenças que
antes eram quase que exclusivas de adultos, como: a
síndrome metabólica, hipertensão, colesterol alto e
diabetes.
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Tendência da transição nutricional no Brasil em 22 anos

Monteiro, 2001
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"A percepção dos pais é totalmente

equivocada. Muitos não reconhecem

que o filho está acima do peso e outros

acham que gordura é saúde“.


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na infância e na adolescência

Percepção dos pais sobre o estado nutricional de seus


filhos já obesos, em idade de 6-17 anos.
anos
anos

Levemente Peso Discreto Muito


abaixo do Peso normal sobre peso gordo
ddd
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Fases mais susceptíveis para a instalação do excesso de


gordura corporal (com início da hiperplasia dos tecidos):

• No 1o ano: sobretudo pelo desmame precoce e a


introdução inadequada dos outros alimentos.
• Na adolescência:
- aumento fisiológico de tecido adiposo (* feminino)
- erros alimentares grosseiros

(Dietz et al, 1990)


Hábitos alimentares

O aleitamento materno além de nutrir,


adequadamente, a criança nos primeiros 6 meses de
vida, reduz a probabilidade de se tornar obesa (Monte
e Giugliani, 2004).
É durante o processo de desmame iniciam as primeira
inadequações alimentares e os distúrbios nutricionais
associados: desnutrição, sobrepeso, obesidade, anemia,
infecções *gastrintestinais.
“Leite de vaca”
Às vezes o principal alimento oferecido à criança durante o período de
transição alimentar → alta % das calorias da dieta.

Diga SIM ao peito e NÃO a mamadeira


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Maior incidência entre:

• filhos de pais idosos,

• os caçulas e

• os filhos únicos. .

(Dietz et al, 1990)


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Métodos de avaliação:

 Métodos Laboratoriais

 Métodos Antropométricos
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Métodos laboratoriais

São mais precisos para a avaliação da composição corporal

Oferecem % de massa magra e % de gordura

e a sua distribuição
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Pesos semelhantes
e
Diferença na composição corporal
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• Hidrometria Espectrometria do K40


• Impedância Bioelétrica (BIA)
• Infravermelho (NIRI)
• Densitometria
• Dual Photon Absorptiometry (DPA)
• Dual Energy X-Ray Absorptiometry
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Métodos Antropométricos
Índice de Massa Corporal

IMC = peso (em quilos)


estatura (m)2
Pontos de corte de IMC
para crianças
DIAGNÓSTICO
VALORES CRÍTICOS: NUTRICIONAL
Percentil Escore - Z IMC
< P3 < -2DP Baixo para idade

≥ P3 e < P85 ≥ -2DP e < +1DP Adequado ou Eutrófico

≥ P85 e < P97 ≥ +1DP e < +2DP Sobrepeso

≥ P97 ≥ +2DP Obesidade


Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN/Norma Técnica –MS/ fev 2008
Com base nas curvas do Estudo Multicentrico de Crescimento- OMS, 2006.
Pontos de corte de IMC

VALORES CRÍTICOS
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
para IMC
Escore - Z Percentil < 5anos >5anos
+1 e +2DP P85 a 97 Risco de Sobrepeso
sobrepeso
+2 e +3DP P97 a 99,9 Sobrepeso Obesidade

≥ +3DP >P99,9 Obesidade Obesidade grave


Diagnóstico
pelo IMC
SISVAN, 2008:

obesidade
Sobre-peso: P97
≥ P85 e < P97 sobre-peso
Obesidade: P85
≥ P97

WHO
Child Growth Standards,
2006
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Outras medidas antropométricas


Pregas cutâneas

Sub-escapular

Tricipital

O IMC não detecta diferenças entre


massa gorda e massa magra,
sobretudo na adolescência,
necessitando-se incluir a medida
e espessura da prega cutânea.
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Medida da circunferência abdominal


é o melhor parâmetro para diagnóstico de obesidade central
Tem boa correlação com a massa gorda visceral
* relação com risco metabólico.
Taylor e cols, 2000; Mzayek, 2007

com a criança em
expiração
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RISCO
CARDIOVASCULAR maçã X pêra
EM CRIANÇAS:

Ponto de corte
no P90,
para sexo e idade, Obesidade andróide
de acordo com tabela Obesidade ginóide

de escolares do
Bogalusa Heart Study,
2007.

