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Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido
criado o termo, tenha ocorrido nas margens da Baía de Babitonga, perto da cidade histórica
de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier,
instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, reunindo os colonos vindos de
França no Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do
qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar
chamado Palmital: a Colônia do Palmital.
Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, vem sendo contestada desde a
década de 1970 por Edgar Rodrigues (anarquista português naturalizado no Brasil,
pesquisador autodidata da história do movimento anarquista no Brasil e em Portugal), e
pelos recentes estudos de Alexandre Samis que indicam que a influência anarquista no
movimento operário cresceu mais durante este período do que no já fundado (PCB) e só a
repressão do governo de Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas
no seio do movimento grevista. Artur Bernardes foi responsável por campos de
concentração e centros de tortura, nos quais morreram inúmeros libertários, sendo que o
pior de tais campos foi o de Clevelândia, localizado no Oiapoque. Edgar Rodrigues
apresenta em várias de suas obras as investidas de membros do PCB que, procurando
transformar os sindicatos livres em sindicatos partidãrios e conquistar devotos às idéias
leninistas, polemizavam em sindicatos e jornais, chegando a realizar atentados contra
anarquistas que se destacavam no movimento operário brasileiro, durante a década de 1920.
Para Rômulo Angélico, foi durante o governo de Getúlio Vargas que o anarcossindicalismo
recebeu seu golpe de morte, devido ao surgimento dos sindicatos controlados pelo Estado e
as novas perseguições estatáis. Até a primeira metade da década de 1930, no entanto, o
anarquismo permaneceu a idelogia mais influente entre os operários brasileiros.
você pode ver na internet um livro de Edgard Leuenroth "Anarquismo roteiro da libertação
social" publicado na década de 60 pela editora mundo livre feita pelo CEPJO.