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CAPÍTULO II
30°
30 kN/m
E
3,0 m
45 kN
C D
20 kN/m 10 kN.m
2,0 m
B
1,0 m
30 kN/m
Manuela Gonçalves
Maria Idália Gomes 1/24
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - MECÂNICA APLICADA
As forças exteriores que actuam um corpo rígido podem ser reduzidas em um qualquer ponto
O, a um sistema equivalente força-binário. Quando a força e o binário são ambos nulos, as
forças externas constituem um sistema equivalente a zero e diz-se que o corpo rígido está em
equilíbrio.
∑ Fx = 0
∑ Fx = 0 ∑ Fy = 0
∑ Mz = 0 ∑ Mx = 0
∑ My = 0
∑ Mz = 0
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Uma estrutura, definida como o corpo concebido para desempenhar correctamente a função a
que se destina, isto é, adequado a resistir a solicitações, está ligada ao exterior por apoios e é
constituída por elementos estruturais, tais como, laje, viga, pilar, fundação.
Laje: peça laminar plana, uma das dimensões é muito menor do que as outras duas.
Viga: peça linear, onde uma das dimensões é preponderante em relação às outras duas, sujeita
principalmente a esforços de flexão.
Pilar: peça linear, onde uma das dimensões é preponderante às outras duas, sujeita
principalmente a esforços de compressão .
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2.3.1 Considerações
No entanto, com a Revolução Industrial, surgiram novas técnicas construtivas e novos materiais
que, aliados a um conhecimento cientifico, conduziram à elaboração dos projectos de cálculo
estrutural. Assim, foi possível com segurança que os elementos estruturais tivessem dimensões
cada vez menores e que os vãos fossem cada vez maiores.
Mas, a execução do projecto estrutural de uma obra passa pela definição do sistema de carga ou
tipo de carregamento que nele irá actuar, isto é, pelo conjunto das forças exteriores.
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Força que actua num ponto da estrutura. Sendo uma abstracção, é considerada sempre que a
dimensão em que se distribui a carga é muito pequena em relação às dimensões da própria
estrutura.
A carga concentrada pode ocorrer nos seguintes elementos estruturais: lajes, vigas, pilares e
fundações, como se indica de seguida:
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sobre um pilar:
reacção das vigas que se apoiam no pilar
sobre a fundação:
carga do pilar que chega na fundação
Força que se distribui numa zona que não é desprezível em relação às dimensões da estrutura.
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A carga distribuída pode acontecer nos seguintes elementos estruturais: lajes, vigas.
dQ
A carga distribuída é caracterizada pela taxa de distribuição ou ordenada de carga q = , isto
dx
é, pela relação entre a força que actua um elemento da peça e esse elemento, sendo medida,
portanto, em força por unidade de comprimento.
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pelo eixo da peça e pela linha de carga, designada por superfície de carga.
a) a ordenada de carga é constante – a linha de carga é uma recta paralela ao eixo da peça e
a carga é designada por uniformemente distribuída – como exemplo tem-se uma parede
de alvenaria
Q=q×l
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b) a ordenada de carga é uma função linear – como ocorre nos reservatórios de água, nas
piscinas e nos muros de suporte de terra – como exemplo tem-se um reservatório de
água
2
h
q×h 3 h
≅ Q=
2
1
h
3
q (kN/m)
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pergunta:
porque será que a maçaneta de uma porta
é o mais longe possível da dobradiça?
Conclusão:
As cargas permanentes são fixas ao local em que actuam, não variam de intensidade e actuam
constantemente, podendo ser distribuídas ou concentradas.
As cargas acidentais são chamadas sobrecargas, e podem estar ou não a actuar na estrutura,
como por exemplo a ocorrência de uma explosão.
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biblioteca
escritório
explosão
choque
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A carga é designada por móvel porque se desloca, percorrendo a estrutura. A carga representa o
peso dos veículos que circulam sobre pontes e viadutos e o seu efeito é função da sua
localização.
ponte rodoviária
ponte ferroviária
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2.4 Vínculos
2.4.1 Considerações
Os vínculos tanto são as ligações (ou transmissões) entre os elementos estruturais como as
ligações da estrutura ao exterior, estas últimas designadas por apoios.
É sempre necessário analisar as ligações interiores, isto é, a forma como os vários elementos
estruturais estão ligados. Isto, porque existem ligações que permitem movimentos de uns
elementos sobre os outros, ou seja, permitem movimentos relativos, aumentando, deste modo, o
número de graus de liberdade da estrutura.
