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Direitos Fundamentais

A Teoria dos Direitos


George Marmelstein Lima
direitosfundamentais.net
A Ditadura Militar
repressão
A Ditadura Militar
Tortura
A Ditadura Militar
Cesura
A Ditadura Militar e o Poder
Judiciário
A Ditadura Militar e o Poder
Judiciário:
como destruir os direitos fundamentais
A Mobilização Popular nos Anos
80
Diretas Já
A Assembléia Constituinte
A Constituição Federal de 1988:
a Constituição Cidadã
O Compromisso Ético da CF/88:
entronização dos direitos
 fundamentais
Posição topográfica e da democracia
privilegiada para os
direitos fundamentais
 Rol extenso (mais de cem incisos) de
direitos fundamentais
 Instrumentos processuais de proteção:
habeas corpus, mandado de segurança
(individual e coletivo), habeas data, ação
popular, ação civil pública, mandado de
injunção
Identificando os Direitos
Fundamentais na
Constituição Federal de
Título II + Cláusula de Abertura (art. 5º, § 2º)
Relembrando o conceito de direitos
fundamentais

Os direitos fundamentais são normas jurídicas,


intimamente ligadas à idéia de dignidade da
pessoa humana e de limitação do poder,
positivadas no plano constitucional de um
determinado país, que, por sua importância
axiológica, fundamentam e legitimam todo o
ordenamento jurídico.
Porém, aqui no Brasil...
 Direitos fundamentais são:

Todos os direitos previstos no Título II da CF/88


(“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”) – art. 5º
a 17

+
Art. 5º, §2º da CF/88:
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não exluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Fedeativa do
O Modelo Político-
Econômico Constitucional
A Constituição de 1988
Dilemas do Constituinte:
Questões ambientais: desenvolver a economia
ou proteger o meio-ambiente?
Dilemas do Constituinte:
Questões trabalhistas: prestigiar a livre-iniciativa
ou proteger o trabalhador?
A Escolha do Constituinte
Modelo híbrido

Direitos ligados ao capitalismo (livre-iniciativa,


propriedade privada, liberdade profissional
etc.)

Direitos ligados ao Estado do Bem-Estar Social


(direitos econômicos, sociais e culturais,
direitos trabalhistas, direitos ambientais etc.)
O Título II da CF/88: “Dos
Direitos e Garantais
Fundamentais”
A principal fonte de direitos fundamentais
(art. 5º a 17)
O Título II da Constituição
Federal
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º
 
Capítulo II
Dos Direitos Sociais
Art. 6º a 11
 
Capítulo III
Da Nacionalidade
Art. 12 e 13
 
Capítulo IV
Dos Direitos Políticos
Art. 14 a 17
Capítulo 1 – Dos Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos –
artigo 5º ético-jurídicos de:
Mandamentos

 Respeito ao próximo
 Respeito à vida
 Respeito à integridade física e moral
 Respeito à autonomia da vontade
 Respeito aos direitos de personalidade
 Respeito à liberdade
 Respeito à segurança jurídica (propriedade, ato
jurídico perfeito, coisa julgada etc.)
 Respeito às garantias processuais
Respeito ao Outro
Igualdade, Isonomia e Não-discriminação
Respeito ao próximo

“Art. 5º - Todos são iguais


perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: (...)”
Respeito ao próximo
O preâmbulo da Constituição
faz menção a uma sociedade
fraterna, pluralista e sem
preconceitos.
Respeito ao próximo

O artigo 3º, inc. IV, inclui como


objetivo da República
Federativa do Brasil a
promoção do “bem de todos,
sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e
Respeito ao próximo
Princípio da Isonomia:

Igualdade na lei: dirigido ao legislador (a lei


não poderá tratar pessoas iguais de modo
diferente)

Igualdade perante a lei: dirigido ao aplicador


da lei (o aplicador da lei não poderia aplicar a
lei de forma discriminatória)
Respeito ao Outro
Princípio geral:

O mandamento de igualdade
exige que qualquer tratamento
desigual ou diferenciado deve ser
rigorosamente justificado (através
de uma argumentação
convincente, com base na
proporcionalidade) para ser válido.

Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: mulheres nas
forças armadas



Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação
por orientação sexual



Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação de fato
(indireta) por questões raciais
TRF4


Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação
por orientação sexual – exclusão
da polícia



Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação -
HIV



Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação –
HIV - TST



Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação –
HIV – TRF - 4



Respeito ao outro

Discriminação Negativa

Versus

Discriminação Positiva
Respeito ao outro
 a) a discriminação negativa é a discriminação
para o mal, que desrespeita o outro, que prejudica
por preconceito, que retira vantagens sem motivos
plausíveis, que desconsidera o próximo pela
simples vontade de menosprezar;

 b) a discriminação positiva, por sua vez, é a


discriminação para o bem, que procura ajudar o
semelhante, tratando-o desigualmente para dar-lhe
iguais oportunidades, pensando em melhorar as
condições de vida daquele que precisa de auxílio.
Igualdade de
Oportunidades?
Ações Afirmativas
Uma ação afirmativa, no contexto
trabalhista ou educacional, ocorre
sempre que pessoas agem de forma
deliberada, positivamente, para
aumentar as chances de que
verdadeira igualdade seja atingida
Ações Afirmativas - Brasil
Ações Afirmativas - Brasil
Direito à não-Discriminação
Estudo de Casos: discriminação
por orientação sexual



Respeito ao outro

O Estado Brasileiro tem o dever de combater a


discriminação negativa e, ao mesmo tempo,
tem a obrigação de estimular e adotar técnicas
para proporcionar a discriminação positiva.
Respeito à Vida
Respeito à Vida
Artigo 5º:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Problemas éticos-jurídicos

Pena de
Morte

Recusa de
Tratament
Células- o
Eutanásia
Tronco
Respeito à Vida
Vedação de Pena de Morte

CF/88
Art. 5, XLVII - não haverá penas: a) de morte,
salvo em caso de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX;

Código Penal Militar


Art. 56. A pena de morte é executada por
fuzilamento.
Respeito à Vida
Punição ao Aborto. No Brasil, o aborto é crime.
Exceções:

Código Penal:

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado


por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida
da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de
estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o
aborto é precedido de consentimento da
Pena de Morte
Pena de Morte no Mundo
Pena de Morte nos EUA
Pena de Morte no Brasil
Curiosidade: Último cidadão executado no

Brasil (fonte: Wikipedia)


Manuel da Mota Coqueiro entrou para a história como

o último indivíduo condenado à pena de morte no


Brasil, acusado de mandar matar Francisco Bennedito
da Silva e sua família. Após sua execução em 6 de
março de 1885 por enforcamento, foi descoberta sua
inocência, fato que fez com que o então imperador
Dom Pedro II convertesse todas as sentenças de morte
em prisão perpétua.
A sua execução ocorreu às 2 horas da tarde e, ao ser

indagado por sua última vontade, gritou com voz


trêmula que era inocente e jogou uma maldição sobre
a cidade, que "teria 100 anos de atraso pela injustiça
que estava sendo feita a ele". Após isso, seu corpo foi
posto a pender no vazio e, como não se ouviu seu
pescoço quebrar, o carrasco subiu nele colocando os
pés em seus ombros e forçou até que se ouvisse o alto
estalar da coluna vertebral se rompendo.
Pena de Morte
 Legislação

CF/88
Art. 5, XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de

guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;


Código Penal Militar


Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.

Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é


comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da
República, e não pode ser executada senão depois de sete dias
após a comunicação.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de

guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o


interesse da ordem e da disciplina militares.
Pena de Morte

 Legislação

 CÓDIGO PENAL MILITAR


LIVRO II

DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA


Pena de Morte

 Legislaçção

São punidos com pena de morte, entre outros, os


seguintes crimes cometidos em tempo de guerra:
Traição, favorecimento ao inimigo, informação ou

auxílio ao inimigo, cobardia, fuga em presença do


inimigo, espionagem, motim, revolta ou
conspiração, rendição ou capitulação, deserção em
presença do inimigo, recusa de obediência, entre
outros.
Pena de Morte
 Questão para debate

Seria válida e possível a aprovação de uma emenda


constitucional, no Brasil, prevendo outras hipóteses


de punição com a pena capital?

Pena de Morte
Questão para debate

Seria válida e possível a aprovação de uma emenda


constitucional, no Brasil, prevendo outras hipóteses de


punição com a pena capital?

CF/88 - Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a


proposta de emenda tendente a abolir:
(...) - IV - os direitos e garantias individuais.

