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"O amor de nós dois" narra a história de duas pessoas em que o acaso os aproxima. No desperdício da vida e da solidão, o artista e as estrelas, a sua pintura feita de um modo particular. Clarabóia aberta na noite, o tempo que passa e o ritual afetivo de partida e encontro.
Diferenças, abandono, descobertas são ingredientes para o leitor encontrar o ritual da eterna vida, da expressão viva da arte e do amor.
É um texto curto, porém longo. Há uma distância imensa em que o desenrolar da história se processa no âmago da leitura, da pintura que se abre para um espaço de ida e sem volta. O único retorno possível é a construção da imagem e da criação.
pmnt
O amor de nós dois
Publicado por
Pedro Moreira Nt
Copyright, 2017 by
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Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords
Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt.
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O amor de nós dois: Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords
Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt
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O Amor de nós dois
Era comedida, sempre fora comedida. Andava pouco, balançava muito, tudo bem, posso descreve-la como uma pessoa no limite do crime. Alguém assim é além do limite, e excesso é sabedoria.
CAPÍTULO I
Foi daqueles dias que se anda sem saber porque andar, mas que se vai ao encontro da sombra, de certos brilhos, de um querer perder-se na profusão difusa e lilás da vida. Vi dois compridos degraus em mármore branco e aquela loja engraçada, dava para antever alguém remexendo no balcão, subi, por subir, e entrei pela porta de vidro. O mundo lá dentro era azulado, acho que foi isso que me atraiu. Grandes prateleiras transparentes e amontoados sortilégios.
Estava na loja procurando algo, mas sem bem saber o quê. Havia aquele quadro na parede, azul com pontos estranhamente brancos, como estrelas que entravam por uma abertura, tintas pesadas mas que no geral pareciam de uma suavidade soturna e triste: O artista devia tamborilar ali; bateu com os pincéis feito baquetas.
Não estava destacado, um acidente no olhar o trazia para fora daquele amontoado disperso, surgia em meio aos entulhos de última hora, daqueles biscuis, cristais sobre prateleiras e pequenas vitrinas com algumas caixas feitas de cerâmica, e demais restolhos de um desenho simétrico, aquilo burocrático com função dispersa, desigualdade medida em tapetes, lenços e outros trincos.
Atrás do balcão o sujeito mexia o jornal distendido no tempo. Entrava no quadro como mais uma estrela azul e subia para a grande clarabóia querendo ser tamborilada, rebatida e iluminada.
- Quanta beleza!
- Obrigado, grunhe o sossegado sujeito de olhos ligeiros.
Não era a loja, era a arte, o lugar escondido na civilização de cascas.
Estava de azul e destacava-se no cinza-prateado do lugar. Um quadro na parede, um pedaço esquecido sobrevivendo ali.
A porta de vidro mostrava o ir e vir dos apressados cotidianos, a plaqueta de já volto
para o lado de dentro. Riu, parecia pensar numa atmosfera diferente, o mundo todo era aquilo ali e lá fora a grande loja de departamentos com todos os interesses lançados às prateleiras da rua.
- O mundo é aqui e lá a loja. O dono da loja deixou o recado: já volto.
Nesse mundo há
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