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Educação na Era Vargas: rupturas e

continuidades

Prof. Cláudio Amorim


Contexto brasileiro: conflitos
de interesses
 A década de 1920, marcada pelo confronto de
idéias entre correntes divergentes, influenciadas
pelos movimentos europeus, culminou com a
crise econômica mundial de 1929.
 Disputa econômica e política
 Movimentos que buscam romper com a ordem
social oligárquica
 Reajustamento dos setores emergentes na
sociedade com os setores tradicionais
Quebra da Bolsa de Nova York
em 1929
 Crise econômica
agravada pela Quebra da
Bolsa de Nova York em
1929, que repercutiu
diretamente sobre as
forças produtoras rurais
que perderam do governo
os subsídios que
garantiam a produção.
Novo ciclo
econômico
O modelo
agrário-
exportador-
dependente cede
lugar ao modelo
de substituição
das importações Ideologia Política: Nacional
desenvolvimentismo
Revolução de 1930
 Forças oposicionistas - Aliança
Liberal:
 Marco referencial para a entrada
do Brasil no mundo capitalista de
produção.
 A acumulação de capital, do
período anterior, permitiu com que
o Brasil pudesse investir no
mercado interno e na produção
industrial.
Do Sul para o Rio: Miguel
 A nova realidade brasileira passou Costa, Góis Monteiro e Getúlio
a exigir uma mão-de-obra Vargas na Revolução de 1930.
especializada e para tal era preciso
investir na educação.
Governo Vargas:
três fases

 Governo Provisório – após a


Revolução de 1930 até 1934
 Presidente eleito pelo
Congresso Nacional – de
1934 a 1937
 Estado Novo – de 1937 a
1945

Duas constituições bem diferentes:


o Constituição de 1934 mais democrática
o Constituição de 1937 de cunho autoritário
Governo Provisório: uma série de
instabilidades
 Em 1932 eclode a
Revolução Constitucionalista
de São Paulo.
 Em 1934 a nova
Constituição (a segunda da
República) dispõe, pela
primeira vez, que a
educação é direito de todos,
devendo ser ministrada pela
família e pelos Poderes
Públicos.
Governo Provisório: medidas
educacionais em meio a uma série de
instabilidades
 Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e
Saúde Pública
 Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova –
1932
 Ainda em 1934, por iniciativa do governador
Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de
São Paulo. A primeira a ser criada e organizada
segundo as normas do Estatuto das Universidades
Brasileiras de 1931.
 Conflitos entre liberais e católicos: os dois grupos
tentam influenciar na elaboração da nova Carta
Constitucional
Reforma Francisco
Campos
Em 1931, o governo provisório sanciona
decretos organizando o ensino secundário
e as universidades brasileiras ainda
inexistentes.
O Decreto 19.850, de 11 de abril de
1931, cria o Conselho Nacional de
Educação e os Conselhos Estaduais de
Educação (que só vão começar a
funcionar em 1934).
O Decreto 19.851, de 11 de abril de
1931, institui o Estatuto das
Universidades Brasileiras que dispõe
sobre a organização do ensino superior no
Brasil e adota o regime universitário.
Reforma Francisco Campos