Há vários tratados internacionais ratificados pelo Brasil


comprometendo-se a proibir a pena de morte (salvo em


caso de guerra)


Quando começa
 a vida
humana?


Quando
 começa a vida
humana?


Quando começa a vida
humana?
 Código Civil Brasileiro
“Art. 2º – A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento

com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do


nascituro”.

 Lei da Biosegurança
“Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se: (...) X – clonagem terapêutica:
clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para
utilização terapêutica; XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que
apresentam a capacidade de se transformar em células de qualquer tecido de um
organismo. (...)
Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco

embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e


não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: I –
sejam embriões inviáveis; ou II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação
desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de
congelamento.
Quando começa a vida
humana?

Parecer do MPF
 na ADIn 3510/DF – Lei da
Biosegurança
“1. O conceito jurídico do início da vida não se esgota
no campo do direito civil. (...)
2. A petição inicial dessa ação, calcada exclusivamente

em fundamentos de ordem científica, sustenta que a


vida há, desde a fecundação, para que se preserve sua
inviolabilidade.
5. Não há, pois, enfoques contraditórios: enquanto no

plano do direito constitucional considera-se a vida em


si, para protegê-la desde a fecundação no enfoque do
direito civil o nascimento com vida é que enseja
aconteçam as relações interpessoais: considerações
outras.
6. Pela procedência do pleito”.


Quando começa a vida
humana?
ABORTO
Aborto no Mundo
Aborto nos Eua
Aborto nos Eua: Roe vs. Wade (1973)
Aborto nos Eua: Roe vs. Wade (1973)
Por 7 votos a 2, a Suprema Corte decidiu que: (1) os
Estados possuem interesses legítimos em assegurar
que a prática do aborto não coloquem em risco a vida
da mulher; (2) o direito à privacidade abrange o
direito de a mulher decidir se interrompe ou não a
gravidez; (3) o direito de interromper a gravidez não é
absoluta, podendo ser limitado pelos interesses
legítimos do Estado em manter padrões médicos
apropriados e em proteger a vida humana em
potencial; (4) o embrião não está incluído dentro da
definição de “pessoa”, tal como usada na décima
quarta emenda; (5) antes do fim do primeiro trimestre
da gravidez, o Estado não pode interferir na decisão
de abortar ou não; (6) ao fim do primeiro trimestre até
o período de tempo em que o feto se tornar viável, o
Estado pode regular o procedimento do aborto
somente se tal regulação se relacionar à preservação
da vida ou da saúde da mãe; (7) a partir do momento
Aborto nos Eua: Recente decisão
Aborto no Brasil
Código Penal Brasileiro:
Aborto provocado pela gestante ou com seu
consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a
três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é
alienada ou debil mental, ou se o consentimento é
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados
Aborto no Brasil – Situações
Permitidas

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:


Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.
Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo


Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo


Conceito de Anencefalia:
anencefalia é uma malformação congênita
que se caracteriza geralmente pela ausência
da abóbada craniana e massa encefálica
reduzida.

O feto anencefálico é considerado pela


resolução do Conselho Federal de Medicina
nº 1.752, de 8 de setembro de 2004, como
"natimorto cerebral", já que ele não possui
viabilidade vital por ausência de cérebro.
Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo:


ADPF 54/2004

Luís Roberto Barroso


Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo:


ADPF 54/2004

Argumento da petição inicial:


Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo:


ADPF 54/2004

Pedido:
Aborto no Brasil
O caso do feto anencéfalo:
ADPF 54/2004

A polêmica liminar do Min.


Aborto no Brasil

O caso do feto anencéfalo:


No ADPF
Pleno, 54/2004
a liminar foi cassada por maioria, vencidos
o Min.
Marco Aurélio, relator, Carlos Brito, Celso de Mello e
Sepúlveda Pertence, que referendavam integralmente a
liminar.

A ação, porém, foi conhecida por 7 votos a 4.

Votaram a favor do cabimento da ADPF: Marco Aurélio, Carlos


Brito, Celso de Mello, Sepúlveda Pertence, Gilmar Mendes,
Joaquim Barbosa e Nelson Jobim.

Votaram contra o cabimento da ADPF: Carlos Veloso, Ellen


Gracie, Cezar Peluso e Eros Grau.