Diferente:
A obesidade visceral ou intra-abdominal ou central tem
correlação com a massa gorda visceral.
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A obesidade infantil aumenta muito a probabilidade


do indivíduo tornar-se um adulto obeso.

Criança obesa → risco relativo de 2,0 para adulto obeso.


Adolescente obeso → risco relativo de 5,0 a 6,0 para adulto obeso.
Malina e Bouchard, 1991

Obesidade antes da puberdade  20-50% adulto obeso


Obesidade após a puberdade  50-70% adulto obeso
Whitaker et al, 1997
* O maior tempo de duração e a gravidade da obesidade
aumentam as chances de persistência.
Pediatras: é fundamental a intervenção nas fases
onde ocorrem picos de hiperplasia das células adiposas
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Fatores de Risco:

• Sedentarismo.
• Hábitos alimentares inadequado:
fast foods, excesso de CH.

• Meio ambiente: família, estímulos externos.


• Menarca aos 11 anos ou menos.
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Níveis de Prevenção da obesidade

Primordial Evitar a instalação dos fatores de risco

Primária Remover os fatores de risco

Secundária Detecção e tratamento precoces

Terciária Reduzir as complicações


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Meio ambiente: família e os estímulos externos


influência genética
+
fatores ambientais
hábitos alimentares, estilo de vida e o contexto familiar
Nguyen et al, 1996

Probabilidade de uma criança ser obesa


em função da obesidade dos pais:

Baixa se nenhum dos pais é obeso – 20%


Alta quando apenas um é obeso – 50%
Muito alta se ambos são obesos – 80%
Lopez FA et al, 2000
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Genética + Meio ambiente (família e os estímulos externos)

NUTRIGENÔMICA
Nutrientes interagem
em genes específicos
do metabolismo
orgânico,
modificando a sua
estrutura ou expressão,
com risco de
enfermidades e danos
irreversíveis Família que engorda unida, permanece unida
transgeracionais em torno dos riscos para os danos da obesidade.

Significa que nossos hábitos de vida atuais podem refletir na qualidade de


vida de nossos netos. Nossas escolhas alimentares podem influenciar a
predisposição genética das nossas gerações seguintes.
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Sedentarismo

O comportamento ativo ou passivo na infância tem grande


probabilidade de manutenção na vida adulta futura.

A maior parte dos estudos sugerem que fatores genéticos e


formação de hábitos em idades precoces são importantes
na adoção de comportamentos ativos. Hallal, 2006; Telama, 1997

O pediatra deve estar atento aos hábitos das crianças em todas as faixas

etárias e se dediacar ao aconselhamento de atividades físicas .


• TV
Sedentarismo
• Vídeo game
Vários estudos associam o hábito
• Computador de assistir TV com a inatividade
física e com a obesidade na
infância e adolescência.

Estudo populacional nos USA,


revelou que a prevalência de
obesidade aumenta 2% para
cada hora adicional assistindo
televisão, entre adolescentes.

A presença da TV no quarto de
crianças também tem relação
positiva com sobrepeso e
comportamento sedentário.

Normalmente, quando se assiste à TV, há a vontade de comer, e os alimentos escolhidos


costumam ser de alto teor calórico e gordurosos, tais como pipoca, batata frita, biscoitos,
chocolates, doces etc
Normalmente, quando se assiste à TV, há a vontade de comer. E
os alimentos escolhidos costumam ser de alto teor calórico e
gordurosos, tais como pipoca, batata frita, biscoitos, chocolates,
doces, ...
Sedentarismo
Estudo realizado pela
disciplina de Nutrição e Metabolismo
do Departamento de Pediatria da Unifesp,
por alunos da pós-graduação de Nutrição
e pelo Instituto de Psicologia da USP
para comparar a atividade física
e o comportamento
de escolares obesos e eutróficos
da cidade de São Paulo:

Crianças que assistem > 4 horas de televisão por dia


têm chance 88% maior de se tornarem obesas, se
comparadas àquelas que ficam menos tempo.
Pimenta e Palma, 2001.
Estudo recente de coorte com 21 anos de acompanhamento
na Finlândia
• A prática de atividade física contínua, por meio de
brincadeiras, foi mais importante do que a participação em
atividades desportivas específicas. Telama, 2005.
ATIVIDADE FÍSICA RECREATIVA

Lao vai ele ...