O Decreto 19.852, de 11 de abril de 1931, dispõe


sobre a organização da Universidade do Rio de
Janeiro.
O Decreto 19.890, de 18 de abril de 1931, dispõe
sobre a organização do ensino secundário.
O Decreto 20.158, de 30 de julho de 1931,
organiza o ensino comercial, regulamenta a profissão
de contador e dá outras providências.
O Decreto 21.241, de 14 de abril de 1931,
consolida as disposições sobre o ensino secundário.
Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova - 1932
 Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o
documento, redigido por Fernando de Azevedo e assinado
por outros conceituados educadores da época.
 Princípios gerais: educação como serviço público, que o
Estado é chamado a realizar
 Concebe uma escola comum para ambos os sexos, leiga
 Escola primária (sete a doze anos) gratuita e obrigatória
 Expandir a obrigatoriedade progressivamente até os dezoito
anos e a gratuidade a todos os graus.
 Financiamento:fundos próprios para a educação
 Ampliam o debate educacional no plano político e
pedagógico.
 Influencia na Constituição de 1934
Constituição de 1934
esperança de mudanças
 Inspiração liberal
 Inovações importantes
 Acrescentou três novos títulos: da ordem
econômica e social; da família, educação e
cultura e da segurança nacional
 Dispositivos econômicos: intenções
nacionalistas
 Dispositivos de caráter social: pluralidade e
autonomia dos sindicatos, legislação
trabalhista
 Segurança Nacional: a cargo do Conselho
Superior de Segurança Nacional, com a
chefia do Presidente da República
 Possibilita o voto feminino
A Constituição de 1934 e a Educação
brasileira: rupturas e continuidades
 Conserva a estrutura anterior do Sistema Educacional: União
responsável pela manutenção do ensino secundário e superior
no DF e ação “supletiva” na obra educativa em todo país
 Responsabilidade da União: estabelecer as diretrizes da
educação nacional, promovendo a articulação entre os
diferentes sistemas
 Competência da União: fixar o Plano Nacional da Educação,
que estabeleceu como meta o ensino primário integral e
gratuito e de freqüência obrigatória, extensivo aos adultos e a
tendência a gratuidade do ensino posterior ao primário
 Ensino religioso com freqüência facultativa
 Isenção tributária aos estabelecimentos de ensino particulares
considerados idôneos.
Governo constitucional –
1934 a 1937
 Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito
Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do
Distrito Federal, com uma Faculdade de Educação
na qual se situava o Instituto de Educação.
  Em função da instabilidade política deste período,
Getúlio Vargas, num golpe de estado, instala o
Estado Novo e proclama uma nova Constituição,
também conhecida como "Polaca".
Constituição de 1937:
a Carta do Estado
Novo
 Fase da ditadura
 Inspirada nas constituições de regimes facistas
europeus
 Disposições finais e transitórias - outorgava poderes
irrestritos ao presidente da República:
o confirmar ou não os governadores eleitos, nomear
interventores,
o dissolver o Parlamento, assembléias estaduais e Câmaras
municipais,
o aposentar ou demitir funcionários civis ou militares, “no
interesse do serviço público ou por conveniência do regime”
o cassar os direitos civis garantidos pela Constituição,
o governar mediante decretos-lei
A Constituição de 1937 e a
centralização da educação
 Retrocessos na educação: reforçou a dualidade entre a
escola de ricos e pobres
 Competência da União não apenas traçar diretrizes
para a educação, mas “fixar as bases e determinar os
quadros da educação”
 Mantém a liberdade de ensino
 Dever do Estado em segundo plano: para aqueles a
quem “faltarem recursos necessários”
 Não se refere a gratuidade do ensino posterior ao
primário
 Ensino religioso ganha maior espaço
 Primeiro dever do Estado: ensino pre-vocacional e
profissional
Reforma Gustavo Capanema -
Leis Orgânicas do Ensino
 Lei Orgânica do Ensino Industrial – Decreto-Lei n.
4.073 de janeiro de 1942
 Lei Orgânica do Ensino Secundário – Decreto-Lei n.
4.244 de abril de 1942
 Lei Orgânica do Ensino Comercial – Decreto-Lei n.
46.141 de dezembro de 1943
 Criação do SENAI – Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial por meio do Decreto-lei
4.048, de janeiro de 1942

Esta Reforma manter como característica da educação


brasileira o dualismo. A própria Lei Orgánica do
Ensino propiciava dois "caminhos" a serem
percorridos do ensino primário ao ensino
profissionalizante. O dualismo na educação era:nas
letras da Reforma Capanema, a organização de um
sistema de ensino bifurcado, com um ensino
secundário público destinado às "elites condutoras"
e um ensino profissionalizante para as classes
populares.
Após a Queda de Vargas
 Lei Orgânica do Ensino Primário – Decreto-Lei n.
8.529 de janeiro de 1946
 Lei Orgânica do Ensino Normal – Decreto-Lei n.
8.529 de janeiro de 1946
 Lei Orgânica do Ensino Agrícola – Decreto-Lei n.
9.623 de agosto de 1946
 Instituído o SENAC –Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial, pelos Decretos-leis 8.621
e 8.622 de janeiro de 1946
Leis Orgânicas do
Ensino Industrial

 Ensino técnico profissional – dois ciclos (média entre sete a


oito anos de duração):
Ciclo 1 - Industrial básico com 4 anos mais Mestria com 2
anos
Ciclo 2- Técnico - de 3 a 4 anos
 Curso de formação de professores – 1 ano
 Cursos de curta duração: treinamentos rápidos
 Curso de aprendizagem: no ambiente de trabalho
Leis Orgânicas do
Ensino Comercial