Já adiantaram a opinião favorável ao aborto do feto


anencefálico: Marco Aurélio, Joaquim Barbosa, Carlos Brito,
Celso de Mello, Sepúlveda Pertence
Eutanásia
Eutanásia
Eutanásia (do grego ευθανασία - ευ
"bom", θάνατος "morte") é a prática pela
qual se abrevia, sem dor ou sofrimento, a
vida de um enfermo incurável.
Eutanásia ativa: utilização de medida
para acelerar a morte.
Eutanásia passiva: interrupção de
tratamento.
Suicídio assistido: é o próprio paciente
que pratica o ato, embora possa contar
com ajuda de terceiros.
Eutanásia no mundo
Eutanásia no mundo
Eutanásia nos EUA:
Caso Cruzan
Eutanásia nos EUA:
Caso Cruzan
A Suprema Corte dos EUA entendeu
que há o direito constitucional de
recusar a alimentação por sonda e
outras medidas de apoio à vida quando
os pacientes expressarem os seus
desejos claramente, antes de se
tornarem incapacitados.

No entanto, os Estados não têm de se


curvar diante das exigências dos
membros da família, se a vontade do
paciente não puder ser concretamente
provada.
Eutanásia nos EUA:
Caso Cruzan

Após ter sido comprovado judicialmente que Nancy Cruzan


não desejaria viver em estado vegetativo, o seu tubo de
alimentação foi desligado em 14 de dezembro de 1990.
Alguns manifestantes contra a eutanásia tentaram, sem
sucesso, ingressar a força no hospital para recolocar o tubo
em Nancy.
Nancy cruzam morreu doze dias depois de ter sido
desligado o tubo.
Eutanásia nos EUA:
Caso Cruzan
Eutanásia nos EUA:
Caso Vacco
Eutanásia nos EUA:
Caso Vacco
“Assim como na decisão de fazer ou não um
aborto, a decisão de como e quando morrer, é uma
das ‘mais íntimas escolhas pessoais que uma
pessoa pode fazer na vida’, uma escolha que é o
centro da dignidade e autonomia pessoais” - Corte
de Apelação do Nono Circuito.

Porém, a Suprema Corte dos EUA não acolheu tal


tese. Para os “Justices” da Suprema Corte, de
modo unânime, as leis estaduais que punem o
suicídio assistido não são inconstitucionais.
Por outro lado, na mesma decisão, a Suprema
Corte deixou aberta a possibilidade de os Estados
autorizarem a prática da eutanásia. 
Eutanásia no Brasil
No Brasil, assim como na maioria dos
países, a eutanásia é considerado crime
(homicídio ou auxílio ao suicídio). Mesmo
assim, é praticada, de forma clandestina,
nos vários hospitais do Brasil.
Eutanásia no Brasil
Recusa de Tratamento: o
caso das Testemunhas de
Jeová
Recusa de Tratamento: o
caso das Testemunhas de
Jeová
No livro do Gênesis (9:3-4) está escrito:
"Todo animal movente que está vivo pode
servir-vos de alimento. Como no caso da
vegetação verde, deveras vos dou tudo.
Somente a carne com sua alma - seu sangue -
não deveis comer."
No Levítico (17:10) existe outra restrição
semelhante:
"Quanto qualquer homem da casa de Israel ou
algum residente forasteiro que reside no vosso
meio, que comer qualquer espécie de sangue,
eu certamente porei minha face contra a alma
que comer o sangue, e deveras o deceparei
dentre seu povo."
caso das Testemunhas de
Jeová
Respeito à Integridade
Física e Moral
Vedação de Tortura
Respeito à Integridade Física e
Moral
Artigo 5º:

“ninguém será submetido à tortura nem a


tratamento desumano ou degradante” (inc. III).
“não haverá penas: a) de morte, salvo em caso
de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos
forçados; d) de banimento; e) cruéis” (inc.
XLVII)
“é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral” (XLIX).
Respeito à Integridade Física e
Moral
Tortura

 O conceito de “tortura” adotado pela Convenção contra


a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes é o seguinte: “o termo
‘tortura’ designa qualquer ato pelo qual dores ou
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo
baseado em discriminação de qualquer natureza;
quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um
funcionário público ou outra pessoa no exercício de
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência. Não se considerará
como tortura as dores ou sofrimentos conseqüência
unicamente de sanções legítimas, ou que sejam
inerentes a tais sanções ou delas decorram” (artigo 1º)
Respeito à Autonomia
Privada
Respeito à Autonomia Privada

Art. 5º, inc. II: “ninguém é obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei”.