Combate ao sedentarismo

Recomendação:
• A criança deva estar envolvida em atividades físicas de
intensidade moderada e vigorosa durante 60 minutos ou mais
diariamente, PORÉM, apropriadas ao estágio do desenvolvimento,
variadas e que propiciem prazer. Strong, 2005
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
Combate ao sedentarismo
PREVENÇÃO da OBESIDADE
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Hábitos alimentares

Fast foods
Alimentos altamente palatáveis,
de fácil acesso, Refrigerantes
mais baratos e Elevado consumo de doces,
consumidos em exagero.
Salgadinhos e sorvetes
Hábitos alimentares

O hábito de omitir refeições, especialmente o


desjejum e o consumo de refeições rápidas, que
fazem parte do estilo de vida dos adolescentes,
são considerados comportamentos importantes
que podem contribuir para o desenvolvimento da
obesidade.
Unnegardh, et al 1986
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA E NESTLÉ - 2011
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
Hábitos alimentares

Inapetência fisiológica Substituir alimentos

* Muitas vezes a criança ou adolescente come não


apenas para se alimentar, mas por outras razões da
dinâmica familiar.
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Hábitos alimentares

57ª Assembléia Mundial da Saúde, WHO-2004, aprovou a


Estratégia Global de Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde.

• A redução do consumo de sal, açúcar refinado e gorduras


saturadas, com a substituição por insaturadas;
• A eliminação do consumo de gorduras trans (hidrogenadas);
• O aumento da ingestão de frutas, verduras, legumes e grãos;
PREVENÇÃO da OBESIDADE
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Hábitos alimentares
PIRÂMIDE ALIMENTAR
É um instrumento, sob a forma gráfica, de orientação da população para uma
alimentação mais saudável
(RDC nº39, de 21 de março de 2001).

S.T.PhILIPP et al, 1996.


PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Pesquisas e descobertas na interface nutrição-genética.

O papel da nutrição materna sobre o desenvolvimento fetal é

essencial para reduzir mortalidade e morbidade infantis e para

diminuir a incidência de doenças crônicas na fase adulta.

A nutrição é o meio mais seguro e mais eficaz de modificar ou


manipular a estrutura, a função e a estabilidade do genoma.
Lucyk e Furumoto, 2008
Conseqüências da obesidade na infância e adolescência
Crianças obesas têm > propensão à:
hipertensão, diabetes tipo II, transtornos cardíacos, hepáticos
respiratórios, ortopédicos, dermatológicos e psíquicos.

O aparecimento de distúrbios metabólicos


depende do tempo de duração da obesidade:
O período de incubação varia de
7-10-15-20 anos de obesidade/gordura abdominal .

Cerca de 50% apresentam alterações da taxa de colesterol;


47,5% têm níveis diminuídos de HDL e
20,5% têm níveis elevados de LDL.
Malina e Bouchard; Dietz ; Creff & Herschberg
SINDROME METABÓLICA
A síndrome metabólica (SM) é definida como uma
associação de situações clínicas que inclui:

• Hipertensão arterial.
• Dislipidemias.
• Alterações do metabolismo da glicose.
• Obesidade, especialmente abdominal, com depósitos
• Intra abdominais de gordura.
Caracterização da síndrome metabólica
Critério proposto por Cook et almodificado,

Considera a presença de três ou mais das seguintes


alterações:

1. Triglicérides ≥110mg/dL,
2. HDL-c ≤40mg/dL,
3. Circunferência abdominal ≥P90,
4. Resistência insulínica- RI (glicemia >100mg/dL) e
5. Pressão arterial sistólica ou diastólica ≥P90.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2001 e Kwiterovich, John Hopkins, Baltimore1989.


