SEPARANDO O JOIO DO TRIGO

A matria em questo apresenta a situao das atuais entidades beneficentes de assistncia social, aps o advento da Constituio Federal de 1988. Por existirem muito antes da promulgao da Carta Magna, na poca da Assemblia Constituinte, uma das grandes preocupaes dos legisladores era encontrar uma forma de estimular essas entidades que desenvolviam atividades de cunho social que ocupavam espao no preenchido pelo Estado brasileiro. Foi atravs do Art. 195, 7, que estas entidades receberam iseno de contribuies previdencirias: Art. 195, 7 - "So isentas de contribuies para a Seguridade Social as entidades beneficentes de assistncia social que atendem s exigncias estabelecidas em lei". Para regulamentar esta disposio constitucional, ampliou-se o conceito de entidades beneficentes, permitindo que entidades educacionais de ensino superior usufruam da iseno dessas contribuies Seguridade Social. Todas essas entidades passaram a ser conhecidas como entidades filantrpicas, e no mbito da Previdncia Social, as isenes, denominadas renncias previdencirias, provocadas por essas entidades, atingiro a cifra de R$ 2,18 bilhes (JAN-MAR/2003), sendo que somente entidades educacionais respondero por 44% desse valor, ao redor de R$ 959 milhes, Cabe salientar que as renncias previdencirias nada mais so que recursos da sociedade transferidas dos cofres da Previdncia Social para as entidades filantrpicas, para que estas, em troca, ofeream servios s pessoas carentes que necessitam de assistncia social. A Previdncia Social, juntamente com o apoio da Receita Federal, desenvolver em 2003 auditoria fiscal nas 350 maiores entidades filantrpicas que possuam iseno das contribuies destinadas Seguridade Social, para verificar se realmente essas entidades esto cumprindo os preceitos legais para usufrurem dessas isenes. As mesmas respondem por 70% das renncias, o que equivale a R$ 1,52 bilho. preciso estabelecer um maior controle sobre essas renncias, pois, assim, as verdadeiras entidades beneficentes de assistncia social ficaro sem a companhia indesejvel daquelas entidades que se apropriam dos recursos da sociedade e os aplicam em atividades distantes do conceito de filantropia.

CENTRO UNIVERSITRIO FEEVALE INSTITUTO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE DIREITO

SEPARANDO O JOIO DO TRIGO

DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

HARALD ELSON GROSSE RODRIGUES Prof. Victor A. Berger Novo Hamburgo, junho de 2003.