 Ensino técnico profissional –


dois ciclos (média entre sete a
oito anos de duração):
Ciclo 1 – Comercial básico com 4
anos
Ciclo 2- Técnicos - de 3 anos
(Contabilidade, comércio,
estatística, propaganda e
secretariado)
Significado
ideológico e social
da Reforma
Capanema
 Falta de articulação entre os níveis e ramos do
ensino profissional, inviabilizando a mudança de
curso por parte do aluno
 Dificultava o ingresso no ensino superior
 Naturalizava as diferenças sociais: ensino
secundário para as elites e ensino profissional
para as massas
 Acentua o dualismo na educação brasileira
Saldos numéricos da Era
Vargas
 No início do Governo Vargas, 2/3 da população em idade escolar
estava excluída da escola e o analfabetismo atingia 65% da
população maior de 15 anos
 Educação passou a ocupar o sexto lugar das despesas no
âmbito da União e o segundo, dos Estados
 Ampliação do número de escolas e de matrículas
 Aperfeiçoamento no âmbito administrativo
 No período de 1935-1946, as matrículas no ensino fundamental
passam de 2.413.594 para 3.238.940
 No ensino médio, passam de 202.886 para 465.612
 Em 1940, o analfabetismo caiu para 56%
 Incapaz de eliminar a seletividade da educação brasileira e
romper com a contradição entre trabalho manual e intelectual
O ESTADO NOVO
 Em síntese:
O período autoritário que ficou conhecido como Estado Novo
teve início no dia 10 de novembro de 1937 com um golpe
liderado pelo próprio presidente Getúlio Vargas e apoiado, entre
outros, pelo general Góes Monteiro. Para que ele fosse possível,
foi preciso eliminar as resistências existentes nos meios civis e
militares e formar um núcleo coeso em torno da idéia da
continuidade de Vargas no poder. Esse processo se
desenvolveu, principalmente, ao longo dos anos de 1936 e
1937, impulsionado pelo combate ao comunismo e por uma
campanha para a neutralização do então governador gaúcho
Flores da Cunha, considerado, por seu poder político e militar,
um obstáculo ao continuísmo de Vargas e à consolidação de um
Exército forte, unificado e impermeável à política.
O ESTADO NOVO
 O Estado Novo foi um período autoritário da nossa história, que durou
de 1937 a 1945. Foi instaurado por um golpe de Estado que garantiu a
continuidade de Getúlio Vargas à frente do governo central, tendo a
apoiá-lo importantes lideranças políticas e militares.

 No mês de setembro, de modo significativo, o governo realizou


antecipadamente as cerimônias de rememoração das vítimas da
revolta comunista de novembro de 1935. Alguns dias depois, o
Ministério da Guerra divulgou o que ficou conhecido como Plano
Cohen, um documento forjado que relatava a preparação de uma nova
ofensiva comunista.

 Em 10 de novembro de 1937 o Congresso Nacional foi cercado por


tropas da Polícia Militar e fechado. No mesmo dia Vargas anunciou
pelo rádio à nação o início de uma nova era, orientada por uma nova
Constituição elaborada por Francisco Campos. Começava ali o Estado
Novo.
O FIM DA ERA VARGAS
 Em outubro de 1945 forçaram Getúlio a deixar a
Presidência. Quem assumiu o governo foi o
presidente do Supremo Tribunal, José Linhares,
que governou até a posse do presidente eleito em
dezembro de 1945.
 Nas eleições de 1950, Getúlio Vargas concorreu à
Presidência pelo Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) e derrotou facilmente seus adversários.
 Getúlio assumira posições claramente
nacionalistas, a favor das empresas brasileiras e
contra as estrangeiras.
O FIM DA ERA VARGAS
 A partir do momento em que assumiu novamente a Presidência, 31
de janeiro de 1951, começou a colocar em prática sua política
popular e nacionalista, que consistia em medidas que
beneficiavam os trabalhadores e favoreciam as empresas
nacionais. A principal dessas medidas foi o seguido aumento do
salário mínimo, que no dia 1º de maio de 1954 foi de 100%.

 Essa atitude de Getúlio deixou muita gente descontente: os


grandes empresários, que achavam que seus lucros iam diminuir;
alguns chefes militares, que achavam que Getúlio estava se
aproximando dos comunistas; a classe média alta, que se via
ameaçada em seus privilégios pelos benefícios que Getúlio estava
concedendo aos trabalhadores, o que poderia aumentar a agitação
e as reivindicações por melhores salários.
Um tiro no coração: o fim da Era Vargas
(24 de agosto de 1954)
O PERÍODO MILITAR
 Populismo em crise
A ascensão de Jango a presidência foi um dos momentos mais claros da
crise do populismo.
Em agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros renunciava, após sete
meses de governo. Segundo a Constituição o substituto imediato era o
Vice- presidente, no caso, João Goulart.
João Goulart ou Jango, foi o pivô da crise final do populismo.
Latifundiário do Rio Grande do Sul, ascendeu à política nacional pelas
mãos de Vargas, de quem era considerado continuador. Foi ministro do
trabalho de Vargas, Vice-presidente de JK e era, em 1961, Vice-presidente
da República, representando a política populista do PTB.
De setembro de 61 a janeiro de 63 o Brasil viveu sob o sistema
parlamentarista. Adotado como medida conciliatória frente a crise
provocada pela renúncia de Jânio Quadros, esse sistema mostrou-se
ineficiente naquele momento, mesmo porque, os principais líderes
políticos e sindicais haviam sido formados dentro da concepção de uma
estrutura centralizada, onde o presidente contava efetivamente com
poder.
O PERÍODO MILITAR
 O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de
1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da
educação brasileira.
 Pensava-se em erradicar definitivamente o
analfabetismo através de um programa nacional,
levando-se em conta as diferenças sociais,
econômicas e culturais de cada região.
 Neste período atuaram educadores do porte de
Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço
Filho, Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal
Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima,
Durmeval Trigueiro, entre outros.
O PERÍODO MILITAR
 Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a
ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos.

 Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático


de sua proposta ideológica de governo: professores foram
presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes
foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns
foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional
dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a
boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que
"estudantes tem que estudar" e "não podem fazer baderna".
Esta era a prática do Regime.
O PERÍODO MILITAR
 Neste período deu-se a grande expansão
das universidades no Brasil. E, para acabar
com os "excedentes" (aqueles que tiravam
notas suficientes para serem aprovados, mas
não conseguiam vaga para estudar), foi
criado o vestibular classificatório.

  Para erradicar o analfabetismo foi criado o


Movimento Brasileiro de Alfabetização -
MOBRAL.
O PERÍODO MILITAR
  É no período mais cruel da ditadura militar, onde
qualquer expressão popular contrária aos interesses
do governo era abafada, muitas vezes pela violência
física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971.
 Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo
governo, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o",
"milagre econômico", etc., planejava-se fazer com
que a educação contribuísse, de forma decisiva,
para o aumento da produção brasileira.
O PERÍODO MILITAR
Após 21 anos de ditadura militar, restou ao Brasil um sistema
educacional com graves problemas: uma estrutura física que,
apesar de estendida, não foi suficiente para atender à demanda
crescente; uma queda na qualidade do ensino superior, com a
proliferação de “empresas educacionais” que permitiram o
acesso de um pequeno contingente das camadas de menores
níveis de renda ao ensino superior, contingente este que
custeava seus próprios estudos; queda na qualidade dos níveis
elementares de ensino, dada a queda na qualidade de formação
dos profissionais de educação, além da depreciação das
condições de trabalho desses profissionais. A atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação surgiu para substituir o modelo
implementado pela ditadura. Persistem, contudo, problemas que
não foram solucionados ou que se aprofundaram no período.
O PERÍODO MILITAR
A educação básica, ainda hoje, não está universalizada no
Brasil; vivenciamos um novo “surto” de privatização do ensino,
com o surgimento de um número exorbitante de faculdades
particulares, principalmente nos centros urbanos; as
universidades federais estão assistindo à degeneração de seus
espaços físicos e equipamentos, enquanto seus profissionais
conseguem poucas conquistas após prolongados períodos de
greve. Esses são alguns dos problemas que acometem a
educação atual. Sem dúvida, muito do que se produziu durante
a ditadura persiste na estrutura educacional brasileira.
Atualmente, os meios de comunicação divulgam
pronunciamentos governamentais acerca da melhoria da
qualidade do ensino. Novamente, a ênfase recai no aumento do
número de vagas nos estabelecimentos de ensino e na
qualificação da mão-de-obra através dos programas
profissionalizantes pós-médio.
O PERÍODO MILITAR
A educação ainda aparece, na fala governamental,
como um mecanismo minimizador das desigualdades
sociais. O que mudou na sociedade brasileira, passados
38 anos da instalação da ditadura militar brasileira?
Vivemos hoje muitos dos dilemas enfrentados durante
os anos de chumbo. A análise das políticas
educacionais brasileiras deixa claro que a má qualidade
do ensino nos sistemas públicos não é fruto de algum
equívoco ou distorção. O tipo de ensino que se
desenvolveu no Brasil atende às demandas impostas
pelo grande capital, que exigem mão-de-obra barata e,
portanto, desqualificada. Nesse aspecto, sem dúvida, os
sistemas de ensino têm logrado bastante êxito.
O PERÍODO MILITAR
O Brasil de hoje enfrenta uma grave situação social,
com o desaparecimento de postos de trabalho, o
empobrecimento da população e uma inserção
subordinada ao sistema capitalista mundial. Seguindo
esse compasso, a educação apresenta as mesmas
distorções verificadas na sociedade e contribui para sua
manutenção. O projeto educacional implementado
durante a ditadura, assim como seu projeto global de
desenvolvimento, teve papel decisivo no processo de
exclusão social, cujos resultados colhemos na
atualidade.

 por PATRÍCIA SPOSITO MECHI     

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