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A INTERTEXTUALIDADE NO POEMA CANO DO EXLIO

A intertextualidade acontece quando h uma referncia explcita ou implcita de um texto em outro texto. Toda vez que uma obra fizer aluso, citar ou dialogar com outro texto, ocorrer a intertextualidade.

A intertextualidade pode ocorrer basicamente sob duas formas: parfrase e pardia. simples.
Parfrase A parfrase tem um sentido positivo. Ocorre quando um texto cita outro na inteno de reafirmar, reforar, exaltar, concordar ou apropriar-se de seu significado para a construo de uma nova ideia. O melhor exemplo nosso Hino Nacional.

(...) Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida no teu seio mais amores.

O trecho envolvido por aspas foi retirado do poema Cano do exlio, de Gonalves Dias. A exaltao ufanista da brasilidade, tpica do incio do romantismo, foi emprestada por Joaquim Osrio Duque Estrada, para compor a letra do hino brasileiro, o que obviamente convm, pois a inteno do hino tambm de exaltao.

A pardia
A pardia j significa o extremo oposto da parfrase. quando citamos um trecho no intuito de negar seu significado, polemizar com ele, critic-lo, e, geralmente, ridiculariz-lo. (O Casseta e Planeta fazia isso direto...) Sem dvida, o texto mais parodiado da literatura brasileira a mesma cano do exlio. Sobre ela, Murilo Mendes escreveu:

Cano do exlio Minha terra tem macieiras da Califrnia Onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra So pretos que vivem em torres de ametista, Os sargentos do exrcito so monistas, cubistas, Os filsofos so polacos vendendo a prestaes. A gente no pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda Eu morro sufocado Em terra estrangeira Nossas flores so mais bonitas Nossas frutas mais gostosas Mas custam cem mil ris a dzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade E ouvir um sabi com certido de idade!

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