Noite em veneza
By Kat Cantrell
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About this ebook
O que pensava ser uma aventura de uma noite, transformou-se em muito mais para Matthew Wheeler. Evangeline, a misteriosa mulher que conhecera num baile de máscaras, levou-o a sair do seu autoimposto exílio. Por fim, poderia esquecer o seu trágico passado e perder-se naquela mulher tão incrível. Mas deixar-se levar tinha um preço…
O anúncio da gravidez de Evangeline fez com que a realidade invadisse o seu castelo veneziano. Estavam preparados para tornar pública a sua aventura secreta? Ou aquele romance terminaria com chegada de um novo dia?
Kat Cantrell
USA TODAY bestselling author KAT CANTRELL read her first Harlequin novel in third grade and has been scribbling in notebooks since she learned to spell. She's a former Harlequin So You Think You Can Write winner and former RWA Golden Heart finalist. Kat, her husband and their two boys live in north Texas.
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Book preview
Noite em veneza - Kat Cantrell
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2014 Kat Cantrell
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Noite em Veneza, n.º 1258 - Julho 2015
Título original: Pregnant by Morning
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7100-7
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Epílogo
Se gostou deste livro…
Capítulo Um
Matthew Wheeler não entrou na confusão do Carnaval de Veneza para beber e divertir-se, mas para transformar-se noutra pessoa. Ajustou a máscara que lhe cobria a metade superior do rosto. Era incómoda, mas necessária.
– Vamos, amigo – disse Vincenzo Mantovani, o homem que estava ao lado dele, enquanto lhe dava uma palmada no ombro. – Vamos juntar-nos aos outros no café Florian.
– Va bene – Matthew ganhou um sorriso do italiano, que decidira ser seu guia naquela tarde. Vincenzo decidia muitas coisas desde que fossem divertidas, temerárias ou pouco aconselháveis, o que fazia dele a companhia certa para um homem que queria conseguir tudo aquilo mas que não sabia como.
Na verdade, Matthew ter-se-ia conformado com esquecer Amber durante algumas horas, mas o fantasma da sua esposa seguia-o para todo o lado.
Vincenzo continuou num inglês arranhado enquanto entravam no café Florian. Como a maioria dos venezianos, Vincenzo era muito sociável com os estrangeiros, e rapidamente travara amizade com o norte-americano que vivia no solitário palácio contíguo ao dele, um palácio que dava para o Grande Canal e que Matthew conseguira num leilão como presente de casamento para Amber, embora nunca tivessem chegado a ir a Itália nos onze meses que tinham estado casados.
Matthew bebeu um gole do café que o seu novo amigo conseguira quase por magia e tentou sorrir. Se pretendia parar de pensar em Amber, assim não iria consegui-lo. O seu único propósito naquela tarde era transformar-se em alguém que não estava a chorar a morte de um ente querido, em alguém que não carregava sobre os ombros o peso e a responsabilidade das expectativas da família, em alguém que encaixasse no ambiente hedonista do Carnaval.
Mas era difícil tornar-se outra pessoa depois de ter sido um Wheeler desde sempre.
Matthew era dono, assim como o irmão, o pai e o avô, da empresa imobiliária Wheeler, que funcionava no Texas há mais de um século. Matthew acreditara firmemente no poder da família e da tradição até perder a esposa e depois o avô. A pena e a dor paralisaram-no a tal ponto que a única solução que encontrou foi partir. Fugira da vida, mas chegara o momento de encontrar uma forma de voltar a Dallas, de voltar a ser o homem que tinha sido.
As praias do México não tinham chegado para dar-lhe uma resposta. Machu Pichu servira apenas para deixá-lo exausto. Os nomes dos outros lugares nos quais estivera tinham começado a desvanecer-se e compreendera que devia fazer algo diferente. Depois de deambular por meio mundo aterrou em Veneza, e ali pretendia continuar até que a vida real voltasse a parecer-lhe minimamente suportável.
Por volta das onze horas, Vincenzo conduziu uma série de amigos a sua casa, onde ia ter lugar um baile de máscaras. Devido à estreiteza das ruas pelas quais circulavam tinham que ir quase em fila indiana e, quando Matthew entrou no palácio contíguo ao seu, este já estava cheio de gente e de luzes.
No interior, um porteiro fardado pegou na sua capa. Uma mesa antiga esculpida em madeiras nobres bloqueava a passagem para a sala principal, uma raridade com uma grande taça de vidro no centro cheia de telemóveis.
– É uma festa de telefones.
A voz grave que soou atrás dele fez com que Matthew se voltasse em busca da sua dona.
Era uma mulher mascarada que vestia um delicado traje azul e branco, bordado e com muitas dobras. O decote não era pronunciado, mas o suave contorno dos seios atraiu o olhar de Matthew. Da parte traseira do vestido surgiam umas asas de borboleta prateadas.
– O meu espanto é assim tão evidente? – perguntou.
