Prefácio
25ª hora cairológica
Teotónio R. de Souza
O jornal Público, na sua edição de 22 de Julho de 2012, classificava o bispo D. Januário Torgal de «o excessivo», e o Professor Doutor Fernando Santos Neves, Reitor-fundador do Grupo Lusófona, de «o extravagante». Resumindo a sua personalidade, caracterizava-o como cheio de ideias, à procura de omnitoticompreensão, sempre atento ao tempo cairológico. São julgamentos sumários da imprensa, que felizmente escondem alguma verdade dentro da manta de retalhos impressionísticos, colhidos à pressa.
As impressões de entusiasmo e brilhantismo intelectual que viram em Fernando Santos Neves muitos daqueles que o acompanharam desde menino e ao longo da sua formação académica e pastoral como religioso, servem para corroborar que ele andava muitas décadas pela frente dos seus contemporâneos que prezam outros critérios para definir o que é prático, ou seja, de refugiarem-se na pretensa segurança do presente.
Fernando Santos Neves descobriu a humanidade na negritude na sua experiência angolana. Faz-me lembrar de um Jesuíta setecentista, António Gomes, um missionário na África oriental portuguesa, e que deixou o registo do seu desabafo, face aos seus confrades que tinham optado por abandonar Moçambique bem antes da extinção pombalina: “quem diz que os cafres são brutos para as coisas de Deus é grande engano; faltam-lhe vizinhos a quem imitar”. (1)
----------------------
(1) Teotonio R. de Souza, “The Afro-Asian Church in the Portuguese Estado da India”, in African Church Historiography: Na Ecumenical Perspective. Ed. Ogbu U. Kalu. Bern: World Council of Churches, 1988, pp.56-72. [Está nota de rodapé está erradamente trocada pela repetição da nota seguinte]
Prefácio
25ª hora cairológica
Teotónio R. de Souza
O jornal Público, na sua edição de 22 de Julho de 2012, classificava o bispo D. Januário Torgal de «o excessivo», e o Professor Doutor Fernando Santos Neves, Reitor-fundador do Grupo Lusófona, de «o extravagante». Resumindo a sua personalidade, caracterizava-o como cheio de ideias, à procura de omnitoticompreensão, sempre atento ao tempo cairológico. São julgamentos sumários da imprensa, que felizmente escondem alguma verdade dentro da manta de retalhos impressionísticos, colhidos à pressa.
As impressões de entusiasmo e brilhantismo intelectual que viram em Fernando Santos Neves muitos daqueles que o acompanharam desde menino e ao longo da sua formação académica e pastoral como religioso, servem para corroborar que ele andava muitas décadas pela frente dos seus contemporâneos que prezam outros critérios para definir o que é prático, ou seja, de refugiarem-se na pretensa segurança do presente.
Fernando Santos Neves descobriu a humanidade na negritude na sua experiência angolana. Faz-me lembrar de um Jesuíta setecentista, António Gomes, um missionário na África oriental portuguesa, e que deixou o registo do seu desabafo, face aos seus confrades que tinham optado por abandonar Moçambique bem antes da extinção pombalina: “quem diz que os cafres são brutos para as coisas de Deus é grande engano; faltam-lhe vizinhos a quem imitar”. (1)
----------------------
(1) Teotonio R. de Souza, “The Afro-Asian Church in the Portuguese Estado da India”, in African Church Historiography: Na Ecumenical Perspective. Ed. Ogbu U. Kalu. Bern: World Council of Churches, 1988, pp.56-72. [Está nota de rodapé está erradamente trocada pela repetição da nota seguinte]
Prefácio
25ª hora cairológica
Teotónio R. de Souza
O jornal Público, na sua edição de 22 de Julho de 2012, classificava o bispo D. Januário Torgal de «o excessivo», e o Professor Doutor Fernando Santos Neves, Reitor-fundador do Grupo Lusófona, de «o extravagante». Resumindo a sua personalidade, caracterizava-o como cheio de ideias, à procura de omnitoticompreensão, sempre atento ao tempo cairológico. São julgamentos sumários da imprensa, que felizmente escondem alguma verdade dentro da manta de retalhos impressionísticos, colhidos à pressa.
As impressões de entusiasmo e brilhantismo intelectual que viram em Fernando Santos Neves muitos daqueles que o acompanharam desde menino e ao longo da sua formação académica e pastoral como religioso, servem para corroborar que ele andava muitas décadas pela frente dos seus contemporâneos que prezam outros critérios para definir o que é prático, ou seja, de refugiarem-se na pretensa segurança do presente.
Fernando Santos Neves descobriu a humanidade na negritude na sua experiência angolana. Faz-me lembrar de um Jesuíta setecentista, António Gomes, um missionário na África oriental portuguesa, e que deixou o registo do seu desabafo, face aos seus confrades que tinham optado por abandonar Moçambique bem antes da extinção pombalina: “quem diz que os cafres são brutos para as coisas de Deus é grande engano; faltam-lhe vizinhos a quem imitar”. (1)
----------------------
(1) Teotonio R. de Souza, “The Afro-Asian Church in the Portuguese Estado da India”, in African Church Historiography: Na Ecumenical Perspective. Ed. Ogbu U. Kalu. Bern: World Council of Churches, 1988, pp.56-72. [Está nota de rodapé está erradamente trocada pela repetição da nota seguinte]