Princípio da legalidade
Direitos de Liberdade
Direitos de Liberdade
Liberdade de locomoção
Liberdade religiosa
Liberdade de reunião e de associação
Liberdade profissional
Liberdade de expressão
A Liberdade na
Constituição

Liberdade de Locomoção
Liberdade de Locomoção

Art. 5º XV - é livre a locomoção no território


nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens;
Liberdade de Locomoção

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre


que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;

A Liberdade na
Constituição

Liberdade de Crença e de Religião


Liberdade de Crença e de
Religião

Laicidade do Estado:

Constituição de 1824:
“a Religião Catholica Apostolica Romana
continuará a ser a Religião do Imperio.
Todas as outras Religiões serão permitidas
com seu culto domestico, ou particular em
casas para isso destinadas, sem fórma
alguma exterior do Templo”.
Liberdade de Crença e de
Religião

Laicidade do Estado:

Constituição de 1988:

“é vedado à União, aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios estabelecer cultos
religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações
de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse
público”.
Liberdade de Crença e de
Religião

As Cruzes em Ambientes Públicos


Liberdade de Crença e de
Religião
Liberdade de Crença e de
Religião
Liberdade Profissional e
Econômica
A Liberdade na
Constituição
Liberdade Profissional
A Liberdade na
Constituição
Algumas Profissões Regulamentadas
A Liberdade na
Constituição
Importante:


Apenas a lei federal poderá estabelecer requisitos
para o exercício de profissões:

O art. 22, XVI, da CF/88, determina competir
privativamente à União legislar sobre
“condições para o exercício de profissões”.
Liberdade de Reunião e de
Associação
A Liberdade na
Constituição
Constituição Federal de 1988: art. 5º
Liberdade de Reunião
A Liberdade na
Constituição
Constituição Federal de 1988: art. 5º
Liberdade de Associação
Liberdade de Expressão
Proteção à Liberdade de
expressão

CF: Art. 5, IV - é livre a manifestação do


pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
Proteção à Liberdade de
expressão
CF: Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição.
§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
ideológica e artística.
Proteção à Liberdade de
expressão
A Liberdade de Expressão nos
EUA
Liberdade de expressão
nos EUA
E o Humor?
Casos em que há intuito humorísticos
(Sátira)
Caso Casseta & Planeta
TJSP - APELAÇÃO CÍVEL nº 226.238-
4/9-00
A linha tênue entre o humor e a ofensa
à honra
Caso Larry Flint
Caso Carolina Dieckman versus Pânico
na TV
Proteção à Liberdade de
expressão

E a propaganda comercial?
A Propaganda e os Produtos
Perigosos
Propaganda de Produtos
Perigosos
 o artigo 220 (§§ 2º e 3º), da CF/88, autoriza
expressamente a limitação, por meio de lei federal,
da propaganda de produtos, práticas e serviços
que possam ser nocivos à saúde e ao meio-
ambiente, especialmente de tabaco, bebidas
alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias,
contendo, sempre que necessário, advertência
sobre os malefícios decorrentes de seu uso. Essa
norma constitucional foi regulamentada pela Lei
9.294/96, que, cedendo ao lobby de grandes
indústrias cervejeiras, considerou como bebida
alcoólica, para os efeitos da lei, as bebidas
potáveis com teor alcoólico superior a treze graus
Gay Lussac, o que é claramente insuficiente para
proteger a saúde, na medida que inúmeras bebidas
alcoólicas, como a cerveja, não estão abrangidas
E a Pornografia?
“o direito constitucional de livre manifestação
do pensamento não exclui a punição penal,
nem a repressão administrativa de material
impresso, fotografado, irradiado ou divulgado
por qualquer meio, para divulgação
E o Racismo?
Liberdade de expressão
nos EUA
Liberdade de expressão
nos EUA
Aqui no Brasil: Caso
Ellwanger
Proteção à Liberdade de
expressão
Caso Ellwanger: publicação de livros com
conteúdo discriminatório aos judeus (idéias
nazistas)

“O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua
abrangência, manifestações de conteúdo imoral que
implicam ilicitude penal” (STF, HC 84824).