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Comorbidades da obesidade
Dermatológicos
Acanthosis nigricans
Infecção fúngica
Ortopédicos
Estrias
Joelho valgo (genu valgum)
Celulite
Epifisiólise de cabeça do fêmur
Acne
Osteocondrites Hipertensão arterial sistêmica
Hirsutismo
Artrites degenerativas A apnéia obstrutiva do sono
Furunculose
Pé plano Asma
Colelitíase
Doença gordurosa não-alcoólica
Refluxo gastroesofágico
Constipação intestinal
Síndrome dos ovários policísticos
Pubarca precoce
Incontinência urinária
Pseudotumor cerebral
Problemas psicossociais
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
Conseqüências da obesidade na infância e adolescência

 risco para: distúrbios psicossociais

• Estigmas da obesidade
“preguiçoso, sujo, estúpido, feio, mentiroso”.

• Baixa auto-estima na fase de estruturação da personalidade

• Bulimia

• Anorexia nervosa
A PREVENÇÃO e o TRATAMENTO

Costumam ser negligenciado e tem altos % de insucesso e de recidivas

• Abordagem multidisciplinar precoce e a a longo prazo – adesão

• Equipe: pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico.

• Fora do estirão de crescimento, a meta é normalizar a relação P/E,


mantendo-se o peso corporal.

• Regimes rígidos são contra-indicados: perda de tecido muscular e 


↓ velocidade de crescimento
• O envolvimento de toda a família é fundamental

• Diminuição gradativa da quantidade dos alimentos ingeridos


• Não repetir os alimentos (dieta variada e colorida)
• Mastigá-los bem
• Respeitar os horários da refeições
• Não comer vendo televisão
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

A meta de perda de peso na criança é relativo


devido ao seu potencial de crescimento.

Meta
Recomenda-se que crianças e adolescentes tenham
um IMC < P85.

Ao contrário dos adultos, não existem dados que


demonstrem que a perda depeso tenha benefícios
diretos na saúde.
Halpern et al 2005. Projeto Diretrizes, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Recomendações
• Para evitar que a criança se sinta excluída, prepare as
refeições para que toda a família possa saborear;
• Sirva em porções controladas no prato já feito e não as
travessas na mesa;
• Não coloque à mesa: maionese, catchup, geléias, óleos, etc.;
• Deixe sempre na geladeira frutas, leite, iogurtes desnatados,
gelatinas, legumes e verduras;
• Dê maior ênfase ao que a criança pode comer, e não, ao que
ela não pode;
• Elogie os progressos que a criança venha a ter;
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Recomendações
• Estimule-a a praticar de atividade física como: natação,
caminhada, futebol, judô;
• Nunca use a comida como recompensa;
• Não brigue ou critique a criança durante as refeições, para que
ela não desconte sentimentos na comida. Se ela se acostumar
a comer muito por outras razões, que não a fome,
provavelmente, fará isso pelo resto da vida;
• Dê sempre opções alimentares saudáveis (ex.: deixe que a
criança escolha entre uma fruta e um iogurte, e não, entre a
fruta e um chocolate);
• Explique sempre o porquê de comer ou não determinado
alimento.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Não levar a criança ao supermercado, não comprar


refrigerantes, biscoitos, não deixar a TV no quarto...

Levar o cão para passeio, apanhar o jornal, vir da escola


caminhando, usar escada no lugar do elevador varrer a
casa...
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

Casos individualizados com:

• Na presença de dislipidemias: restringir o consumo de


gordura saturada e de colesterol, preferindo as
poliinsaturadoas, carbohidratos complexos e fibras.
• Na hipertensão arterial: diminuir a ingestão de sal.

O tratamento farmacológico deve ser restrito aos casos mais


resistentes ao tratamento clínico (> 6 meses) e os de maior
gravidade. Nos EUA, apenas a sibutramina e o orlistat são
aprovados para > 12 anos.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

O tratamento farmacológico deve ser restrito aos casos

mais resistentes ao tratamento clínico (> 6 meses) e os

de maior gravidade. Nos EUA, apenas a sibutramina e o

orlistat são aprovados para > 12 anos.


PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

• Metiformina: só para resistência à insulina

• Sibutramina: > 18 anos ( saciedade)

• Orlistate: não é absorvida. Reduz 30% da abs. de gordura

• Sertralina/fluoxetina: controlar compulsão e depressão (> 8anos)


PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
Meu filho pode ou deve comer alimentos diet e light?