– És norte-americano – disse ela com um sorriso.
– E isso explica o facto de eu não saber o que é uma festa de telefones?
– Não, isso é por seres mais maduro do que a maioria das pessoas que aqui estão.
Portanto, tinha de conhecer os outros convidados. Aquela pequena borboleta era interessante. Tinha a maior parte do rosto coberto, com a exceção de uma boca de lábios carnudos pintados de cor-de-rosa. Uns caracóis cor de caramelo caíam-lhe soltos em torno dos ombros nus. Deslumbrante. A voz dela era sedutora, profunda, e possuía um timbre que afetou Matthew de imediato.
– Estou curioso. Importas-te de explicar-me de que se trata?
– As mulheres deixam o telemóvel na taça e os homens escolhem um ao acaso. Namoro instantâneo.
– A verdade é que não sei o que pensar de um jogo assim – disse Matthew com ceticismo.
– Não pretendes escolher um quando acabar a festa?
Aquela era uma pergunta complexa. O velho Matthew teria dito que não sem hesitar. Nunca tinha tido uma aventura de uma noite na vida dele, e nunca quisera ter. Aquilo teria sido mais próprio do seu irmão Lucas, que provavelmente teria escolhido dois telefones.
Mas Matthew não possuía o talento do irmão relativamente às mulheres. Sabia mover-se com total desenvoltura no mundo dos negócios e no seu círculo social, mas nada mais. Não fazia ideia de como ser viúvo aos trinta e dois anos, por isso, o que faria Lucas naquelas circunstâncias?
– Depende – disse enquanto apontava para a taça com um gesto da cabeça. – O teu está ali?
A mulher abanou a cabeça ao mesmo tempo que deixava escapar um riso rouco.
– Não é o meu estilo.
Matthew sentiu uma absurda mistura de alívio e deceção ao ouvir aquilo.
– Também não é o meu, embora neste caso talvez tivesse aberto uma exceção.
– Eu também – respondeu a mulher com um sorriso, e a seguir deu meia volta e foi-se embora.
Matthew observou-a enquanto desaparecia pela porta que dava para o salão principal, onde foi imediatamente absorvida pela multidão. Parecia intrigante sentir-se tão fascinado por uma mulher devido à sua voz. Deveria segui-la? E como não fazê-lo após um indício tão claro de interesse? Sem pensar duas vezes, foi atrás da mulher borboleta.
Uma multidão de bailarinos movendo-se ao som de uma incongruente música eletrónica dominava o espaço do piso térreo do palácio. Mas nenhuma das mulheres tinha asas.
Em volta da zona de dança havia várias mesas de jogo, com roletas incluídas, mas Matthew não a achou entre os jogadores. De repente, um brilho de prata chamou-lhe a atenção e viu as pontas das asas de borboleta a desaparecer noutra divisão. Atravessou a multidão de bailarinos tentando incomodar o menos possível e seguiu a única coisa que tinha conseguido despertar-lhe o interesse naqueles últimos dezoito meses.
Ao parar debaixo do arco que separava as duas divisões, viu-a. Estava junto a um grupo de pessoas, concentrada em algo que Matthew não conseguiu distinguir, embora tivesse a impressão de que se sentia tão sozinha como ele no meio daquela multidão.
Os entusiastas do tarot rodeavam madame Wong com tanto interesse como se ela soubesse os números que iam sair na lotaria. Evangeline Le Fleur não se interessava por tarot nem pela lotaria, mas divertia-a observar as pessoas. Quando madame Wong virou outra carta e a multidão deixou escapar um murmúrio, Evangeline sentiu um formigueiro no pescoço e sentiu que alguém estava a observá-la.
O fulano do vestíbulo.
Quando os olhares deles se encontraram sentiu um delicioso formigueiro percorrer-lhe o corpo. Durante a sua breve conversa sentira que aquele homem ouvira com verdadeiro interesse as palavras dela sobre a absurda festa de telemóveis que Vincenzo organizara.
Ultimamente ninguém parecia interessado no que tinha para dizer, a não ser que fosse para responder à pergunta «o que é que vais fazer agora que já não podes cantar?». Era o mesmo que lhe perguntarem o que pensava fazer depois de fecharem a tampa do seu caixão.
O traje do homem estava muito bem feito, e o mais provável era que valesse a pena dar uma olhadela ao que havia por baixo. Os lábios sob a máscara eram fortes e carnudos, e as mãos dele pareciam muito… habilidosas.
A música pareceu dissolver-se enquanto o homem avançava decididamente para ela sem olhar para os lados.
Observou como se aproximava sem se incomodar em esconder o seu interesse. O mistério do seu rosto mascarado fazia com que parecesse ainda mais atraente, assim como o facto de não saber quem se escondia atrás da máscara. Quando fora a última vez que estivera com alguém que não sabia como a carreira dela se afundara, ou os Grammy que ganhara?
Durante algum tempo convivera com os