A Liberdade de Imprensa
A Liberdade de Imprensa

ADPF 130 – Lei de Imprensa – Decisão do


Ministro Carlos Ayres Brito
Direitos de Personalidade
Direitos de Personalidade
Privacidade
Intimidade
Inviolabilidade do domicílio
Sigilo das comunicações
Direito à imagem
Direito à Honra
Vedação de Anonimato
(Art. 5º, inc. IV)
Vedação de Anonimato
“IV - é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato”

Objetivo principal: permitir a responsabilização


(civil e criminal) decorrente do abuso da
liberdade de expressão

Vedação de Anonimato vs. Sigilo da Fonte


Direito de Resposta
Direito de Resposta
“é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem” (art.
5º, inc. V).
Dano Material, Moral e à
Imagem
Dano Material: dano patrimonial (com
repercussão financeira)

Dano Moral: dano não-patrimonial (reputação /


auto-estima)

Dano à imagem: dano “in re ipsa”?


Proteção à Imagem
havendo utilização indevida da imagem,
sem consentimento do interessado, é,
em regra, cabível a indenização nos
casos em que: (a) há intuito comercial;
(b) ofensa à honra.
Proteção à Imagem

E nos casos em que não houver intuito


comercial ou violação à honra?
O confronto entre a Constituição e o Código
Civil:
Proteção à Imagem e à Honra
CF: Art. 5, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
inc.X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Código Civil:
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a
seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais.
Proteção à Imagem e à
Honra

O dano à imagem como dano “in re


ipsa”: entendimento do STF e do STJ
Proteção à Imagem e à
Honra

Dano in re ipsa

Caso Cássia Kiss


Proteção à Imagem e à
Honra (STF)
Proteção à Imagem

Caso Maitê Proença


Proteção à Imagem e à Honra
Caso Maitê Proença
Decisão do TJRJ: embora tenha reconhecido o direito
à indenização por dano material, negou a
indenização por dano moral:
"só mulher feia pode se sentir humilhada, constrangida,
vexada em ver seu corpo desnudo estampado em jornais
ou em revistas. As bonitas, não". se Maitê Proença fosse
"feia, gorda, cheia de estrias, de celulite, de culote e de
pelancas, a publicação de sua fotografia desnuda - ou
quase - em jornal de grande circulação, certamente lhe
acarretaria um grande vexame". Para os
desembargadores, "tratando-se de uma das mulheres
mais lindas do Brasil", nada justifica o pedido de
Proteção à Imagem e à Honra
Caso Maitê Proença (STJ)
Direito à Imagem vs.
Paparazzi
Caso Carolina de Mônaco
(Corte Européria de Direitos Humanos)
Caso Carolina de Mônaco

Lugar Privado vs. Lugar Público

Lugar Público, mas longe dos olhares do


público
Intimidade e Privacidade
Intimidade, Privacidade, Honra e
Imagem
 CF: Art. 5, inc.X - são invioláveis a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;

 Código Civil: Art. 21. A vida privada da


pessoa natural é inviolável, e o juiz, a
requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma.
Inviolabilidade de Domicílio

 CF: Art. 5, inc.XI - a casa é asilo inviolável do


indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio
 Conceito de Casa
Inviolabilidade de Domicílio

 Proteção constitucional
 Regra geral: inviolabilidade do domícilio
 Exceções:
 (a) consentimento do morador;
 (b) desastre;
 (c) prestar socorro;
 (d) flagrante delito;
 (e) ordem judicial fundamentada (apenas
durante o dia).
Sigilo das Comunicações
 CF: Art. 5, XII - é inviolável o sigilo da
correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução
processual penal;
 Referido dispositivo foi regulamentado pela
Lei 9296/96
Direito à Segurança Jurídica
Propriedade, Coisa Julgada, Ato Jurídico Perfeito e
Direito Adquirido
Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988


Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988


Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988


Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988


Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988


Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988
função sócio-ambiental da
propriedade

Direito de Propriedade
A Constituição Federal de 1988:
confisco constitucional


Segurança Jurídica
Coisa Julgada, Ato Jurídico Perfeito e Direito
Adquirido

Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito


adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada
Segurança Jurídica
 Coisa Julgada, Ato Jurídico Perfeito e Direito
Adquirido