• O alimento diet é elaborado para regimes alimentares especiais, ou seja, aqueles


destinados a indivíduos com alguma doença. Isso não significa que seja um
alimento mais saudável ou menos calórico. Indica a total ausência de um nutriente
para 100 g de produto ou a presença de até 0,5 g (ex: gordura e carboidrato). Não
são indicados para o manejo da obesidade infantil. Podem não apresentar nenhum
impacto na redução da ingestão total de calorias e contêm adoçantes que não
foram suficientemente estudados para que se possa usá-los a longo prazo com
segurança na faixa etária pediátrica.

• Já o alimento light é aquele que contém menos de 25% de algum nutriente:


gordura, proteína, carboidrato ou sódio. Geralmente são mais caros, mas podem
ser usados como coadjuvantes no tratamento dietético.
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade - ABESO,
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM,
Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP e
Observatório de Políticas de Segurança Alimentar da UNB
como apoio do Ministério da Saúde e do Programa Fome Zero

Programa Escola Saudável: 28/05/2005

Conto de fadas Realidade


PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

• Santa Catarina: lei de dezembro de 2001, proibiu as cantinas de escolas públicas e particulares
do ciclo básico de vender guloseimas e refrigerantes, obrigando a venda pelo menos dois tipos
de frutas da estação.
• Rio de Janeiro: decreto de abril de 2002, proibiu a venda de guloseimas nas cantinas, e no
perímetro, das escolas da rede municipal de ensino.
• Distrito Federal: orientação nutricional no projeto “A escola promovendo hábitos alimentares
saudáveis” criado pela Universidade de Brasília com apoio do Ministério da Saúde.
• São Paulo: portaria da Coordenadoria de Ensino da R. Metropolitana, do Interior e a Diretoria
de Suprimento Escolar, (23/03/2005) propõe normas para o funcionamento das cantinas
escolares incluindo lista de alimentos permitidos e proibidos para comercialização.

Programa Escola Saudável


PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

“Lidarmos com uma doença que toca


na área do prazer humano
que é - comer,
torna-se bastante difícil e árduo”.

Fisberg, 2005
Hábitos alimentares saudáveis iniciam desde cedo!
PREVENÇÃO da OBESIDADE
na infância e na adolescência

A prevenção é a melhor solução!


O mar vermelho desta praia, ao "pôr do sol", é feito de fatias
de salmão. Batatas e pão formam as rochas. Um barquinho
feito de ervilhas completa o cenário.
EQUILÍBRIO!
Dr BULÁRIO

Se não sabe o que


o paciente tem,
prescreve
VOLTAREN?
- Se não entende o que viu, dá BENZETACIL;

Apertou a barriga e fez 'ahhnnn', dá BUSCOPAN;

Paciente caiu e passou mal, passou GARDENAL;


Tá com uma dor bem grandona? precreve DIPIRONA;
Se não sabe o que é bom, dá DECADRON
Vomitou tudo o que ingeriu, dá PLASIL;
Se a pressão subiu, dá CAPTOPRIL
Se a pressão deu uma grande subida, dá FUROSEMIDA!

Chegou morrendo de choro, coloca no SORO.


...E mais... Arritmia doidona, dá AMIODARONA...
Pelo não, pelo sim, dá ROCEFIN.

...E se nada der certo e não tem neurose... diz que é só essa nova
virose!!!
TODOS IREMOS ENVELHECER
BARBIE COMPLETOU 50 ANOS..
Piu Piu..60
Ninguém escapa, ninguém mesmo

SUPERMAN MULHER MARAVILHA


TODOS IREMOS ENVELHECER

Hulk

Thor
SPIDERMAN
 Foi só saber que o Brasil está melhorando de vida,
veja só a mudança no comportamento da moça...
ALIMENTAÇÃO

RECORDATÓRIO DE 24 HS

Horário Alimento Quantidade


Leite Concha
Pão com Colher de arroz
manteiga Colher de sopa
Ovo Colher de chá
Salada Copo ml
Xícara ml
Açaí
Tigela
feijão Pacote
Caixa,
Gramas
litros
EXCESSO DE PESO E
PREVENÇÃO DA OBESIDADE
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Maria Florinda Pacha Penna de Carvalho

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