Havendo no caso geral 6 graus de liberdade, os apoios são classificados em seis diferentes
tipos, consoante o número de graus de liberdade que restringem.
z
6 Graus de Liberdade
x
z
3 Graus de Liberdade
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Apoio móvel: impede o movimento com a direcção perpendicular à base do apoio, por isso,
a reacção tem essa direcção e apenas se desconhece a sua intensidade. Este tipo de apoio
introduz uma incógnita.
R R
R
R R
Apoio pendular (escora ou tirante): impede o movimento com a direcção do eixo do apoio,
portanto, a reacção tem essa direcção desconhecendo-se apenas a sua intensidade. Este tipo de
apoio introduz uma incógnita.
R
R
Escora – compressão Tirante - tracção
Apoio fixo: impede todo e qualquer movimento de translação, pelo que a força reactiva é
desconhecida tanto em intensidade como em direcção. Este tipo de apoio introduz duas
incógnitas.
R2 R2
R2 R2 R2
R1
R1 R1 R1
R1
R2
M
R1
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Este tipo de ligação interior, entre elementos estruturais, não transmite momentos. Para que não
seja possível a rotação relativa entre as partes ligadas através da rótula, estas devem estar
adequadamente ligadas ao exterior através dos apoios.
É de referir que numa estrutura com uma rótula, para além das três equações de equilíbrio da
estática plana disponíveis para o cálculo das reacções, existe assim mais uma para garantir que
não haja movimento relativo. Dispõe-se assim, de quatro equações linearmente independentes.
Se a rótula ligar n barras, irá permitir escrever (n-1) equações de momentos, linearmente
independentes, a juntar às três equações da estática.
R
R4
R3
R2
R1
∑F x =0 ∑Fx =0
∑F y =0 ∑Fy =0
OU
∑M p =0∀p ∑M Fd
R =0
∑M Fd
R = 0 ou ∑M Fe
R =0 ∑M Fe
R =0
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Exemplo 2
Exemplo 3
Exemplo 4
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Se os vínculos de uma estrutura, não lhe permitem qualquer grau de liberdade, então a estrutura
encontra-se em equilíbrio estável para qualquer carregamento.
A estrutura tem graus de liberdade e, se para um dado carregamento estiver em equilíbrio, este
equilíbrio é instável e designa-se por estrutura hipoestática (o sistema de equações é
possível e determinado), caso não se verifique o equilíbrio trata-se de um mecanismo (sistema
impossível).
A B Estrutura Hipoestática
RA RB
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∑M A = 0 → RB
∑F x =0 → 0=0
A θ B Mecanismo
RA RB
∑M A = 0 → RB
Sistema impossível ∑F y = 0 → RA
∑F x = 0 → - F cos θ ≠ 0
VB
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∑M Fe
R = 0 → VA
∑F y = 0 → VB
Sistema possível e determinado
∑M Fd
R = 0 → HB
∑F x = 0 → HA
F
R B HB
M VA
∑F y = 0 → VA
∑F x = 0 → HB
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R B HB
l
HA A
Mecanismo
M VA
Sistema impossível ⇒ ∑M Fd
R = 0 → F× l ≠ 0
a)
50 kN
A B HB Mecanismo
HA R C
VA VB
2m 1 1
∑M Fdta
R = 0 → -50 ×1+VB × 2 = 0 → VB = 25kN ( ↑ )
Sistema impossível
∑M A = 0 → -50 × 3+VB × 4 = 0 → VB = 37,5kN ( ↑ )
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b)
VB
HA
A
Mecanismo
3 50 kN
R
C
3
B HB
4m 1 3
VB
∑M Fdta
R = 0 → -50 × 1+VB × 4 + H B × 3 = 0
Sistema impossível
∑M A = 0 → -50 × 5+VB × 8 + H B × 6 = 0
A
HA R
Estrutura Hiperstática Estável
B HB
MA VA
VB
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R B HB
F
HC
Estrutura Hiperstática
C Instável
HA A
M VA
F
R B HB
l
F
HC
Mecanismo
C
HA A
M VA
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Exercício de Aplicação
Enunciado Figura
3,0 m
45 kN
b) transforme-a numa
hiperstática de grau 2,
sem alterar as ligações C D
20 kN/m
interiores 10 kN.m
2,0 m
c) transforme a B
1,0 m
30 kN/m
estrutura hiperstática
em isostática sem A
alterar as ligações 4,0 m 2,0 m 3,0 m
exteriores.
Manuela Gonçalves
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