 (a) direito adquirido – é aquele direito que já se


incorporou ao patrimônio jurídico do seu titular,
não podendo, a partir daí, ser mais suprimido;
 (b) ato jurídico perfeito – é aquele ato que já se
consumou, estando apto a produzir seus efeitos (p.
ex. um contrato assinado e sem vícios é um ato
jurídico perfeito);
 (c) coisa julgada – é a sentença judicial que já
transitou em julgado, ou seja, que não pode ser
mais modificada na via recursal.
Garantias Processuais
Garantias Processuais
Acesso à Justiça
Dever de Investigar com ética
Dever de Processar com ética
Dever de Punir com ética
Acesso à Justiça
nenhuma lesão ou ameaça de
lesão a direito pode ser
excluída da apreciação judicial
(art. 5º, inc. XXXV).
Acesso à Justiça
Exceções constitucionais:
- Não cabe habeas corpus contra
punições disciplinares militares (art.
142, §2º)
- Justiça desportiva (“Art. 217 (...) - § 1º -
O Poder Judiciário só admitirá ações
relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as
instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei. § 2º - A justiça
desportiva terá o prazo máximo de
sessenta dias, contados da instauração
Dever de Investigar com
Ética
Dever de Investigar com ética
Proibição de “denúncia anônima” já que o
anonimato é incompatível com o espírito
republicano (art. 5º, inc. IV), a não ser quando
há outros elementos que justifiquem a
instauração do inquérito policial.
Dever de Investigar com ética
Cláusula de Reserva de Jurisdição:

em diversas hipóteses, a própria Constituição


exige ordem judicial para restringir garantias
fundamentais, como por exemplo:
d) busca domiciliar (CF, art. 5º, XI);
e) realização de interceptação telefônica (CF,
art. 5º, XII) e
f) decretação da prisão, ressalvada a situação
de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI).
Dever de Investigar com ética
Ilicitude da prova:

“são inadmissíveis, no processo, as provas


obtidas por meios ilícitos” (art. 5º, LVI, da
CF/88).

Teoria dos frutos da árvore envenenada


Dever de investigar com ética
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada:

“Ninguém pode ser investigado, denunciado ou


condenado com base, unicamente, em provas
ilícitas, quer se trate de ilicitude originária,
quer se cuide de ilicitude por derivação.
Qualquer novo dado probatório, ainda que
produzido, de modo válido, em momento
subseqüente, não pode apoiar-se, não pode ter
fundamento causal nem derivar de prova
comprometida pela mácula da ilicitude
originária”. (STF)
Dever de Investigar com Ética
Proteção contra auto-incriminação: ninguém
pode ser obrigado a produzir prova contra si
mesmo.

Direito ao silêncio
Dever de Investigar com ética
Fórmula “Miranda”

“declarações incriminatórias obtidas em


interrogatório policial só podem ser admitidas
como prova se o acusado for previamente
informado de seu direito de permanecer
calado, de que qualquer coisa que disser pode
ser usada contra ele, de que tem o direito à
presença de um advogado, e de que, se não
puder pagar o advogado, tem direito a um
fornecido pelo Estado”
Dever de Investigar com Ética
Princípio da presunção de inocência ou da não-
culpabilidade: “ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória” (art. 5º, inc. LVII).

“a presunção constitucional de não-


culpabilidade não desautoriza as diversas
espécies de prisão processual, prisões inscritas
em lei para o fim de fazer cumprida a lei
processual ou para fazer vingar a ação penal”
(STF)
Dever de Processar com
Ética
Dever de Processar com Ética
Devido Processo Legal (Due Process of Law)

Art. 5º LIV - ninguém será privado da


liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal
Dever de Processar com Ética
Direito ao Contraditório e à Ampla Defesa nos
processos judiciais e administrativos:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
Dever de Processar com Ética
O direito ao contraditório e à ampla defesa
compreende:
(a) o direito de informação, que obriga o órgão
julgador a informar à parte contrária dos atos
praticados no processo e sobre os elementos
dele constantes;
(b) o direito de manifestação, que assegura ao
defendente a possibilidade de manifestar-se
oralmente ou por escrito sobre os elementos
fáticos e jurídicos constantes do processo;
(c) o direito de ver seus argumentos
considerados, que exige do julgador a
capacidade, apreensão e isenção de ânimo para
Dever de Processar com Ética
Direito à assistência jurídica (direito ao
advogado):

“o Estado prestará assistência jurídica integral


e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos” (art. 5º, inc. LXXIV).
Dever de Processar com Ética
Direito à assistência jurídica (direito ao
advogado):

“o Estado prestará assistência jurídica integral


e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos” (art. 5º, inc. LXXIV).
Dever de Processar com Ética
Publicidade do processo:
“a lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem”
(art. 5º, inc. LX).
Do mesmo modo, o artigo 93, inc. IX, da CF/88,
estipula que “todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação”.
Dever de Processar com Ética
Celeridade do processo:

no artigo 5º, inc. LXXVIII: “a todos, no âmbito


judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação”.
Dever de Punir com Ética
Dever de Punir com Ética
Princípio da reserva legal

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o


defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Dever de Punir com Ética
Princípio da irretroatividade

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para


beneficiar o réu;
Dever de Punir com Ética
Princípio do Juiz Natural

artigo 5º:
“não haverá juízo ou tribunal de exceção” (inc.
XXXVII)
“ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente” (inc. LIII).
Dever de Punir com Ética
dever de fundamentar (justificar) as decisões:

as decisões judiciais, “quando destituídas de


motivação, mostram-se írritas e despojadas de
eficácia jurídica, pois nenhuma medida
restritiva de direitos pode ser adotada pelo
Poder Público, sem que o ato que a decreta
seja adequadamente fundamentado pela
autoridade estatal” (STF)
Dever de Punir com Ética
Princípio da Individualização da Pena

XLVI - a lei regulará a individualização da pena


e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Dever de Punir com Ética
Princípio da Pessoalidade

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do


condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido;
Dever de Punir com Ética
Dignidade Humana

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Ações Constitucionais
Remédios Constitucionais
Ações Constitucionais
Habeas Corpus
Habeas Data
Mandado de Segurança Individual e Coletivo
Mandado de Injunção
Ação Popular
Habeas Corpus

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre


que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Habeas Data
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
Mandado de Segurança
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança
para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público
Mandado de Segurança
Coletivo
LXX - o mandado de segurança coletivo pode
ser impetrado por:
a) partido político com representação no
Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
Ação Popular
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
Mandado de Injunção
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
Dos Direitos Sociais
Direitos Sociais
“são direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e
à infância e a assistência aos desamparados”.

A moradia foi acrescentada como direito social


pela Emenda Constitucional 26/2000, em uma
rara preocupação social do constituinte
derivado.
Direitos Trabalhistas
Direitos Trabalhistas
Seguro desemprego
FGTS
Salário mínimo
Décimo terceiro
Irredutibilidade salarial, salvo acordo coletivo
Férias
Etc...
Direitos de Nacionalidade
Nacionalidade
Jus Soli versus Jus Sanguini

Jus Soli: obtenção de nacionalidade pelo local


de nascimento

Jus Sanguini: obtenção de nacionalidade pela


nacionalidade dos pais

O Brasil acolheu tanto uma modalidade quanto


outra
Nacionalidade
 Aquisição de nacionalidade originária:
 “Art. 12. São brasileiros:
 I - natos:
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país;
 b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira”
Nacionalidade
Aquisição de nacionalidade derivada (por
naturalização):
“são brasileiros naturalizados os que, na forma
da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas a residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral” (art. 12, inc.
II, “a”).
Nacionalidade
Aquisição de nacionalidade derivada (por
naturalização):
“Art. 12. São brasileiros: (...)
II - naturalizados: (...)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira”.
Nacionalidade
cláusula de igualdade condicionada à
reciprocidade

“Aos portugueses com residência permanente


no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição”
Nacionalidade
Isonomia entre brasileiros natos e
naturalizados

“a lei não poderá estabelecer distinção entre


brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previsto nesta Constituição”
Nacionalidade
Cargos privativos de brasileiros natos

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os


cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da
República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Direitos Políticos
Direitos Políticos
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Direitos Políticos
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito
anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos.
Direitos Políticos
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os
estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.
Direitos Políticos
 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
 I - a nacionalidade brasileira;
 II - o pleno exercício dos direitos políticos;
 III - o alistamento eleitoral;
 IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
 V - a filiação partidária;
 VI - a idade mínima de:
 a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
República e Senador;
 b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
e do Distrito Federal;
 c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
 d) dezoito anos para Vereador.
Direitos Políticos
 § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

 § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e


do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido,
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos
para um único período subseqüente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
 § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e
os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.
 § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
Direitos Políticos
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço,
deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
Direitos Políticos
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral
entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um
ano da data de sua vigência.

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